ALAIN RESNAIS (1922-2014)
Morreu um dos meus
realizadores franceses preferidos. Altura para recordar um daqueles momentos
únicos na minha vida. Cannes, 1980. A minha “Manhã Submersa” na Quinzena dos
Realizadores, “O Meu Tio da América” em competição na selecção oficial. É a
noite da apresentação do filme de
Resnais. Na avenida principal de Cannes, eu e uns amigos caminhamos num dos
passeios, daqueles cheios de esplanadas repletas de comensais, e de súbito,
apanho pela frente a comitiva de "Mon Oncle d'Amérique", com o cineasta
à frente, impecável no seu smoking, ladeado por Gérard Depardieu e Nicole
Garcia. Irresistível, paro-o, apresento-me, saúdo-o como um dos meus cineastas
de eleição, ele pergunta-me pelo meu filme, deseja-me felicidades, e eu peço-lhe
um autógrafo no catálogo do Festival (imagem acima). Esta foi uma minhas alegrias em Cannes
80. Aqui fica a recordação que não se apaga na minha memória. Morreu Resnais,
mas a sua obra fica para sempre na história do cinema, desde os fabulosos
documentários de meados dos anos 50, “Toute la Mémoire du Monde” ou “Nuit et Brouillard”, até aos recentes “As
Ervas Daninhas”, “Vous n'avez Encore Rien Vu” ou “Aimer, Boire et Chanter”,
este último já de 2014. E que dizer de
obras como “Hiroshima, Meu Amor” (1959), “O Último Ano em Marienbad” (1961), “Muriel
ou o Tempo de um Regresso” (1963), “A Guerra Acabou” (1966), “Amo-te, Amo-te” (1968),
“Stavisky, o Grande Jogador” (1974), “Providence” (1977), “A Vida é um Romance”
(1983), “Mélo” (1986), “É Sempre a Mesma Cantiga” (1997) ou “Corações” (2006)?
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