segunda-feira, dezembro 29, 2014

119 ANOS DE CINEMA



COMEMORANDO O NASCIMENTO DO CINEMA
Hoje, sessões às 18 e às 21, 30, no Forum Municipal Luísa Todi



1. DA INVENÇÂO DO CINEMA AO PRIMEIRO FILME SONORO

A 28 de Dezembro de 1895, os irmãos Auguste e Louis Lumière anunciam a invenção do cinema, tal como o conhecemos hoje, numa sala de espectáculos. Nesse dia, terá ocorrido a primeira projecção pública do Cinematógrafo na primeira sala de cinema do mundo, o Eden, que ainda existe, situado em La Ciotat, no sudeste de França. A primeira sessão, com publicidade e entradas pagas, teve lugar, no entanto, em Paris, no Grand Café, situado no Boulevard des Capucines. O programa incluía dez filmes, de cerca de um minuto cada. A sessão abriu com a projecção de “La Sortie de l'usine Lumière” à Lyon (A Saída da Fábrica Lumière, em Lyon). George Méliès esteve presente e interessou-se logo pela exploração do aparelho. No ano seguinte, os irmãos Lumière fizeram uma digressão com o invento, visitando Bombaim, Londres e Nova Iorque. “L'Arrivée d'un Train en Gare de la Ciotat” (Chegada de um Comboio à Estação de Ciotat), “Le Déjeuner de Bébé” (O Almoço do Bebé) e outros, incluindo alguns dos primeiros esboços cómicos, como “L'Arroseur Arrosé” (O "Regador" Regado), foram os primeiros filmes apresentados.
Mas para se chegar a esta primeira sessão pública com bilhetes, a invenção do cinema percorreu um longo caminho. Houve sobretudo que ultrapassar três etapas fundamentais:


A INVENÇÃO DA FOTOGRAFIA - criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando-as numa superfície sensível. A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é atribuída ao francês Joseph Niépce. Daguerre desenvolveu depois um processo que reduzia o tempo de revelação de horas para minutos. O processo foi denominado daguerreotipia. Em 1839, os retratos dessas “máquinas fotográficas” dependiam de longa exposição – chegando a 12 minutos, enquanto Niépce levava oito horas – mas a evolução a partir daí foi muito rápida. No mesmo ano, William Talbot anuncia as suas experiências do novo processo fotográfico positivo-negativo, com impressão em papel, constituindo, junto com a metodologia de Daguerre, os princípios básicos da fotografia que ainda usamos hoje.

A IMAGEM EM MOVIMENTO – Desde muito cedo se procurou reproduzir a imagem em movimento. Em primeiro lugar, através do desenho e da pintura. Anthemius de Tralles usou um tipo primitivo de câmara escura, no século 62. Cerca de 1600, foi aperfeiçoado por Giambattista della Porta, com a luz a ser invertida através de um pequeno orifício, e projectada numa superfície ou tela, criando uma imagem em movimento, mas que não é preservada numa gravação. Na década de 1860, mecanismos para a produção de dois desenhos tridimensionais em movimento foram demonstrados com dispositivos como o zootrópio, mutoscope e praxinoscópio. Estas máquinas eram consequências de simples dispositivos ópticos (como lanternas mágicas) e iria mostrar sequências de imagens estáticas em velocidade suficiente para que as imagens nas fotos parecessem estar a mover-se, um fenómeno chamado persistência da visão. Com o aparecimento da real. Uma experiência de 1878, levada a cabo por Eadweard Muybridge, nos Estados Unidos, usando 24 câmaras, produziu uma série de imagens estereoscópicas de um cavalo a galope, que foi sem dúvida a "primeira" série de fotografia, capturando directamente objectos em movimento. As imagens eram passadas a uma velocidade variável de 5 a 10 tornou-imagens por segundo.
Outro importante contributo foi dado pela espingarda fotográfica, o cronofotográfico de Marey, construído em 1882, que era capaz de produzir 12 imagens consecutivas por segundo, todas registadas num mesmo suporte. Estudou o movimento em gatos, cavalos, pássaros, cães, ovelhas, elefantes, peixes, criaturas microscópicas, moluscos, insectos, répteis, etc. Chamam-lhe de "o zoológico animado" de Marey, que estudou igualmente a locomoção humana. Thomas Edison e o seu Cinetoscópio, que se podia ver nos nickeodeons norte-americanos encontra-se neste nível, aproveitando a impressão das imagens sucessivas, que correndo perante o olho humano, dão a sensação de movimento. A visão é, porém, individual e não colectiva e não implica uma projecção.


A PROJECÇÃO DAS IMAGENS EM MOVIMENTO – o terceiro momento, que distingue a invenção de Edison da dos irmãos Lumière, é projectar essas imagens captadas em sucessão e projectá-las dando a ideia de movimento, para o que se contava /conta com um deficiência do olho humano, a persistência retiniana. Na década de 1880, várias foram as etapas que permitiram o desenvolvimento da câmara de cinema levando a que as imagens captadas fossem armazenadas numa única bobine, o que levou ao desenvolvimento de um projector de cinema, que, através de um feixe de luz, conseguiu exportar as imagens impressas na película para um ecrã que podia/pode ser apreciado por uma plateia. Assim nasceram as “imagens em "movimento", o “cinematografo”, o “cinema”.

A HISTÓRIA DO CINEMA – Aquando das primeiras sessões do cinematógrafo, os Irmãos Lumière achavam que a invenção não passava de uma novidade de feira que duraria pouco junto do grande público. Mas Georges Méliès, que se encontrava entre os primeiros espectadores, e que era mago por profissão, descobriu desde logo o poder fascinante desta invenção. Comprou uma máquina e lançou-se na realização de filmes por si encenados e interpretados, onde a ilusão era a dominante. O mais conhecido foi “Le Voyage dans la Lune“ (A Viagem à Lua, 1902). Rapidamente o cinematógrafo apaixonou comerciantes e artistas, na Europa e nos EUA. Inicialmente, os filmes duravam 5, 7 10 minutos. Depois da I Guerra Mundial, a indústria cinematográfica nos EUA floresceu com o aparecimento de Hollywood, dos grandes estúdios, da explosão das stars, Rudolfo Valentino, Douglas Fairbanks, Mary Pickford, Lilian Gish, Charles Chaplin, etc., e a imposição de alguns grandes criadores, à frente dos quais se deve colocar David W. Griffith, que dirige mais de 500 filmes e as primeiras superproduções de sempre, as obras-primas “O Nascimento de uma Nação” (1915) e “Intolerância” (1916). Na década de 1920, na Europa, surgem grandes movimentos artísticos, o expressionismo na Alemanha, com FW Murnau e Fritz Lang, o construtivismo e o realismo soviético, com Sergei Eisenstein e Pudovkin, o surrealismo, com Buñuel, etc.
Durante toda a década de 20, foi-se criando uma nova tecnologia que iria permitir aos produtores e realizadores juntarem a cada filme uma banda sonora de voz, música e efeitos sonoros mais ou menos sincronizados com a acção. Mas os processos foram lentos e muitos deles insatisfatórios, até se conseguir numa mesma película incluir a imagem e o registo óptico do som. Estava descoberto o cinema sonoro, cujo primeiro exemplo mais conseguido foi “O Cantor de Jazz” (The Jazz Singer), dirigido por Alan Crosland e produzido pela Warner Bros., contava com o sistema sonoro Vitaphone. Al Jolson, famoso cantor de jazz da época, canta várias canções no filme. A história é baseada numa peça de mesmo nome, um grande sucesso da Broadway em 1925. O filme foi um dos primeiros a ganhar o Oscar, dividindo o prémio especial com “O Circo”, de Charlie Chaplin.

2. FRED ZINNEMANN, 
REALIZADOR DE “OKLAHOMA!”

“Oklahoma!” é uma realização de 1955 e surge pouco depois de “O Comboio Apitou Três Vezes” (1952) e “Até à Eternidade” (1953), duas das suas obras mais célebres, a última das quais lhe conferiu um dos seus Óscars de Melhor Realizador. Cineasta de “grandes temas” com alguma propensão para um realismo forte, dir-se-ia que o musical não era o seu território, mas Zinnemann era sobretudo um excelente realizador integrado numa indústria que ele respeitava e ajudou a fazer respeitar. Nos Oscars de 1956 “Oklahoma!” ganhou as estatuetas referentes a Melhor Som (Fred Hynes, Todd-AO Sound Dept.) e Melhor Partitura Musical (Robert Russell Bennett, Jay Blackton e Adolph Deutsch), ignorando-se a sua partitura original criada para teatro por Oscar Hammerstein II e Richard Rodgers. Foi nomeado ainda para Melhor Montagem (Gene Ruggiero e George Boemler) e Melhor Fotografia (Robert Surtees).
Alfred Zinnemann nasceu a 29 de Abril de 1907, em Viena, na altura integrada no império Austro-Húngaro, agora Áustria. Morreu a 14 de Março de 1997, em Londres, Inglaterra, de ataque cardíaco. Filho de um médico judeu, inicialmente parecia destinado a uma carreira de violinista, depois estudou Direito na Universidade de Viena, mas apaixonou-se pelo cinema, particularmente pelo americano, também por Sergei Eisenstein e Erich von Stroheim, e decidiu que era essa a carreira a seguir. Primeiro na Europa, na “École Technique de Photographie”, de Paris, em 1927, a seguir em Berlim, onde trabalhou como assistente de realização de Robert Sidmark e de Billy Wilder, nos estúdios UFO, depois na América, onde estudou cinema, foi operador de câmara e figurante. Uma das suas grandes inspirações foi Robert J. Flaherty, de quem se tornou assistente pessoal. Conseguiu o apoio do produtor Paul Strand para filmar no México um documentário, “Redes” (1935), que impressionou pelo seu realismo narrativo. A sua primeira longa-metragem de ficção foi também filmada no México e com um grupo de actores amadores: “The Wave” (1937). Entre 1938 e 1942, filma quinze curtas-metragens, entre as quais “That Mothers Might Live” (1938), que lhe valeu um Óscar na já extinta categoria de curta-metragem de uma bobina. Naturalizou-se cidadão americano em 1936. Casado com Renee Bartlett (1936 - 1997). Realizou também alguns filmes de pequeno orçamento, mas a sua primeira longa-metragem de sucesso foi “The Seventh Cross” (1944). “The Search” (1948) vale-lhe a primeira nomeação para o Óscar de Melhor Realizador. Em 1951, venceu o primeiro Óscar da sua carreira como produtor do documentário de curta-metragem “Benjy” (1951). “High Noon” (1952) e “From Here to Eternity” (1953) são as suas obras mais célebres, a última das quais lhe conferiu o Óscar de Melhor Realizador. Em 1966, com “A Man For All Seasons” ganha seis Óscares, entre os quais outra vez o de Melhor Realizador. Foi sob a sua direcção que se estrearam no cinema Montgomery Clift, Marlon Brando e Meryl Streep. Excelente director de actores, dezoito foram nomeados em filmes seus para Óscars de melhor actor: Hume Cronyn, Montgomery Clift, Gary Cooper, Julie Harris, Frank Sinatra, Donna Reed, Burt Lancaster, Deborah Kerr, Anthony Franciosa, Audrey Hepburn, Glynis Johns, Paul Scofield, Robert Shaw, Wendy Hiller, Jason Robards, Vanessa Redgrave, Jane Fonda ou Maximilian Schell.


Fred Zinnemann, que foi um dos mais talentosos cineastas da época de ouro do cinema norte-americano, definiu excelentemente o que é o cinema norte-americano, sobretudo o do seu tempo, ao dizer: “Sempre me pensei um realizador de Hollywood, não porque tenha nascido na indústria americana, mas porque gosto de fazer filmes que agradem a grandes audiências, e não somente para expressar a minha personalidade e as minhas opiniões. Tentei sempre oferecer ao público algo de positivo ao mesmo tempo que o entretinha”. Diz-se que depois de ter ganho um Oscar, compareceu numa reunião com um jovem produtor executivo que lhe perguntou o que é que Zinnemann tinha feito até aí. Ao que o cineasta respondeu: “Claro, mas primeiro conte você”. Em 1967, radica-se na Inglaterra, onde rodaria alguns filmes bem-sucedidos, e onde vem a falecer.

Principais filmes: 1944: The Seventh Cross (A Sétima Cruz); 1948: The Search (Anjos Marcados); 1948: Act of Violence (Acto de Violência); 1950: The Men (O Desesperado); 1951: Benjy (curta-metragem): Teresa (Teresa); 1952: High Noon (O Comboio Apitou Três Vezes); 1953: From Here to Eternity (Até à Eternidade); 1955: Oklahoma! (Oklahoma); 1957: A Hatful of Rain (Cárcere Sem Grades); 1958: O Velho e o Mar (não creditado); 1959: The Nun's Story (A História de Uma Freira); 1960: The Sundowners (Três Vidas Errantes); 1966: A Man for All Seasons (Um Homem para a Eternidade); 1973: The Day of the Jackal (Chacal); 1977: Julia (Júlia); 1982: Five Days One Summer (Cinco Dias um Verão).

segunda-feira, dezembro 15, 2014

CINEMA: MAPAS PARA AS ESTRELAS


MAPAS PARA AS ESTRELAS

Filmes sobre Hollywood há muitos, desde comédias musicais como “Singing in the Rain” até sátiras verrinosas como “SOB”, “Boogie Nights” ou “The Player”, desde dramas como “Sunset Boulevard”, “A Star is Born”, “Gods and Monsters”, “Stardust Memories”, “The Bad and the Beautiful” ou “Two Weeks in Another Town”, a  alguns nostálgicos, como “The Purple Rose of Cairo”, “The Last Picture Show” ou “Hugo”, não esquecendo evocações biográficas, como “Ed Wood” ou “Shadow of the Vampire”. Mas raras vezes se viu um filme tão amargo, tão violentamente desencantado como “Maps to the Stars”. Depois de nos mostrar em “Cosmopolis” a desagregação de uma sociedade assente numa economia de lucro fácil que tende ao suicídio, Cronenberg retrata agora a mesma sociedade, mas sob o prisma da Meca dos sonhos, num “mapa de estrelas” de onde está ausente qualquer glamour. Hollywood não é mais a fábrica de sonhos de que se falava outrora, mas tão somente uma cidade, não de anjos, mas de demónios, uma espécie de família disfuncional, onde todos olham para o poder, a glória, o sucesso, o dinheiro, esquecendo tudo o mais.
“Mapas para as Estrelas” é, por isso mesmo, extremamente desagradável de ver. Chega a ser quase insuportável dada a crueza com que o argumentista Bruce Wagner e o realizador David Cronenberg nos devolvem a imagem desta Hollywood dos nossos dias. Há quem diga que se trata de uma sátira de um humor negro absoluto, mas parece-nos mais um filme de um hiper-realismo, onde nem mesmo alguns fantasmas sobrevivem senão como projecções da memória dos protagonistas.


Tudo esvoaça em redor de uma família, tendo como figura central Havana Segrand (Julianne Moore), uma actriz entre os quarente e os cinquenta, em decadência, que procura regressar em beleza com um remake de um filme dos anos 60, "Stolen Waters", que teria feito a glória da sua mãe. É como secretária de Havana que Agatha (Mia Wasikowska) se emprega, depois de ter passado uma longa temporada na Florida. No regresso a Los Angeles descobre-se que é irmã de Benjie Weiss (Evan Bird), um miúdo estrela de cinema (um pouco na linha de Macaulay Culkin ou Justin Bieber), insuportavelmente malcriado, prepotente, insolente, e tudo o mais que se possa imaginar. Aos treze anos já passou por drogas e uma sexologia aberrante, e terá sido vítima de Agatha, quando esta, tempos atrás, terá deitado fogo à casa da família. O pai, Stafford Weiss (John Cusack), é um psicólogo muito conhecido, que tem um programa de TV, escreve best-sellers de auto-ajuda, e trata celebridades, como Havana, com massagens no mínimo de duvidosa credibilidade. A mãe de Benjie é Cristina Weiss, que procura salvar a carreira do filho e afastá-lo da presença maléfica de Agatha (como se nesta viagem guiada por Hollywood existissem presenças que não o fossem), recuperando-o para a muito esperada sequela de "Bad Babysitter".
Esta árvore genealógica de Hollywood é realmente aterradora e creio que a intenção de Cronenberg é, de forma metafórica, falar-nos de uma sociedade doente, fechada sobre si própria, aberrante, destituída de quaisquer valores, preocupada apenas com cifras e prazeres fáceis. Havana confessa (ou inventa) uma ligação incestuosa com a mãe, e procura reproduzir êxitos antigos desta última. Benjie e Agatha terão tido igualmente uma relação incestuosa, o que permite supor que em Hollywood é o mesmo ADN que circula sempre. Cronenberg, numa entrevista, fala da perpetuação dos Men, referindo-se a Superman 6, X-Men 5, e tantos outros blockbusters que se eternizam em repetição. Digamos que é uma forma de criação incestuosa, que abdica da criatividade e se limita a reproduzir o mesmo chavão. Ou, como no caso de Havana, que procura recuperar sucessos do passado, seguramente por falta de imaginação ou imperiosa necessidade de empatar capital, jogando apenas pelo seguro.
“Sunset Boulevard” era uma crítica impiedosa a Hollywood, mas emanava do filme de Billy Wilder um encanto evidente. Alguma magia envolvia esta cidade, onde as velhas vedetas envelheciam solitárias, sonhando com um impossível regresso à ribalta. Em “Mapas para as Estrelas” não há ninguém pronto para o close up final, ninguém descerá as escadas para se enfiar numa ambulância a caminho de um hospício. Já toda a gente se instalou no interior do hospício e o “encanto” da star em decadência é vermo-la a limpar o rabo na casa de banho.


Excelentemente interpretada por um elenco magnífico, onde será justo destacar Julianne Moore, num papel ingrato, que muitas actrizes recusariam certamente, mas que ela agarra de forma brilhante, Mia Wasikowska, a perturbante Agatha, e o jovem Evan Bird, numa inquietante composição.
Estruturado quase como um puzzle que se vai organizando à medida que o filme decorre, “Mapas para as Estrelas” prolonga coerentemente o universo mutante de Cronenberg, acrescentado uma nova etapa à sua análise da sociedade actual, de que “Cosmopolis” era um notável exemplo. Não tão perfeito na construção, esta primeira incursão do cineasta por terra norte-americana (Cronenberg nunca filmara nos EUA) é, todavia, uma obra invulgar, uma panorâmica corrosiva e violenta sobre uma sociedade imoral e perversa que não pode aspirar a nada mais do que o suicídio. Mas que não se cansa de recitar Éluard: “Nos refúgios destruídos / nos meus faróis arruinados/ nas paredes do meu tédio / escrevo o teu nome / Na ausência sem desejos / na desnuda solidão / nos degraus mesmos da morte / escrevo o teu nome / Na saúde rediviva / aos riscos desaparecidos / no esperar sem saudade / escrevo o teu nome / Por poder de uma palavra / recomeço a minha vida / nasci para conhecer-te / nomear-te / Liberdade.”
 


MAPAS PARA AS ESTRELAS
Título original: Maps to the Stars
Realização: David Cronenberg (Canadá, EUA, Alemanha, França, 2014); Argumento: Bruce Wagner; Produção: Saïd Ben Saïd, Joseph Boccia, Sarah Borch-Jacobsen, Benedict Carver, Kevin Chneiweiss, Walter Gasparovic, Alfred Hürmer;  Martin Katz, Michel Merkt, Renee Tab, Patrice Theroux; Música: Howard Shore; Fotografia (cor): Peter Suschitzky; Montagem: Ronald Sanders; Casting: Deirdre Bowen; Design de produção: Carol Spier; Direcção artística: Edward Bonutto, Elinor Rose Galbraith; Decoração:  Sandy Lindstedt (Los Angeles), Peter P. Nicolakakos (Toronto); Guarda-roupa:  Denise Cronenberg; Maquilhagem: Alan D'Angerio, Verity Fiction, Cliona Furey, Susan Reilly LeHane;  Direcção de Produção:  Joseph Boccia, Melissa Girotti, Alice S. Kim, David Siegel;  Assistentes de realização: Jack Boem, Walter Gasparovic, Jesse Daniel Glass, Kristina M. Peterson, Gerrod Shully, Cody Williams;  Departamento de arte: John Bannister, Edward Bonutto, Joe Curtin, Kevin Haeberlin, Don Miloyevich, Alexander Narizni, Thibault Pelletier; Som: Rob Bertola, Nicolas Cantin, Pat Cassin, Julien Gigliotti, Michael O'Farrell; Efeitos visuais: Jon Campfens, Peter Denomme, Beau Parsons, Brent Pate; Companhias de produção: Prospero Pictures, Sentient Entertainment, SBS Productions, Integral Film; Intérpretes: Julianne Moore (Havana Segrand), Mia Wasikowska (Agatha Weiss), John Cusack (Dr. Stafford Weiss), Evan Bird (Benjie Weiss), Olivia Williams (Christina Weiss), Robert Pattinson (Jerome Fontana), Kiara Glasco (Cammy), Sarah Gadon (Clarice Taggart), Dawn Greenhalgh (Genie), Jonathan Watton (Sterl Carruth), Jennifer Gibson, Gord Rand, Justin Kelly, Niamh Wilson, Clara Pasieka, Emilia McCarthy, Allegra Fulton, Domenic Ricci, Jayne Heitmeyer, Sean G Robertson, Ari Cohen, Joe Pingue, Christian Lloyd, Donald Burda, Carrie Fisher, Amanda Brugel, Alden Adair, David Amito, Dan Lett, Sandra Battaglini, Joanne Reece, Chris Anton, George Nickolas K., Joseph Murray, Adrienne Wilson, Murray Furrow, Neil Girvan, Byron Lane, Ramiro Paré, Bruce Wagner, etc.  Duração: 111 minutos; Distribuição em Portugal: NOS Audiovisuais; Classificação etária: M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 11 de Dezembro de 2014.