quarta-feira, fevereiro 14, 2007

DO AMOR

Jack Vetriano

DOIS POEMAS DE AMOR

I
abro-te o sexo húmido de gozo
como-te a saliva da devassidão
rasgo-te o desejo dos seios à boca
sinto-te inundada de prazer
exposta ao estertor
que cavalga profundo no meu eixo
continua, amor, continua
e deixa-me perdido no teu ventre
até amanhecer para lá da janela
e os pássaros se ouvirem no despertar do dia

II

só para ti:
na colcha escarlate,
o borrão húmido
de amor feito-desfeito
eternamente

21 comentários:

Anónimo disse...

A mim? Quem sou eu???

Lauro António disse...

Pois, anónimo/a, essa a grande questão que fica em suspenso... Se calhar, tu, és "A" mulher! Ou uma determinada mulher. Ou... quem sabe?

Ana Paula Sena disse...

O amor pode ser muito "quente", realmente.
Gostei muito do Vetriano.
A.P.

Lauro António disse...

O amor é uma mistura de tanta coisa, mas muitas pessoas tendem a reduzi-lo tanto. Umas só praticam sexo, outras bloqueiam-no no seu discurso, em nome do "espírito". O amor, tal como o entendo, só existe plenamente quando é plenamente assumido na sua plenitude, onde o espírito e a matéria (que assim também é espírito) se completam. Por isso essa especial ênfase no que é mais proibido, calado, escondido, e assume tanta beleza no amor. Para mim, pelo menos. Não é "hot", nem "quente". É vital.

Ana Paula Sena disse...

Mas...L.A., era mesmo isso que eu quereria dizer e não disse. Ou seja, o que é vital só pode ser quente. Nós não sobrevivemos a baixas temperaturas. :) Somos animais de sangue quente mas a precisar de constante aquecimento. Que mais pode ser o amor do que a troca desse calor humano, carnal e espiritual, a uma só vez?
A.P.

n©n disse...

A autoria dos poemas é de quem?
Ou tb é de anónimo?

Lauro António disse...

Os textos deste blogue, quando não assinados (99 % dos casos) são da autoria do responsável pelo blogue. Aqui não há textos anónimos. Se são poemas, isso já não sei.

Anónimo disse...

AnónimA e, sim, sou determinada mulher.

Lauro António disse...

AnonimA. calculo que sim.

n©n disse...

Chamei-lhes "poemas" pq assim estavam designados no "post".
Calculei que fossem seus.
Obrigada pelo esclarecimento.

Eu não os teria ilustrado, são suficientemente visuais para ainda virem acompanhados de imagens.
(Não é uma critica, só uma opinião)

Um beijinho

Matilda Penna disse...

É isso, o amor é vital, principalmente quando 'feito-desfeito' eternamente.
E me parecem que você fez uns poemas sim, até prova em contrário, são poemas, ou até que algum gramático me prove por A+B que não são, são poemas sim.
Enfim, a musa deve estar 'prá lá de Bagdá" de feliz, é o que no final conta, não?
Beijos, :).

BlueAngel aka LN disse...

Que palavras fortes e, no entanto, tão bonitas. Parabéns pelas ditas, ao que parece este é um dos 99% dos casos. :-)

Lauro António disse...

Gentileza tua, matilde. Tudo bem por aí, por esse Brasil lindo? Um beijo.

Lauro António disse...

Blue Angel (que belo filme. Um dos meus mais preferidos, sabias?): Obrigado pelas palavras. Assina: Mr.99%

BlueAngel aka LN disse...

Por acaso sabia, já mo tinha noutras ocasiões (inclusivé neste blog).

Maria Eduarda Colares disse...

Qual Salazar, qual quê!!!!!

Lauro António disse...

Salazar também aqui? Meu Deus! Que te aconteceu M.?

Maria Eduarda Colares disse...

Pois! Post com Salazar no título: 0 comentários. Post "vital" 17 comentários. E ainda há quem tenha a desfaçatez de dizer que o pessoal não escolhe a vida!

Claudia disse...

Deixa-me adivinhar...

É o primeiro! Certo?!...

Beijo meu

Isabel Victor disse...

Poema ? Não sei ... mas, toca-se e respira !

Beijo

Ida disse...

Adorei os poemas e as ilustrações. Foram postados quando eu andava ausente de tudo, por isso só agora tenho o prazer, que pena, será o prazer um prato q se possa comer frio? Ou reciclar? Ou requentar? Não, este último, nem pensar. O prazer, quando é, é sempre recém tudo, sempre do último minuto. Discordo de S, as ilustrações q escolheste e as palavras "sont des choses qui vont très bien ensemble, très bien ensemble".

Discordo da Matilde, gramáticos jamais poderão decidir sobre a validade de um poema, ou de um não poema.

Beijo vital.