Ainda
Du’a Khalil Aswad
Sobre o caso de Dua Khalil Aswad, a jovem de 17 anos, assassinada à pedrada no Norte do Iraque, para desagravo da honra dos familiares, a amiga Ana Paula, do Blogue “Música do Acaso”, deixou aqui um comentário que rezava assim: “Em casos destes, tão graves, geralmente acho todas as palavras vãs. No entanto, em memória desta rapariga que desaparece do mundo de modo tão absolutamente indigno, quero dizer alguma coisa.
Sinceramente, é tudo duplamente asqueroso: o fanatismo religioso que mata impunemente (renego qualquer forma de fanatismo), aliado à extrema indignidade de filmar este acto vil e colocar na internet para exploração do voyeurismo doentio das sociedades ocidentais e de outras pró-ocidentalizadas. Pessoalmente, repugna-me a ideia de filmar um tal acontecimento. E explico: terá sido para divulgação do horror e iniciativa de luta contra... ou terá sido para gáudio de tantos sádicos cobardes que existem pelo mundo fora? A ser verdadeira a primeira hipótese, admite-se pela boa intenção. Infelizmente, apostaria em que como se deveu à segunda. E, por isso, não leve a mal, mas recuso-me a ver esses supostos "filmes". É uma questão de pudor, sinónimo de respeito pelo sofrimento indescritível dessa jovem. Não sei se isto é racional, não sei. Há questões que são da sensibilidade. É assim que sinto.
Sinto-me céptica em relação a este tipo de movimentos de petições, online ou outras. Na verdade, aqui e noutros casos, seria preciso agir. Ou seja: onde está a intervenção militar do mundo ocidental nestes lugares do mundo? Existiu para quê? Existe para quê? Não era aqui, nesta precisa hora, que deveriam estar? Fazendo alguma coisa! Na impossibilidade de evitar, indo atrás dessa multidão criminosa!! Mas não... Aposto que ficará tudo pelas vozes. A substância do acto ficará por eliminar. Trata-se de uma rapariga anónima. É assim. Hoje em dia, é preciso acrescentar aos selvagens o aparato tecnológico. É isto o surrealismo!
Peço desculpa pelo comentário tão longo. Acabei por me inflamar com tal atentado aos tão proclamados Direitos Humanos!
Para si, o meu elogio: a blogosfera também serve para pensar e alertar. Fica o alerta, sem dúvida. Mas como mudamos, de facto, tudo isto?!! É muito complicado.”
Realmente é tudo muito complicado, mas este comentário, merece-me algumas considerações. Divulgar actos monstruosos, pode ou não ser um dever. Depende de muita coisa, e é conveniente raciocinar sobre o tema.
1º O que é notícia neste caso? O facto destes vídeos terem sido filmados e colocados na Internet. Vejamos porquê:
Título da notícia do Publico é significativo: “Apedrejamento de curda filmado com telemóvel e divulgado na Net.” E explica logo a seguir: “Adolescente de uma minoria religiosa mantinha relação com jovem muçulmano; multidão assistiu e gravou o crime em que participaram familiares da rapariga.”
No final da noticia pode ler-se uma reacção da directora da secção portuguesa da Amnistia Internacional, Cláudia Pedra, que “observa que este tipo de violência é muito comum na região, mas muitos casos não chegam a ser conhecidos, porque são normalmente levados a cabo pelas famílias, "de forma encapotada". Mas este é o primeiro caso de que Cláudia Pedra tem conhecimento a ser filmado e depois colocado na Internet.”
Como se vê, este é um crime silencioso que se multiplica por aqueles lados, mas que não chega ao conhecimento público porque a lavagem da honra se faz pela calada da noite, entre familiares e amigos (realmente entre cúmplices). O que há de novo aqui, é que o crime pode ser comprovado, visto, pois foi registado. Não o querer ver é aceitar a comodidade da cumplicidade com a “lavagem da honra” dos familiares.
Voltando à notícia do Publico: “Uma jovem curda, de 17 anos, foi apedrejada até à morte por querer casar-se com um homem de religião diferente. O incidente deu-se a 7 Abril, nos arredores de Mossul, no Norte do Iraque. O caso, contudo, só teve eco na comunidade internacional depois de vídeos do espancamento e apedrejamento, filmados com telemóveis, terem sido colocados na Internet.”
Que acrescentava: “Os seis pequenos vídeos, de baixa qualidade e muito violentos, foram postos on-line, no início deste mês, no conhecido YouTube. Acabaram por ser retirados pelos administradores do site, mas estão já disponíveis noutros locais. As imagens mostram uma rapariga deitada no chão, semidespida e rodeada por uma multidão de várias dezenas de homens. A jovem é pontapeada e várias pedras e um bloco de cimento são-lhe atirados à cabeça. Muitos homens estão a fotografar e a filmar com telemóveis. Um dos vídeos mostra mesmo dois polícias (perto da zona das agressões e aparentemente indiferentes aos acontecimentos), que parecem ser chamados a intervir. A imprensa local indica que o episódio durou meia hora. Mais tarde, o Exército iraquiano acabou por tomar conta do local.”
Quando existe uma prova de um crime, de um crime horrendo contra a Humanidade, não nos podemos alhear, não podemos olhar para o lado, em nome do “bom gosto”. Sim, todos nós, os que temos alguma decência na cara, somos a jovem Dua Khalil Aswad, sim, todos nós morremos um pouco com as pedras e os blocos de cimento que “irmãos e tios” lhe despejaram na cabeça até a rebentarem em sangue vivo, que rapidamente se tornou sangue morto, sim, todos nós fomos apedrejados por uma bando de assassinos sem nome, comandado espiritualmente por sacerdotes que pregam ódio e o fanatismo, que exortam à violência e à morte, em nome da “lavagem da honra” e da tradição de uma qualquer religião ou moral. Nojento. Qualquer que seja a seita de malfeitores que se oculta sob o disfarce de uma religião. Não pode haver religiões assim. Só arremedos de religiões.
Os vídeos, e a sua difusão, foram o elemento, o único elemento que permitiu denunciar esta prática. Os vídeos, neste caso, são a nossa consciência, a certeza da nossa certeza.
Sinceramente, é tudo duplamente asqueroso: o fanatismo religioso que mata impunemente (renego qualquer forma de fanatismo), aliado à extrema indignidade de filmar este acto vil e colocar na internet para exploração do voyeurismo doentio das sociedades ocidentais e de outras pró-ocidentalizadas. Pessoalmente, repugna-me a ideia de filmar um tal acontecimento. E explico: terá sido para divulgação do horror e iniciativa de luta contra... ou terá sido para gáudio de tantos sádicos cobardes que existem pelo mundo fora? A ser verdadeira a primeira hipótese, admite-se pela boa intenção. Infelizmente, apostaria em que como se deveu à segunda. E, por isso, não leve a mal, mas recuso-me a ver esses supostos "filmes". É uma questão de pudor, sinónimo de respeito pelo sofrimento indescritível dessa jovem. Não sei se isto é racional, não sei. Há questões que são da sensibilidade. É assim que sinto.
Sinto-me céptica em relação a este tipo de movimentos de petições, online ou outras. Na verdade, aqui e noutros casos, seria preciso agir. Ou seja: onde está a intervenção militar do mundo ocidental nestes lugares do mundo? Existiu para quê? Existe para quê? Não era aqui, nesta precisa hora, que deveriam estar? Fazendo alguma coisa! Na impossibilidade de evitar, indo atrás dessa multidão criminosa!! Mas não... Aposto que ficará tudo pelas vozes. A substância do acto ficará por eliminar. Trata-se de uma rapariga anónima. É assim. Hoje em dia, é preciso acrescentar aos selvagens o aparato tecnológico. É isto o surrealismo!
Peço desculpa pelo comentário tão longo. Acabei por me inflamar com tal atentado aos tão proclamados Direitos Humanos!
Para si, o meu elogio: a blogosfera também serve para pensar e alertar. Fica o alerta, sem dúvida. Mas como mudamos, de facto, tudo isto?!! É muito complicado.”
Realmente é tudo muito complicado, mas este comentário, merece-me algumas considerações. Divulgar actos monstruosos, pode ou não ser um dever. Depende de muita coisa, e é conveniente raciocinar sobre o tema.
1º O que é notícia neste caso? O facto destes vídeos terem sido filmados e colocados na Internet. Vejamos porquê:
Título da notícia do Publico é significativo: “Apedrejamento de curda filmado com telemóvel e divulgado na Net.” E explica logo a seguir: “Adolescente de uma minoria religiosa mantinha relação com jovem muçulmano; multidão assistiu e gravou o crime em que participaram familiares da rapariga.”
No final da noticia pode ler-se uma reacção da directora da secção portuguesa da Amnistia Internacional, Cláudia Pedra, que “observa que este tipo de violência é muito comum na região, mas muitos casos não chegam a ser conhecidos, porque são normalmente levados a cabo pelas famílias, "de forma encapotada". Mas este é o primeiro caso de que Cláudia Pedra tem conhecimento a ser filmado e depois colocado na Internet.”
Como se vê, este é um crime silencioso que se multiplica por aqueles lados, mas que não chega ao conhecimento público porque a lavagem da honra se faz pela calada da noite, entre familiares e amigos (realmente entre cúmplices). O que há de novo aqui, é que o crime pode ser comprovado, visto, pois foi registado. Não o querer ver é aceitar a comodidade da cumplicidade com a “lavagem da honra” dos familiares.
Voltando à notícia do Publico: “Uma jovem curda, de 17 anos, foi apedrejada até à morte por querer casar-se com um homem de religião diferente. O incidente deu-se a 7 Abril, nos arredores de Mossul, no Norte do Iraque. O caso, contudo, só teve eco na comunidade internacional depois de vídeos do espancamento e apedrejamento, filmados com telemóveis, terem sido colocados na Internet.”
Que acrescentava: “Os seis pequenos vídeos, de baixa qualidade e muito violentos, foram postos on-line, no início deste mês, no conhecido YouTube. Acabaram por ser retirados pelos administradores do site, mas estão já disponíveis noutros locais. As imagens mostram uma rapariga deitada no chão, semidespida e rodeada por uma multidão de várias dezenas de homens. A jovem é pontapeada e várias pedras e um bloco de cimento são-lhe atirados à cabeça. Muitos homens estão a fotografar e a filmar com telemóveis. Um dos vídeos mostra mesmo dois polícias (perto da zona das agressões e aparentemente indiferentes aos acontecimentos), que parecem ser chamados a intervir. A imprensa local indica que o episódio durou meia hora. Mais tarde, o Exército iraquiano acabou por tomar conta do local.”
Quando existe uma prova de um crime, de um crime horrendo contra a Humanidade, não nos podemos alhear, não podemos olhar para o lado, em nome do “bom gosto”. Sim, todos nós, os que temos alguma decência na cara, somos a jovem Dua Khalil Aswad, sim, todos nós morremos um pouco com as pedras e os blocos de cimento que “irmãos e tios” lhe despejaram na cabeça até a rebentarem em sangue vivo, que rapidamente se tornou sangue morto, sim, todos nós fomos apedrejados por uma bando de assassinos sem nome, comandado espiritualmente por sacerdotes que pregam ódio e o fanatismo, que exortam à violência e à morte, em nome da “lavagem da honra” e da tradição de uma qualquer religião ou moral. Nojento. Qualquer que seja a seita de malfeitores que se oculta sob o disfarce de uma religião. Não pode haver religiões assim. Só arremedos de religiões.
Os vídeos, e a sua difusão, foram o elemento, o único elemento que permitiu denunciar esta prática. Os vídeos, neste caso, são a nossa consciência, a certeza da nossa certeza.
2º O que se deve mostrar e ver, o que não de deve mostrar e ver?
Tema de grande actualidade, numa altura em que tudo é espectáculo.
Mas parece-me muito fácil discernir o que deve ser visto do que não deve ser visto, sem atentar contra a moral. Devem ou não mostrarem-se imagens do horror do holocausto, dos campos de concentração nazis e soviéticos? Devem ou não mostrarem-se as imagens de Hiroshima e Nagasaqui? Devem ou não mostrarem-se imagens do 11 de Setembro ou da invasão do Afeganistão e do Iraque?
Podem dizer-me que esses são acontecimentos de dimensão colectiva, mas por vezes há acontecimentos individuais que, infelizmente, se tornam acontecimentos simbólicos, de repercussão colectiva, mais ainda, universal. A defesa dos mais elementares direitos humanos (o direito à vida, em primeiro lugar, o direito ao amor, o direito à escolha de uma religião ou de um parceiro) deverá estar à frente de tudo. Aqui, nos EUA, no Afeganistão ou no Sudão.
Uma outra coisa muito diferente é especular com os sentimentos mais fáceis e primários do público, dando-lhe, em doses maciças, o que ele quer ver sobre a pequena história. Por muito que custe dizer isto, sobretudo aos pais da menina desaparecida, o caso de Madeleine é o da pequena história quotidiana, o caso da jovem Dua Khalil Aswad diz respeito à grande História. O raptor de Madeleine pertence a um grupo humano patológico que sempre irá existir, por muito que nos custe aceitar esta certeza; os que mataram em alcateia de duas mil mãos a projectarem a morte com pedras e blocos de cimento têm de ser eliminados da face da Terra. Rapidamente. Os primeiros pertencem ao domínio da psicologia e da anormalidade, os segundos pertencem aos domínios da sociologia, da política, da religião. Uns isolam-se, outros anulam-se. Uns são casos de polícia, outros são casos de Estados, ou de Humanidade.
Reconheço que é tudo muito difícil, mas com um pouco de lucidez vamos tentar discernir e ver o que se deve ver para educação de todos, e o que se deverá evitar ver, para equilíbrio da vida de todos.
Quanto ao que se deve ou não fazer, para que servem petições e posts em blogues, eis o que a notícia do Publico conforma: “O Governo regional do Curdistão emitiu a 1 de Maio, poucos dias após uma manifestação de mulheres curdas na cidade de Erbil, um comunicado em que condena o assassinato de Dua Khalil Aswad. O comunicado sublinha que a lei iraquiana pune os chamados "crimes de honra" e que vários homens estão a aguardar julgamento por casos semelhantes. Pede ainda que o sistema judicial iraquiano puna os responsáveis pelo assassinato. As autoridades dizem que foram presas duas pessoas por causa do apedrejamento, mas que outras quatro fugiram. A divulgação dos vídeos na Internet suscitou também reacções por parte da imprensa internacional e de vários grupos de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional.”
Como se vê, a reacção regional, nacional e internacional dá os seus frutos. É preciso um protesto cada vez maior. Fazer ouvir o nosso protesto com cada vez mais força. Mais alto. Mais longe.
sobre Camopanha Internacional contra os Crimes de Honra:
http://www.stophonourkillings.com/index.php?name=News
International Campaign against killings and stoning of women in Kurdistan
http://www.petitiononline.com/kurdish/petition-sign.html
ainda um texto português. Uma mulher, Fernanda Cancio, do blogue "Glória Fácil"
e os deuses não se levantam
hoje andei à procura do vídeo da morte dela, na net. nunca tinha procurado uma coisa assim. nunca procurei os vídeos das execuções da al qaeda. não procurei o vídeo da morte de saddam -- embora o tenha visto, na tv. nunca tive sequer a ideia de fazer isso, de procurar um vídeo assim.
não o encontrei. na verdade, não sei se queria mesmo encontrá-lo. das duas ou três vezes que abri um site e fiz download do vídeo que dizia 'death by stoning of 17 year old iraqi girl' ou 'horrifying video' ou 'dua khalil aswad death' fi-lo com pavor. o pavor de quem não sabe se vai aguentar ver e o pavor, muito mais pavor, de quem receia aguentar bem de mais.
de todas as vezes, o vídeo não estava lá. foi retirado. foi retirado do you tube e de mais uma série de sítios. vai voltar sempre, claro. é uma espécie particular de snuff movie. há quem aprecie snuff movies. mas esse não é o ponto. o ponto era o porquê da minha busca.
podia dizer que tinha de ver para acreditar que uma rapariga de 17 anos pode ser lapidada hoje, no século xxi. mas eu acredito. já sabia que estas coisas acontecem. com pedras, com gasolina, com o que vier à mão, e pela mão daqueles em quem estas raparigas e mulheres mais confiam: os irmãos, os pais, os tios.
não, não é isso.
quando vi na tv aquelas imagens rápidas, indistintas, dos filmes de telemóvel, esses filmes instantâneos de todas as atrocidades que agora se servem fresquinhos na net, quis vê-la. ela não se via, ali, e eu quis vê-la. quis dar um rosto e uma dor a este nome, dua khalil aswad. quis gravá-la na minha memória, a rapariga curda de nome arrevezado. reconhecê-la como quem reconhece um corpo na morgue -- porque tem de ser, porque é, de algum modo, uma forma de respeito.
quis estar ali, uns segundos, um minuto, até aguentar. como testemunha. como irmã.
quis chorar por ela, quis ter raiva por ela, quis odiar por ela.
não há mais nada. f., 02:27
5 comentários:
concordo com a tua análise, sobretudo quando dizes "Os primeiros pertencem ao domínio da psicologia e da anormalidade, os segundos pertencem aos domínios da sociologia, da política, da religião. Uns isolam-se, outros anulam-se. Uns são casos de polícia, outros são casos de Estados, ou de Humanidade."...
mas não consigo pensar sequer em ver os filmes... não é bom-senso, nem bom-gosto... não é "sense": é a "sensibility"... é a revolta... é o saber que isto acontece e que muitas outras coisas acontecem às mulheres por este mundo fora... em nome das tradições, das religiões, da suposta honra...
Cara Inominável: a minha "análise" procura ser sobretudo racional, e não tenho a certeza de estar certa. Depois há aspectos de sensibilidade que há que ter em conta, e que obviamente há que respeitar. É o caso da Ana Paula, que sugeriu este post, é o teu caso, será o de muitas outras pessoas. Nada contra. Apenas acho que neste caso, o facto de pôr a circular os vídeos está inteiramente justifiocado. Foi a sua visão que tornou este assassinato notícia.
Vou mais longe. Comprrendo a tua reacção como "mulher", mas este é um caso que tanto podia ser muçher como homem. Há identicos comportamentos, ainda que em muito menor caso, aplicados a "homens". Este é um caso de "Direitos Humanos", na sua globalidade. Obviamente que o facto de ser mulher sublinha o caso.
sobre a questão da honra entre os homens, sugiro-te então "Abril despedaçado" de Ismaïl Kandaré... o enfoque é outro mas vais gostar... e inspirou um filme de Walter Salles...
eu sei que é a humanidade toda que está ali, que a humanidade todas está a assistir, mas fere-me mais que seja ELA...
Sabe? quando soube q tinha sido filmado, fiquei horrorizada e nem quis ver. Nem quero.
Não sei q raça de gente é esta q além da crueldade do acto, ainda lhe dá uma dimensão maior por ter sido perpetrado com a ajuda da família da rapariga.
A única coisa 'boa' de ter sido filmado(?!até me repugna escrever isto assim!)é nós podermos tomar conhecimento. Será q podemos fazer alguma coisa??
Ou acha q não?
Não consegui ler o seu texto todo duma vez só, fica para depois
A pergunta que corre incessantemente na minha mente é: em tantos planetas no universo, porque é que nasci neste?
Uma rapariga de 17 anos, 17 anos, com toda a vida pela frente (supostamente), é morta à pedrada??? Em pleno século XXI! Este mundo mete-me nojo! Pergunto-me se eu, quando morrer (que nem sei de que maneira vou morrer, e nem ela sabia, acordou naquele dia sem saber que dali a umas horas ia estar a levar com blocos de cimento na cabeça e que ia desaparecer de uma das maneiras mais atrozes possíveis), vou deixar mais coisas boas do que más neste mundo. A verdade é que as coisas boas limitam-se ao meu espaço geralmente circundante, as coisas más são o resto do mundo. Essa pobre jovem, que queria simplesmente ser feliz, acorda com um sorriso nos lábios porque vai conseguir casar com quem ama. Veste uma roupa normal para mais um dia e acaba a ser apedrejada em público!
O que mais me irrita nisto tudo, é saber que ela não vai voltar para poder viver mais do que os somente 17 anos de vida que viveu. Pergunto-me, o Khalil Aswad sentiu no momento em que toda aquela multidão a apedrejou, e se estava consciente de que ia morrer horrendamente.
Que tristeza de mundo.
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