quarta-feira, outubro 10, 2007

LIVROS: PLANO DE EVASÃO

PLANO DE EVASÃO

Acabei de ler outro livro magnífico de Adolfo Bioy Casares. Chama-se “Plano de Evasão”, tem por cenário mais uma vez de uma ilha, uma ilha prisão, para os que estão, para os que chegam, onde vem aterrar um tal Henrique Nevers, que se proclama administrador, colaborante de Castel, o misterioso e estranho director da prisão, que na ilha do Diabo, constrói algo de que se suspeita a existência, mas de que se desconhece o significado ou o efeito.
Que leva Nevers a ali desembarcar, recordando Irene, o amor perdio ou deixado além? Que está por detrás desta viagem que prenuncia algo de trágico? Existirá realmente aquela ilha? Que “plano de evasão” prepara o director da prisão para os seus prisioneiros, e para si próprio? Onde começa a loucura e termina a lucidez? Quem somos nós, perdidos nessa paisagem que relembra de novo “A Ilha do Doutor Moreau”?
Adolfo Bioy Casares, depois de “A Invenção de Morel”, continua no plano maior dos génios da literatura. Para quem gosta do fantástico, de um realismo fantástico que nos arranha levemente a pele a cada nova página, este é um autor a não perder.


ADOLFO BIOY CASARES

Adolfo Bioy Casares, considerado um dos maiores escritores argentinos de sempre, nasceu a 15 de Setembro de 1914 em Buenos Aires. Continuo a seguir uma pequena nota encontrada na Internet: aos 11 anos escreve o primeiro romance, “Iris y Margarita”, que plagiava "Petit Bob" de Gyp, para com ela seduzir a sua paixão, uma prima de quem estava perdidamente enamorado. Aos 14, surge “Vanidad o Una Aventura Terrorífica”, entrando abertamente pelo fantástico e o policial. Em 1932 conhece, em casa de Victoria Ocampo, o que virá a ser o seu maior amigo e colaborador, Jorge Luis Borges. Este e Silvina Ocampo convencem-no a dedicar-se inteiramente à escrita. Casa com Victoria Ocampo em 1940 e publica “La Invención de Morel”, sua obra mais famosa, hoje um clássico de culto da literatura contemporânea. Bioy e Borges formam durante alguns anos um duo criativo, escrevendo e publicando obras a duo, como “Un Modelo para la Muerte”, “Libro del Cielo y del Infierno” e “Crónicas de Bustos Domecq”, a maioria das quais assinadas com pseudónimo, H. Bustos Domecq. Em 1954, publica “El Sueño de los Héroes”, e nasce a sua única filha, Marta. Em 1969 aparece “Diario de la Guerra del Cerdo”, adaptada depois ao cinema por Leopoldo Torre Nilsson. Entre outros prémios, recebe em 1975 o Gran Premio de Honor de la SADE, é nomeado Membro da Legião de Honra de Francia 1981, e em 1990 recebe o Prémio Cervantes. Considerado por Jorge L. Borges como um dos maiores escritores argentinos de ficção, Bioy Casares tem uma escrita muito pessoal, fundindo realidade e fantasia, onde a elegância do estilo e a fulgurância da imaginação são essenciais. Adolfo Bioy Casares morreu em Buenos Aires a 8 de Março de 1999.


Na sua obra há a destacar:
Romances:
La Invención de Morel (1940)
Plan de Evasión (1945)
El sueño de los héroes (1954)
Diario de la Guerra del Cerdo (1969)
Dormir al Sol (1973)
La Aventura de un Fotógrafo en La Plata (1985)
Un Campeón Desparejo (1993)
De un Mundo a Otro (1997)
Contos:
Prólogo (1929)
17 disparos contra lo porvenir (1933)
La estatua casera (1936)
Luis Greve, muerto (1937)
La trama celeste (1948)
En memoria de Paulina
Las vísperas de Fausto (1949)
Historia prodigiosa (1956)
Guirnalda con amores (1959)
El lado de la sombra (1962)
El gran serafín (1967)
El héroe de las mujeres (1978)
Historia desaforadas (1986)
En viaje (1996) cartas a Silvina
Obras em colaboração:
Seis problemas para don Isidro Parodi (1942), con J.L.Borges
Dos Fantasías memorables (1946), con J.L.Borges
Los que aman, odian (1946), con Silvina Ocampo
Un modelo para la muerte (1946), con J.L.Borges
Crónicas de Bustos Domecq (1967), con J.L.Borges
Nuevos cuentos de Bustos Domecq (1977), con J.L.Borges

Sobre Bioy Casares:

"En una época de escritores caóticos que se vanaglorian de serlo, Bioy es un hombre clásico. No ha cesado aún el debate de los antiguos y de los modernos; Bioy es ajeno a los dos bandos. Es el menos supersticioso de los lectores." - Jorge Luis Borges

"Quisiéramos ser Bioy ... porque nos gustaría tanto escribir sobre Bioy como lo hubiera hecho él... y ... a nosotros nos va a ser imposible." - Julio Cortazar

"El amor - en Bioy Casares - es una percepción privilegiada, la más total y lúcida, no sólo de la irrealidad del mundo, sino de la nuestra." - Octavio Paz

Citações de Bioy Casares:

Resultado:
“Conócete a ti mismo; conviértete en egoísta y en enfermo.”

Pauta:
Que tu vida se asemeje a una descripción de tu vida

Nadie es totalmente fuerte.

El mismo lobo tiene momentos de debilidad, en que se pone del lado del cordero, y piensa: Ojalá que huya.

Ao meu próximo:
Tu alma didáctica no debe halagarse con la suposición de que te irrito porque tengo defectos. Te irrito porque existo.

Escrever:
Cada frase es un problema que la próxima frase plantea nuevamente.

Espelhos:
La disciplina en que somos eruditos nos agrada. En ella asistimos al diestro ejercicio de nuestra inteligencia. En ella nos agradamos.

Última reunião:
Reunirse con los otros: morir. Quieran los dioses prolongar mi soledad.

Divisão de Trabalho:
El domingo los trabajadores están por fin con sus mujeres; los ociosos, por fin, sin ellas.
Justo castigo
Los demonios me contaron que hay un infierno para los sentimentales y los pedantes. Ahí los abandonan en un interminable palacio, más vacío que lleno, y sin ventanas. Los condenados lo recorren como si buscaran algo y, ya se sabe, al rato empiezan a decir que el mayor tormento consiste en no participar de la visión de Dios, que el dolor moral es más vivo que el físico, etcétera. Entonces los demonios los echan al mar de fuego, de donde nadie los sacará nunca.

1 comentário:

Luis Eme disse...

Fiquei com vontade de ler este "plano de evasão"...