A MALDIÇÃO
DA FLOR DOURADA
China, século X, em plena dinastia Hou Tang. Deve dizer-se que houve duas épocas nesta dinastia Tang, ou duas dinastias Tang nesta longa época: uma primeira que vai de 618 a 907, conhecida apenas por Tang, e que ficou célebre por ser um período de estabilidade política e social, onde a arte e a cultura floresceram na paz e na prosperidade do império. Posteriormente, a segunda época Tang, corresponde então à já mencionada dinastia Hou Tang, que contrasta com a primeira em inúmeros aspectos. Entre 923 e 936 imperaram a corrupção, as lutas pelo poder, o caos político, militar e social. Intrigas palacianas e lutas entre clãs levaram à fragmentação do império. Chefes militares comandaram regiões, criando pequenos impérios que se guerreavam entre si, tornando o território facilmente vulnerável a ataques vindos do exterior, quer dos Mongóis ao Norte, quer dos Turcos a Oeste, por exemplo. Esta época de treze anos ficou conhecida pelo “período das cinco dinastias e dos dez reinos”, a que pertencem as cinco dinastias do Norte e os dez reinos do Sul.
A história que “A Maldição da Flor Dourada” conta não corresponde a nenhuma verdade histórica factual. Aquele Imperador, aquela Imperatriz, aqueles três filhos do Imperador não existiram de verdade. São fruto da imaginação de um dramaturgo, Yu Cao, que, em 1930, escreveu uma peça de teatro agora adaptada a cinema por Zhang Yimou (já havia sido adaptada anteriormente ao cinema, em Hong Kong, por dias vezes). Mas se essas personagens não existiram na realidade poderiam muito bem ter existido. Assim, num peça de teatro ou num filme, funcionam como um símbolo, não só dessa época, mas de todas as épocas onde as lutas pelo poder pintam os tronos de sangue. Poderíamos falar obviamente de Shakespeare, de “Hamlet” a “O Rei Lear”, passando por “Macbeth” e algumas outras obras suas, mas poderíamos também falar da China moderna, de China de Mao Tse Tung ou da actual China de um comunismo convertido ao capitalismo naquilo que lhe interessa, e respeitador do chamado “materialismo dialéctico” naquilo que lhes agrada.
Pela evocação do nome de William Shakespeare se pode pressentir que “A Maldição da Flor Amarela” seja uma tragédia política como algumas outras que tiveram o grande dramaturgo inglês como influência manifesta. Neste aspecto justo é recordar um outro cineasta oriental, o japonês Akira Kurosawa, que adaptou ao cinema “Macbeth” (que deu origem a um magnifico “Trono de Sangue”) e “O Rei Lear” (transformado no fulgurante “Ran, os Senhores da Guerra”). Não é, portanto, original este interesse do Oriente pela arte do dramaturgo britânico, nem será seguramente a última vez que tal acontece. Para o confirmar, dias depois da estreia de “A Maldição da Flor Dourada”, lança-se igualmente em salas portuguesas “Inimigos do Império” (Ye yan), de um outro cineasta chinês, Feng Xiaogang, desta feita tendo como base “Hamlet”, vertido para cenários do “Oriente vermelho.”.
No caso do filme de Zhang Yimou, tudo aponta para o Imperador que protagoniza a obra ser um mero capitão que usurpa título e território, casando pela segunda vez com uma Imperatriz, esta sim de origem imperial, que ele vai lentamente envenenando com um raro fungo negro persa, que, tomado em doses certas e sistemáticas, conduz à loucura. Mas não será ele o único a conspirar e a desejar a morte de familiares para se manter mais firmemente no trono. Por estas bandas, como por muitas outras, toda a gente conspira. A Imperatriz espera pela Festa dos Crisântemos para atirar contra o Imperador um exército de soldados com flores amarelas bordadas no peito, mas os três filhos, cada um por seu lado, têm também palavras a dizer, ou a engolir depois de fustigados até à morte por exércitos ou cintos metálicos que funcionam como chibatas fatais.
A história que “A Maldição da Flor Dourada” conta não corresponde a nenhuma verdade histórica factual. Aquele Imperador, aquela Imperatriz, aqueles três filhos do Imperador não existiram de verdade. São fruto da imaginação de um dramaturgo, Yu Cao, que, em 1930, escreveu uma peça de teatro agora adaptada a cinema por Zhang Yimou (já havia sido adaptada anteriormente ao cinema, em Hong Kong, por dias vezes). Mas se essas personagens não existiram na realidade poderiam muito bem ter existido. Assim, num peça de teatro ou num filme, funcionam como um símbolo, não só dessa época, mas de todas as épocas onde as lutas pelo poder pintam os tronos de sangue. Poderíamos falar obviamente de Shakespeare, de “Hamlet” a “O Rei Lear”, passando por “Macbeth” e algumas outras obras suas, mas poderíamos também falar da China moderna, de China de Mao Tse Tung ou da actual China de um comunismo convertido ao capitalismo naquilo que lhe interessa, e respeitador do chamado “materialismo dialéctico” naquilo que lhes agrada.
Pela evocação do nome de William Shakespeare se pode pressentir que “A Maldição da Flor Amarela” seja uma tragédia política como algumas outras que tiveram o grande dramaturgo inglês como influência manifesta. Neste aspecto justo é recordar um outro cineasta oriental, o japonês Akira Kurosawa, que adaptou ao cinema “Macbeth” (que deu origem a um magnifico “Trono de Sangue”) e “O Rei Lear” (transformado no fulgurante “Ran, os Senhores da Guerra”). Não é, portanto, original este interesse do Oriente pela arte do dramaturgo britânico, nem será seguramente a última vez que tal acontece. Para o confirmar, dias depois da estreia de “A Maldição da Flor Dourada”, lança-se igualmente em salas portuguesas “Inimigos do Império” (Ye yan), de um outro cineasta chinês, Feng Xiaogang, desta feita tendo como base “Hamlet”, vertido para cenários do “Oriente vermelho.”.
No caso do filme de Zhang Yimou, tudo aponta para o Imperador que protagoniza a obra ser um mero capitão que usurpa título e território, casando pela segunda vez com uma Imperatriz, esta sim de origem imperial, que ele vai lentamente envenenando com um raro fungo negro persa, que, tomado em doses certas e sistemáticas, conduz à loucura. Mas não será ele o único a conspirar e a desejar a morte de familiares para se manter mais firmemente no trono. Por estas bandas, como por muitas outras, toda a gente conspira. A Imperatriz espera pela Festa dos Crisântemos para atirar contra o Imperador um exército de soldados com flores amarelas bordadas no peito, mas os três filhos, cada um por seu lado, têm também palavras a dizer, ou a engolir depois de fustigados até à morte por exércitos ou cintos metálicos que funcionam como chibatas fatais.
Um trono é o símbolo de um poder porque todos suspiram e que ninguém parece dispensar. É verdade que o Imperador é muito directo quando explica a sua visão do mundo aos filhos: “Nunca tentes tomar pela força o que eu não te quiser oferecer.” Esta verdade serve para os filhos, como para todo o cidadão do império. Ou seja: eu mando, posso e quero, vocês obedecem, e pela revolta não conquistarão o que eu não vos quiser dar. Nada mais simples do que a ditadura completa de alguém que, por deter o poder, não o quer ver fugir das suas mãos. Os tiranos são assim, quaisquer que sejam as razões ou as justificações para assim agirem.
O que o filme de Zhang Yimou demonstra é que nem laços de família impedem a barbárie. A sede de poder é mais forte que qualquer outro sentimento. Tudo isto decorre num cenário quase único (o palácio do Imperador), com raras fugas para o exterior, num tempo único, nas vésperas e no dia da Festa dos Crisântemos, também chamada festa de Chong Yang, uma festividade que é celebrada desde há muito na China e que ainda o é, nos nossos dias. Estamos no domínio da pura tragédia. Uma tragédia que tem uma simbologia muito precisa no interior de uma certa mitologia chinesa.
No dossier de imprensa do filme, explica-se o que, para nós, ocidentais, pode não ter um significado evidente: “o “Festival do Duplo Novo”, que aparece associado aos crisântemos, ocorre no nono dia do nono mês do calendário lunar (9 de Setembro). Na Antiguidade e na tradição do yin e do yang, o novo pertence ao yang, que simboliza a fortuna, a felicidade e a claridade. O nono dia do nono mês e pois composto por dois “novos”, o dia yang do mês yang. Em chinês, o “novo” é homófono de eternidade. Estes “novos”, duplamente yang, têm igualmente uma conotação de energia positiva e masculinidade. A festa de Chong Yang é celebrada festejando-a com a família, honrando os antepassados e os idosos. O costume manda subir a uma montanha, ou a um terraço elevado – como aquele que se vê em “A Maldição da Flor Amarela” -, para apreciar a natureza e escapar da influência dos espíritos maus. Vive associada aos crisântemos, ao vinho e aos bolos confeccionados com esta flor. Em medicina, o crisântemo é receitado para eliminar toxinas e para afastar o mal. Toda esta simbologia do Chong Yang deriva de uma lenda que afirma que os habitantes de uma aldeia, na época de Han do Este (25-220), viram um homem sábio descer da montanha para os alertar para uma catástrofe que se avizinhava. Para se salvarem teriam de deixar a aldeia, subir uma montanha e beber vinho de crisântemo, o que eles fizeram. Quando regressaram à aldeia, esta tinha sido incendiada e saqueada, os animais mortos, mas os seus habitantes haviam sido salvos pelas palavras do sábio.”
Voltando ao filme, o Imperador regressa ao seu palácio, a tempo de celebrar em família a festa de Chong Yang. Milhares de crisântemos de um belo amarelo dourado tinham sido dispostos nos jardins do palácio. Obviamente que numa família onde reina a maior das deslealdades e onde todos os seus membros conspiram uns contra os outros, difícil se torna interpretar este facto senão como uma forma de atingir objectivos inconfessáveis. Na verdade, a Imperatriz e um dos filhos do Imperador, Wang, o primogénito, gerado de um anterior casamento, mantêm uma relação (quase) incestuosa. Mas Wang, apesar disso, sente uma atracção irresistível por Chan, a filha do médico. A Imperatriz vai sendo envenenada pelo Imperador, com a cumplicidade do médico e da filha do médico da corte, enquanto, por seu turno, prepara uma revolta contra o marido, procurando auxílio junto de algum dos filhos. Particularmente de Jay, o filho do meio, que se preocupa seriamente com a saúde da mãe e com os maus presságios dos crisântemos. Cada um dos filhos tem as suas próprias ideias de usufruir do poder e finalidades. Até o mais jovem se revelará, no final, de forma surpreendente.
Depois de umas horas passadas no interior do palácio, por entre conspirações várias e inconfessáveis desejos, com a preparação dos festejos a ser regulada por um grupo de servos que percorre os corredores cantando uma ladainha sobre as horas, o seu significado e as emoções que se devem sentir nesses momentos, chega a altura de explodir essa violência armazenada ao longo dos anos. O médico e a sua família, que são enviados para longe do palácio imperial, são os primeiros a sucumbir a um exército de soldados de negro que salta do espaço e se abate sobre um pequeno palácio perdido na montanha.
Quando a festa dos crisântemos arranca, ao bater da meia-noite, os segredos guardados por todos até aí revelam-se, da mesma forma que as tropas escondidas aparecem das sombras da noite. De surpresa em surpresa, trocam-se as voltas ao destino que se mostra madrasto para os milhares que regam com o seu sangue o campo de crisântemos: o amarelo dourado da festa tinge-se de vermelho-morte. A hipocrísia de quem fica com o poder não se detém perante o horror. Retirados os cadáveres, limpos os campos, recolocadas as flores, segue a festa, com alguém de novo a reafirmar a máxima por que se regem os tiranos: “Nunca tentes tomar pela força o que eu não te quiser oferecer.” A calma parece voltar a reinar na China milenar, mas um gesto da Imperatriz reafirma a vontade de não ceder, de se revoltar, de não aceitar pacificamente esse envenenamento lento e progressivo, silencioso, que conduz à loucura. Há quem queira ver na história uma metáfora aos tempos de Mao Tse Tung (ou Mao Zedong, se preferirem) e do “bando dos quatro”, mas parece-nos muito mais evidente uma referência crítica à China actual. Esta é a produção chinesa mais cara de sempre e a que maior bilheteira recolheu no seu pais de origem. Indicada para os Oscars, não venceria o de melhor filme em língua não inglesa, mas avaliza uma carreira internacional de muito mérito.
O que o filme de Zhang Yimou demonstra é que nem laços de família impedem a barbárie. A sede de poder é mais forte que qualquer outro sentimento. Tudo isto decorre num cenário quase único (o palácio do Imperador), com raras fugas para o exterior, num tempo único, nas vésperas e no dia da Festa dos Crisântemos, também chamada festa de Chong Yang, uma festividade que é celebrada desde há muito na China e que ainda o é, nos nossos dias. Estamos no domínio da pura tragédia. Uma tragédia que tem uma simbologia muito precisa no interior de uma certa mitologia chinesa.
No dossier de imprensa do filme, explica-se o que, para nós, ocidentais, pode não ter um significado evidente: “o “Festival do Duplo Novo”, que aparece associado aos crisântemos, ocorre no nono dia do nono mês do calendário lunar (9 de Setembro). Na Antiguidade e na tradição do yin e do yang, o novo pertence ao yang, que simboliza a fortuna, a felicidade e a claridade. O nono dia do nono mês e pois composto por dois “novos”, o dia yang do mês yang. Em chinês, o “novo” é homófono de eternidade. Estes “novos”, duplamente yang, têm igualmente uma conotação de energia positiva e masculinidade. A festa de Chong Yang é celebrada festejando-a com a família, honrando os antepassados e os idosos. O costume manda subir a uma montanha, ou a um terraço elevado – como aquele que se vê em “A Maldição da Flor Amarela” -, para apreciar a natureza e escapar da influência dos espíritos maus. Vive associada aos crisântemos, ao vinho e aos bolos confeccionados com esta flor. Em medicina, o crisântemo é receitado para eliminar toxinas e para afastar o mal. Toda esta simbologia do Chong Yang deriva de uma lenda que afirma que os habitantes de uma aldeia, na época de Han do Este (25-220), viram um homem sábio descer da montanha para os alertar para uma catástrofe que se avizinhava. Para se salvarem teriam de deixar a aldeia, subir uma montanha e beber vinho de crisântemo, o que eles fizeram. Quando regressaram à aldeia, esta tinha sido incendiada e saqueada, os animais mortos, mas os seus habitantes haviam sido salvos pelas palavras do sábio.”
Voltando ao filme, o Imperador regressa ao seu palácio, a tempo de celebrar em família a festa de Chong Yang. Milhares de crisântemos de um belo amarelo dourado tinham sido dispostos nos jardins do palácio. Obviamente que numa família onde reina a maior das deslealdades e onde todos os seus membros conspiram uns contra os outros, difícil se torna interpretar este facto senão como uma forma de atingir objectivos inconfessáveis. Na verdade, a Imperatriz e um dos filhos do Imperador, Wang, o primogénito, gerado de um anterior casamento, mantêm uma relação (quase) incestuosa. Mas Wang, apesar disso, sente uma atracção irresistível por Chan, a filha do médico. A Imperatriz vai sendo envenenada pelo Imperador, com a cumplicidade do médico e da filha do médico da corte, enquanto, por seu turno, prepara uma revolta contra o marido, procurando auxílio junto de algum dos filhos. Particularmente de Jay, o filho do meio, que se preocupa seriamente com a saúde da mãe e com os maus presságios dos crisântemos. Cada um dos filhos tem as suas próprias ideias de usufruir do poder e finalidades. Até o mais jovem se revelará, no final, de forma surpreendente.
Depois de umas horas passadas no interior do palácio, por entre conspirações várias e inconfessáveis desejos, com a preparação dos festejos a ser regulada por um grupo de servos que percorre os corredores cantando uma ladainha sobre as horas, o seu significado e as emoções que se devem sentir nesses momentos, chega a altura de explodir essa violência armazenada ao longo dos anos. O médico e a sua família, que são enviados para longe do palácio imperial, são os primeiros a sucumbir a um exército de soldados de negro que salta do espaço e se abate sobre um pequeno palácio perdido na montanha.
Quando a festa dos crisântemos arranca, ao bater da meia-noite, os segredos guardados por todos até aí revelam-se, da mesma forma que as tropas escondidas aparecem das sombras da noite. De surpresa em surpresa, trocam-se as voltas ao destino que se mostra madrasto para os milhares que regam com o seu sangue o campo de crisântemos: o amarelo dourado da festa tinge-se de vermelho-morte. A hipocrísia de quem fica com o poder não se detém perante o horror. Retirados os cadáveres, limpos os campos, recolocadas as flores, segue a festa, com alguém de novo a reafirmar a máxima por que se regem os tiranos: “Nunca tentes tomar pela força o que eu não te quiser oferecer.” A calma parece voltar a reinar na China milenar, mas um gesto da Imperatriz reafirma a vontade de não ceder, de se revoltar, de não aceitar pacificamente esse envenenamento lento e progressivo, silencioso, que conduz à loucura. Há quem queira ver na história uma metáfora aos tempos de Mao Tse Tung (ou Mao Zedong, se preferirem) e do “bando dos quatro”, mas parece-nos muito mais evidente uma referência crítica à China actual. Esta é a produção chinesa mais cara de sempre e a que maior bilheteira recolheu no seu pais de origem. Indicada para os Oscars, não venceria o de melhor filme em língua não inglesa, mas avaliza uma carreira internacional de muito mérito.
Há quem prefira a este melodrama histórico que tem por centro a febre do poder, a aventura galante de “O Segredo dos Punhais Voadores” (um dos mais belos filmes que vimos nos últimos anos!). Mas devemos sublinhar que, enquanto “O Segredo dos Punhais Voadores” se colocava ao nível de umas aventuras de Robin dos Bosques ou de uma intriga de Walter Scott, esta “A Maldição da Flor Dourada” se aparenta mais às tragédias de Shakespeare e às versões de Orson Welles ou Kurosawa. Vamos mais longe: passa por aqui a maldição de um “Ivan, o Terrível”, de Eiseinstein, ou a apaixonada frieza crítica de um Luchino Visconti. Colocamos assim este filme ao nível de uma das obras-primas destes anos mais chegados, quer pela gravidade do testemunho (que vem da China, mas é preocupação planetária) quer pela sumptuosidade da sua encenação, o fulgor da realização, o esplendoroso colorido de uma fotografia que não deixa de surpreender, ou a fabulosa interpretação de um elenco inatacável, mas onde sobressai a lindíssima e talentosa Gong Li, de regresso ao convívio de Zhang Yimou, depois de ter sido durante muitos anos sua companheira, na vida e na tela (“Milho Vermelho” e “Esposas e Concubinas”, entre outros), a que se seguiu um período de separação sintomática que a trouxe para Ocidente (apareceu em “Miame Vice” e “Memórias de uma Geisha”).
Zhang Yimou, por seu turno, não se afasta do caminho que traçou e que faz dele um nome maior da cinematografia mundial.
Ao lado de Chen Kaige, com quem criou a “Quinta Geração” do cinema chinês, que colocou a cinematografia daquele país no mapa, em plena década de 80, Zhang Yimou criou uma filmografia impressionante, alternando obras sobre a China Moderna com outras que abordam temas históricos, na linha do popular “wushia” ou filme de sabre, que Hong Kong celebrizou. Nestas o seu olhar não se afasta da China actual. Mas em lugar de a abordar directamente, perspectiva-a em termos simbólicos e de metáfora.
Um filme admirável, de uma beleza rara, de cortar a respiração, de suspender o olhar. Não percam este desafio.
Zhang Yimou, por seu turno, não se afasta do caminho que traçou e que faz dele um nome maior da cinematografia mundial.
Ao lado de Chen Kaige, com quem criou a “Quinta Geração” do cinema chinês, que colocou a cinematografia daquele país no mapa, em plena década de 80, Zhang Yimou criou uma filmografia impressionante, alternando obras sobre a China Moderna com outras que abordam temas históricos, na linha do popular “wushia” ou filme de sabre, que Hong Kong celebrizou. Nestas o seu olhar não se afasta da China actual. Mas em lugar de a abordar directamente, perspectiva-a em termos simbólicos e de metáfora.
Um filme admirável, de uma beleza rara, de cortar a respiração, de suspender o olhar. Não percam este desafio.
2 comentários:
Só para deixar um beijo de bom dia e de boa Páscoa ...
tb beijo* pela boa companhia.
(próximo V´V´vadiando tb não poderei ir ...)
...
da isabel
Adorei "O Segredo dos Punhais Voadores" que vi por indicação sua. Fico também com muita vontade de ver este, possivelmente já só acessível, para mim, em Dvd. Parece magnífico em termos de fotografia, deslumbrante... Também acho muito curioso o que refere da mitologia chinesa. Realmente, está tudo muito carregado de símbolos e, por isso mesmo, é verdadeiramente fascinante! Mais uma boa oportunidade, para mim, de conhecer melhor a história da antiga China.
A.P.
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