Já agora uma contribuição pessoal para o debate. Durante dezenas de anos fui professor no Porto, deslocava-me semanalmente a esta cidade que eu amo, vi magníficos espectáculos em muitos dos seus palcos. Raros os bons que vi no Rivoli, onde o Fantasporto, esse sim, marcou lugar destacado, nos últimos anos. Para ser sincero, para lá de ciclos de cinema, concertos, um ou outro espectáculo curioso, pouco me recordo mais. Mas não esqueço algumas memoráveis chatices de um pretensiosismo intelectual de bradar aos céus. Com muitos votos de pobreza franciscana que a “burguesa” sala do Rivoli acolhia.
Vejamos então o texto da tal revista. Agradeço informação detalhada de quem de direito. Se houver “quem de direito” nesta questão toda. O pior será se tudo isto não passar de uma defesa de interesses económicos rasteiros.
Tentar promover a cultura de forma racional e sem demagogia
Com a responsabilidade da animação da cidade e a gestão do Teatro Rivoli, a Culturporto era a estrutura mais criticada de toda a Câmara do Porto. Acusada de não promover a animação, de ter muitos funcionários e de não conseguir chamar a cidade ao Rivoli, a Culturporto estava numa situação realmente insustentável.
Nos últimos 4 anos, a Câmara transferiu 11 milhões de Euros para o Rivoli ou seja, cerca de 1.500 contos por dia. O dobro do que gastou na requalificação de escolas e quase o dobro do que gastou com a acção social ou com a manutenção e utilização de todos os seus equipamentos desportivos. Enquanto isso, as receitas de bilheteira apenas cobriram 6% da despes. O resto, 94%, foram pagos pelo erário público.
Por isso transferimos a animação da cidade para a "PortoLazer", e vamos passar a gestão do Rivoli para uma entidade privada com contratos de 4 anos, por forma a que os próximos executivos tenham a liberdade de fazer uma opção diferente se assim o entenderem.
Com esta reforma a Câmara vai poupar maias de 2 milhões de Euros por ano que poderá investir em sectores decisivos para aquele que é o nosso principal objectivo: a política de integração e equilíbrio social.
1 comentário:
Aconselhava que lesse este excerto de uma notícia do Público:
http://quartaparede.wordpress.com/2007/02/14/uma-noticia-que-eu-ja-devia-ter-divulgado/
Ou, se não quiser ter o trabalho, o excerto que responde à sua pergunta:
"Quando, em Julho do ano passado, anunciou a privatização do Rivoli, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, argumentou que a autarquia pouparia, com esta medida, 10,9 milhões de euros em quatro anos. Essa quantia corresponde, porém, ao total da verba que a câmara transferiu, entre 2002 e 2005, para a Culturporto, entidade já extinta e que geria não só o Rivoli, mas assegurava também as actividades de animação da cidade (as quais vão continuar a ser pagas pela edilidade, através da empresa municipal PortoLazer, entretanto criada)."
Enviar um comentário