Gosto muito de futebol e sou sportinguista desde que me conheço. Sócio com emblema de 25 anos de fidelidade (tenho muitos mais anos, mas com intermitências). Já não vou ao estádio há vários anos. Desisti de ir depois de ver o comportamento abjecto de algumas claques. Sou “sportinguista” mas respeito os adversários. Não admito a ordinarice organizada. Um popular chamar "filho da puta" ao árbitro num momento de raiva, compreendo e até posso achar graça. Uma massa organizada a cantar em coro hinos de ódio e a praticar violências sem pejo, isso nunca. Com bandeiras a lembrar suásticas? Não, não contem comigo.
Quando o Sporting joga com o Porto, o Benfica, o Setúbal ou o Carcavelinhos, quero que jogue melhor e ganhe. Não me importo muito que jogue pior e ganhe. Não gosto é de perder, nem de ganhar com truques extra quatro linhas. E mesmo dentro das quatro linhas não gosto de árbitros que se “enganem” premeditadamente. Sou ferrenho, mas tenho “fair play”.
Este ano tenho-me abstido de comentar a péssima carreira do meu clube. Limito-me a não pagar as cotas há uns meses. É o meu protesto. Acho que se têm cometido asneiras a mais, mas enfim… Chegou, porém, a hora de explodir. Quando vejo um senhor chamado Maniche, que eu conheci como jogador do Benfica e do Porto, e que chegou em fim de carreira ao Sporting, dizer que há muitos “falsos sportinguistas” a dizerem mal do clube, não resisto mais. A seguir, logo no dia imediato, vejo um senhor chamado Costinha, a quem chamam “Ministro” não sei porquê (será uma ofensa, já que ninguém parece gostar de políticos neste país?), e que eu conheci como destacado centro campista do FCP, dizer a Sousa Cintra que se “deve meter na sua vida” e deixar de comentar questões do Sporting, aí chegou-me a mostarda ao nariz.
Eu sei que hoje em dia todos são “profissionais” e mudam de clube por dá cá aquele milhão de euros. Tudo bem, é assim a vida. Mas ver esses “profissionais” chegarem a um novo clube, que lhes paga bem, e confessarem que são “sportinguistas” desde o berço, é algo que não me cai bem. Não gosto de ver o Coentrão dizer que é “sportinguista” desde que se conhece e que ir para o Sporting é o sonho da sua vida, e depois ir para o Benfica, nem me soa muito bem ver o Maniche estar “agora no clube do seu coração”.
São “profissionais”? Então calem-se. Recebam o ordenado, joguem o melhor que possam a defender as cores do seu patrão, mas esqueçam o clubismo. Calem-se! Se se sentem mal com os “falsos sportinguistas”, mudem de clube, vão embora, que não fazem falta nenhuma. Eu sei que o Sporting é um “ninho de vespas” (como acontece em todos os clubes), mas há as vespas sportinguistas e há as vespas que voam de colmeia em colmeia. As vespas sportinguistas até podem dizer muito disparate, mas quase sempre querem o melhor para o clube. As opiniões são livres e assim se devem manter. Mas lições de moral de “profissionais” da bola, não obrigado. Joguem, e calem-se. Os sportinguistas e os falsos sportinguistas pagam cotas, ou simplesmente sofrem com o clube, e não mudam de emblema, não se transferem, não recebem luvas, não fazem contratos milionários. Estão 18 anos sem ver a cor da taça de campeão, mas aguentam. Firmes. Protestam, criticam, dizem mal do presidente e do treinador, mas estão ali sempre, enquanto todos os outros vão mudando. Eles “são” o clube. Antigamente podia dizer-se que havia jogadores que “eram” o clube. Hoje não há. Antigamente, os dirigentes e os directores desportivos trabalhavam de borla e até metiam dinheiro do seu bolso no clube. “Eram” património do clube. Hoje são pagos. Pagos para trabalhar no que sabem (e ás vezes muito bem pagos para fazerem asneiras consecutivas). Os sócios não pagam a uns senhores para depois os ouvirem chamar-lhes “falsos sportinguistas”. Façam favor de ter um certo pudor e tento na língua.
Já agora, mais uma questão: o senhor “Ministro” Costinha afirma que o senhor Sousa Cintra deve estar calado, porque senão ainda torna pública uma papelada que tem em seu poder. Ora bem, isto é muito grave e não deve ficar por aqui: o senhor “Ministro” Costinha insinua que tem em seu poder algo de comprometedor sobre a gestão do senhor Sousa Cintra. Nesta altura do campeonato, o senhor “Ministro” Costinha só tem uma atitude a tomar: revelar o que sabe ou demitir-se. Esta insinuação é muito grave para o clube e os sócios têm obrigação de saber o que se passa.
Eu sei que, “nesta altura do campeonato”, os sócios são a última das preocupações das direcções e das SADs, muito mais interessadas em bancos e SMVM. Os sócios são o verbo-de-encher. Mas era bom que de vez em quando tivessem algum respeito por eles, como neste caso, e esclarecessem de vez esta questão.
3 comentários:
os costinhas e companhia fingem que não percebem, que apesar das "sades", ainda são os sócios e simpatizantes, que pagam quotas e os bilhetes dos jogos, que lhes garantem uma boa parte do ordenado.
por este andar, com o estádio às moscas e com os sócios a deixarem de pagar quotas, o futuro vai ficar mais negro e depressa se esquecem que eram "sportinguistas" desde pequeninos...
serão mais "ratos de porão".
Eu sou simpatizante do Benfica mas ligo pouco ao futebol. Também tenho alguma simpatia pelo Sporting. Concordo com tudo o que diz sobre as claques e que o clube do coração não é chamado para estas questões. Também não gosto de atitudes como do Simão Sabrosa em que mudam de clube e parece que se esquecem do clube que os formou com atitudes que não os dignificam mas que prezam em continuar a usar.
Meu Caro Lauro António
Comungo contigo todas as tuas afirmações . Aquele Costinha , em rigor , num país de DIREITO , devia ser chamado á PGR e apresentar provas do que publicamente afirmou . Estamos fartos de intrigas , para isso basta a política . Não queiramos agora que o DESPORTO se venha a tornar numa rede de conspiradores . O tal Costinha , que tem por alcunha "O Ministro" será como muitos outros Ministros um autêntico INCOMPETENTE.
Fora com ele , não tem qq gabarito para estar mais um minuto NOSO SPORTING .
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