segunda-feira, outubro 30, 2006

Cine Eco: Os Prémios

“O Ataque do Tigre”
do realizador russo Sasha Snow
foi o grande vencedor
do Festival de Seia -
Cine’Eco 2006


O Filme “O Ataque do Tigre” (Conflict Tiger) do realizador russo Sasha Snow é o grande vencedor do Cine’Eco 2006 – XII Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, que se realizou em Seia de 20 a 29 de Outubro.

“O Ataque do Tigre” fala de um caçador inexperiente e insensato, que nas florestas do Leste Russo, provoca uma infame série de ataques de tigres nas pessoas do vilarejo. As autoridades locais convocam os serviços de Yuri Trush, um especialista em seguir e eliminar os tigres que perderam o seu medo do homem. O filme mostra a mais notável perseguição de Yuri a um tigre comedor de gente como base de um documentário de suspense.
Sasha Snow era fotografo de arquitectura antes de surgir como montador na BBC, em 1991. Em 1997 ganha o BAFTA/Post Office Scholarship para Melhor Filme de Estudante, com “Peace Under A Power Station”, enquanto estuda realização documental The National Film & Television School. Em 2002 diploma-se com o seu primeiro filme rodado na Rússia, “A St. Petersburg Symphony”. Seguem-se ‘Arctic Crime & Punishment’ e ‘Conflict Tiger’. “O Ataque do Tigre” arrecada assim o Grande Prémio Cine’Eco atribuído pela Câmara Municipal de Seia, no valor de € 3.750 Euros, além da campânula de ouro, símbolo máximo do festival.

Outro dos grandes vencedores do festival é o filme “Ainda Há Pastores?” de Jorge Pelicano, que ganhou o prémio Lusofonia, (que é visto como o segundo melhor prémio do Cine’Eco) no valor de € 2.500 Euros e a respectiva campânula.
O filme, considerado a melhor obra a concurso, produzida e realizada em país lusofono, retracta a vida de Herminio, um jovem pastor de 28 anos nos casais de Folgosinho, em plena Serra da Estrela, onde não há luz eléctrica, não corre água canalizada, não há estradas. “Um lugar que se perde no silêncio de um vale entre as montanhas da Serra, que em tempos foi um autêntico santuário de pastores. Contudo, Hermínio contraria o fim. Dizem que é o pastor mais novo, mas também o mais doido. O futuro de Hermínio é inquietante. Até quando o jovem Hermínio será pastor? Mas...ainda há pastores?”

O Prémio “Educação Ambiental” foi atribuído ao filme “Ouro Branco – O Verdadeiro Preço do Algodão” de Sam Cole (Reino Unido, 2005), por ter sido considerada a obra que melhor abordou, do ponto de vista didáctico - pedagógico os temas a concurso.

O Prémio “Água” foi para o filme “Águas Agitadas” do jornalista da SIC Bernardo Ferrão (Portugal, 2005) por ser a obra a concurso a promover melhor o tema dos recursos hídricos.

Uma Alquimia em Verde”, de Dave Dawson (Nova Zelândia, 2005) venceu o prémio “Vida Natural”, por ser a obra a concurso que no entender do júri melhor promove o tema da conservação da natureza e da bio-diversidade.

O Prémio “Polis” foi atribuído ao filme “Atingido” do realizador Michael Trabitzsch (Alemanha, 2005/2006), por ter sido considerado o melhor a promover o tema da requalificação urbana e valorização ambiental.

O Prémio “Antropologia Ambiental” foi atribuído ao documentário “O Cavalo Operário” de Alain Marie (França, 2006) por ser a obra a concurso que melhor promove o tema da inserção do homem no seu quotidiano.

O Prémio Vídeo Não Profissional foi conquistado pelo filme “Muitchareia” de Uliana Duarte (Brasil, 2006).

O Prémio “Camacho Costa” foi para o filme “Giovanni e o Mito Impossível das Artes Visuais”, de Gabriele Gismondi & Ruggero Di Maggio (Itália, 2005).

O Júri Internacional presidido pelo Professor Fernando Catarino atribuiu ainda Menções Honrosas aos seguintes filmes: - “O Amendoim da Cutia” de Komoi Panará e Paturi Panará (Brasil, 2005); “Da Pele à Pedra”, de Pedro Sena Nunes (Portugal, 2005); “Feridas Atómicas” de Marc Petitjean (França, 2005);

O Júri da Juventude atribuiu por sua vez os seguintes prémios:

“Grande Prémio” para o filme “Feridas Atómicas” de Marc Petitjean (França, 2005);
“Melhor Animação” para o filme de animação “49”, de Ichiro Iwano (Japão, 2006);
“Prémio Verde” para o filme “Uma Alquimia em Verde”, de Dave Dawson (Nova Zelândia, 2005);
“Melhor Curta metragem” para o documentário “Giovanni e o Mito Impossível das Artes Visuais”, de Gabriele Gismondi & Ruggero Di Maggio (Itália, 2005);
“Prémio Verdade Inconveniente” ao filme “Os Filhos da Montanha” de Juan S. Betancor (Espanha, 2005);
“Prémio Humanidade” ao filme “Os Refugiados do Planeta Azul” de Jean Philippe Duval e Heléne Choquette (França e Canadá, 2006);
Menções Honrosas para: “O Ataque do Tigre”, do realizador Sasha Snow (Russia, 2005); “Terras A Separam-se: Uma Saga Islandesa” de Zoltán Török (Hungria e Suécia, 2005); “Ouro Branco” de Sam Cole (Reino Unido, 2005); “H2O – Água à Venda”, de Leslie Frank (Alemanha, 2005) e “Ainda Há Pastores?” de Jorge Pelicano (Portugal, 2006).
Comunicado do Festival.

5 comentários:

Anónimo disse...

O Cine Eco está mais uma vez de parabéns. Excelentes filmes sobre a temática do meio ambiente, cada vez mais na ordem do dia.
Só se lamenta a distracção da imprensa nacional, que teima em concentrar quase exclusivamente as atenções para o que acontece em Lisboa e Porto. Imperdoável!
já lá vão 12 anos. E venham mais outros 12 e outros 12.
E para quem ainda não conhece, o Cine Eco realiza-se em Seia, que é uma cidade que vem no mapa.
Descubram-na. Tem uma excelente gastronomia e gente do melhor.

Germano

BlueAngel aka LN disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
BlueAngel aka LN disse...

Não fui ao Festival. Mas foi bom ficar a saber quais os premiados. Se puder vou tentar ver alguns. Foi bom descobrir este espaço.

Lauro António disse...

blue angel: obrigado pela visita, tanto mais que tens um nick que faz a minha felicidade, um dos filmes da minha vida. rocura ver alguns dos filmes, são muito bons. Acho que és de Lisboa, devem passar no Museu da Água. Visitei o teu blog. Continua a passar por aqui - serás sempre benvinda. LA

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

"acho esta discussão extremamente interessante, e isto sim, vale a pena comentar e polemizar. Neste campo os blogs podem ter um papel importante. Sobretudo se as pessoas que aqui botam faladura, o fizerem sem ser sob o cobarde anonimato. Acho mesmo que quem fala sob anónimato não deveria sequer ser ouvido. Dar crédito a quem não se expõe, aí sim, parece-me opção de uma leviandade total. Quem não dá a cara, não pode falar de educação. Não sabe o que é."

Lauro, acho que podias lançar no teu espaço o debate.