“HÁ SEMPRE UM LIVRO...à nossa espera!"
É um “Blog sobre todos os livros que eu conseguir ler! Aqui, podem procurar um livro, ler a minha opinião ou, se quiserem, deixar apenas a vossa opinião sobre algum destes livros que já tenham lido. Podem, simplesmente, sugerir um livro para que eu o leia! Fico à espera das V. sugestões e comentários! Agradeço a V. estimada visita. Boas leituras!”Ora quem é esta “eu” que lê livrios e escreve sobre eles? Vamos ver o que diz o “About Me” e descobrimos que se trata de Claudia Sousa Dias, de Famalicão, Norte, Portugal, “ Bibliomaníaca e melómana. O resto terão de descobrir por vocês!” Ora eu conheço um pouco mais desta Cláudia, frequentadora assídua do Famafest, ou não fosse este um festival sobre “Cinema e Literatura” que eu dirijo há oito anos precisamente em Famalicão. Conheci-a precisamente no barzinho de paredes vermelhas da Casa das Artes. Falámos sobre Cinema e Literatura, já há uns anos, e voltámos a falar regularmente, todos os anos, por volta de meados de Março, sempre que o festival regressa (já regressou em Maio, por força das circunstâncias, como no ano passado). A Cláudia é uma mulher que gosta de livros (entre outros gostos, é claro!). Gosta de os ler e de escrever sobre eles. Duas boas actividades.
Ultimamente leu e escreveu sobre:
* “Contos do Mal Errante” de Maria Gabriela Llansol (Assírio e& Alvim)
* “O Cego de Sevilha” de Robert Wilson (Dom Quixote)
* “Crónica de uma Morte anunciada” de Gabriel García Márquez (Dom Quixote)
* “As Sobredotadas” de Luísa Monteiro (Guizos)
* “O Horto da minha Amada” de Alfredo Bryce Echenique (Dom Quixote)
* “Uma Mulher Nua” de Lola Beccaria (Teorema)
* “O Crime do Padre Amaro” de Eça de Queirós (Planeta DeAgostini)
* “O Aroma da Goiaba” de Plinio Apuleyo Mendoza e Gabriel García Márquez (Dom Quixote)
* “A Amêndoa” de Nedjma (ASA)
* “A Montanha da Água Lilás” de Pepetela (Dom Quixote)
Tudo boas escolhas, que deram origem a extensos textos cuidados, documentados, apaixonados, sobre as obras e os autores. Falta-lhe por vezes um grão de loucura na escrita, um pouco menos de tom professoral, mas a Cláudia é séria (quando não se ri) e só lhe digo isto porque sou muito amigo dela e já lhe dei outros conselhos (cujas consequências espero que se mantenham). Sim, por que também sou óptimo conselheiro sentimental. Um beijo, Cláudia, e aqui fica um trecho da sua análise a um livro admirável, que daqui também aconselho vivamente (vai sem ilustração, porque o Blog da Cláudia assim o impõe):
* “Contos do Mal Errante” de Maria Gabriela Llansol (Assírio e& Alvim)
* “O Cego de Sevilha” de Robert Wilson (Dom Quixote)
* “Crónica de uma Morte anunciada” de Gabriel García Márquez (Dom Quixote)
* “As Sobredotadas” de Luísa Monteiro (Guizos)
* “O Horto da minha Amada” de Alfredo Bryce Echenique (Dom Quixote)
* “Uma Mulher Nua” de Lola Beccaria (Teorema)
* “O Crime do Padre Amaro” de Eça de Queirós (Planeta DeAgostini)
* “O Aroma da Goiaba” de Plinio Apuleyo Mendoza e Gabriel García Márquez (Dom Quixote)
* “A Amêndoa” de Nedjma (ASA)
* “A Montanha da Água Lilás” de Pepetela (Dom Quixote)
Tudo boas escolhas, que deram origem a extensos textos cuidados, documentados, apaixonados, sobre as obras e os autores. Falta-lhe por vezes um grão de loucura na escrita, um pouco menos de tom professoral, mas a Cláudia é séria (quando não se ri) e só lhe digo isto porque sou muito amigo dela e já lhe dei outros conselhos (cujas consequências espero que se mantenham). Sim, por que também sou óptimo conselheiro sentimental. Um beijo, Cláudia, e aqui fica um trecho da sua análise a um livro admirável, que daqui também aconselho vivamente (vai sem ilustração, porque o Blog da Cláudia assim o impõe):
Friday, July 28, 2006
"A Sombra do Vento" de Carlos Ruiz de Zafón (Dom Quixote)
“Uma história de livros malditos, do homem que os escreveu, de uma personagem que se escapou das páginas de um romance para o queimar, de uma traição e de uma amizade perdida (...) amor, ódio e sonhos que vivem na sombra do vento”. - Carlos Ruiz de Zafón in A Sombra do Vento
Este é um dos raros casos em que o sucesso editorial e a rendição incondicional do público a um autor pouco conhecido em Portugal pelo grande público, coincide com a opinião favorável da crítica especializada e dos gourmets da palavra.
Romance vencedor do prémio “Correntes da Escrita” para o ano de 2005 - evento realizado anualmente na Póvoa de Varzim - A Sombra do Vento é um livro cuja qualidade foi aclamada unanimemente pela crítica especializada, à escala nacional e internacional.
Um dos principais atractivos do referido romance é o facto de a trama remeter para vários outros autores, clássicos e contemporâneos.
Trata-se de um enredo que envolve uma complexa e absorvente teoria da conspiração, em pleno governo do Ditador Franco, onde se misturam os ingredientes que, invariavelmente, conferem ao romance a compulsividade obsessiva necessária para prender o leitor como um íman até ao último parágrafo: amor, ódio, paixão, traição e vingança.
Tudo isto com a bela, imponente e brumosa Barcelona de há sessenta anos atrás como cenário.
A arquitectura da trama envolve um grupo restrito de coleccionadores de livros raros e um autor-mistério, cujas obras parecem ser alvo de um perseguidor anónimo, encarregue de as fazer desaparecer.
O autor perseguido tem o sugestivo nome de Julián Carax e a sua última obra é especialmente visada pelo vingador desconhecido cujo título é...
...A Sombra do Vento.
Mais: o romance de Carlos Ruiz de Zafón debruça-se, nem mais nem menos, sobre a magia que os livros exercem na alma humana, aludindo a toda uma plêiade de autores mais do que consagrados. Por exemplo, por um lado lado, a biblioteca chamada de “o cemitério dos livros esquecidos” remete para Arturo Pérez-Reverte e o seu best-seller intitulado de O Cemitério dos Barcos sem Nome; há, por outro lado, uma intertextualidade com Umberto Eco em O Nome da Rosa, devido à labiríntica configuração da biblioteca descrita na Abadia - onde William Baskerville vai, em plena época medieval, desempenhar o papel de Sherlock Holmes – e a de Barcelona, cujo guardião Isaac faz lembrar vagamente o antigo bibliotecário do romance do autor piemontês.
Em ambos os casos, é na biblioteca que se encontra a chave mestra que possibilita o desvendar da trama.
A influência de Alexandre Dumas também está presente na construção de uma teoria da conspiração que em nada fica a dever à de O Conde de Monte Cristo. O mesmo se pode dizer em relação a Gaston Leroux e Michael Ondaatje pela semelhança de Laín Coubert - o perseguidor de A Sombra do Vento de Carax - cuja movimentação na sombra e deformidade física trazem, respectivamente, reminiscências de O Fantasma da Ópera e O Paciente Inglês. (…)
1 comentário:
Um abraço cheio de amizade e vou lembra-me de colocar um pouco mais de "especiarias" nos meus textos!
Até breve e aguardo com entusismo os seus comentários.
Enviar um comentário