quinta-feira, novembro 01, 2007

FADOS


Hoje, como faço várias vezes, passei pelo blogue de "A Senhora Socrates", "uma classicista convertida a outros saberes que está a aprender a amar...", e que é uma boa companhia, pela sensibilidade, inteligência e cultura, e vi que ela tinha roubado a uma amiga, Marta, a letra de um fado. Ora, como gosto de fado, e gostei deste Fado, e como "Ladrão que rouba a ladrão...", aqui fica, em dia feriado.

Fado da dúvida (sem dúvida)

Se já não te lembras como foi
Se já esqueceste o meu amor,
O amor que dei e que tirei,
Não queria lamentar depois.

Mas uma coisa é certa, eu sei.
Não tive nunca amor maior.
E ainda vivo o que te dei,
Ainda sei quanto te amei,
Ainda desejo o teu amor.

Não tenho esperança de te ver,
Não sei amor onde andarás.
Pergunto a todo o que te vê
E nunca sei como estás.

Agora diz-me o que farei
Com a lembrança deste amor.
Diz-me tu, que não sei,
Se voltarei ou não para ti,
Se ainda quero o que sonhei.

(Texto de Pedro Ayres de Magalhães, Madredeus, 2005)
Imagem: "Amália, a "Severa"

4 comentários:

velha gaiteira disse...

vim aqui através do blog da Bandida!
Nem imaginava que era você!

Cruzamo-nos imensas vezes, nos mesmos sítios!
Admirei-o e admiro-o muito!

Que felicidade encontrar,
aqui,
o Lauro António !

A Passage In Time disse...

Gosto de fado. Digam o que disserem é de facto a majestade da música neste país. Que bom poder partilhar consigo este gosto, caro Lauro António de manhãs submersas.

Lauro António disse...

Cara "A Passage in Time", hoje chegada à blogosfera: seja bem vinda. Vai ver que isto aqui até tem ao acaso, música. Beijos de recepção. lol

Maria Eduarda Colares disse...

O Pedro Ayres de Magalhães é um valor incontestável na música, mas, pelos vistos, na letra também. Excelente, na boa tradição das várias "ruas dos meus ciúmes". Gosto de fado, tanto que fiquei contente por ter um filho nascido na "velha rua da palma" (o que não sabia era que isso ia ser TÃO determinante na sua vida...)