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segunda-feira, agosto 31, 2009

AINDA AS "ESCUTAS", II

:
DEMOCRACIA, POLÍTICOS E PORTUGAL
Dada a enorme polémica surgida no meu Facebook sobre este texto, cumpre-me esclarecer dois ou três pontos:
- De todos os sistemas políticos que conheço o melhor é a Democracia. É o único em que acredito, pela qual no passado lutei e no presente no bato. Só ela permite, por exemplo, este tipo de discussão. Só ela permite, por exemplo, saber, no caso em análise, se há escutas, ou se não há escutas. Se se investigarem os factos.
- Acreditando na Democracia, acredito na política e nos políticos. Por princípio. E acho absolutamente perversa a forma como muitos portugueses (falo de portugueses, são os que aqui me interessam) abordam a politica e adjectivam “os políticos”. Se existem políticos medíocres e outros corruptos, há também muitos competentes e sacrificados pelo bem público. Acho totalmente injusto uns pagarem pelos outros. Por isso é que a Democracia se regenera, investigando os erros e os vícios e fazendo pagar quem os pratica. Assim, por exemplo, no caso das anunciadas “escutas”, não acho possível não haver um culpado: ou quem escuta indevidamente, ou quem o afirma mentindo ou sem provas.
- Sobre Portugal. Com todos os defeitos que se lhe possam apontar, acho Portugal um quase milagre no mundo. Adoro Portugal, acho um País espantoso, temos dos maiores do mundo em quase todos os ramos do saber, das artes, das letras, do desporto. Temos das melhores paisagens, da mais ilustre História, temos um povo pacífico sem ser submisso, temos um saber viver muito próprio, que vai da saudade ao desenrascanço e de tudo isso eu gosto. Por isso cá estou, e cá continuo, escrevendo (e fazendo muitas outras coisas, claro) num blogue e no Facebook, porque (ao contrário do que pensa e escreve Miguel Sousa Tavares, que é um português que eu admiro em muitos aspectos) me dá gozo e julgo útil.

domingo, agosto 30, 2009

AINDA AS "ESCUTAS"

:
AGORA (JULGO) TER PERCEBIDO TUDO

Não tinha percebido ao que viera aquela insinuação proveniente de fonte anónima do Palácio de Belém que afirmava que alguém do Governo andava a escutar os telefonemas dos assessores do Senhor Presidente da República. Mas a coisa tornou-se agora límpida aos meus olhos e aos de quem queira ver.
Há dias, a Senhora Drª Manuela Ferreira Leite tinha afirmado numa entrevista à RTP que não lhe interessava saber se havia ou não escutas, e de culpa de quem eram os boatos. A ela interessava-lhe sobretudo saber que existiam suspeitas e mostrar como a vida portuguesa se encontrava eivada de suspeitas destas. Bonito. Para uma candidata a Primeiro-ministro, não se pode exigir mais. Em clareza. Em hipocrisia. Em demissão total frente à calúnia, desde que sirva os seus intuitos. O que afirmou foi que não lhe interessava saber se alguém do Governo andava às escutas (e logo do Senhor Presidente da República), nem se alguém do "staff" do Presidente mentiu ao dizer que havia escutas, para criar alarmismo no País, desacreditar o Governo, logo desacreditar José Sócrates e o PS, logo beneficiar o PSD, logo beneficiar Manuela Ferreira Leite. À referida Senhora não lhe interessa averiguar a verdade, se existir no País esse clima de suspeição, que pode ser criado por boatos como este. E que servem os seus propósitos eleitorais. Ficámos elucidados.
Agora aparece o Senhor Presidente da República a afirmar que não se mete em querelas partidárias, que está acima destas questões e que os cidadãos, “no tempo em que estamos”, não “devem desviar a sua atenção dos reais problemas do País.”
Portanto, “no tempo em que estamos”, não fará comentários com conotações partidárias (que é, de certa forma, reconhecer que a questão em causa é de conotação partidária), o que é grave.
Depois considera “que está acima” destes acontecimentos, o que é confirmado por tudo e todos, dado que sempre se falou numa "fonte anónima" da Casa Civil e nunca no próprio Presidente.
Finalmente, achar que haver escutas ou não na Presidência da República não é “um dos problemas reais do País”, é deixar subentender uma de duas coisas, ambas realmente graves:
1) não é um “problema real” porque sabe que não houve nem há escutas, o que é grave;
2) não é um “problema real” porque acha que o problema não é mesmo importante, quer haja ou não escutas. O que me parece conclusão realmente grave para um Presidente da República proferir de ânimo leve.
Por mim, considero esta questão muito grave e importante para que eu possa continuar a ter alguma confiança nos políticos que nos governam. Nos EUA um Presidente caiu por causa de escutas ilegais. Será que Portugal é muito mais tolerante com estas “ninharias”? Ou será que anda meio mundo a promover “o ambiente asfixiante de um País cheio de escutas” para que alguém que já se assumiu como directa herdeira desse clima possa ganhar eleições?
Esperamos os próximos episódios.

quinta-feira, agosto 20, 2009

AGORA SÃO AS ESCUTAS!?

:
CHEGA DE BANDALHEIRA!

Quase a um mês das eleições, alguém do Palácio de Belém veio dizer que alguém do governo anda a escutar os telefonemas dos assessores do Presidente da República.
Ao contrário do BE e do PCP que não deram especial importância a estas “tontices”, eu, e julgo que a maioria dos cidadãos portugueses, dou muita importância a este facto. De há uns tempos para cá parece que vivemos numa república das bananas, com casos sobre casos, anónimos sobre anónimos, insinuações sobre insinuações, e nada se sabe, fica tudo como está. É altura de dizer basta a esta bandalheira que nos submerge.
Vou votar daqui a um mês e quero saber quem roubou, e se roubaram no Freeport, ou se procuraram apenas linchar o Primeiro-ministro e o governo. Vou votar e quero saber antes se o governo ou alguém do governo anda a escutar Belém, ou se Belém inventa escutas para queimar o governo e beneficiar os seus camaradas partidários.
Eu, e julgo que alguns milhões de portugueses, quero saber quem são efectivamente os senhores que detêm o poder e em quem podemos confiar.
Era bom acabar com as insinuações, era excelente pôr fim a esta onda de calúnias sem rosto de cobardes sem provas ou sem a coragem de as apresentar. Estou farto deste País cada vez mais doente e sem dignidade.
Não estou a brincar: estou mesmo farto desta bandalheira.
Isto não é atmosfera saudável para viver.