quinta-feira, fevereiro 22, 2007

HOJE VAVA.DIANDO COM RAUL SOLNADO


RAUL SOLNADO
HOJE JANTAR NO VÁVÁ



Ser actor! Comunicar. Ser humorista! Criticar. Ser pessoa! Amar o próximo, mesmo quando dele se discorda, mesmo quando se critica. Raul Solnado é, possivelmente, o maior actor cómico português vivo. Sublinho o português. É ele quem melhor encarna, ainda hoje, nas suas composições, o que de melhor (e de pior) existe no português típico. O melhor, essa ternura do pobre diabo do desenrascanso crónico, esse amoroso cultivo da banalidade e da vitimização, esse olhar cândido do “arrebenta” que solta a imaginação, quando não pode soltar mais nada. O pior? O mesmo, sem a ternura, sem o amoroso, sem o olhar cândido.
Solnado descobriu o Malmequer lusitano. Cantou-o, imortalizou-o. Todos somos Malmequeres do seu canteiro. Ele é o Malmequer deste jardim à beira mar plantado. Quando se quiser saber o que somos, o que fomos, para onde vamos, basta colocar o disco a girar e recordar Solnado nas suas/nossas representações. Para o melhor e o pior somos aquelas figuras. Para o melhor, fica-nos a certeza de termos sido interpretados pelo génio de um grande actor, e, sobretudo, pela generosidade de um grande homem.



SOBRE TERTÚLIAS

No seu livro “Máscaras de Salazar”, Fernando Dacosta, recordando a vida dos cafés lisboetas durante a época do Estado Novo, conta:
“A ronda dos cafés tornara-se-nos um circuito de aconchego, de revitalização. Montecarlo, Monumental, Grã-fina, Vá-Vá, Mourisca, Smart, Paraíso, Pilar, Coimbra, Paulistana, Alsaciana, Cister, Tentadora, Veneza, Paladium, Nicola, Suíça, Garrett, Brasileira, eram rituais tertúlicos de encontros, de conhecimentos, de convívios, de afirmações, de oposições – prolongados, madrugada fora, pelo Estábulo, pelo Rei Mar, pelo Z, pelo Snob, pelo Botequim. “ (pág. 194).
Tertúlias era isso: um local de encontro onde se cruzavam caminhos e desejos. O Vá-Vá foi um deles, durante muitos anos, e, apesar das transformações, e muito por causa dos seus fiéis clientes, ainda continua a ser uma casa de aconchegos, de afectos, de amores e desamores, de amizades que se prolongam. (...)
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9 comentários:

  1. Tenho a certeza de que vai ser uma noite bem passada para todos os que possam estar presentes! Infelizmente, não é o meu caso. Boa tertúlia!
    A.P.

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  2. Tenho muita pena de não poder estar presente....a distância é grande e para complicar o meu carro recusa-se a andar...beijos

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  3. foi bom... conseguirão ainda ser melhores?

    e as coisas estranhas que havia naquela sala... até serpentes metafóricas a encher o ar... névoa, transparência ou ar puro?

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  4. Ana: ficaste a saber como foi, ainda que a desoras. Mas apareceres foi óptimo.
    Patricia: teria sido muito bem revê-la por estas bandas. Mas tertúlias há muitas, como os chapéus! Espermos. Com vontade de na próxima, 28 de Março, a ver por aqui.
    Inominável: tudo o que possas imaginar havia naquela sala. Uma atmosfera muito tensa... e algum ar puro, sim. E vão melhorar de certeza se todos quisermos. Mas já foi muito bom...

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  5. muito tensa? Não me pareceu, exceto em alguns momentos/personagens... poucos. Tás de parabéns, LA, tu e a tua acolhedora equipa: Eduarda e Frederico! Beijos a todos.

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  6. Nos velhos tempos do Vavá acompanhei várias vezes o meu pai a esses momentos mágicos e misteriosos...

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  7. Parabéns LA!
    Não achei nada tenso o ambiente, nem o ar pouco puro.
    Havia pessoas diferentes, troca de ideias diferentes...estilos diferentes...mas a graça reside aí, desde que não nos deixemos contaminar pelo que não nos interessa.
    Viva o eclectismo, marca indelével do LA.

    E será cada melhor estou certa.
    Bj

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  8. foi muito bom... queremos mais...

    e... não mudes, és lindo, continua assim...



    beijos e mais beijos



    B.
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  9. beijos e beijos, são todas lindas, não mudem, por favor, continuem assim... Tertuliando.

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