MANIFS E MANIPULAÇÔES
Por que será que aquele Senhor da Frente dos Sindicatos dos Professores, um Senhor com um poder oratório e uma correspondente habilidade na manipulação de massas que amedrontam qualquer insuspeito democrata, e um olhar de uma determinação inquietante (já se viram alguns idênticos começarem assim, e chegarem onde chegaram, não quero agora citar nomes, mas lá que estes Senhores são uma ameaça, lá disso não tenho dúvidas!) quer “iniciar a campanha eleitoral contra o partido no governo”, como publicamente o demonstra (e alguns professores mais ingénuos já publicamente o afirmaram)?
Será que pensa que os 120.00 que saíram à rua votam todos no seu PCP? Olhe que não, olhe que não! Será que pensa que a opinião pública vai toda atrás de si e dos 120.000 que mobilizou para arruaças? Será que julga que os 120.000 querem “democracias populares”? Será que pensa que todos se deixarão enganar o tempo todo? Será que muitos desses professores não vão percebendo o que verdadeiramente está por detrás desta arruaça? Será que os portugueses que votam e escolhem um partido e um programa de governo gostariam de ver na rua o poder democraticamente instituído, sempre que alguém acha que tem razão para reclamar ou simplesmente descobre, por detrás de uma reclamação justa, uma forma de promover a desordem e derrubar o governo com manifestações de qualquer tipo? Pois parece que por muitas manifestações que façam os eleitores não mudam assim tanto. Vejam-se as sondagens. Podem alguns professores deixar de votar no PS, mas parece que há muitos outros votantes a suprir essa falha. As percentagens não descem. Por que será? Não era altura de deixarem de utilizar os professores como carne para canhão de manobras político-partidárias e sentarem-se à mesa a discutir o que julgam que não está bem?
Cada vez mais a opinião pública está contar os Professores. Basta ouvirem-se as vozes na rua, nos cafés, ler os blogues. O que é manifestamente injusto para uma enorme multidão de excelentes Professores que temos (mesmo para muitos dos que fazem manifestações e protestos). A serenidade nas escolas vai demorar muito tempo a regressar.
Sobre este caso, leia-se um interessante e inteligente apontamento no Blogue Da Literatura.
Será que pensa que os 120.00 que saíram à rua votam todos no seu PCP? Olhe que não, olhe que não! Será que pensa que a opinião pública vai toda atrás de si e dos 120.000 que mobilizou para arruaças? Será que julga que os 120.000 querem “democracias populares”? Será que pensa que todos se deixarão enganar o tempo todo? Será que muitos desses professores não vão percebendo o que verdadeiramente está por detrás desta arruaça? Será que os portugueses que votam e escolhem um partido e um programa de governo gostariam de ver na rua o poder democraticamente instituído, sempre que alguém acha que tem razão para reclamar ou simplesmente descobre, por detrás de uma reclamação justa, uma forma de promover a desordem e derrubar o governo com manifestações de qualquer tipo? Pois parece que por muitas manifestações que façam os eleitores não mudam assim tanto. Vejam-se as sondagens. Podem alguns professores deixar de votar no PS, mas parece que há muitos outros votantes a suprir essa falha. As percentagens não descem. Por que será? Não era altura de deixarem de utilizar os professores como carne para canhão de manobras político-partidárias e sentarem-se à mesa a discutir o que julgam que não está bem?
Cada vez mais a opinião pública está contar os Professores. Basta ouvirem-se as vozes na rua, nos cafés, ler os blogues. O que é manifestamente injusto para uma enorme multidão de excelentes Professores que temos (mesmo para muitos dos que fazem manifestações e protestos). A serenidade nas escolas vai demorar muito tempo a regressar.
Sobre este caso, leia-se um interessante e inteligente apontamento no Blogue Da Literatura.
6 comentários:
Lauro, Mário Nogueira está na crista da onda, mas são os professores, enquanto consciência aviltada, que o rebocam.
Protesta-se, é verdade, não ainda como na Grécia, quem sabe um dia?, porque o programa de governo não é propriamente um programa compreensível e aceitável em face de muitas obscenidades da vida pública portuguesa vindas todos os dias a lume e que passam impunes. O Governo dos interesses e dos privilégios não é ético para uma massa de cidadãos privados de trabalho, de pão e de dignidade e, no caso dos professores, oprimidos por torções avaliativas que seguem um Roteiro de Filme de 4.ª categoria, de claro Horror e cristalino Absurdo que nem lembraria a Kafka urdir.
De resto, não há instância mais manipuladora que as Agências de Informação ao serviço do Executivo e é isto os que vivem à sua custa ou na sua dependência por sistema se recusam a ver e por isso mesmo se tornam indefectíveis em cegueiras de quaisquer das suas opções.
Abraço
joshua
Caro Lauro António,
Passo de quando em vez por aqui, para o espreitar, enquanto cinéfila – orgulho-me de ter sido a primeira mulher a pertencer à direcção de um dos cineclubes mais antigos e prestigiados do país. Normalmente agrada-me o que leio mas tenho de lhe dizer que este seu texto me decepcionou. E «avalio» sem ser em causa própria, já que este governo retirou os docentes do ensino superior do ministério de educação (posso dizer-lhe, a título de curiosidade, que fui colega do seu amigo José Carlos Abrantes que, aliás, cito na minha tese de doutoramento). Não julgo em causa própria, dizia, mas penso falar com algum conhecimento de causa. Embora eu seja docente do ensino superior (em que muito se faz gala em considerar a didáctica e a pedagogia como coisas de somenos importância), estou ligada à formação de professores e mau seria se não tivesse uma mínima noção do que se passa nas escolas. Sei também o que significa «avaliar» - que a ministra da educação visivelmente confunde com «classificar»- e conheço, no essencial, o que têm sido as propostas e as manobras do ministério. Sei, ainda, o quanto a classe docente já estava dividida, mesmo antes da invenção economicista da categoria de «professor titular»; sei das novas medidas que vieram tornar esta categoria ainda mais injusta (refiro-me às comissões de serviço que vão ser atribuídas a professores que não estão no activo por pertencerem à AR ou a câmaras municipais (cargos partidários!!!) e que, não sendo, sequer, titulares, passarão a TITULARES AVALIADORES!!!); sei que há bons e maus profissionais; sei que as reformas deste ministério não melhoraram a «performance» dos que eram maus e obrigaram a que piorasse a prestação dos que eram empenhados e competentes, criando normas sem fornecer as condições para que as mesmas fossem aplicadas sem prejuízo do tempo dedicado à preparação/avaliação/reformulação do processo de ensino/aprendizagem.
Não me vou alongar mais. Peço-lhe, apenas, que se desculpe pela utilização do termo «arruaça», insultuosO para os docentes que, independentemente dos dirigentes sindicais vendidos, se uniram e manifestaram o seu desagrado face a medidas que em nada vão contribuir para a melhoria do ensino em Portugal – muito antes pelo contrário. E, se não for pedir muito, informe-se um pouco melhor, antes de voltar a opinar. Estou convencida de que, tendo um melhor conhecimento do que se está a passar, o próprio Lauro fará sua esta causa.
Uma colega minha costuma dizer que «a ignorância é muito atrevida»; e no caso deste seu texto, com todo o respeito pelo Lauro António do Cinema e pelo Lauro António que dá umas aulas no ensino superior, parece-me que o cidadão Lauro António se atreveu a fazer certas afirmações por ignorância.
Com os meus melhores cumprimentos
ERRATA: Onde acima escrevi «cargos partidários» queira ler «tachos partidários»
Cara Prof. Obrigado pelo seu texto. Eu nunca estive contra os professores, que muito admiro, e reconheço que há muito de errado na política do Governo. Mas não acredito nesta forma de luta, e julgo-a mal orientada desde início (apesar de não ser esse, reconheço o meu nível de ensino). De todas as formas, a situação actual é calamitosa para a Educação e para o País. E radicadismos como estes não levam a parte nenhuma.
Joshua: Agradeço igualmente a sua contribuição. Eu também sei de muito do que fala. E também me cansa saber de muita coisa. Mas uma coisa é a condição humana, que desde sempre tentou aviltar por um lado o que de bom a outra parte vai criando. Isso corrige-se, segundo o que penso e sinto, com a crítica e a denúncia pública (porque estamos em liberdade, em democracia, e podemos fazê-lo!). Não se consegue com manipulações baratas, com demagogias, com a instalação de ódios. Para mim a situação é grave. Sobretudo porque fui e sou professor, gosto muito de o ser, tenho uma imensa admiração pelos bons professores, e custa-me ver este impasse que parece não ter fim.
Um abraço
Caro Lauro António, grata pela sua resposta mas...continuo a dizer que não são arruaças e acrescento que ninguém teima sozinho :-)
Só que nesta «teimosia», os professores deixaram bem claros os motivos pelos quais não aceitam a aplicação deste modelo enquanto que a Ministra não prescinde dele... porque não. Quer coisa mais cretina do que admitir que o modelo até tem falhas, que o ministério até pode vir a prescindir da sua aplicação, mas este ano tem de ser aplicado?! Então isto não é um insulto ao país???
(Just look at this trailer)
- Meu filho, toma lá este remédio
- Ó mãe, esse remédio não faz efeito e para tomar esse remédio não posso fazer os exercícios físicos que sabemos que são necessários para eu continuar a andar.
- Olha, meu filho, depois até podes deixar de tomar mas agora tomas este, porque sim, e não fazes os exercícios físicos, porque o importante é obedeceres à tua mãe. Sem obediência, nada se faz. E não me venhas dizer que o rei vai nu porque se ele diz que tem um fato bonito, temos de concordar. Porque ele é rei. E porque sim.
(Got my point?)
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