PIERRE VERGER, FOTÓGRAFO
“Pierre Verger: Mensageiro entre Dois Mundos” exibido numa das edições do Cine Eco, marcou o início do meu convívio com Pierre Verger, fotógrafo francês que escolheu o Brasil par viver. O filme era uma realização de Lula Buarque e do argumentista Marcos Bernstein (o mesmo de “Central do Brasil”). Ambos estiveram em África, em França e na Bahia em busca de referência da trajectória deste importante fotógrafo e etnógrafo. Gilberto Gil era quem narrava e apresentava “Verger: Mensageiro entre Dois Mundos”, que reprpduzia a última entrevista de Pierre Verger (captada um dia antes de seu falecimento, em 11 de Fevereiro de 1996), além de extenso material fotográfico, textos produzidos por Verger e depoimentos de amigos como o documentarista Jean Rouche (Musée de l'Homme, Paris), Jorge Amado, Zélia Gattai, Mãe Stella, Pai Agenor e o historiador Cid Teixeira.
O filme era muito interessante, mas deixava água na boca para conhecer mais de perto a obra deste fotógrafo que se pressentia muito bom. Não tão bom como realmente é, agora que vimos uma significativa recolha de obras suas expostas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Ao longo de várias salas, e ainda através de uma exibição de slides organizados em “showreel”, descobrimos centenas de fotografias, a preto e branco, de alguém que, vindo de fora, mas integrando-se na paisagem humana e geográfica do Brasil como ninguém, consegue captar a “alma” de um povo, e restitui-la em imagens de uma beleza e autenticidade notáveis.
A exposição está organizada segundo temas, desde o Circo ao Cambonblé, Embarcações, aos Deuses Africanos, dos Dorminhocos às Impressões musicais, da Infância aos Homens, das Festas carnavalescas às Caras do Mundo. Há álbuns para todos os gostos, mas todos com a autenticidade e a entrega visceral do fotógrafo aos seus motivos. Uma excelente colecção, um fotógrafo a descobrir por Portugal. Porque não uma exposição de Verger entre nós?
O filme era muito interessante, mas deixava água na boca para conhecer mais de perto a obra deste fotógrafo que se pressentia muito bom. Não tão bom como realmente é, agora que vimos uma significativa recolha de obras suas expostas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Ao longo de várias salas, e ainda através de uma exibição de slides organizados em “showreel”, descobrimos centenas de fotografias, a preto e branco, de alguém que, vindo de fora, mas integrando-se na paisagem humana e geográfica do Brasil como ninguém, consegue captar a “alma” de um povo, e restitui-la em imagens de uma beleza e autenticidade notáveis.
A exposição está organizada segundo temas, desde o Circo ao Cambonblé, Embarcações, aos Deuses Africanos, dos Dorminhocos às Impressões musicais, da Infância aos Homens, das Festas carnavalescas às Caras do Mundo. Há álbuns para todos os gostos, mas todos com a autenticidade e a entrega visceral do fotógrafo aos seus motivos. Uma excelente colecção, um fotógrafo a descobrir por Portugal. Porque não uma exposição de Verger entre nós?
Nota biográfica sobre Pierre Verger retirada de site brasileiro:
Pierre "Fatumbi" Verger, nasceu Pierre Edouard Leopold Verger, em 4 de novembro de 1902, em Paris. Fotógrafo, etnólogo e babalaô, costuma explicar os fatos de sua vida como conseqüência de acasos ...
Aos 30 anos o primeiro "acaso" importante: tendo perdido todos os membros da família e sem uma identidade mais profunda com o contexto social em que vivia, decide então abandoná-lo. Com uma mochila e uma máquina fotográfica parte em busca de novas experiências e sobretudo do esquecimento de tantas outras. Assim, deixa Paris em 1932 e segue para as Ilhas do Pacífico.
Durante 15 anos viaja por diferentes regiões do mundo, fotografando o lhe desperta o interesse. Pouco a pouco, reúne uma preciosa documentação sobre antigas civilizações em vias de desaparecimento, ou que sofriam profunda transformação em suas tradições culturais. O exame deste material já revela a maestria do fotógrafo e o talento do pesquisador. Neste período conhece e documenta o Taiti (1933), os Estados Unidos, Japão e China (1934 e 37), a Itália, Espanha e África (Sudão, hoje Malí; o Niger, Alto Volta, Togo e Daomé, atual Benin, em 1935); as Antilhas (1936), o México (1937, 39 e 57); Ilhas Filipinas e a Indochina (então constituída por Tailândia, Laos, Camboja e os Vietnams, em 1938); Guatemala e o Equador (1939); Senegal (mobilizado, em 1940); Argentina (1941), Peru e Bolívia (1942 e 46); Brasil (1946).
Além de repórter, foi também encarregado do laboratório fotográfico do Musée D’Etnographie (hoje Musée de 1'Homme), em Paris. Correspondente de guerra na China para a revista Life e encarregado de coletar documentos fotográficos para o Museo Nacional de Lima, no Peru.
Um segundo "acaso" importante precipita Verger definitivamente no campo da pesquisa. É quando descobre a Bahia em 1946. Trazido pela leitura de Jubiabá, de Jorge Amado, apaixona-se pela cidade e sobretudo pela gente que aqui vivia. Instala-se e passa a conviver intensamente com o povo. Desse convívio surge o interesse pela compreensão da sua história e da sua cultura. A partir de então, suas viagens tornam-se menos decididas pelo acaso e as circunstâncias. O que lhe interessa agora são os aspectos culturais decorrentes da diáspora negra no Novo Mundo. Insta-se na Bahia e faz sucessivas viagens à costa ocidental de África e a Paramaribo (1948), Haiti (1949) e Cuba (1957). Inicia uma incansável pesquisa sobre o culto dos orixás e sobre as influências econômicas e culturais do tráfico de escravos. Intensifica suas investigações sobre a etnia ioruba, sua influência na cultura baiana e as ligações que estabelecem entre si.
A relação de Verger com a cultura negra aos poucos ultrapassa o interesse intelectual. Envolve-se profundamente com o candomblé, onde é aceito e iniciado, e onde passa a exercer funções. Na Bahia, é Ogã no Opô Afonjá, da finada Mãe Senhora, e no Opô Aganjú de Balbino, em Lauro de Freitas. No ainda Daomé, foi iniciado como babalaô quando estudava a arte adivinhatória do Ifá, recebendo o nome de Fatumbi - renascido pelo Ifá. Como babalaô, teve acesso ao patrimônio cultural dos iorubas, sua mitologia e sua botânica aplicada à terapêutica e à liturgia dos cultos de possessão.
Verger consolida, desde repórter fotográfico, um importante trabalho histórico e etnográfico. Sua observação arguta, o despojamento, às vezes austero, dos bens materiais, sua humildade intelectual e sua sabedoria humana – baseada na simplicidade, no respeito e na verdade – certamente facilitaram sua tarefa. Em 1966, o percurso e o talento da obra de Verger são oficialmente reconhecidos pela ciência: A Universidade de Paris, através da Sorbonne, lhe confere o título de Doutor, embora tenha Verger abandonado os estudos acadêmicos, ainda no Liceu, aos 17 anos.
Aos 30 anos o primeiro "acaso" importante: tendo perdido todos os membros da família e sem uma identidade mais profunda com o contexto social em que vivia, decide então abandoná-lo. Com uma mochila e uma máquina fotográfica parte em busca de novas experiências e sobretudo do esquecimento de tantas outras. Assim, deixa Paris em 1932 e segue para as Ilhas do Pacífico.
Durante 15 anos viaja por diferentes regiões do mundo, fotografando o lhe desperta o interesse. Pouco a pouco, reúne uma preciosa documentação sobre antigas civilizações em vias de desaparecimento, ou que sofriam profunda transformação em suas tradições culturais. O exame deste material já revela a maestria do fotógrafo e o talento do pesquisador. Neste período conhece e documenta o Taiti (1933), os Estados Unidos, Japão e China (1934 e 37), a Itália, Espanha e África (Sudão, hoje Malí; o Niger, Alto Volta, Togo e Daomé, atual Benin, em 1935); as Antilhas (1936), o México (1937, 39 e 57); Ilhas Filipinas e a Indochina (então constituída por Tailândia, Laos, Camboja e os Vietnams, em 1938); Guatemala e o Equador (1939); Senegal (mobilizado, em 1940); Argentina (1941), Peru e Bolívia (1942 e 46); Brasil (1946).
Além de repórter, foi também encarregado do laboratório fotográfico do Musée D’Etnographie (hoje Musée de 1'Homme), em Paris. Correspondente de guerra na China para a revista Life e encarregado de coletar documentos fotográficos para o Museo Nacional de Lima, no Peru.
Um segundo "acaso" importante precipita Verger definitivamente no campo da pesquisa. É quando descobre a Bahia em 1946. Trazido pela leitura de Jubiabá, de Jorge Amado, apaixona-se pela cidade e sobretudo pela gente que aqui vivia. Instala-se e passa a conviver intensamente com o povo. Desse convívio surge o interesse pela compreensão da sua história e da sua cultura. A partir de então, suas viagens tornam-se menos decididas pelo acaso e as circunstâncias. O que lhe interessa agora são os aspectos culturais decorrentes da diáspora negra no Novo Mundo. Insta-se na Bahia e faz sucessivas viagens à costa ocidental de África e a Paramaribo (1948), Haiti (1949) e Cuba (1957). Inicia uma incansável pesquisa sobre o culto dos orixás e sobre as influências econômicas e culturais do tráfico de escravos. Intensifica suas investigações sobre a etnia ioruba, sua influência na cultura baiana e as ligações que estabelecem entre si.
A relação de Verger com a cultura negra aos poucos ultrapassa o interesse intelectual. Envolve-se profundamente com o candomblé, onde é aceito e iniciado, e onde passa a exercer funções. Na Bahia, é Ogã no Opô Afonjá, da finada Mãe Senhora, e no Opô Aganjú de Balbino, em Lauro de Freitas. No ainda Daomé, foi iniciado como babalaô quando estudava a arte adivinhatória do Ifá, recebendo o nome de Fatumbi - renascido pelo Ifá. Como babalaô, teve acesso ao patrimônio cultural dos iorubas, sua mitologia e sua botânica aplicada à terapêutica e à liturgia dos cultos de possessão.
Verger consolida, desde repórter fotográfico, um importante trabalho histórico e etnográfico. Sua observação arguta, o despojamento, às vezes austero, dos bens materiais, sua humildade intelectual e sua sabedoria humana – baseada na simplicidade, no respeito e na verdade – certamente facilitaram sua tarefa. Em 1966, o percurso e o talento da obra de Verger são oficialmente reconhecidos pela ciência: A Universidade de Paris, através da Sorbonne, lhe confere o título de Doutor, embora tenha Verger abandonado os estudos acadêmicos, ainda no Liceu, aos 17 anos.
Com a publicação dos seus livros no Brasil, a partir de 1980, pela Editora Corrupio, sua obra passou a ser conhecida e tornou-se referência para estudiosos nas áreas da história e economia do tráfico de escravos no Brasil, sobre as religiões e a cultura ioruba em toda sua abrangência.
Os estudos de Pierre Verger podem ser agrupados em três pesquisas principais, que deram origem, por sua vez, às grandes obras, que se multiplicaram em livros, artigos, conferência, etc.: os estudos sobre os orixás e seus cultos na África e no Novo Mundo (Note sur le culte des orisha e vodoun à Bahia de Tous les Saints au Brésil et à l’ancienne Côte des Esclaves (Memória no 51 do IFAN/Dakar 1951) e Orixás, os deuses iorubas na África e no Novo Mundo (Corrupio 1982); a pesquisa fundamental sobre o tráfico de escravos, suas razões históricas e econômicas, e conseqüências culturais (Fluxo e Refluxo do tráfico de escravos entre o golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos (Corrupio 1985); e a pesquisa sobre a tradição oral e a botânica aplicada à terapêutica tradicional e aos cultos de possessão entre os iorubas (inúmeros artigos, entre eles Automatismo verbal e comunicação do saber entre os iorubas (versão francesa publicada em L’Homme Revue française d’anthropologie, tomo XII, Paris, 1972; Esplendor e decadência do culto de Iyami Osorongá (Artigos, Tomo I; Corrupio 1992); Lendas dos Orixás e Lendas Africanas dos Orixás (Corrupio/1981-1985) e Ewé, o uso das plantas na sociedade ioruba (Odebrecht/Cia. das Letras, 1995).
Suas pesquisas despertaram, desde o início, o interesse de pesquisadores e instituições de pesquisas pelo rigor com que Verger colhia suas informações e a aparente falta de metodologia acadêmica. Sem pressa, sem perseguir hipóteses pré-estabelecidas e, como ele gostava de frisar, "sem metodologia mas simplesmente anotando o que via e ouvia; observando e esperando que a informação fosse dada no momento oportuno". Como pesquisador agia como fotógrafo; sendo fiel à documentação, geralmente muito volumosa, com a transcrição dos documentos na íntegra e sem atualização da linguagem, como um mosaico que vai se completando aos poucos.
Seduzido pela beleza da Bahia e sua gente, começou a ficar curioso com o fato desse povo que, apesar de ter passado pela experiência dolorosa e humilhante da escravidão, não se deixou impregnar pelo ódio e a amargura nem pela tentação da discriminação. E logo Verger percebeu que isto derivava muito provavelmente da sua religião. Dizia sempre que o seu interesse pelo Candomblé se devia ao fato dela "desempenhar um papel social muito importante", conferindo aos seus adeptos confere a seus adeptos um enraizamento cultural, uma identidade bem definida, fundamentais para seu sentido de dignidade como indivíduo e como povo. "Aqui eles não se sentem humilhados, mas são respeitados justamente pelas coisas que lhes são próprias". O pesquisador incansável terminou aos poucos colocando sua arte fotográfica a serviço de suas pesquisas, até interromper totalmente esta atividade em 1973.
Em 1973 passou a integrar o corpo de professores da Universidade Federal da Bahia, com a tarefa inicial de implantar em Salvador o Museu Afro Brasileiro. Foi professor visitante da Universidade de Ifé, na Nigéria e pertenceu, também, ao quadro de pesquisadores do CNRS.
Pierre Verger faleceu em 11 de fevereiro de 1996. Até essa data, continuou incansável trabalho sobre sua documentação, colhida durante cerca de 50 anos de investigações, sonhando ainda em levar seu trabalho adiante através da formação um quadro de pesquisadores e auxiliares na Fundação Pierre Verger, criada em 1989 para dar guarda e proteção ao seu acervo. Pierre Fatumbi Verger seguiu sendo o mesmo homem "livre e disponível" do qual falava seu amigo Théodore Monod, no prefácio ao Dieux d’Afrique (Paris, 1954): "... fiel a sua escolha, segue no exercício profundo e correspondente da solidão e da liberdade".
Os estudos de Pierre Verger podem ser agrupados em três pesquisas principais, que deram origem, por sua vez, às grandes obras, que se multiplicaram em livros, artigos, conferência, etc.: os estudos sobre os orixás e seus cultos na África e no Novo Mundo (Note sur le culte des orisha e vodoun à Bahia de Tous les Saints au Brésil et à l’ancienne Côte des Esclaves (Memória no 51 do IFAN/Dakar 1951) e Orixás, os deuses iorubas na África e no Novo Mundo (Corrupio 1982); a pesquisa fundamental sobre o tráfico de escravos, suas razões históricas e econômicas, e conseqüências culturais (Fluxo e Refluxo do tráfico de escravos entre o golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos (Corrupio 1985); e a pesquisa sobre a tradição oral e a botânica aplicada à terapêutica tradicional e aos cultos de possessão entre os iorubas (inúmeros artigos, entre eles Automatismo verbal e comunicação do saber entre os iorubas (versão francesa publicada em L’Homme Revue française d’anthropologie, tomo XII, Paris, 1972; Esplendor e decadência do culto de Iyami Osorongá (Artigos, Tomo I; Corrupio 1992); Lendas dos Orixás e Lendas Africanas dos Orixás (Corrupio/1981-1985) e Ewé, o uso das plantas na sociedade ioruba (Odebrecht/Cia. das Letras, 1995).
Suas pesquisas despertaram, desde o início, o interesse de pesquisadores e instituições de pesquisas pelo rigor com que Verger colhia suas informações e a aparente falta de metodologia acadêmica. Sem pressa, sem perseguir hipóteses pré-estabelecidas e, como ele gostava de frisar, "sem metodologia mas simplesmente anotando o que via e ouvia; observando e esperando que a informação fosse dada no momento oportuno". Como pesquisador agia como fotógrafo; sendo fiel à documentação, geralmente muito volumosa, com a transcrição dos documentos na íntegra e sem atualização da linguagem, como um mosaico que vai se completando aos poucos.
Seduzido pela beleza da Bahia e sua gente, começou a ficar curioso com o fato desse povo que, apesar de ter passado pela experiência dolorosa e humilhante da escravidão, não se deixou impregnar pelo ódio e a amargura nem pela tentação da discriminação. E logo Verger percebeu que isto derivava muito provavelmente da sua religião. Dizia sempre que o seu interesse pelo Candomblé se devia ao fato dela "desempenhar um papel social muito importante", conferindo aos seus adeptos confere a seus adeptos um enraizamento cultural, uma identidade bem definida, fundamentais para seu sentido de dignidade como indivíduo e como povo. "Aqui eles não se sentem humilhados, mas são respeitados justamente pelas coisas que lhes são próprias". O pesquisador incansável terminou aos poucos colocando sua arte fotográfica a serviço de suas pesquisas, até interromper totalmente esta atividade em 1973.
Em 1973 passou a integrar o corpo de professores da Universidade Federal da Bahia, com a tarefa inicial de implantar em Salvador o Museu Afro Brasileiro. Foi professor visitante da Universidade de Ifé, na Nigéria e pertenceu, também, ao quadro de pesquisadores do CNRS.
Pierre Verger faleceu em 11 de fevereiro de 1996. Até essa data, continuou incansável trabalho sobre sua documentação, colhida durante cerca de 50 anos de investigações, sonhando ainda em levar seu trabalho adiante através da formação um quadro de pesquisadores e auxiliares na Fundação Pierre Verger, criada em 1989 para dar guarda e proteção ao seu acervo. Pierre Fatumbi Verger seguiu sendo o mesmo homem "livre e disponível" do qual falava seu amigo Théodore Monod, no prefácio ao Dieux d’Afrique (Paris, 1954): "... fiel a sua escolha, segue no exercício profundo e correspondente da solidão e da liberdade".
Aos 17 anos Pierre Verger parou de frequentar a escola. Aos 30, após a morte de sua mãe, deixou Paris e os valores burgueses do ambiente onde cresceu. Iniciou suas viagens pelo Taiti, inspirando-se no pintor Paul Guaguin. Em 1946, tendo já viajado por todos os continentes, desembarcou em Salvador. Aqui encontrou uma cidade pequena e muito bonita, repleta de descendentes de africanos. Foi seduzido e resolveu ficar.
Desde o início das suas viagens ele fotografava. As suas escolhas de imagens demonstram um interesse particular por pessoas e expressões culturais e um talento especial para selecionar e registrar instantes eloqüentes. Trabalhando, dançando, dormindo ou apenas posando, seus modelos são sempre naturais e expressivos.
Verger aprofundou seu pendor para a antropologia delimitando como temas a cultura negra, relações entre a África e a Bahia e o candomblé. Por suas pesquisas nessas áreas recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Sorbonne. E mais, tornou-se Babalaô, uma autoridade no candomblé.
Estas imagens são exemplos do seu trabalho como repórter fotográfico no Brasil, EUA, África e Taiti, ainda na primeira metade do século. Por suas fotos, muitos o consideram um dos precursores da antropologia visual. Ou seja, através do seu modo particular de fotografar pessoas e situações comuns, Verger seria capaz de reconstituir, em certa medida, o espírito de um lugar e de uma época. Nós, baianos, temos bastante material para averiguar isso no seu livro "Retratos da Bahia". E a comprovação ocorre quando reconhecemos a nós mesmos naquelas fotos.
Para saber mais sobre Pierre Verger:Desde o início das suas viagens ele fotografava. As suas escolhas de imagens demonstram um interesse particular por pessoas e expressões culturais e um talento especial para selecionar e registrar instantes eloqüentes. Trabalhando, dançando, dormindo ou apenas posando, seus modelos são sempre naturais e expressivos.
Verger aprofundou seu pendor para a antropologia delimitando como temas a cultura negra, relações entre a África e a Bahia e o candomblé. Por suas pesquisas nessas áreas recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Sorbonne. E mais, tornou-se Babalaô, uma autoridade no candomblé.
Estas imagens são exemplos do seu trabalho como repórter fotográfico no Brasil, EUA, África e Taiti, ainda na primeira metade do século. Por suas fotos, muitos o consideram um dos precursores da antropologia visual. Ou seja, através do seu modo particular de fotografar pessoas e situações comuns, Verger seria capaz de reconstituir, em certa medida, o espírito de um lugar e de uma época. Nós, baianos, temos bastante material para averiguar isso no seu livro "Retratos da Bahia". E a comprovação ocorre quando reconhecemos a nós mesmos naquelas fotos.
http://www.pierreverger.org.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Fatumbi_Verger
http://www.unicamp.br/~everaldo/bahia/verger/expo.htm
http://www.corrupio.com.br/verger-p.htm
http://membres.lycos.fr/japa/verger/
http://www.terra.com.br/cinema/drama/verger.htm
e também de uma polémica on line sobre Pierre Verger:
http://www.olavodecarvalho.org/textos/verger.htm
1 comentário:
Oi, Lauro.
Que bom descobrir seu blog. Foi possível graças a essas benditas ferramentas de busca da internet. Serei leitora assídua a partir de agora.
Um grande abraço de além mar
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