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quinta-feira, novembro 08, 2007

A CAMINHO DO BRAGACINE

Programa do Bragacine
Festival de Cinema de Braga
O que ainda falta:

Quinta-feira, 08 de Novembro 2007
16.30 – Colóquio Internacional “Cinema e Ecossistema” com a presença do Dr. Lauro António, Prof. Doutor Manuel Martins (Professor Catedrático da Universidade do Minho), Mestre Artur Barros Moreira (Director do BragaCine), Representante da Embaixada dos Estados Unidos da América, Câmara Municipal de Braga, Governo Civil de Braga.

O Colóquio será moderado por Dalila Monteiro (jornalista TSF/Visão).
18.45 – “ A Velha Raposa” de Henry Hathaway. Com John Wayne.
21.30 – Estreia em Braga
23.30 – “Venus Drowning” de Andrew Parkinson. Realizador de “Os Mortos Vivos”

Sexta-feira, 09 de Novembro 2007
19.00 – “Humanos” de António Ferreira e Rockmentário de Sandra Castiço. Presença e intervenção dos realizadores.
21.30 – “ Outlanders” de Dominice Leef (vencedor dos prémios Basta(oscares britânicos) -Thriller, na linha de “Déjà Vu” e “Departed”.
23.30 – “ As Loucuras de Jake” de Jonathan Newman

Sábado, 10 de Novembro 2007
16.30 – “Easy Rider” de Dennis Hopper
21.30 – Sessão Oficial de Encerramento: “La Cucina” de Allison Hebble & Zed Starkovichi. Anteestreia euuropeia. Com Christina Hendricks, Joaquim de Almeida, Rachel Hunter. Selecção oficial do Festival Internacional de cinema independente de Hollywood. Antecipado pela curta metragem “Deus Não Quis” e “Ó Moço se fores ao Monte” (videoclip musical , interpretado por Paulo Ribeiro) de António Ferreira.
Homenagens a John Hurt, Joaquim de Almeida, Lauro António, António Ferreira e Entrega dos Prémios das obras a concurso: BRAGACINE-AUGUSTA
23.30 – “Filme Vencedor do Grande Prémio Bragacine /Augusta”

segunda-feira, junho 11, 2007

NOS TEMPOS DE "GABRIELA"


Fala-se tanto em telenovelas que me apeteceu recordar como tudo começou em Portugal. Há trinta anos atrás. Eramos jovens e virgens de telenovelas. Apareceu "Gabriela, Cravo e Canela."


O aparecimento da telenovela “Gabriela” em Portugal foi um acontecimento único, a vários níveis. Desde logo, porque marcou a estreia do formato telenovela diária nos écrans portugueses. Depois porque, sendo uma obra adaptada de um romance de Jorge Amado, garantia à partida uma qualidade e interesse acima da média (não o sabíamos nessa altura, mas viemos a confirmá-lo posteriormente: “Gabriela” foi, se não a melhor, uma das melhores telenovelas produzidas no Brasil). Depois, tanto criadores e técnicos, a começar pelo realizador Walter Avancini, como o elenco, eram de primeiríssima grandeza, com Sónia Braga, José Wilker, Armando Bogus, Dina Sfat, Paulo César Pereio, Paulo Gracindo, Ary Fontoura, e tantos outros, em plena forma e carreiras ascensionais.
Era uma delícia descobrir estes actores e vê-los trabalhar com o sabor de uma língua portuguesa re-criada, re-inventada. A história era magnífica, a forma como as situações se multiplicavam e se entrechocavam um modelo criativo brilhante, os cenários naturais espantosos, descobrindo-nos, a nós portugueses, uma cultura e uma civilização irmãs, onde nos víamos igualmente reflectidos com nitidez.
Portugal parava diariamente à hora da telenovela, o parlamento fechou mais cedo nos derradeiros dias da sua exibição, todos os programas se organizavam em redor do episódio do dia - não era alienação colectiva, era apenas o sedutor poder do espectáculo no seu melhor. A sociedade portuguesa transformou-se obviamente assistindo a esta obra: adoptou o sotaque brasileiro como segunda língua, adoptou as actrizes e os actores brasileiros como vedetas indispensáveis em qualquer festejo fraterno, adoptou usos e costumes, expressões idiomáticas, e começou a rebolar a bunda ao som do samba. Calmamente. Ao ritmo nacional.
Depois, houve algumas outras telenovelas que quase roçaram o céu (estou a lembrar-me por exemplo de “Roque Santeiro”), mas o milagre não voltou a surtir o mesmo efeito. “Gabriela” foi o estado de graça irrepetível. Como será revê-la, hoje em dia, quase trinta anos depois? Certamente um prazer, mas não um prazer igual ao primeiro. Saravah!