sábado, julho 01, 2006

SPORTING CLUBE DE PORTUGAL:
CEM ANOS DE GLÓRIA


Para mim tem sido a companhia de uma vida, desde que, muito miúdo, ouvia os relatos “da bola” com o meu pai. Vibrávamos os dois, entusiasmados com as vitórias, entristecidos com as derrotas, mas com a devoção de sempre intacta. Com muito “fair play” também. Sou capaz de roer as unhas até não haver unhas, mas nunca me zanguei com alguém por ser de outro clube. Apenas de afasto dos que não sabem perder, e pior ainda, dos que não sabem ganhar.
Sei de cor o nome de centenas de atletas que passaram por Alvalade, pelo antigo e pelo novo estádio. "Ser" de um clube é algo que me fascina. Porquê "ser do Sporting" e não do Algés? (para não fazer comparações que podem ser mal interpretadas, pois todos sabem por que razão não se pode ser de alguns clubes!!! Às vezes temos que dar a alfinetada.). Por que razão se sofre a bom sofrer pelo verde (e não pelo amarelo)? Por que razão o vizinho do lado sente ao contrário? Enfim, um dia falaremos disso.
Agora quero agradecer ao SCP a excelente noite de aniversário que o clube me proporcionou (a mim e a mais 3.200 adeptos), no relvado (coberto por alcatifa, para não molestar a relva) do novo Alvalade, o XXI. Jantou-se sopa verde e bacalhau à centenário, ouviram-se curtos discursos de directores (neste caso os maiores parabéns a Ernesto Ferreira da Silva, a “Alma” deste centenário!), viram-se os novos equipamentos, cantou-se com os Delfins e amigos, riu-se muito, e bem, com um Aldo Lima inspirado, mas sobretudo percebeu-se que “ser-se de um clube” (neste caso o SCP, mas vale para todos, agora sem graçolas clubistas) é um acto amoroso. No amor também “se é” de alguém. Só no amor há esta entrega absoluta e irracional. Só no amor funciona o “cliq” que nos prosterna. Mas no amor ainda se pode quebrar a magia, e ver desaparecer o encanto. Num clube, que eu saiba, a magia nunca morre, mesmo quando se perde.
Eram milhares de enamorados a suspirar por sua dama, nesta noite em que se cantou os parabéns a você. Qual seria a namorada, noiva, mulher ou amante que resistia ao fim de 100 anos? Só mesmo um clube. Neste caso, só mesmo o "meu clube", o Sporting Clube de Portugal!
(Obrigado à Eduarda e ao Frederico, que não sendo fervorosos, me acompanharam numa jornada gloriosa).

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