
Parece que foi a 2 de Junho de 2006 que iniciei este blogue. Fez dois anos há dias, mas nem dei por isso. Lembrei-me ontem, durante uma conversa com amigas e amigos igualmente blogueiras. Foram dois anos de alguma escrita, e muita experiência blogueira, alguma da qual bem dispensava. Mexeriquices, má-língua, dor de cotovelo, invejas, cobardias encapotadas, comentários a torto e a direito até esvaziarem por completo o sentido e a dignidade das palavras, que passam a não querer dizer nada, mediocridade a armar aos cucos, enfim de tudo um pouco por aqui vi e li. Alguns e algumas esquecem a vida para se enterrarem neste terreno da convivência virtual e do falso elogio mútuo, onde se sentem muito bem. Rapapés e água de rosas, galanteios e doces mentiras, quem não gosta. E aqui distribuem-se sem receita médica. É ao gosto do freguês (sobretudo das freguesas que se colocam a jeito, à janela do blogue, vendo-os passar, parar e comentar).
Fiz amizades e desfiz conhecimentos, as amizades, as boas, as que mereceram a pena ficaram, mas fui também descobrindo muitas e excelentes vozes de pessoas que desconhecia e que me passaram a que merecer respeito, amizade e carinho. Há muita gente para quem os blogues são um veículo magnífico para democratizar a opinião. Nunca pensei que fosse diferente. Afinal, os blogues não são mais do que o prolongamento da vida. Aqui se cristaliza o que há de melhor e de pior na vida de todos os dias. Com a vantagem de quem tem cara e coragem escrever o que muito bem quer e entende e responsabilizar-se por isso. O que é muito bom. Os outros, os vermezinhos que atacam escondidos merecem aqui o que merecem lá fora: um completo desprezo.
De resto devo dizer que não perdi a vontade de continuar, apenas às vezes o tempo não permite escrever sobre tudo o que se queria abordar. O blogue funciona como uma espécie de diário pessoal, que se torna público, e através do qual se dialoga com os outros e connosco próprio.
Feitas as contas, há muito mais de positivo do que de negativo na prática de blogar. Mesmo blogando contra a corrente, merece sempre a pena se nos dá prazer.