quinta-feira, outubro 30, 2008

CARLOS PORTO

Carlos Porto e a mulher, Teresa, numa foto retirada do site do Fitei.

Esta a notícia da Lusa, que passou, de noticiário em noticiário, no dia 29 de Outubro:

Morreu o crítico de teatro e dramaturgo Carlos Porto
Lisboa, 29 Outubro (Lusa) - O crítico de teatro e dramaturgo Carlos Porto morreu hoje aos 78 anos, em Lisboa, vítima de pneumonia, disse à agência Lusa fonte próxima da família.
Carlos Porto, pseudónimo de José Carlos da Silva Castro, nasceu no Porto em 1930 e notabilizou-se sobretudo na crítica de teatro durante quase cinquenta anos, sobretudo no Diário de Lisboa e no Jornal de Letras.
Um dos fundadores da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, Carlos Porto deixou obra como poeta, dramaturgo e tradutor, estando publicados, entre outros, "10 Anos de Teatro e Cinema em Portugal 1974-1984", "O TEP e o teatro em Portugal", "Fábrica Sensível" e "Poesia Cega".
Maria Helena Serôdio, directora da revista Sinais de Cena e amiga do crítico de teatro, recordou hoje à agência Lusa que Carlos Porto "foi um dos grandes fazedores de opinião pública em termos de teatro". "Era um crítico muito respeitado e por vezes muito temido, que provocou algumas polémicas, mas que respondeu sempre com coragem e frontalidade", disse Maria Helena Serôdio, reforçando o papel que Carlos Porto teve na década de 1970 na divulgação do trabalho de Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo.Foi, sobretudo, no Diário de Lisboa que Carlos Porto se destacou, disse Maria Helena Serôdio, "como combatente absolutamente decidido e corajoso sobre a liberdade do teatro, sobre a inovação e sobre o profissionalismo".
O corpo de Carlos Porto estará em câmara ardente a partir das 17:00 na Igreja de Arroios, em Lisboa. O funeral sairá às 15:00 de quinta-feira para o cemitério dos Olivais, em Lisboa.

Morreu o crítico de teatro e dramaturgo Carlos Porto

Será que muitos sabem quem foi? Será que sabem que pertenceu a uma geração brilhante da crítica em Portugal? Será que se calcula a importância que teve ao longo de décadas?

Conheci-o no "Diário de Lisboa", numa época em que este jornal era a cartilha da crítica e da opinião em Portugal, entre finais da década de 60 e meados dos anos 70. Na televisão dominava Mário Castrim, no cinema tínhamos aparecido eu e o Eduardo Prado Coelho, na música, a voz era a do Mário Vieira de Carvalho, no bailado, escrevia Manuela de Azevedo, e havia ainda gente muito interessante nas artes plásticas, ma literatura, até na tauromaquia a crítica era afamada. Havia suplementos culturais e sentia-se que o papel da crítica tinha uma influência decisiva. Tudo muito distante do que acontece hoje em dia, em que a crítica em Portugal quase não tem significado. Carlos Porto foi um dos nomes importantes desse período e um homem que representou um papel particularmente importante no campo do teatro que se encenava e se escrevia entre nós.

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