Recebi da parte do seu autor, Paulo M. Morais, um volume
intitulado “Pratas Conquistador, A história desconhecida de um Charlot português”,
uma edição da “Casa das Letras”. Trata-se de uma curiosa biografia de Emídio
Ribeiro Pratas, personagem exótica e apaixonante que foi, entre outras coisas, projecionista
no falecido cinema Chiado Terrasse, actor e realizador, sobretudo da primeira comédia
portuguesa, protagonizada por um actor que se inspirava no burlesco
norte-americano, sobretudo em Chaplin, mas igualmente no francês Max Linder.
Mas o que mais surpreendia na actuação de Pratas era a sua temeridade física,
pondo em risco a sua integridade para criar certos efeitos de humor.
A biografia de Paulo M. Morais, que "descobriu" ser um longuinquo descendente de Pratas, e que faz generosas
referência à minha pessoa, que de certa forma influiu indirectamente na sua decisão
de empreender esta obra, julgo ser particularmente interessante e vir
objectivamente a suprir uma lacuna na história da cinematografia nacional.
Seria muito bom a Cinemateca Portuguesa editar em DVD esta rara (e quase invisível)
película de 1917, por forma a sublinhar a sua importância histórica.
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