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quarta-feira, junho 05, 2013

LISBOA NO CINEMA

OPEN NIGHT LITERÁRIA
 

Dia 6, na Livraria Barata, na Av. de Roma,
open night para se falar de muita coisa,
entre elas de cineastas, filmes e Lisboa.

terça-feira, julho 17, 2007

ELEIÇÔES EM LISBOA E BRINCADEIRAS

No "Hoje há Conquilhas...",
Tomás Vasques contabilizava os números das
Eleições em Lisboa
resultados finais:

PS - 57 907 - 29.54% - 6 Mandatos.

Carmona - 32 734 -16.70% - 3 Mandatos.

PPD/PSD - 30 855 - 15.74% - 3 Mandatos.

Roseta - 20 006 - 10.21% - 2 Mandatos.

PCP-PEV - 18 681 - 9.53% - 2 Mandatos.

B.E. -13 348 - 6.81% - 1 Mandato

CDS-PP - 7 258 - 3.70% - O Mandatos

Na contabilidade do meu blogue,

numa brincadeira que esteve aqui ao lado,

durante as últimas semanas,

os resultados foram muito diferentes nalguns aspectos.

Por brincadeira, veja-se a votação de 182 votos:


Se fosse hoje, em quem votaria?


Votos
Antonio Costa 43% 78 votos
Helena Roseta 27% 50
Fernando Negrao 3% 6
Carmona Rodrigues 3% 5
Telmo Correia 1% 1
Garcia Pereira 2% 4
Ruben de Carvalho 8% 14
Goncalo da Camara Pereira 1% 1
Sa Fernandes 9% 17
Manuel Monteiro 3% 6


quinta-feira, julho 05, 2007

ELEIÇÔES: LISBOA OU CAVACO?

A campanha do candidato Dr. Fernando Negrão para a Câmara de Lisboa parece não acertar uma.
Em lugar de tentar vencer as autárquicas, agora lança-se na defesa do Prof. Cavaco Silva. Francamente.
“Aqui quem manda não é o Governo, é o Presidente.”
Numa altura em que a coabitação institucional até tem sido tão boa, para quê levantar esta questão?
“Não havia necessidade”, como diria o outro.

PS. Ou será que o slogan se refere simplesmente ao PSD? Lá está em cima a sigla: PSD. Em baixo a mensagem: "Aqui quem manda não é o Governo, é o Presidente!"

quarta-feira, junho 20, 2007

A MINHA LISBOA EM CINEMA


Aqui há uns anos atrás, o Manuel Costa e Silva organizou um livro, por altura de "Lisboa Capital Cultural da Europa" (1994), onde vários realizadores falavam da "sua" Lisboa, nos "seus" filmes. Agora que se preparam eleições para esta cidade magnífica, ultimamente tão maltratada, apetece-me recordar o meu depoimento de então:



LISBOA QUE EU JÁ FILMEI / LISBOA QUE EU NÃO FILMEI AINDA...


Sou lisboeta, nascido nesta cidade vai para cima de cinquenta anos. E, com a excepção de um intervalo de oito anos de adolescência, nunca deixei Lisboa. Nem mesmo quando viajo por fora, por metrópoles mais cosmopolitas e apetecíveis para muitos, nem mesmo nessas alturas Lisboa me sai do pensamento e do coração. Nestes casos, porém, sair é duplamente vantajoso: primeiro, porque se sai; a seguir, porque duas semanas depois já sabe bem voltar. Os poetas chamam a este sentimento a "saudade" tão portuguesa. Será?
Sei, isso sim, que Lisboa é uma cidade que gostaria de ter filmado muito mais do que o fiz até hoje, por cinscunstâncias várias, mas sobretudo porque não tenho muito jeito para pôr a andar projectos. Falta de talento, sei que não é, e a conclusão não encerra nenhuma valorização especial. Verifico apenas que outros, menos dotados, o conseguem. Donde... Mas também creio que nesta democracia de sucesso, o triunfo sorri aos que fazem pela vida. E que o sabem fazer.
Mas, apesar de tudo, Lisboa tem estado presente no meu cinema, logo desde o primeiro filme, uma curta metragem que entrelaçava o meu amor pelo cinema e por Lisboa: "Vamos ao Nimas", uma curta metragem de 1974, testemunhando o desaparecimento dos "cinemas de bairro", ou de "reprise", e homenageando-os ao mesmo tempo. Aí procurei visitar os poucos onde ainda se podia ouvir o doce ruído de um projector de cinema, e todos os outros que se haviam transfigurado já em bancos, armazéns, igrejas...
Mais tarde, em 1983, dirigi para a RTP, uma série de filmes em 16 milímetros, onde se encontra "Paisagem sem Barcos", sobre um belissimo e angustiante conto de Maria Judite de Carvalho. Para protagonista fui repescar Isabel Ruth, actriz de quem muito havia gostado em "Os Verdes Anos", e, através dela e das imagens de Lisboa, procurei retomar, vinte anos depois, as avenidas novas onde decorria o filme de Paulo Rocha. Mais uma homenagem cruzada, a Lisboa e a um filme que marcou uma geração...
"O Vestido Cor de Fogo", segundo José Régio, é uma notável novela que aprendi a amar, desde o tempo em que o escritor foi meu professor de português e francês, no liceu de Portalegre, e frequente visita de casa de meus pais. O subsídio que então tive para adaptar o filme, não deu para a necessária reconstituíção de época, mas dava para uma dupla adaptação: da novela a cinema, por um lado; de Portalegre, anos 40, para Lisboa, na actualidade. Sendo uma obra que eu procurei que fosse essencialmente de interiores, como intímos eram os conflitos, Lisboa não aparece muito, mas ainda assim surgem algumas sequências onde a cidade é cenário privilegiado, desde o Jardim Botânico ao Cais do Sodré, passando por Campo de Ourique.
Lisboa nunca deixou depois de estar presente, numa série como "A Paródia" (1986/7), num "Conto de Natal"(1988), numa outra série de poesia, "Cantando Espalharei..."(1989), todas para a RTP, mesmo num filme de publicidade que me deu um enorme prazer realizar; "Bocage- Café Nicola". Mas a Lisboa de inicíos do século XX poderia estar bem documentado num projecto abortado, "Florbela", ficcionando a vida de Florbela Espanca.
Curiosamente, sem que os espectadores o saibam, Lisboa está também na "Manhã Submersa" (1980), pois todos os interiores do seminário do Fundão foram rodados numa das velhas dependências da Casa Pia de Lisboa, ali para Xabregas, e mesmo um ou outro plano de exteriores é de Lisboa a fazer-se passar por província. O que dá razão a quem diz que o cinema é a arte de tornar verdade a mentira...
Também por altura de inícios da década de 80, principiei a rodagem de uma série para a RTP que procurava reunir e preservar alguns usos e costumes em risco de extinção na capital do reino. Chamara-lhe "Os Arquivos de Lisboa". Ainda filmei material para um episódio sobre "Os Quiosques" e outro sobre "A Feira Popular", mas entretanto o preto e branco caiu em desuso na RTP, o material nunca chegou a ser montado, a série ficou por aí...
E, já agora, na pré história da minha filmografia, situa-se um filme de cujas imagens tenho boas recordações e que falava de Lisboa, essa "Grande, Grande era a Cidade" que fui buscar a um fado de Amália. Mas, como de tudo o mais tenho péssimas recordações, o melhor é não desenterrar defuntos e deixar essa Lisboa apenas guardada na memória.
Lamento, no entanto, que Lisboa, senhora de motivos mais do que suficientes para apaixonar os cineastas portugueses, o não tenha logrado em larga escala até hoje. Não muitos foram os que conseguiram dar a luz da cidade, essa luz simultâneamente vigorosa e doce, que recorta as manchas de cor, mas as envolve com a suavidade de uma carícia; raros foram os que se deixaram embrenhar pelas ruas estreitas, becos e vielas de outrora e os restituiram na écran com a fidelidade necessária; e quem já deu de Lisboa essa multiplicidade de formas, de cores e de luz que se desbobra pelos diferentes degraus das suas sete colinas? Muito poucos. Por isso Lisboa merece mais e melhor atenção dos cineastas portugueses, apesar de muitos filmes nacionais (e também muitos estrangeiros, quem não recorda "A Cidade Branca", de Alain Tanner, para só citar um exemplo?) a terem escolhido por cenário.

Foto: Marek Sawicki