Em Maio deste ano escrevi sobre o desaparecimento de Madie e sobre o que pensava sobre um determinado comportamento dos seus pais. Aqui. Houve quem não gostasse. Nessa altura a histeria era de sinal positivo e ninguém podia sequer apontar um descuido aos pais.
Apontei, e apontarei, qualquer que seja o desfecho desta história.
Agora a histeria é de sinal contrário, e, tendo em conta dois importantes sintomas (o Vaticano e o governo inglês, que sorrateiramente se afastaram do caso, eles que devem saber muito mais do que nós!), tudo leva a crer que não há fumo sem fogo neste caso.
Pois continuo a protestar, mas agora com sinal contrário: nada de crucificar sem provas insofismáveis.
Há um filme admirável que marcou e moldou a minha vida: "Doze Homens em Fúria". Vejam e meditem. Sem provas inequivocas, a Humanidade prefere manter em liberdade um possivel criminoso, do que enjaular, ou tirar a vida, a um inocente injustiçado. "Johnny Guitar" e a histeria macchartista, é outro bom exemplo. Há muitos mais.
Tenho muitas, mas mesmo muitas dúvidas sobre o que não queria ter nenhuma. Mas mesmo assim, respeitem-se as regras que a civilização criou: sem verdades absolutas, não há condenações absolutas.
Claro que há factos provados que não deixam dúvidas. No dia em que foi dada como desaparecida cerca das 22 horas, Madie e os irmãos foram recolhidos da creche do aldeamento onde passavam férias pelas 18 horas. É um dado objectivo que vem em todas as cronologias dos jornais. Às 18 horas, os pais foram buscar os três filhos à creche para os levarem para casa, onde certamente lhes deram banho e a seguir o jantar e os puseram a dormir até ao dia seguinte.
Depois saíram e foram jantar.
Portanto quando é que aqueles pais estavam com os filhos em férias? À tarde colocavam-nos na creche. À noite punham-nos a dormir, com ou sem soporiferos. Sabe-se o que faziam com eles de manhã?
Que são uns pais muito sui generis, são. Não tenho dúvidas.
5 comentários:
apartir desta semana em www.blogoris.blogspot.com começa a votação para melhor filme do ano . "o melhor filme de janeiro" é a primeira votação. para já "blood diamond" vai na frente. vota!
Parece que a noticia sobre o Vaticano não tinha fundamento. Nunca lá houve fotografia de Madeleine McCan.
A terceira foto é a casa da família McCan, tipica casa de condomínio britânico, enquanto que Tim Burton retrata a típica casa dos típicos subúrbios residenciais Norte-Americanos.
Se observar Phoenix no Google Earth, verá interessantes desenhos geométricos que estas áreas residenciais fazem.
Sobre o Caso McCan, aconselho a leitura deste artigo do Guardian:
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/story/0,,2167113,00.html
"[...]How will this story end? That's what makes it so grimly compelling: none of us knows. Until we do, basic justice demands that we presume the McCanns are wholly innocent. Common decency demands the same. For if they are eventually found guilty, there will be plenty of time for condemnation. But if they are innocent, to presume otherwise is to commit a second crime against people who have already suffered enough.[...]
Depois de o ler, acho que tudo o que se possa escrever sobre o assunto é pura PALHA.
Resta-nos aguardar pelo seu desfecho.
Um abraço
Luís Bonifácio
Estimado Lauro António: sobre o caso Meddie e por já dele estar farto, nada digo, embora concorde com o seu ponto de vista e, por agora, estar a favor dos pais da menina.
Mas o seu post fala do filme "12 homens em fúria" que vi para aí em 1972, nas quintas-feiras à tarde do Império - ou do Monumental...- naquelas sessões apelidadas de "para estudantes" - oportunidade única para no início dos anos 70, se ver filmes bons em temas escolhidos e por pouco dinheiro.
Filme a preto-e-branco, em que Henri Fonda, sintomaticamente de fato claro, oferece uma interpretação genial ao fazer alterar a decisão dos outros todos.
Lembro-me que se suava muito naquela sala de reunião e penso que, anos mais tarde, Sérgio Leonne foi retirar as cenas dos rostos com a barba mal feita a suarem para o seu "Once Upon a Time in the West", em que o mesmo Fonda fez, curiosamente e por uma vez, de mau da fita.
Neste último filme, penso que cena inicial do Fonda e amigos à espera do combóio, suando com o sol a bater de chapa e a mosca às voltas - posteriormente presa no cano da pistola -, e os imóveis rostos a soarem em bica só com os olhinhos a girarem, é de antologia, e para mim retirada do primeiro filme, pois imita-lhe o clima do suor clautrofóbico.
Também por causa do filme de Sydney Lumet (aliás, penso que o seu primeiro), fui tirar Direito.
Hoje, penso que deveria ter ido para dentista, embora a única cena que recorde relacionada com brocas seja "O Homem da Maratona", e que até é um pouco para o arrepiante.
Enfim...não ligue à divagação e obrigado pelo post.
Digo eu...
Um abraço do Saloio
Só duas coisinhas sobre o assunto:
a) Acho monstruosas as suspeitas levantadas pelos media (ou 'merdia', como dizia a outra) portugueses contra os pais da menina;
b) A menos que intervenha um milagre, como no Falso Culpado do Hitchcock, este caso maddie ficará sem solução.
Olá a todos!
Acho que deveriamos mentalizar para que Madie apareça e tudo se desvende.
Visite o site: www.yogamadora.com
Abraços
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