Sondra Pransky é uma americana, estudante de jornalismo, que vive em Londres. Sid Waterman é um velho mágico que dá espectáculos num teatro londrino. Um dia encontram-se: Sid pede um voluntário para o auxiliar num número de armário, e Sondra oferece-se. Quando ela está dentro do armário, à espera de “desaparecer”, confronta-se com o espírito de um jornalista recentemente falecido, que lhe oferece algumas dicas para o maior furo jornalístico da sua carreira: Londres vive apavorada por um “serial killer”, "Tarot Card Killer", que deixa junto das várias vítimas, mulheres, jovens, devassas e morenas, uma carta de Tarot. O fantasma do jornalista afiança que o assassino é um conhecido aristocrata, Peter Lyman. Sondra, de colaboração com Sid Waterman, vai aproximar-se de Peter e tentar perceber se ele é ou não o tal assassino. Acontece que para ganhar a confiança de Peter vai para a cama com ele, apaixona-se e…
Não é primeira vez, nem será a última que Woody Allen se aproxima do “policial”, que ele tanto admira desde o início da sua carreira. Quem não se lembra do seu tributo a Humphrey Bogart, em “O Grande Conquistador” (Play it Again, Sam)? Mas, muito mais recentemente, tivemos muitos outros exemplos e quase todos bastante interessantes. Desde “O Misterioso Assassinato de Manhattan” (1993) ou “As Faces de Harry” (1997) até “A Maldição do Escorpião de Jade” (2001) ou mesmo “Match Point” (2005) que Woody Allen oscila entre o “policial” e o “suspense”, estilo Hitchcock, com resultados que vão variando entre o bom e o muito bom, porque este é um realizador que nunca faz um mau filme. Quando não está ao nível do seu melhor, acaba sempre por ser interessante, no mínimo. No mínimo, também, o espectador não se enfada. Pode não chegar ao êxtase, mas fica-se pelo entretenimento inteligente. É o caso com “Scoop”. Nada do outro mundo, nada da genialidade de “Match Point”, mas um trabalho que se vê com agrado, que nos mostra um Woody Allen “velhote”, mas bem humorado, e que não perdeu a hipótese de passar uns tempos com a bela Scarlett Johansson por terras inglesas, a divertirem-se e a ganharem algum. Como o entendo.
De resto, há um cheirinho a Bergman na barcaça da morte, um cheirinho a Hitchcock no “falso culpado”, um cheirinho a Woody Allen, no tom geral da obra. Scarlett Johansson, que trabalhou muito em 2006 (além de aparecer neste filme, surgiu ainda em “O Terceiro Passo” e “A Dália Negra”), merece passar incógnita nas nomeações, apesar da beleza, que não conta para o caso. Realmente em nenhum dos três arrebata, como o fizera por exemplo em “Match Point”.
Camões, por Borges
Há 1 hora
2 comentários:
Apesar de não entender nada de cinema, tem graça que a minha perspectiva do filme foi exactamente a mesma!
Afinal não é só nalguns livros!!!
Beijo
Match Point foi um trabalho de casa tão bem feito, que até se consegue perdoar ao Sr. Allen um filme ou outro mais em cima da linha da "média"!
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