domingo, janeiro 25, 2009

CINEMA: O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON

O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Em relação a este filme, arrume-se de início o caso da “influência” de F. Scott Fitzgerald. Este foi, sem margem para grandes dúvidas, um dos maiores escritores americanos da primeira metade do século XX, um autor pertencente à “geração perdida” (Ernest Hemingway, John Dos Passos, Ezra Pound, Sherwood Anderson, Waldo Peirce, Dorothy Parker,T. S. Eliot, ou Gertrud Stein, que, dizem criou o termo, depois vulgarizado por Hemingway), que se afirmou durante os “loucos anos 20” ou os “roaring twenties”, e que consolidou a sua celebridade, sobretudo com dois ou três romances que ajudaram a construir a moderna narrativa norte-americana, como “O Grande Gatsby", “Terna é a Noite” ou “Este Lado do Paraíso” (os seus romances são “This Side of Paradise”, 1920; “The Beautiful and Damned”, 1922; “The Great Gatsby, 1925; “Tender is the Night”, 1934 e “The Last Tycoon”, 1940). Mas F. Scott Fitzgerald cultivou igualmente o conto, sobretudo como forma de sustento diário, publicando-o em revistas literárias e depois reunindo-os em antologias várias. “Flappers and Philosophers” (1920), “Tales of the Jazz Age” (1922), “All the Sad Young Men” (1926) e “Taps at Reveille” (1935) são as principais, agrupadas em 1989 num volume, "The Short Stories of F. Scott Fitzgerald". “The Curious Case of Benjamin Button” aparece incluído na antologia de 1922, “Tales of the Jazz Age”, e é um divertimento muito saboroso, extremamente bem escrito, numa linguagem solta e livre, que dá muito bem o tom da época, e que, segundo confissão do próprio Scott Fitzgerald, parece ter sido sugerido por uma frase, ou um pensamento, de Mark Twain que se lamentava que “os melhores tempos de uma vida fossem no início e os piores quando se chega ao fim, na velhice.” Pegando nesta sugestão, F. Scott Fitzgerald construiu uma metáfora curiosa, sobre as idades da vida e a possibilidade da sua intermutação: assim Benjamin Button nasce encarquilhado e às portas da morte com setenta anos e inicia a sua cavalgada para a maturidade, depois a adolescência, até chegar a bebé e finar-se durante o sono. A perspectiva não é tanto metafísica ou filosófica, afirmando-se mais como uma diversão escrita com o sabor algo snobe e diletante de um frequentador do “jet-set” nova-iorquino, do champanhe embriagador da Hollywood da altura ou da boémia de Paris ou de Saint Tropez. Finou-se, apenas com 44 anos, e um coração arrasado pelo álcool, os amores, o stress emocional e uma propensão evidente para o suicídio, igualmente muito em moda nesses tempos de vida intensa e morte súbita. Foi este citado conto que serviu de base ao filme de David Fincher com igual nome, mas falar de inspiração é já dizer muito. Quase nada do conto de F. Scott Fitzgerald passa para o filme a não ser a ideia central de nascer velho e morrer bebé. Esta inversão de ciclo de vida, que já viera de Mark Twain, passara por F. Scott Fitzgerald, toma nova forma no filme de David Fincher, que se afasta do cinema que até agora o caracterizara para se entregar a uma obra que, se continua a ser extremamente pessoal, não deixa de representar uma ruptura com o estilo de filmes da sua anterior filmografia (onde sobressaem títulos como “Alien 3, a Desforra”, “7 Pecados Mortais”, “Clube de Combate”, “O Jogo”, “Sala de Pânico” ou “Zodíaco”). Este universo “negro” que penetra no mais profundo da alma humana e também no que de mais sinistro nela existe parece afastar-se de uma obra aparentemente romântica e com alguma esperança no futuro, como temos visto por aí escrito. Mas será que é assim? Um dos aspectos que me deixa algo confuso em relação a “O Estranho Caso de Benjamin Button”, é precisamente a opacidade da obra que não se deixa penetrar tão facilmente quanto se pensa. Há uma leitura extremamente críptica e cerrada do filme que parece escapar a uma primeira leitura. A mais óbvia é tão evidente e pueril que não pode ser só isso. David Fincher não ia realizar um filme sobre um homem que nasce velho e morre bebé sem ter por detrás uma interpretação metafórica para este facto inusitado. O que se pode desde logo concluir é que os homens estão condenados, qualquer que seja a cronologia da sua vida, quer nasçam bebés quer nasçam velhos, o ciclo é idêntico e intermutável. Tanto se morre novo como velho. Mas a verdade é que o ciclo não é semelhante. Senão vejamos.
No conto de F. Scott Fitzgerald a narrativa inicia-se no “longínquo ano de 1860”. Os pais da criança chamam-se Button e tinham aderido ao "fascinante velho costume de ter bebés", mas, em vez de os ter em casa, a mãe vai pari-lo no "Hospital Particular de Maryland para Damas e Cavalheiros", onde, no dia certo, dá a luz um velho de barbas, que provoca a indisposição em todo o hospital e a ira do médico assistente: "Peço-lhe que vá e veja com os seus olhos. Escandaloso! (...) Imagina que um caso como este beneficia a minha reputação profissional? Outro igual arruinar-me-ia... arruinaria qualquer um. (...) Não, não se trata de trigémeos. Sabe que mais? Vá e veja com os seus olhos. E arranje outro médico. Trouxe-o a este mundo, meu rapaz, e há quarenta anos que sou médico da sua família, mas agora acabou-se! Estou farto. Não quero voltar a vê-lo nunca mais, nem a si, nem a nenhum dos seus familiares! Passe bem." Em lugar de depositar o bebé envelhecido à porta de um lar de idosos, o que acontece no filme, o pai vai “à baixa comprar roupa” para o velho que lhe apareceu no berçário. “E uma bengala, não se esqueça, pai. Preciso de uma bengala!”, relembra o rebento ao senhor Button. Óbvio que estamos no domínio da farsa. No conto. No filme o tom, ainda que aqui e ali permita um sorriso, é mais pesado. Um bebé (mais ou menos parecido com Brad Pitt quando ele tiver 80 anos) é depositado na escadaria de um lar de terceira idade, dirigido por uma generosa negra de nome Queenie. Ela irá adoptá-lo, tratá-lo como um filho que se habitua a ver regredir na idade. Enquanto os velhos do lar vão murchando e morrendo, Benjamin vai transformando-se num ser cada vez mais novo. Ainda velhote descobre uma miúda, Daisy, que se irá tornar o grande amor da sua vida. Aqui ocorre o grande paradoxo do filme: no ciclo habitual da vida, Benjamin e Daisy nunca se encontrariam como casal normal. Ele tinha 60 anos, ela 9, quando ela tivesse 18 ele teria 69, coisa estranha para um casal (ainda que não de todo impossível, já se sabe, ele há casos). E se ele vivesse até aos cem anos (o que não é normal, mas todos nós sabemos muito possível) poderiam coexistir apaixonados ainda 31 anos. Uma pequena vida, muito pouco provável, mas possível.
Mas se acontecer o ciclo inverso da vida, que o filme de David Fincher documenta, se ele tiver 60 e ela 9 quando se encontram pela vez primeira, irão reencontrar-se um dia com a mesma idade (qualquer coisa como ele 35, ela 34). Não é um encontro que permita uma vida “tranquila” de mais vinte anos sequer (quando ela tiver 54, ele tem 15!). Quando se vive lado a lado, no mesmo sentido dos ponteiros de um relógio que ande para a frente, o que vemos é futuro. Quando o ponteiro do relógio desanda para o passado num dos parceiros, o resultado não é um encontro com futuro, mas um quase desencontro. Por isso, a tese que alguns apontam para o filme não me parece certa: viva-se de início para o fim ou do termo para o princípio, o importante é viver bem a vida e aproveitar o que fica no meio, isto é os anos de vida plena. Esta interpretação pode ser correcta para o conto. Mas não é exacta no filme, que, aliás, o exemplifica. Benjamin afasta-se do seu grande amor, afasta-se da filha que será perfilhada por outro, quando se aproxima da adolescência. A existência que se vive em comum, e que em comum evolui num mesmo sentido, permite o usufruto conjunto do amor, do nascimento dos filhos, do progressivo envelhecimento, da fruição dos netos… Em Benjamin Button nada disso acontece. O que parece apontar a intenção do filme numa outra direcção: aproveitem bem o que têm, pois, como aqui vêem demonstrado por absurdo, se fosse de outra maneira não seria tão agradável. Aliás, a corroborar esta interpretação está o facto de Benjamin viver a sua “velha meninice” num lar de velhos onde tudo acontece com uma absoluta calma e nenhuma intranquilidade. Ali se cumpre a última etapa da vida, aceitando-a com uma certa bonomia e sem grande tragédia. Como quem diz: “A vida é assim, nasce-se e morre-se e não há nada a fazer em contrário, senão aceitar o destino e aproveitar este instante de existência para se ser feliz”.
Mas “O Estranho Caso de Benjamin Button” vai mais longe nas suas implicações. O filme inicia-se num hospital de Nova Orleans em véspera do furacão Katrina (29 de Agosto de 2005). Uma velha senhora, às portas da morte, pede à filha que esta lhe leia um misterioso diário que ela conserva religiosamente guardado até aquele dia. A filha inicia a leitura que recorda a invulgar vida de Benjamin Button, desde o seu nascimento. A leitura evoca o passado e introduz um “flashback” (“regresso ao passado” em “gíria” cinematográfica) e a imagem da filha lendo este diário à mãe transforma-se num refrão que regularmente interrompe a narrativa. Cada nova leitura reintegra uma nova fase da vida de Benjamin. É muito curioso este processo num filme que trabalha sobretudo com o tempo, a passagem do tempo, as intermitências do tempo, o aparecimento do tempo (o nascimento), a paragem no tempo (a morte) ou a História como a dilatação do tempo (interessante comparar este filme com “Forrest Gump”, também ele escrito pelo mesmo argumentista, Eric Roth). Se se analisar bem a obra, esta estrutura-se como um encadeado de “flashbacks” (na actualidade, a filha lê o diário; no interior do diário existem novos “flashbacks” e bizarras anomalias de tempo, como o episódio em que Daisy é atropelada, onde se assinalam os artifícios do acaso com uma sequência rodada cronologicamente, que é depois invertida e relançada de novo, mas agora obedecendo a uma lei de imponderabilidade na existência humana). De resto, estas “evocações” da vida de Benjamin são pretexto para invocações mais amplas de momentos da História da América e da Humanidade (a II Guerra Mundial, o Flower Power e os Beatnicks, etc.). Ao ver “O Estranho Caso de Benjamin Button” é quase impossível não estabelecer algumas comparações com a obra de um escritor como Paul Auster, onde o acaso e as coincidências ocupam igualmente um importante lugar no decorrer da vida das suas personagens. Este “trabalhar do tempo” no cinema remeta para outras obras cinematográficas, como por exemplo “Intolerância”, de David W. Griffith, na qual uma mãe vai cantando e embalando o berço onde se encontra a filha, enquanto vários episódios da eclosão da intolerância ao longa da História do homem vão sendo ilustrados. Aqui invertem-se os papéis, é a filha que lê à mãe moribunda (inversão total: filha - mãe, nascimento – morte), mas o efeito é idêntico (ainda que superior em Griffith, mais contido, sendo talvez excessivo em Fincher – há demasiadas interferências deste refrão no decorrer da obra). Mas o tempo é um fascínio para o cinema, com as suas viagens (os vários “Regressos ao Futuro”, de Rober Zemeckis; “O Efeito Borboleta”, de Eric Bress e J. Mackye Gruber, “Deja Vu”, de Tony Scott, “Donnie Darko”, de Richard Kelly, “The Final Countdown”, de Don Taylor, “Groundhog Day”, de Harold Ramis, “It's A Wonderful Life”, de Frank Capra, “Je t'aime, je t'aime”, de Alain Resnais, “Melinda and Melinda”, de Woody Allen, “Peggy Sue Got Married” , de Francis Ford Coppola, “The Philadelphia Experiment”, de Stewart Raffill, “Planet of the Apes” de Franklin J. Schnaffner ou de Tim Burton, “Slaughterhouse Five”, de George Roy Hill, “Time After Time”, de Nicholas Meyers, “Time Bandits”, de Terry Gilliam, “Timeline 2003”, de Richard Donner, “The Time Machine”, de Pal George ou “Time Machine”, de Simon Wells, para só citar alguns dos casos mais evidentes e mais interessantes.
"Contar-vos-ei o que aconteceu e deixar-vos-ei ajuizar por vós próprios”, afirma F. Scott Fitzgerald no início do seu conto. David Fincher, numa outra perspectiva, parece deixar igualmente ao espectador essa tarefa, sem impor uma leitura unívoca. Sem ser um filme que nos apaixone particularmente, “O Estranho Caso de Benjamin Button” possui, todavia, motivos bastantes para se situar entre os títulos importantes do fim de 2008 (nos EUA) e do início de 2009 (em Portugal). As treze nomeações para Oscars não nos espantam, sobretudo porque muitas delas se situam em domínios onde o filme é particularmente brilhante (a fotografia de Claudio Miranda é especialmente notável, pelas variações de estilo que ostenta, sempre perfeita, até quando copia o filme mudo nessas deliciosas cenas do velho que recorda os sete raios que o atingiram ao longo da vida; a direcção artística de Donald Graham Burt e o guarda-roupa, de Jacqueline Westé, são igualmente extraordinários, pela forma como vão captando o tom das épocas por onde vai passando o filme; a partitura musical de Alexandre Desplat é admiravelmente evocativa; o trabalho da equipa de caracterização é também excelente). Já nos parece muito duvidoso que as nomeações principais se cumpram realmente em Oscars. A realização, os actores principais e adaptação do argumento não nos parecem merecer os prémios, apenas justificam as nomeações. São realmente bons, mas sem deslumbrarem. Caso muito diverso é o de Taraji P. Henson, na figura de Queenie, inteiramente à altura do Oscar. Resumindo, se o filme regressar com quatro ou cinco estatuetas intermédias, já será um bom resultado.
O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON
Título original: The Curious Case of Benjamin Button
Realização: David Fincher (EUA, 2008); Argumento: Eric Roth, Robin Swicord; Produção: Ceán Chaffin, Jim Davidson, Kathleen Kennedy, Frank Marshall, Marykay Powell; Música: Alexandre Desplat; Fotografia (cor): Claudio Miranda; Montagem: Kirk Baxter, Angus Wall; Casting: Laray Mayfield; Design de produção: Donald Graham Burt; Direcção artística: Kelly Curley, Tom Reta; Decoração: Victor J. Zolfo; Guarda-roupa: Jacqueline West; Maquilhagem: Colleen Callaghan, Brian Sipe; Direcção de Produção: Manon Bougie, Marc A. Hammer, Peter Mavromates, Daniel M. Stillman; Assistentes de realização: Carl Kouri, Allen Kupetsky, Steve Lonano, Maria Mantia, Bob Wagner, Pete Waterman; Departamento de arte: Lorrie Campbell, Tammy S. Lee, Masako Masuda, Clint Wallace, Randall D. Wilkins; Som: Ren Klyce; Efeitos especiais: Ted Allen, Burt Dalton, Liah Saldaña; Efeitos visuais: Eric Barba, Charlie Bolwell, Atsushi Imamura, Chris McLeod, James Pastorius, Wendy Pirotte, Steve Preeg, David Pritchard, Kyle Ware, Kyle Ware, Daniel Warom; Animação: Jonah Austin; Anthony Rizzo; Companhias de produção: The Kennedy/Marshall Company, Paramount Pictures, Warner Bros. Pictures; Intérpretes: Brad Pitt (Benjamin Button), Cate Blanchett (Daisy), Julia Ormond (Caroline), Tilda Swinton (Elizabeth Abbott), Elias Koteas (Monsieur Gateau), Taraji P. Henson (Queenie), Jason Flemyng (Thomas Button), Faune A. Chambers (Dorothy Baker), Donna DuPlantier (Blanche Devereux), Jacob Tolano (Martin Gateau), Earl Maddox, Ed Metzger (Teddy Roosevelt), Danny Vinson, David Jensen, Joeanna Sayler (Caroline Button), Mahershalalhashbaz Ali (Tizzy), Fiona Hale, Patrick Thomas O'Brien, Danny Nelson, Marion Zinser, Peter Donald Badalamenti II, Paula Gray, Lance E. Nichols, Rampai Mohadi, Troi Bechet, Phyllis Somerville, Elle Fanning, Ted Manson, Clay Cullen, Edith Ivey, Robert Towers, Jared Harris, Sonya Leslie-Shepherd, Yasmine Abriel, Madisen Beaty, Tom Everett, Don Creech, Joshua DesRoches, Christopher Maxwell, Richmond Arquette, Josh Stewart, Ilia Volok, David Ross Paterson, Taren Cunningham, Myrton Running Wolf, Stephen Taylor, Devyn A. Tyler, Adrian Armas, Wilbur Fitzgerald, Ashley Nolan, Louis Herthum, Katta Hules, Rus Blackwell, Joel Bissonnette, Deneen Tyler, Spencer Daniels, Chandler Canterbury, Charles Henry Wyson, Jessica Cropper, Katherine Crockett, etc. Duração: 166 minutos; Distribuição em Portugal: Columbia TriStar Warner; Classificação etária: M/ 12 anos; Estreia em Portugal: 15 de Janeiro de 2009.

10 comentários:

Jubylee disse...

Eu gostei bastante do filme, mas tal como dizes, não é um filme de fácil interpretação - eu pelo menos acho que preciso de o ver pelo menos mais uma vez. Quanto às nomeações, tenho de concordar em pleno com a tua opinião - acho que apenas Taraji Henson justificaria uma vitória. Mas fiquei um pouco surpreendida por Cate Blanchett não ter sido nomeada, porque a achei muito bem.

*

Unknown disse...

Não li o conto, confesso, mas era inevitável que o Fincher fizesse uma reinvenção mais tenebrosa e dramárica do texto de F. Scott Fitzgerald.

Aquela catástrofe eminente e a Daisy moribunda, anunciando um fim próximo são muito deprimentes e duvido tê-los percebido bem no contexto do filme.

Há, efectivamente, algumas incoerências temporais. Não tanto nas diferenças de idades, mas antes pela regressão mental que o Benjamin aparenta ter quando caminha para a juventude. Ora, supus então que nasce velho, mas com a sabedoria e o conhecimento de uma vida e que morre jovem, inconsciente e esquecido de quem encontrou e conheceu, incluindo a própria Daisy que passa despercebida aos olhos da infância de Benjamin.
Até que por fim há aquele momento "brilhante" quando o bébe Benjamin lança aquele olhar cumplice à Daisy e a reconheçe...

Não creio que esta tenha sido a melhor forma de abordar o problema!

Mas, feitas as contas, o filme é bom e passível de ser apreciado por muitos.

Eu gostei, particularmente, da Banda Sonora e da fotografia. A meu ver, o filme merecia o reconhecimento nessas áreas, pelo menos.

Quanto ao resto, a crítica está excelente e direi apenas que espelha (muito) bem o que o filme é e do que dele podemos esperar.
Como sempre...


Um abraço, do
Helder

Hugo Cunha disse...

Não li o conto, mas vi o filme gostei, embora em partes o ache excessivamente longo e com algumas cenas que podiam ter sido cortadas, fazem com que o mesmo perca algum ritmo. Tem momentos geniais como os do velho a contar as suas aventuras com os raios de trovoada,a cena final, o acidente de automóvel da bailarina, etc. Estou consigo em que apenas Taraji Henson justificará um oscar ou então que surja em categorias técnicas como é o caso da excelente fotografia. De facto nota-se muito ao longo do filme a semelhança com Forrest Gump(o argumentista é o mesmo não é) especialmente nos momentos ligados á história da humanidade como a 2 guerra o Flower Power etc, mas estou como o Helder Magalhaes preciso de ver o filme outra vez. Nos próximos tempos vou procurar ver o resto dos nomeados á famosa estatueta Dourada.

isabel mendes ferreira disse...

eu devo ser muito maricas...passei quase três horas a chorar....



um texto estrondosamente belo de simples a levar-nos para a filosofia e claridades raras.

chorei chorei e chorei...porque resisto mal à beleza.

e uma banda sonora irrepreensível e
e
e
e
e......do amor que sela.



beijos.


(adoentados...mas muito sentidos)

Anónimo disse...

Saí sem paciência para assistir ao fim. Pecado meu, certamente, mas tanto bailado (ainda por cima da melhor bailarina do mundo), tanta refrega (do arrastão mais azarado), tanto Pai desnaturado, tanta mãe adoptiva boazinha, tanta boa gente, tantos mauzões, tanto Benjamin a ficar bonitinho. Tanta netinha a ler histórias antigas, tanto vento, tanta emoção ao mesmo tempo. Haverá quem ature 2 vezes esta inverosimelhança salpicada de Katrinas e alusões metafísicas?
E haverá quem lhe dê óscares?
LA, desculpe a impaciência, pois o seu post é excelente, como sempre.
MJ

Alberto Velez Grilo disse...

Eu gostei do filme. É menos simples do que aparente, e merecerá ser visto novamente.

Gostei especialmente de Blanchett (gosto especialmente de Blanchett). O meu Óscar vai para ela.

Parabéns Lauro António, pelo seu excelente texto.

via disse...

É uma estranha história e há neste realizador, quanto a mim, alguma megalomania, está sempre um bocadinho a dizer: olhem para mim, reparem como sou bom e nalgumas passagens isso dá para pôr coisas a mais, prefiro o Eastwood, a Troca. Embora este seja marcante pela estranheza da história e por uma certa poesia que a memória retém.

Paula Crespo disse...

Apesar de não ser um dos filmes da minha vida, certamente, gostei bastante. Acho que a caracterização das personagens está muito bem feita e acaba por ser um filme divertido, que embala o espectador naquele clima. Mais aspectos que considero relevantes já os escrevi neste post:
http://umaespeciedemim.blogspot.com/2009/01/no-sentido-inverso-ao-dos-ponteiros-do.html

Anónimo disse...

Procurava, no blog de Lisandro Nogueira, um texto a respeito desse filme que assisti ontem - depois de quase um ano sem ir ao cinema (longa licença maternidade)e deparo com seu texto, com você. Que bom revê-lo, ou melhor, relê-lo. Por cá tenho novidades: sou mamãe de um belo rapaz já com nove meses. Um abraço.

Anónimo disse...

Procurava, no blog de Lisandro Nogueira, um texto a respeito desse filme que assisti ontem - depois de quase um ano sem ir ao cinema (longa licença maternidade)e deparo com seu texto, com você. Que bom revê-lo, ou melhor, relê-lo. Por cá tenho novidades: sou mamãe de um belo rapaz já com nove meses. Um abraço.