segunda-feira, maio 21, 2007

AMÓS OZ - VIDA E OBRA


Sobre Amos Oz a “Newsweek” disse: “Eloquente, humano, até religioso no sentido mais profundo da palavra, (Oz) emerge como uma espécie de Orwell sionista: um homem complexo, obcecado com a decência e determinado, acima de tudo, em contar a verdade, independentemente de quem possa ofender.”

Amós Oz, nascido em Jerusalém em 1939, com o nome de Amos Klausner, é um dos mais respeitados e premiados escritores israelitas. Romancista, ensaísta e jornalista, é um dos fundadores, em 1977, do Movimento “Peace Now”. Professor de Literatura na Universidade Ben-Gurion, em Be'er Sheva, tem sido um fervoroso defensor de uma Solução de Dois Estados para o conflito israelita-palestiniano, desde 1967.
Cresceu em Jerusalém, na Rua Amós, 18, no bairro de Kerem Avraham. Por isso muita da sua ficção se situa num raio de 2 km em redor do lugar onde foi criado pelos pais, emigrantes judeus da Europa Oriental: Yehuda Ariaeh Klausner e Fania Klausner. O pai estudou História e Literatura, em Vilna, Lituânia. Em Jerusalém era livreiro e escritor.
Aos 14 anos juntou-se ao Kibutz Hulda. Por essa altura mudou o apelido para Oz, palavra hebraica que quer dizer força. Tel Aviv não era cidade para si, muito conservadora, diria mais tarde. Sentia-se melhor no kibutz. Casou e mudou-se com Nily, em 1986, Arad, por causa da asma do filho Daniel. Serviu no Exército de Israel, quer no tempo da guerra com a Síria, no final da década de 1950, quer durante a Guerra dos 6 Dias (1967) ou a Guerra de Yom Kipur (1973). Desde há muito que procura uma solução pacífica para o conflito israelita-palestinianos. Em 1967, escreveu um artigo, com o título “Terra dos Ancestrais”, no jornal trabalhista Davar. Procurava demonstrar que “mesmo uma ocupação inevitável é uma ocupação corruptora”. Em 1978, foi um dos fundadores do Movimento “Paz Agora”, que defende negociações com os palestinianos. Participou nas conferências e negociações com parceiros israelitas e palestinianos que levaram à assinatura da “Declaração Conjunta Israelense-Palestina” de Agosto de 2001 e da “Iniciativa Conjunta de Paz”, firmada em Genebra em 1º de Dezembro de 2003.
Amós Oz é talvez um dos expoentes da literatura contemporânea israelita. Em 1991 foi eleito membro da Academia de Letras Hebraicas; Em 1992, recebeu o Prémio de Frankfurt pela Paz, e ganhou o Prémio Israel de Literatura, o mais prestigioso do país. Em 1998 (50º ano da Independência de Israel), recebeu o Prémio Femina em França e foi indicado para o Prémio Nobel de Literatura em 2002. Em 2004 recebeu o Prémio Internacional Catalunya, junto com o pacifista palestino Sari Nusseibeh, e também Prémio de Literatura do jornal alemão Die Welt, por “Uma História de Amor e Escuridão”. Publicou cerca de duas dezenas de livros em hebraico, e mais de 450 artigos e ensaios em revistas e jornais israelitas e internacionais (muitos dos quais para o jornal do Partido Trabalhista “Davar” e, desde o encerramento deste na década de 1990, para o "Yediot Achronot").
Tem livros e artigos seus traduzidos por todo o mundo e quase toda a sua obra se encontra traduzida em Portugal.


Bibliografia:
A Terceira Condição, Ed. Asa, 1996
O Mesmo Mar, Ed. Asa, 2004
Não Chames à Noite Noite, Ed. Asa, 1997
O Meu Michael, Ed. Asa, 2002
Uma História de Amor e Trevas, Ed. Asa
Uma Pantera na Cave, Ed. Asa, 1998
Conhecer uma Mulher, Dom Quixote, 1992.
A Caixa Negra, Dom Quixote, 1990.
Ailleurs peut-être, Calmann-Lévy, 1972.
The Land of Israel
Under This Blazing Light
Where the Jackals Howl
The Hill of Evil Counsel 1991
Touch The Water, Touch The Wind 1991
A Perfect Peace - Harvest Books
Contra O Fanatismo, Asa, Público

1 comentário:

Ana Paula Sena disse...

L.A., pelo pouco que conheço deste escritor, considero-o com nível de excelência. Muito obrigada pela sugestão que convida a conhecê-lo melhor.