domingo, março 02, 2014

ALAIN RESNAIS



ALAIN RESNAIS (1922-2014)


Morreu um dos meus realizadores franceses preferidos. Altura para recordar um daqueles momentos únicos na minha vida. Cannes, 1980. A minha “Manhã Submersa” na Quinzena dos Realizadores, “O Meu Tio da América” em competição na selecção oficial. É a noite  da apresentação do filme de Resnais. Na avenida principal de Cannes, eu e uns amigos caminhamos num dos passeios, daqueles cheios de esplanadas repletas de comensais, e de súbito, apanho pela frente a comitiva de "Mon Oncle d'Amérique", com o cineasta à frente, impecável no seu smoking, ladeado por Gérard Depardieu e Nicole Garcia. Irresistível, paro-o, apresento-me, saúdo-o como um dos meus cineastas de eleição, ele pergunta-me pelo meu filme, deseja-me felicidades, e eu peço-lhe um autógrafo no catálogo do Festival (imagem acima). Esta foi uma minhas alegrias em Cannes 80. Aqui fica a recordação que não se apaga na minha memória. Morreu Resnais, mas a sua obra fica para sempre na história do cinema, desde os fabulosos documentários de meados dos anos 50, “Toute la Mémoire du Monde” ou  “Nuit et Brouillard”, até aos recentes “As Ervas Daninhas”, “Vous n'avez Encore Rien Vu” ou “Aimer, Boire et Chanter”, este último já de 2014.  E que dizer de obras como “Hiroshima, Meu Amor” (1959), “O Último Ano em Marienbad” (1961), “Muriel ou o Tempo de um Regresso” (1963), “A Guerra Acabou” (1966), “Amo-te, Amo-te” (1968), “Stavisky, o Grande Jogador” (1974), “Providence” (1977), “A Vida é um Romance” (1983), “Mélo” (1986), “É Sempre a Mesma Cantiga” (1997) ou  “Corações” (2006)?

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