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domingo, janeiro 04, 2009

SETÚBAL, 3 DE JANEIRO DE 2009

DO TRABALHO E DOS DIAS,
DO LAZER E DA AMIZADE
Se há coisas boas na vida, uma delas é viajar com amigos, almoçar com amigos uma dourada de mar, divina, num restaurante de Setúbal, regatear e comprar depois um par de estatuetas negras da Nigéria, enquanto se espera pela aludida dourada, beber um bom café e fumar uma cigarrilha, com amigos, numa esplanada a cheirar a mar ao fundo, mesmo num dia de Inverno, com a chuva a ameaçar entrar por entre as ligações dos toldos. Se há coisas boas na vida é visitar, pela tardinha, com amigos, um museu, dirigido carinhosamente por mão fraterna, que reúne peças do trabalho árduo e quotidiano da faina da pesca e da conserva de peixe (falo do Museu do Trabalho, em Setúbal) e reviver dramas profundos e alegrias breves de esforçados trabalhadores que deram suor e arte a troco de parcas lentilhas. Coisa boa não é certamente recordar os dramas e as tragédias, mas já o será saber que elas não caíram de todo no esquecimento e ali estão para serem meditadas no presente e no futuro, a fim de impedir, se possível, outros tantos dramas e tragédias e prolongar as alegrias breves de quem trabalha. Foi esta a visita que se fez, acompanhados pela voz de quem sabe explicar que aquele edifício era a antiga fábrica de conserva de peixe da família francesa Perienes, como foi recuperado e lançado museu, de como se recolheu uma parte do espólio de Michel Giacometti (ao encontro do povo, no mundo rural), de como se acomodou centenas de peças e registos sobre o universo da pesca e da conserva de peixe, de como se transladou para o interior das suas instalações todo o recheio da fabulosa Mercearia Liberdade (que existia na Av. da Liberdade e foi parar a Setúbal com armas e bagagens, com um efeito de mágico resgate que assombra). No museu ainda se pôde ver, guiados pelos olhos do autor, uma exposição temporária de João Concha sobre as suas cada vez mais célebres Alices. Sempre rodeado de amigos. E com amigos se terminou a tarde, num espaço muito agradável, “Três quinze Dias”, bebendo um chá ou um chocolate, servidos por uma simpática ucraniana, reencontrando a Célia David, protagonista de uma peça minha que encenei há anos no TAS, antes de com amigos se regressar a Lisboa, já a combinar nova viagem, possível ou impossível, a Braga, por exemplo. Pelo meio ficam os sorrisos que não se descrevem, os cheiros que perduram no ar da cidade, a neblina do porto, a auto-estrada e a ponte. E como Setúbal foi generosa até ao fim, no desfecho da noite, já em casa, regressei à cidade do Sado para ver, na tv, o Sporting ganhar. Passado este embate desejo ao Vitória que ganhe todos os encontros até jogar em Alvalade.
Os amigos desta tarde memorável foram a Eduarda e o Frederico (que são mais do que amigos), a Isabel MF e a Rosário, a Isabel (directora) Victor e o Pedro, e o Pires F, e a Sónia e o João (Alice) Concha. É bom ter amigos como vocês. Verdadeiros “bandidos” no tráfico de beijos e abraços.

fotos (2) de MEC e as restantes do autor