CLARICE LISPECTOR E O CINEMA
Para abordar o tema “Clarice Lispector e o Cinema” vou ater-me essencialmente a duas obras desta escritora: “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” (1969) e “A Hora da Estrela” (1977). As razões são diversas. Primeiro, não conheço toda a obra de Clarice Lispector e entre os títulos que melhor conheço estão estes dois, que reli agora; segundo, ambos me parecem paradigmáticos de dois aspectos fulcrais desta relação da obra de Lispector com o cinema. Uma relação de contaminação intensa e de dificuldade extrema na passagem de uma narrativa para outra.
Coisa singular: encontro a escrita de Clarice Lispector muito influenciada pelo cinema e vejo uma dificuldade quase total em verter a escrita de Clarice Lispector em cinema. Acho “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” uma obra muito cinematográfica. Revejo “A Hora da Estrela” num belíssimo filme de Suzana Amaral (1985) e não encontro nele senão resquícios do romance de Clarice Lispector.
Vamos então por partes, resumindo muito o essencial: literatura e cinema possuem duas estruturas narrativas diferentes. Adaptar um romance ao cinema não é ilustrá-lo, mas sim recriá-lo. Em princípio, quando se adapta uma obra literária, na base dessa adaptação está uma opção que quase sempre se reconhece numa escolha por admiração e identificação: o realizador admira e identifica-se com a obra que adapta, fazendo-a sua. Há algumas outras razões para adaptações deste tipo, mas as mais vulgares são estas.
Quando adaptei ao cinema “Manhã Submersa”, de Vergílio Ferreira, as razões foram essas: admiração pela obra, identificação com o seu espírito, com o tom da escrita, com o sentir e as intenções do autor.
Tal como quem ergue um argumento de cinema partindo de factos reais, o argumentista de cinema faz da obra que adapta uma realidade pré-existente que molda segundo a sua leitura, a sua perspectiva, o seu sentir, o seu olhar. A obra escrita organiza-se de uma determinada forma, a cinematográfica irá obedecer a uma outra arquitectura. Os signos são diferentes, a ordem por que se estruturam obedece a regras diversas. Será necessário controlar duas escritas, não copiar uma na outra, mas reinventar uma na outra. Se se quiser ser fiel à primeira. Mas fidelidade aqui não é nunca mimetismo. Muito pelo contrário: muitas vezes, quando mais livre é uma da outra, melhor serão os resultados, para se atingirem metas semelhantes.
Ao adaptar um romance ao cinema, muitas vezes há que cortar, deslocar, condensar, inventar. O que é dito por palavras num romance pode não aparecer ilustrado tal e qual numa situação visual, mas sim num pequeno apontamento recriado numa nova ordem. Uma descrição de muitas palavras pode ser sugerida numa pequena imagem. Pelo contrário, uma palavra ou uma frase podem necessitar de uma sequência no cinema.
Há quem procure recuperar um estilo, há quem desista do estilo do original, que não é o seu, e imponha este sobre o do autor que adapta. Há quem agarre num romance de trezentas páginas, e escolha vinte para repovoar num outro universo, o do cineasta. Há quem pegue numa obra anónima e insípida e a transforme numa obra-prima de cinema, e quem destrua um marco da literatura numa xaropada audiovisual sem ponta por onde se pegue. Há momentos de felicidade e inspiração que prolongam em imagens magníficas palavras inesquecíveis. Cada um de nós se lembrará de exemplos que elucidem o que atrás tento descrever. Nestas áreas de contaminação artística tudo é possível. Literatura, cinema, teatro, artes plásticas, música, arquitectura interpenetram-se sem fronteiras, sobretudo desde meados do século passado, quando essa tendência da especificidade das linguagens deu origem a uma miscigenação que tudo admite e muitas vezes instiga.
Reli há dias um dos romances de Clarice Lispector que mais me fascina: “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”. Peguei nele e iniciei a leitura sem relembrar o ano da sua escrita. Deliberadamente. Li cada página e à medida que as páginas se iam somando, deu-se uma curiosa sensação que se foi cimentando. Recordei “O Último Ano em Marienbad”, de Resnais, vieram-me à lembrança romances e filmes de Marguerite Duras e Alain Robbe-Grillet (sobretudo de Marguerite Duras), não esquecia Antonioni, de “A Noite”, “A Aventura”, “O Eclipse” ou “Deserto Vermelho”.
Acabada a leitura, fui confrontar datas. O romance era de 1969, os filmes quase todos anteriores. Nada me garante que Clarice Lispector os tivesse visto, mas tenho quase a certeza que sim, ela que era uma cosmopolita que viajava entre Nova Iorque e a casa no Leme, passava por Itália, Suíça, Paris e pela Polónia.
O neo-realismo da primeira fase dos anos 40 tinha dado origem a outros realismos, e sobretudo a uma arte algo desiludida com a identificação directa com os problemas sociais e com ideologias que propunham “homens novos” que afinal nada tinham de novo.
Clarice Lispector é ainda mal vista por aqueles que não tinham abandonado esses ditames, exigia-se-lhe um ingénuo comprometimento com a realidade política e social, e ela sentia uma literatura nova, mais livre, nem por isso menos angustiada. Não errarei muito se a pressentir admiradora de Simone de Beauvoir e de uma certa ideia do existencialismo, e sobretudo muito próxima do “nouveau roman”. Não errarei nada se a vir ligada a movimentos de libertação da mulher, mas movimentos profundos e enraizados em sólidas convicções e sentires.
Lendo “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”, a influência do cinema que então se fazia na Europa é-me mais que evidente. Sobretudo ao nível da estrutura da linguagem, a ruptura com o romanesco tradicional, o prazer na utilização da palavra, o ritmo da frase, a repetição, a melopeia, a criação de um clima de uma sensualidade extrema pela voluptuosa exaltação da palavra. “A palavra é o meu domínio sobre o muno”, dirá. Mas se a influência da Europa parece evidente, o espírito do Brasil, de um certo Brasil nordestino, mas também carioca, nunca deixa de ser a terra fértil sobre que assenta toda a estrutura da obra de Clarice.
Nascida na Ucrânia, mas brasileira por formação, a escrita de Lispector é moderna, vanguardista, antecede e acompanha a explosão do Cinema Novo, mas nunca deixa de ser original, sinceramente pessoal e intransmissível, única, cosmopolita, nordestina, urbana e europeia, numa palavra: universal.
Que o diga “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”. A estória quase não existe.
Lóri mora num apartamento de Ipanema. Veio de Campos, de família rica, mas escolheu a solidão e o ordenado de professora primária. Uma vida adiada, como tantas em Lispector. Adepta de cartomante, respeitadora de Deus, encontra Ulisses, professor de filosofia numa faculdade. Homem paciente, que sabia dominar o desejo e ensinava a Lóri o prazer da aprendizagem. Encontram-se raramente, ela tem dúvidas sobre si e os outros, sobre assumir ou não, umas quantas vezes falam ao telefone, até ao dia em que a aprendizagem parece estar pronta. Aprender por si própria a “ser eu”, a viver, a ter prazer na vida. E no amor. E na dor.
Estranho romance este, que começa com uma vírgula e termina em dois pontos. Uma vida toda pela frente, é certo. E a descoberta do amor.
Em Clarice Lispector o essencial é a palavra e o prazer em manuseá-la. Mas também os conceitos, cada frase uma máxima a merecer reflexão e citação. Aqui relembra-me a nossa Agustina, na escrita solta e livre, no gosto pelos aforismos, e sobretudo em algo em que ambas são únicas: este tipo de literatura facilmente pode cair na snobeira e na arrogância, mas Lispector “escreve simples”, escreve enxuto e sem efeitos, escreve na linguagem coloquial de todos os dias, apenas a estrutura das suas obras é complexa, mas de uma complexidade que sentimos brotar directamente das entranhas desta escritora aristocrática no porte, distante no discurso, de cintilante olhar de raposa, grega no perfil, que transmite uma inteligência fulgurante e uma sensibilidade vulcânica envoltas numa serenidade majestática que impressiona quem a vê.
Basta olhar a entrevista que concedeu em 1977, pouco tempo antes da sua morte, à TV Cultura. Todos os filmes que vi retirados de obras de Clarice Lispector, não lhe fazem justiça, ainda que quase todos, curtas e longas metragens, me parecem merecer destaque especial, havendo mesmo um, “A Hora da Estrela”, de Suzana Amaral, de 1985, que se aproxima muito da obra-prima. Mas, sendo um filme excelente, uma das obras mais marcante da história do cinema brasileiro, “não é” toda a Clarice Lispector, é uma intriga idealizada por Clarice Lispector e recriada de forma brilhante por uma outra personalidade que a trabalha cinematograficamente de forma diversa.
Creio, porém, que adaptar Clarice Lispector ao cinema, mantendo os valores estruturais da sua criação literária, é (quase) impossível. A construção das suas obras é labiríntica e mantém um diálogo quase permanente entre a escritora, as personagens e o leitor. Este desdobrar de campos narrativos ou de níveis expositivos não facilita a adaptação.
Atentemos no caso de “A Hora da Estrela”. Antes de mais, assinale-se a presença de uma personagem-narrador, escritor, homem, que todavia se identifica obviamente com Clarice Lispector-escritora, que inventa treze títulos para a mesma obra. Treze títulos poderia representar apenas um efeito, mais ou menos gratuito, uma “private joke”, mas na realidade não o é: são treze enfoques diversos, complementares, uma forma de mostrar que o que se vai ler tem múltiplas leituras. O que é verdade.
O narrador, “eu, Rodrigo S. M.” (na verdade Clarice Lispector, anuncia a escritora na dedicatória da obra), afirma: “Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora obrigado a usar as palavras que vos sustentam. A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro.”
A assim será: o narrador não só relata a história das desventuras de Macabéa, uma nordestina no Rio de Janeiro, como vai muito mais longe: fala de si próprio, do ofício de escritor, comenta a acção que descreve, distancia-a ou aproxima-a do leitor, dirige-se a este, enfim, cria uma teia de observações que o torna omnipresente e omnisciente.
Ele é o escritor que comanda a estória e a faz evoluir no sentido que pretende, mas é simultaneamente o autor que se anula, ao anunciar-se enquanto tal. Ao tornar claro o processo criativo.
O romance é assim uma obra de um complexidade extrema, que o leitor tem de acompanhar com uma invulgar atenção, para saber sempre – se é que o consegue – qual o nível da narrativa, se a descrição da estória, se o seu comentário irónico, se a auto-avaliação do escritor, se Nordeste, se Rio, se a ingenuidade de Macabéa é dela só, se retrato de um Brasil que migra e se suicida, se a dor de dentes de Macabéa é fingida para arrolar um dia de folga ou se corresponde às aspirinas que toma para controlar esse mal estar geral que vem de dentro de si, inlocalizável. “Não se trata apenas de narrativa, é antes de tudo vida primária que respira, respira, respira”, volto a citar Rodrigo S. M.
Esta proposta do narrador foi por completo (e deliberadamente) ignorada por Suzana Amaral, que abandonou o relato na primeira pessoa do singular e optou por um relato desde sempre na terceira pessoa do singular, contando, é certo de forma austera e rigorosa, a vida de Macabéa. Mas este desdobrar de olhares, esta invectiva ao leitor, este desenrolar de textos sobre textos, esta metalinguagem perde-se e, no entanto, é um dos pontos essenciais deste romance.
Curiosamente, o romance sofre obviamente forte influência da montagem cinematográfica, com os seus contínuos “flashbacks”, que alternam passado e presente, que recusam a ordem linear da narrativa.
Escrito como vimos em 1977, “A Hora da Estrela”, último romance de Clarice Lispector é simultaneamente a despedida da escritora, que morre pouco depois. Macabéa é um retrato fragmentado de uma mulher, uma alagoana órfã, que vive só, depois da morte dos pais, depois de ter sido criada por uma tia despótica que lhe batia na cabeça e lhe arranjou um lugar de dactilógrafa, que executa mal, por um ordenado abaixo do ordenado mínimo, que a leva a comer cachorro quente e Coca Cola a todas as refeições.
Ouve a Rádio Relógio que lhe fornece anúncios, informações horárias e pequenas efemérides culturais. É virgem, sente um calor pecaminoso pelo corpo, acha a vida bela, mas pressente a morte, não sabe quem é e por que vive (pergunta-se mesmo que é “ser eu”?), tem um olhar de princípio de mundo e um destino traçado na ponta da estrela de um Mercedes Benz. Quer ser artista de cinema, acha que Marilyn é cor-de-rosa e esta história “é escrita na hora mesma em que é lida, como explica Rodrigo, isto é Clarice Lispector. Uma história de vida adiada e de morte anunciada.
"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens", diz Rodrigo. Por isso se identifica com Macabéa, e com ela morre.
Muito de todo este novelo ficcional se perde no filme. Resta a vida de Macabéa, descrita de uma forma linear, num estilo discreto, seco, com um lirismo forte, mas contido, sem floreados de qualquer espécie. Aí sim, Suzana Amaral respeita o tom de Clarice Lispector, sustenta a ironia, aprofunda a psicologia das personagens, mantém as obsessões temáticas da escritora: o retrato da mulher e da sua condição num mundo dominado pelo homem, o mistério da vida e da morte, a busca do amor e a descoberta da sexualidade, a inocência ofendida no seu confronto com uma realidade social inóspita, o diálogo com o desconhecido, a religião (e a cartomancia), sobretudo a procura do significado do “eu”.
Macabéa, que tem 19 anos, nunca teve namorado ou homem dito seu. Cruza-se com Olímpico de Jesus Moreira Chaves, "metalúrgico", e não “operário”, vindo da Paraiba, onde deixou para trás o cadáver de quem se lhe opôs.
Ele chama-a de “senhorinha” e convida-a a dar um passeio. Diz ser forte e muito inteligente e ter um destino a cumprir, ser talvez deputado. Adorava ver sangue, e sonha ser toureiro. Detesta ser encostado à parede, e tem sempre resposta pronta para o que não sabe: “Na Rádio Relógio disseram uma palavra que achei meio esquisita: “mimetismo”, fala Macabéa. Ao que Olímpico contrapõe: “Isso é lá coisa para moça virgem falar?”
O namoro termina rápido quando Glória, a companheira de escritório, moça sabida, frequentadora de cartomante, se interpõe entre os dois. Macabéa, que não sabe revoltar-se e pede desculpa de todas as ofensas de que é vítima, parece ultrapassar a tristeza que sente, vai também ela à cartomante, que lhe troca as voltas e lhe inventa um príncipe encantado que será afinal o seu matador. “Grávida de um futuro” que não terá, é atropelada por um carro na sua “Hora da Estrela”. “Hoje, pensa ela, hoje é o primeiro dia de minha vida: nasci.” É na morte que se assume “eu”: “Eu sou, eu sou, eu sou, eu sou”.
Tal como Clarice Lispector, ela afirma: “Eu vou ter tanta saudade de mim, quando morrer.”
Tendo na sua obra tanto das estruturas cinematográficas, nunca encontrou no cinema (até hoje) réplica da complexidade dessa construção literária. Muito embora, num registo diverso, Suzana Amaral, inspirando-se na “Hora da Estrela”, tenha concebido um filme admirável, que restitui muito das personagens, situações e clima do romance. Mas neste inesgotável universo da contaminação das linguagens o que está certo ou o que está errado?
Fica a certeza de que o romance de Clarice Lispector é um torrencial rio de leituras plurais e o filme de Suzana Amaral é outro perfeito objecto artístico de novas interpretações.
E fica ainda uma última convicção: a de que a obra de Clarice Lispector não deixará de justificar novas aproximações da parte de cineastas apaixonados pela sua criação inesgotável e pelo seu talento que ninguém conseguirá aprisionar ou conter.
Lauro António, Lisboa, Casa Fernando Pessoa, 2 de Abril de 2009.
FILMES RETIRADOS DE OBRAS DE CLARICE LISPECTOR OU SOBRE A ESCRITORA:
PERTO DE CLARICE
Título original: Perto de Clarice
Realização: João Carlos Horta (Brasil, 1982); curta-metragem.
A ESTRELA NUA
Título original: A Estrela Nua
Realização: José Antonio Garcia, Ícaro Martins (Brasil, 1984); Argumento: José Antonio Garcia, Ícaro Martins, segundo história de Clarice Lispector; Produção: Ary Fernandes, Adone Fragano; Música: Arrigo Barnabé; Fotografia (cor): Antonio Meliande; Montagem: Eder Mazzini; Design de produção: Oswaldo Afonso Mesquita Filho; Guarda-roupa: Emilia Duncan; Maquilhagem: Vavá Torres; Direcção de Produção: Geraldo José Martinho Filho; Assistente de realização: Paulo José Correa; Companhias de produção: Olymbus Filmes; Intérpretes: Cristina Aché, Patricio Bisso, Carla Camurati, Selma Egrei, José Antonio Garcia, Ícaro Martins, Jardel Mello, Cida Moreira, Ricardo Petráglia, Vera Zimmerman, etc. Duração: 90 minutos.
A HORA DA ESTRELA
Título original: A Hora da Estrela
Realização: Suzana Amaral (Brasil, 1985); Argumento: Suzana Amaral, Alfredo Oroz, segundo romance de Clarice Lispector; Produção: Assunção Hernandes; Música: Marcus Vinícius; Fotografia (cor): Edgar Moura; Montagem: Idê Lacreta; Design de produção: Clovis Bueno; Guarda-roupa: Mauricio Kawamura; Maquilhagem: Maria Antonia Lombardi; Direcção de Produção: Eliane Bandeira; Assistente de realização: Sylvia Bahiense; Departamento de arte: João Paulo Schlittler; Efeitos especiais: Paulo Schettino; Companhias de produção: Raíz Produções Cinematográficas; Intérpretes: Marcélia Cartaxo (Macabéa), José Dumont (Olímpico de Jesus), Tamara Taxman (Glória), Fernanda Montenegro (Madame Carlota (a macumbeira), Manoel Luiz Aranha (fotógrafo), Marli Botoletto (assistente de Macumba), Denoy de Oliveira (Pereira), Maria Do Carmo Soares (Maria do Carmo), Walter Filho (homem no Mercedes), Sonia Guedes (Mrs. Joana), Umberto Magnani (Seu Raimundo), Miro Martinez (cego), Euricio Martins (guarda do Metro), Raymundo Matos (Arnaldo), Dirce Militello (Mãe de Glória), Lizete Negreiros (Maria), Cláudia Rezende (Maria de Penha), Rubens Rollo (pai de Gloria), etc. Duração: 96 minutos.
BRASILIÁRIOS
Título original: Brasiliários
Realização: Sérgio Bazzi, Zuleica Porto (Brasil, 1986); Duração: 16 minutos.
O CORPO
Título original: O Corpo
Realização: José Antonio Garcia (Brasil, 1991); Argumento: José Antonio Garcia, segundo obra de Clarice Lispector; Produção: Adone Fragano, Anibal Massaini Neto; Música: Arrigo Barnabé, Paulo Barnabé; Fotografia (cor): Antonio Meliande; Montagem: Eder Mazzini, Danilo Tadeu; Direcção artística: Felipe Crescenti; Guarda-roupa: Luiz Fernando Pereira; Direcção de Produção Sara Silveira; Assistentes de realização: Ana Arantes, Alexandre de Oliveira; Som: Tide Borges, Lia Camargo; Coreografia: Lennie Dale; Companhias de produção: Cinearte Produções Cinematográficas, Olympus Filmes; Intérpretes: Antônio Fagundes (Xavier), Marieta Severo (Carmem), Cláudia Jimenez (Bia), Sérgio Mamberti (chefe da polícia), Carla Camurati (Monique), Maria Alice Vergueiro (mulher do chefe de polícia), Ricardo Pettine, Lala Deheinzelin, Arrigo Barnabé, Guilherme de Almeida Prado, Daniel Filho, Carlos Reichenbach, etc. Duração: 80 minutos.
CHAMADA FINAL
Título original: Chamada Final ou Final Call
Realização: Ana Maria Magalhães (Brasil, Alemanha, China e EUA, 1994); Argumento inspirado no conto “A língua do P.”, do livro “A Via Crucis do Corpo”;”Intérpretes: Claudia Ohana, Guilherme Leme, etc. Episódio de média-metragem integrado no filme “Erotique”. Outros realizadores: Lizzie Borden (episódio "Let's Talk About Love"), Clara Law (episódio "Wonton Soup") e Monika Treut (episódio "Taboo Parlor").
RUÍDO DE PASSOS
Título original: Ruído de Passos
Realização: Denise Tavares Gonçalves (Brasil, 1995); Argumento segundo o conto homónimo, do livro “A Via Crucis do Corpo”; curta-metragem. Duração: 11 minutos.
CLANDESTINA FELICIDADE
Título original: Clandestina Felicidade
Realização: Beto Normal e Marcelo Gomes (Brasil, 1998 - curta metragem que trata da infância da autora); Intérpretes: Luisa Phebo.
MACABÉIA
Título original: Macabéia
Realização: Erly VieiraJr., Lizandro Nunes e Virgínia Jorge (Brasil, 2000 -curta-metragem).
AEROPORTO EM O EMBARQUE
Título original: Aeroporto em o embarque
Realização: Nicole Algranti (Brasil, 2002 - curta-metragem); Intérpretes: Marcélia Cartaxo.
INFINITIVAMENTE GUIOMAR NOVAES
Título original: Infinitivamente Guiomar Novaes
Realização: Norma Bengell (Brasil, 2003); Argumento: Anna Akhmatova, Clarice Lispector; Intérpretes: Norma Bengell, Lauro Machado Coelho, José Antônio de Almeida Prado, Sônia Goulart, Gilbert Matté, Guiomar Novaes, Maria Stella Orsini, Roberto Tibiriçá, etc.; Companhias de produção: RioCine; Duração: 40 minutos.
O OVO
Título original: O Ovo
Realização: Nicole Algranti (Brasil, 2003); Argumento: Luiz Carlos Lacerda, Segundo conto de Clarice Lispector; Produção: Nicole Algranti, Pedro Maranhão; Música: Marcelo S. Petraglia; Fotografia (cor): Araken Dourado; Montagem: Lucas Margutti; Direcção artística: Marcella Morizot; Guarda-roupa: Fernanda Lomonaco; Som: Pedro Sá Earp, Juliano Zanoni; Companhias de produção: Fora do Eixo Filmes, Taboca Filmes; Intérpretes: Maria Bethânia (narrador), Carla Camurati, Louise Cardoso, Chico Díaz, Karla Martins, Rodney Pereira, Cláudio Perotto, Lucélia Santos, etc. Duração: 11 min
O MISTÉRIO SEGUNDO CLARICE LISPECTOR
Título original: O Mistério Segundo Clarice Lispector
Realização: Patrícia Lino (Portugal, 2008); Argumento: Patrícia Lino; Música: Caetano Veloso – “Clarice”; Fotografia (cor) : Patrícia Lina; Montagem: Patrícia Lino; Som: Patrícia Lino; Intérpretes: Andreia Oliveira, Cristina Felgueiras, Dinis Leitão, Edson Basílio, Henrique Monteiro, Hugo Lima, Patrícia Lino, Tayna Borges, Tiago Lino, Tiago Sousa Garcia. Duração: 5 minutos.
OBRAS PARA TELEVISÃO:
FELIZ ANIVERSÁRIO, Rede Globo, 1978
ESPECIAL CLARICE LISPECTOR - TV Cultura, 1999
Inclui a entrevista concedida por Clarice Lispector a Júlio Lerner, em 1977.
A HORA DA ESTRELA, Rede Globo, 2003
CLARICE LISPECTOR NO TEATRO:
PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM (1965)
Encenação: Fauzi Arap; Intérpretes: Glauce Rocha, José Wilker e outros
UM SOPRO DE VIDA (1979)
Encenação: José Possi Neto; Intérpretes: Marilena Ansaldi.
A HORA DA ESTRELA (1984)
Encenação: Naum Alves de Souza; Intérpretes: Maria Bethânia.
A PAIXÃO SEGUNDO G. H. (1989)
Encenação: Cibele Forjaz; Intérpretes: Marilena Ansaldi.
A PECADORA QUEIMADA E OS ANJOS HARMONIOSOS (1992)
Encenação: José Antônio Garcia; Intérpretes: Sérgio Mambertti e outros.
A MULHER QUE MATOU OS PEIXES (1994)
Encenação: Lúcia Coelho; Intérpretes: Zezé Polessa.
A MULHER QUE MATOU OS PEIXES (1998)
Adaptação: Adriane Azenha.
A HORA DA ESTRELA (1998)
Encenação: Roberto Vignatti; Intérpretes: Alexandra Tavares.
QUE MISTÉRIOS TEM CLARICE? (1998)
Encenação: Luiz Arthur Nunes; Intérpretes: Rita Elmôr (monólogo)
CLARICE - CORAÇÃO SELVAGEM (1998)
Encenação: Maria Lucya de Lima; Intérpretes: Aracy Balabanian.
QUASE DE VERDADE (2001)
Encenação: Ulisses Cohn; Intérpretes: Cia. Delas de Teatro
A HORA DA ESTRELA (2001)
Encenação: Marcus Vinicius Faustini; Intérpretes: Marcélia Cartaxo e outros.
A DESCOBERTA DO MUNDO (2001)
Encenação: Marco Antonio Rodrigues; Intérpretes: Cia. Delas de Teatro
A HORA DA ESTRELA (2002)
Encenação: Naum Alves de Souza; Intérpretes: Célia Borbes, Ester Lacava e Edgar Jordão.
A PAIXÃO SEGUNDO G. H. (2002)
Adaptação: Fauzi Arap.
Encenação: Enrique Diaz; Intérpretes: Mariana Lima.
AMOR - UMA ODE AO UNIVERSO FEMININO DE CLARICE LISPECTOR (2002)
Adaptação: Marta Baião e Conceição Acioli.
Encenação: Conceição Acioli; Intérpretes: Marta Baião.
ÁGUA VIVA (2003)
Encenação: Maria Pia Scognamiglio; Intérpretes: Susana Vieira.
ENCONTRO COM CLARICE (2003)
Encenação: Ítalo Rossi; Intérpretes: Ester Jablonski
QUE MISTÉRIOS TEM CLARICE (2008)
Encenação e interpretação: Rita Elmôr.
LEITURAS:
CLARICE LISPECTOR - Áudio (1998)
Selecção de contos feita por Paulinho Lima. Interpretação: Aracy Balabanian; Luz da Cidade, colecção Poesia Falada.
DOZE LENDAS BRASILEIRAS - Clarice Lispector (V. 1) (2000)
Ideia e produção de Paulinho Lima; Luz da Cidade.
CLARICE LISPECTOR - A MULHER QUE MATOU OS PEIXES (V. 4) (2000)
Ideia e produção de Paulinho Lima; Luz da Cidade.
A DESCOBERTA DO MUNDO (2002)
Selecção de crónicas feita por Teresa Montero, interpretação: Aracy Balabanian; Luz da Cidade, Coleção Os cronistas.
LA PASSION SELON G. H. (sem data)
Gravação de trechos do romance “A Paixão segundo G. H.” pela actriz Anouk Aimée; Des Femmes, Paris.
LIENS DE FAMILLE (sem data)
Gravação de contos do livro “Laços de Família” por Chiara Mastroianni; Des Femmes, Paris.
3 comentários:
Participa na sondagem "Melhor James Bond com Pierce Brosnan” até ao dia 20 de Abril 2009, em http://additionalcamera.blogspot.com. Só faltam 16 dias!!
Clarice Lispector - uma das minhas favoritas das favoritas. Interessante. Pena não poder ...
Fantástico Lauro. Li de fio a pavio. Sou devota de Clarice e tenho andado ás voltas com re.leituras Lispectorianas, nomeadamente “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”, que ainda há dias fixei no caderno.
Sou verdadeiramente apaixonada pela escrita desta muher.
Beijo
iv
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