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segunda-feira, agosto 03, 2009

CRITICA EM CRISE OU EM MUDANÇA?

The Critic, de Arthur Dove
Críticos em extinção?

Levantamento do jornal "The Salt Lake Tribune" indica que ao menos 55 críticos de cinema foram demitidos ou mudaram de área na imprensa americana desde 2006. O dado, citado em reportagem na edição dominical do New York Times, ilumina um aspecto da crise que afeta os jornais americanos e, em particular, ajuda a compreender uma mudança significativa que vem ocorrendo na relação de Hollywood com a imprensa.

O New York Times dedica-se a tentar entender a perda de importância dos jornais ― e o crescimento da influência dos blogs ― no processo de divulgação dos filmes pelos grandes estúdios. O sinal mais aparente deste fenômeno ― importante pelo volume de recursos que Hollywood movimenta em marketing ― é que os jornais contribuem cada vez menos com aquelas publicidades repletas de frases retiradas de críticas. Uma das mais antigas ferramentas de marketing de um filme, a citação tirada de uma crítica de cinema (coisas como "eletrizante" "imperdível", "muito engraçado", "ri do início ao fim") já foi motivo de muita polêmica. Há alguns anos, descobriu-se que um estúdio, a Sony, havia publicado um anúncio com uma frase inventada, dita por um crítico que não existia. Também é comum tirar palavras ou frases de contexto, mudando o sentido do que o crítico quis dizer para realçar qualidades inexistentes de um filme. O que inquieta o New York Times agora é o fato de que os grandes estúdios de Hollywood preferem recorrer a críticas publicadas em blogs do que em jornais. Escreve o diário: "Os seis grandes estúdios gostam de ir à internet em busca de frases para usar em publicidade porque há uma variedade muito grande de sites de onde tirar a palavra ou a frase certa. Alguns sites, é claro, são sérios. Outros, incluindo sites como Ain't It Cool News, não fazem segredo do seu olhar de 'animador de torcida' em relação a alguns gêneros de filmes". Em outras palavras, raciocina o New York Times, os estúdios preferem recorrer a sites e blogs porque eles tratam os filmes de forma mais generosa e complacente que os jornais. O grande diário americano está, evidentemente, fazendo uma generalização injusta, já que há também muitos críticos em jornais que funcionam mais como "animadores de torcida" do que, propriamente, como analistas sérios e isentos. Em todo caso, dois entrevistados do jornal reforçam a tendência de recorrer a sites e blogs no lugar dos jornais na leitura das críticas de cinema. Um vice-presidente da Universal, Michael Moss, diz ao jornal: "Alguns dos melhores críticos de cinema e a maioria das boas críticas são encontradas on-line". Já Mike Vollman, presidente de marketing da MGM e United Artists, afirma que vai preferir se basear mais em blogs do que na revista Time para promover o remake do filme Fama. "A realidade, e lamento dizer isso para você, é que os jovens que vão ao cinema são mais influenciáveis por um blog do que por um crítico de jornal". A reportagem, em resumo, confirma as previsões mais pessimistas dos que enxergam na revolução promovida pela nova mídia um sinal de empobrecimento e decadência cultural. Ainda assim, o próprio New York Times reconhece que há sites "sérios", publicando textos sobre cinema com o mesmo grau de rigor que os jornais ditos de prestígio.

E o Brasil? ― algum leitor perguntará. O problema, ainda que em grau menor, até porque a indústria de cinema nacional é minúscula comparada a Hollywood, já aparece por aqui. Ainda estamos, pelo que observo, numa etapa anterior. Há um crescimento impressionante de sites e blogs dedicados ao cinema, mas o mercado ainda observa com desconfiança, procurando entender ― e separar o joio do trigo de toda essa movimentação. Em todo caso, é possível observar que alguns produtores já utilizam frases retiradas de sites e blogs para divulgação de seus filmes.


Nota do Editor: Texto gentilmente cedido pelo autor.
Originalmente publicado no blog de Mauricio Stycer, que integra o portal iG, em 08 de junho de 2009.
Mauricio Stycer São Paulo, 22/6/2009.
Transcrito do site Digestivo.com.br. Mantida a grafia de português do Brasil.

sexta-feira, novembro 14, 2008

ENCONTRO DE BLOGUES

Hoje, às 15 horas, na Universidade Católica:
UMA NOVA FORMA DE CULTURA:
A BLOGOSFERA NA PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Quando gostosamente aceitei participar neste Encontro Sobre Blogues, em particular no painel “Blogues Culturais e Educação”, fi-lo pensando apostar essencialmente na minha experiência pessoal, quer como bloguer, ou como frequentador de blogues, quer ainda como defensor de uma nova comunicação que irá ter – já tem, neste momento – os blogues como um dos centros nevrálgicos desse percurso inter-pessoal.
Gostaria, pois, de falar em nome pessoal, isto é, na primeira pessoa do singular, por várias razões:
1 - porque os blogues são uma forma de escrita, ou de outro tipo de comunicação mais diversificada, essencialmente, individual;
2 - porque os blogues, lidos num computador, são uma forma de leitura, ou de comunicação mais vasta, igualmente individual;
3 - porque os blogues pressupõem uma forma de responsabilização pessoal específica, do autor do blogue;
Mas porquê este interesse especial no “eu”, numa altura em que tudo parece canalizar-se para o “nós”? Qual o significado sociológico deste “eu” numa matriz cultural contemporânea?
Pois bem, desde o alvorecer do mundo até à actualidade a história da comunicação social partiu do “eu” para chegar ao “nós”, com assinaláveis progressos e resultados práticos. Na pré-história comunicava-se por sinais e figurinhas incrustadas nas paredes, depois começou-se a falar e a transmitir-se a informação, o conhecimento, a emoção, a fantasia ou a realidade através da palavra, contaram-se histórias de um para um, ou de um para um grupo restrito, que se foi alargando até chegar a multidões, quando se iniciou a impressão de jornais, revistas e livros. Depois veio a rádio, que voltou a impor a comunicação oral do “um”, mas agora para muitos, para massas humanas, para essas multidões que foram arrastadas, de forma exemplar, pela fabulosa manipulação extraterrestre de Orson Welles, que inventou, com a ajuda de Herbert George Wells, marcianos a aterrar em território norte-americano. Da rádio passou-se à televisão, do “nós” para o “nós”, entrou-se abertamente na globalização, na sociedade da informação, na comunicação omnipresente, na demasiada informação e comunicação que é já ruído que se sobrepõe à compreensão da mensagem.
Hoje estamos aqui, numa sociedade onde quase nada se ouve, porque múltiplos são os estímulos e estrondosos de ruído. Jornais, revistas, livros, rádios, televisões, satélites, cabos, computadores tudo serve para veicular a informação, o comentário, a opinião, tudo parece servir para adormecer o agente receptor e deixá-lo estupefacto. Tudo muito rápido, muito ritmado, legendas por cima de imagens, com locução off, imagens sobrepostas, ilusões sobre fantasia, realidade trabalhada, manipulada como virtualidade, virtualidade oferecida como coisa tangível, “segunda vida”, apoteose do gótico gongórico, não dando ao leitor-ouvinte-espectador qualquer hipótese de pensar, de analisar criticamente, de usufruir de uma emoção, de se sentir projectado na notícia. Vertigem em lugar de análise ou fruição.
Na voragem do tempo, perderam-se vários valores, encontraram-se outros. Nada de saudosismos descabidos. Os tempos são os tempos que temos e vivemos. É neles que teremos de encontrar a nossa felicidade e de procurar interagir com a dos outros. Em busca do que de melhor há nele, nesse nosso tempo novo. As maravilhas da tecnologia impuseram-se em toda a linha, hoje os periódicos são “full colours”, os canais de televisão são às centenas, vindos de todo o lado e para todos os gostos, temáticos e generalistas, cinema, desporto e porno, soft e hard, mas começaram quase todos a serem iguais uns aos outros e a disputarem os mesmos públicos. E a serem disputados pelos mesmos poderes controladores. A multiplicidade de informação não diferencia as mensagens, já que por detrás da grande maioria dos grupos de comunicação se encontram grupos económicos que alinham todos pelo mesmo diapasão. Diferenciações políticas? Divergências ideológicas? Nada disso: uniformização económica e financeira. A globalização ao serviço do lucro, e se possível do lucro fácil. Não esperes por amanhã para lucrares com o que podes ganhar hoje.
A crise da comunicação é visível. Não falemos dos grandes periódicos que perdem terreno dia a dia. Fiquemo-nos por algo mais comezinho. A crise levou ao desaparecimento de muitos jornais de província, e à completa reformulação de muitos outros. Os semanários regionalistas, onde se sabia do obituário da cidade ou da vila, onde se publicitavam casamentos e baptizados, onde se escrevia em palavra de forma o diz-se diz-se das vizinhas que, ao fim da tarde, se sentavam na soleira das portas das casas da aldeia e punham em dia as (raras) novidades do dia, esses semanários regionalistas desapareceram ou snobizaram-se. Já não dão conta do casamento da prima, do falecimento do sogro, do baptizado da afilhada, nem sequer publicitam o fim de curso de fulano de tal, recém regressado de Coimbra, com o canudo debaixo do braço.
Neste universo sem tempo para o tempo, o computador veio trazer mudanças complexas na estrutura das sociedades. A troca de emails e as conversas em chats em tempo real foram um meio de ligar continentes, famílias, amigos, profissões, assim como de compensar solidões, de extravasar a timidez de uns tantos (deles mas, sobretudo, delas), de psicanalisar sem divã nem psicanalista pago à hora. Num mundo com rostos ou sem rostos, com nomes próprios ou disfarçadas em nicknames, as pessoas foram-se entendendo e/ ou desentendendo profissionalmente, criando amizades ou inimizades, namorando ou inventando o sexo virtual, ou simplesmente matando o tempo com um ou uma desconhecida com quem se discorre ao longo de uma noite. Foi uma caixa de Pandora que se abriu, com o fascínio do proibido sob disfarce e o perigo que resulta do anonimato sem escrúpulos. Foi um tempo que não passou, mas que cedeu lugar à coqueluche o momento, os blogues e a blogosfera.
O que são os blogues?
São poisos individuais a que cada um dá o seu serviço. Em Londres, no Hide Park, havia (não sei se caiu totalmente em desuso, nos últimos dois ou três anos, agora com os blogues), o cantinho do orador (the Speaker’s Corner). Antigamente era uma área de certo prestígio, onde se discutiam questões prementes da sociedade inglesa. Depois foi-se resumindo a um centro de peregrinação de turistas em busca do exotismo exibicionista local, isto é o sítio onde se podiam ouvir loucos varridos pregar no deserto, para gáudio de públicos sem pudor. Mas o princípio, nos seus melhores tempo, era o mesmo do dos blogues de agora: dar a voz a quem quer que seja que a queira tomar, para a usar da forma que pretender. Muito democrático, na aparência. Tal como os blogues. Estes com uma vantagem, ou desvantagem, consoante o prisma: podem ser anónimos.
Construir um blogue é facílimo; alimentá-lo depende do engenho e das intenções de quem o criou. Por isso “existe” e “não existe” “uma” blogosfera. Claro que existe uma blogosfera global, no interior da qual tudo é possível, uma blogosfera anárquica, pirata, onde se pilham fotos e textos como qualquer pilha-galinhas de outrora. Diga-se que não me atormenta muito essa majestosa nave de piratas, navegando no espaço etéreo, que se vai alimentando de uma enormíssima comunidade de dadores-consumidores que constantemente se renova.
Fazendo apenas um pequeno parêntesis: outras questões me atormentam e algumas de sentido contraditório. O que me preocupa é que se regularize, se regulamente, se normalize, se transforme numa plataforma do “politicamente correcto”, este armazém de energias diversas onde se sente palpitar a vida. Por outro lado, o que me põe fora de mim é algo diametralmente oposto: é o uso do anonimato e da cobardia para se transformar a blogosfera numa selva de ofensas públicas e privadas, de arruaça mesquinha, de vingança pessoal. Por isso espero que a liberdade continue a ser integral, mas a responsabilidade que o seja por igual total. Aplaudo de cada vez que um energúmeno sem nome nem rosto é descoberto e levado a julgamento e condenado, se se provar que agiu de má fé e deu mau uso á liberdade de opinião. A liberdade total só existe na total responsabilidade. Quem não tem unhas para tocar guitarra, ou quem não tem cara para apanhar um bom par de estaladas, como nos velhos tempos de Eça e Ramalho, não se deve meter onde não é chamado. Quem quer usufruir de direitos (e a liberdade é um dos mais sagrados) terá de responder com deveres (e a responsabilidade sobre o que se diz e se faz é um dos mais elementares).
Fechado o parêntesis, que me parece essencial, volto à comunidade de dadores-consumidores da Blogosfera.
Que se pode esperar dela? Tudo, e quase tudo será bem-vindo. O blogue é um espaço vazio que será preenchido pela essência de cada um. O blogue é um retrato de quem o cria. Há blogues para todos os gostos e feitios, e em quase todos encontro razões para por eles me interessar num momento ou noutro da minha viagem pela blogosfera.
Há o diarista, que conta o que o seu autor faz hora a hora, ou dia a dia; há o ensaísta, em que rigorosamente só se escreve sobre um tema predilecto (e devo dizer-vos que sobre cinema há muitos e muito interessantes, por vezes muito mais estimulantes do que a escrita institucional dos críticos encartados da comunicação social); há o rebelde, que passa da confidência pessoal, do registo de factos, à escrita opinativa, ao ensaio, ao lembrete (de certa forma confesso incluir-me neste campo); há os amorosos e românticos, que curtem paixões passadas à espera de novas oportunidades; há os de engate, mais ou menos claros, os ostensivos e os tímidos, que falam de poesia ou de filosofia, à espera que lhes apareça o “príncipe encantado” nos “comentários” do dia; há os ofensivos, irados, grosseiros, que não hesitam frente a nada, e que normalmente são anónimos, como está bem de ver; há os marginais, alternativos, uma imagem a preto e branco, uma frase entrecortada, uma referência muito intelectual apenas entrevista, para os super-dotados descobrirem e se sentirem super-dotados, tal como o autor do blogue se sente quando os evoca; há os diligentes, que se querem de “serviço público”, onde se lêem livros, vêem filmes, anotam estreias, inaugurações, lançamentos de livros, e se põe a circular uma autêntica agenda cultural de valor incontestável; há os poético-sornas, que transcrevem simplesmente poemas de outros e imagens de flores de jarras vizinhas; há os snobs, literariamente bem burilados, com estilo, pompa e circunstância; há os políticos, que tudo contestam, porque na contestação é que está o ganho, e há os outros políticos que defendem a ordem estabelecida, qualquer que ela seja, ou se ela está de acordo com a sua filiação partidária; há as franjas dos fanáticos de sado-masoquismo, do nazismo, das ditaduras, da Ku Klux Klan, do terrorismo, das bombas caseiras; há os desportivos, com o emblema que tem sempre razão encimando os comentários semanais a mais uma jogatana, injustamente perdida por causa de interposto árbitro; há os blogues de professores, os que organizam aulas e oferecem matérias de reflexão aos alunos e os que manifestam a sua repulsa pelo Ministério, qualquer que este seja; há os científicos, onde se trocam ideias e conceitos; há os literários, de “escrita criativa”, como agora se chama a essa disciplina que pode ser ensinada (para deixar de ser criativa); há os confessionais, congregando lamúrias sobre a vida e os infortúnios dos amores, choramingando baba e ranho a cada post; há os vitalistas, que se levantam cheios de energia e, antes de saírem para “a mágica manhã luminosa”, ainda conseguem tempo para anotar um pensamento positivo para o dia lhes correr bem; há... a variedade possível da infinita diversidade do ser humano.
Não se conhecem muitas vezes os rostos, não se sabe normalmente se há ou não batota na identificação do sexo, da idade, da profissão, e, todavia, na sua extrema fragilidade são seres humanos que procuram exprimir-se, falar de si, fazerem-se ouvir, mal ou bem, com erros gramáticas ou não. Professores universitários ou empregadinhas de caixa de supermercado, políticos ou estudantes em busca de veia literária, todos dispõem de um sítio onde se expressam. Realmente muito democrático, tanto mais que depois cada blogue ganha o crédito da sua própria qualidade e do seu poder de intervenção. Tudo muito relativo, até: quem me diz que o blogue do político muito mediático com 3000 visitas diárias tem mais importância real do que o blogue de uma ignorada cidadã que com um comentário certeiro salva o dia de alguém desesperado ou alimenta um sorriso num rosto desconhecido?
Todos podem ter uma função e ai de quem duvidar dessa possibilidade. Esta parece-me a grande revolução que irá desencadear uma profunda transformação cultural. Não mais existe o conselho redactorial ou a “agenda” do jornal ou do canal de TV. Não mais a censura do editor chefe que faz os cortes que entende em nome do espaço e do interesse que julga a notícia ou o comentário possuire. No blogue escreve-se o que entendemos, como entendemos. Escreve-se todos os dias, todas as semanas, mas sobretudo quando apetece. Escreve-se muito ou pouco e espera-se apenas que quem tiver interesse leia ou olhe: ninguém obriga ninguém a consumir. O produto está ali, à espera de quem o desfrute, mas não há drama se não aparecer clientela, nesse dia ou no outro.
Mais: uma das características dos blogues é que quase todos são construídos com enorme devoção e o saber e a intuição própria de cada um. Há os sóbrios e os góticos, há os das florinhas e os dos fundos brancos, há os que explodem de cor e os beges discretos, há os que levam aos seus proprietários horas a escolher uma imagem e os que publicam a que primeiro aparece na pesquisa do google; há os que escrevem uma frase burilada ao longo de um dia de pensamento e os que redigem testamentos sobre um tema que os assalta de momento. Há principalmente a diversidade que urge respeitar, porque é dessa diversidade que nasce o fascínio desta nova cultura, profundamente democrática, se bem entendida (e lá volta a maior liberdade para a maior responsabilidade).
Tal como na sociedade onde vivemos o nosso dia a dia, casa, automóvel, emprego, casa, televisão, computador, nesta nova sociedade dita “virtual” (porém “real”, bem “real”, pois nada mais é do que o reflexo mais profundo, mais íntimo e mais significativo de uma “consciência colectiva” que é o somatório de todas as consciências individuais) há de tudo. Navegar na Internet, surfar pelos blogues impõe uma mentalidade nova e um rigor cada vez maior. A ingenuidade não é mais possível e essa é uma das características para que urge alertar o consumidor passivo destas novas ferramentas tecnológicas. Sabe-se como jornais e canais de televisão podem manipular abertamente para atingirem os seus fins, quer sejam políticos, económicos, ou culturais. Podem até manipular apenas por ignorância, que é cada vez maior, ou por maldade, que sempre foi congénita ao ser humano. Há provedores dos leitores, dos ouvintes, dos telespectadores, há conselhos de redacção, há entidades reguladoras, há um manancial de entidades que procuram corrigir os erros, os lapsos, as mais grosseiras falcatruas, e, todavia, elas perssitem, cada vez mais subtis, mais maliciosas, mais traiçoeiras.
Na blogosfera não há nenhuma dessas ajudas, nenhum desses zeladores pelo bem público e a causa democrática. A blogosfera é terra de ninguém, terreno de pacatos cidadãos e de desordeiros flibusteiros. É importante ter muita atenção com o que se lê e no que se acredita. Há os blogues inofensivos. Que podem ou não ser anónimos. Nada me move contra um senhor ou uma senhora que queira compartilhar anonimamente o seu desgosto de amor, a sua propensão lírica, o seu gosto pela culinária, os cães e os gatos, as suas fantasias eróticas ou as suas meditações religiosas ou estéticas. O anonimato só é obsceno quando alguém se serve dele para atingir a dignidade de outro.
Por isso já me preocupo, e muito, com a escrita torpe, a manipulação das consciências e das boas fés, a defesa do indefensável, a apologia da devassidão entre jovens impreparados, o grotesco espectáculo do que há de mais infame no ser humano. A blogosfera, que vem dos homens, reflecte tudo o que há neles, do sublime ao maremoto da ignomínia. Eu que não acredito em censuras, acredito na educação, acredito na experiência, acredito que ao longo dos tempos sempre venceu o que há de melhor no Homem, nessa luta titânica e diária contra o Mal. Se assim não tivesse sido, há muito que a existência do Homem teria desaparecido da face da Terra. Mas, para meia dúzia de energúmenos que vão aperfeiçoando as armas do crime, há sempre batalhões de gente de bem que oferece o seu corpo às balas de toda a espécie para defender a dignidade, a liberdade, a justiça, o progresso.
Na blogosfera assim será. Sem optimismos desmedidos, mas tendo a noção de que se fala muito do Mal porque se conta pouco do Bem, que não é notícia, acredito que a blogosfera será um passo imenso no futuro da comunicação social. Cada um escrevendo como quer o que quer, cada um assumindo a responsabilidade do que coloca no ar, cada um procurando um outro que o leia e partilhe informações, conhecimentos, ideias, procurando um outro ou outra e com ele ou ela dividir a solidão, com ele ou ela comungar uma nova amizade, com ele ou ela descobrir um novo amor. Com ele ou ela, com eles ou elas construir projectos comuns, defender causas colectivas, impor rupturas na sociedade. Cada vez mais os políticos apelam à comunicação virtual, e significativamente são os que têm causas e valores a defender que a utilizam com maior empenho e melhores resultados.
Mas também com ele ou ela do outro lado da blogosfera cada um de nós continua a descobrir-se a si próprio. Descobrir-se a si próprio, eis o que penso ser um dos pontos essenciais da blogosfera. Não é acaso que o ecrã do computador, em atmosferas menos iluminadas, mais escuras, mais íntimas, reflecte o nosso rosto, o rosto de quem bate as teclas e olha o monitor, para ler o que acabou de escrever. Ao escrever o que pensa e ao publicá-lo no seu blogue, o bloguer está a dar-se a conhecer ao mundo (ao “mundo”, vasto ou diminuto, que o adopta, que o aceita, que o procura) e está a receber de volta essa imagem. Mais do que num jornal ou num livro ele reflecte-se ali por inteiro, e interage com outros “mundos” que o comentam, o adicionam às suas listas de links, o ignoram, o tentam seduzir, o contradizem, ou simplesmente o lêem em silêncio. Cada um de nós deve aprender que, na blogosfera, se aprende, e sobretudo se aprende a ler, olhar, respeitar, compreender, amar o outro, o igual a nós mas também o diferente, o que nos lê e compreende e o que nos lê e não nos aceita porque é diverso de nós.
A blogosfera por vezes irrita (irrita-me) quando a sedução mesquinha do comentário “amigalhaço” impera. Não devemos agenciar a unanimidade, sobretudo quando ela é apenas tradução de hipocrisia ou delicadeza de ocasião e nada representa de sincero e autêntico. A blogosfera é um terreno ímpar para se conhecer o que pensa o nosso vizinho do lado, mas também o desconhecido da Índia, dos EUA, do Afeganistão ou da China. Muitas vezes basta lê-los, deixar um comentário, se for caso disso. Trocam-se pontos de vista, em português, com a nossa amiga do Rio ou de Goiás, com o companheiro de trabalho que vive em Angola, com a Presidente da Câmara da cidade caboverdiana. E assim se sabe da saúde, da família, dos problemas, das ideias, do futuro, olhando o blogue. Perceber a sensibilidade tão distinta que se reflecte num blogue de uma brasileira extrovertida ou de uma snobérrima e recatada francesa são momentos importantes, ajudam-nos a compreender o mundo na sua diversidade e a aceitá-lo como tal, da mesma forma que outros nos aceitam a nós. A blogosfera tem de tender a ser essa terra de respeito mútuo, de construção colectiva, de utopia possível.
Numa altura em que quase todas as utopias ruíram, em que os valores se afundam, em que o materialismo guerreiro se tenta instalar com os resultados que todos vemos, é importante reinventar novas utopias, que sendo utopias todos sabemos não cumpridas a cem por cento no futuro, mas prováveis de concretizar em larga medida. Procuremos levar para a blogosfera a nossa diferença, o nosso contributo, descobrir dentro de nós a grandeza que cada homem e cada mulher comportam dentro de si.
A blogosfera é, por definição, dádiva. Haverá certamente, por vezes e em muitos casos, muito de humanamente mesquinho no acto de arquitectar um blogue. Não tenho ilusões que em muitos casos são sentimentos ruins que estão por detrás desse comportamento. Mas, na maioria dos casos, é de dádiva que se trata – é o caso de alguém que escreve, que cria, que movimenta ideias, palavras, imagens e sons para oferecer a um outro qualquer que, também maioritariamente, não conhece. É uma oferta ao desconhecido que fica a vogar da éterosesfera, em busca de um leitor possível para um texto que se escreveu dolorosamente, à procura de um ouvinte para uma área musical que se ama, para uma imagem que nos diz muito.
Delicadamente, discretamente, amorosamente alguém pesquisou uma área de uma ópera e a colocou no seu blogue. Acto aparentemente de pouco alcance, é certo. Acto de uma total gratuitidade. De uma enorme generosidade também. Quando clico no link e saltam do nada da noite as primeiras notas, percebo que é alguém de um ponto perdido no universo que me oferece uma mão e me toca com o seu carinho. Não me digam que evoluo num mundo de príncipes e fadas, porque não é verdade. Se há alguém causticado nalgumas intempéries da vida eu não deixarei de ser um deles. Mas é urgente não desbaratar esse potencial de generosidade que permanece no interior de cada um de nós e que transforma a blogosfera num universo de oportunidades invulgares.
Tudo o que é possível está à nossa frente. Tudo depende de uma opção nossa. Tudo provém da nossa liberdade de escolha. Eu sei que a liberdade deve ser dos valores mais difíceis de se viverem. A imposição de uma opção que se habita hora a hora, minuto a minuto, que remete para o mais profundo de nós, cansa e por vezes dói. Mas é essa liberdade que nos distingue e faz de nós seres diferentes. Porque entre o que se acha correcto e o que se sabe ignóbil vai a distância da nossa escolha. A blogosfera, porque se concebe apenas no confronto de mim comigo, é um território altamente pessoal, individual, de opção secreta e íntima. Aliciante, mas difícil. Não há chefe de redacção nem director, nem estagiário, nem livro de estilo, nem compêndio de ética que nos salve nos momentos de crise. Somos nós perante nós próprios. Um perigo. Um desafio.
Finalmente, o lado sumamente gratificante de escrever e ver publicado o que se compôs. Quando era miúdo vivi durante anos paredes-meias com dois jornais regionais, onde passava grande parte do meu tempo dito livre. Escrevia notícias, fazia pequenas entrevistas, apanhava sobretudo o bichinho da escrita e da leitura, bem assim como o vício de “fazer” jornais. Em casa escrevia-os à mão, dobrava-os e mostrava-os aos meus pais. Na tipografia dos hebdomadários, escrevia primeiro a notícia, quase sempre sobre cinema e as actrizes que já nessa altura me apaixonavam, e os realizadores que me emocionavam, e depois tentava compô-la, em caracteres de chumbo, para depois a ver impressa. Era uma autêntica alegria que, não tendo seguido eu a carreira de tipógrafo, julgava para sempre ter desaparecido do meu horizonte. Ledo engano. Muitos anos depois, volto a escrever, a compor, a paginar, a ilustrar, a musicar se assim o entender, e a publicar de imediato o que, com maior ou menor engenho, gerei. É uma alegria intensa, que vale o esforço, que compensa as horas despendidas.
Depois sente-se a liberdade do voo da ave.
Não se fica à espera da remuneração devida, ou de qualquer medalha por serviços prestados à comunidade, mas aguarda-se que alguém, secretamente, leia, abane com a cabeça, que sim ou que não e que comente ou não (mas por favor não comentem apenas porque sim, porque faz parte das regras da etiqueta, porque manda a sedução da praxe comentar aqui para receber a paga no blogue que deixa a marca). Comentar não se ensina. Comenta-se o que se acha que se deve comentar. E é perfeitamente legitimo comentar com um olá um amigo ou amiga que não vemos há tempos. Mas esvoaçar diariamente de blogue em blogue para deixar a marca da sua passagem, para receber horas depois a paga no seu espaço, não me parece muito sincero, e abomino hipocrisias. Mas se calhar, neste enorme divã de psiquiatra, esta é uma forma reconfortante de adormecer diariamente, imaginando os quantos amigos se tem, espalhados pelo mundo. A mim irrita-me, devo confessá-lo, mas quem sou eu para julgar estas miudezas sem especial significado?
E assim tenho de chegar ao fim deste depoimento pessoal que tempo não abunda e há mais contribuições a ouvir, já a seguir.
Muito obrigado pela atenção e uma última informação: ao fim da tarde, ao princípio da noite de hoje, já estará, em letra de forma, este texto disponível no meu blogue. Sirvam-se, se fazem favor.
Lauro António / 14 de Outubro de 2008
fotos do blogue Indústrias Culturais, de Rogério Santos, onde se pode colher muita informação sobre o "Encontro"

terça-feira, novembro 11, 2008

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O ENCONTRO

comunicado da organização:
IV ENCONTRO DE BLOGUES
14 e 15 de Novembro de 2008
Universidade Católica Portuguesa
É já esta sexta-feira, dia 14 de Novembro, que tem início o IV Encontro de Blogues, um acontecimento que conta com a presença de inúmeros conferencistas, entre os quais se destaca José Luís Orihuela, um dos mais antigos e conceituados autores de blogues. O encontro realiza-se na Universidade Católica (Lisboa) e estende-se até ao próximo sábado, dia 15 de Novembro, com diversos ateliers de formação em Photoshop e Ferramentas de Web 2.0.
Desde 2003, que os blogues se assumiram como um novo meio de comunicação presente no quotidiano. Ferramenta da internet fácil de construir, tornou-se um meio de expressão de muitas pessoas, até aí sem possibilidades de expressão pública. Inicialmente, os blogues tinham apenas disponível a ferramenta de escrita de textos. No entanto, mais recentemente, existem blogues que usam a imagem (fixa, em movimento, em slide) e som, o que os torna num meio multimédia, com grandes potencialidades de edição.
No primeiro dia do IV Encontro, 14 de Novembro, será focada em especial a questão dos blogues de cultura, segundo três painéis: blogues e segmentação da blogosfera, blogues culturais e educação e blogues e negócio. O dia 15 de Novembro, é totalmente dedicado à formação e conta com ateliers de Photoshop e Ferramentas de Web 2.0.
O IV Encontro de Blogues conta com a presença de José Luís Orihuela (Universidade de Navarra), um dos mais antigos e conceituados autores de blogues e com bibliografia publicada, nomeadamente La revolución de los blogs (2006).

Prazos e preços
Inscrições no Encontro – até dois dias antes da sua realização;
Encontro
· Estudantes UCP – gratuito;
· Estudantes de outras instituições – 10 euros;
· Outros – 20 euros.

Atelier (cada um)
· Estudante UCP – 20 euros;
· Outros – 30 euros.

Para além da conferência inicial, que conta com a participação de José Luís Orihuela, o programa integra ainda os seguintes conferencistas:
1º Painel – Blogues e segmentação da blogosfera
11:00-13:00
Moderador: Prof. Fernando Ilharco
1) Portal Sapo
2) Mariana Pinto e Sara Bica (UCP), A Interacção entre os Adolescentes e a Blogosfera – Estudo comparativo entre Oeiras e Caldas da Rainha
3) Pedro Andrade (CECL, UNL), O discurso da wikipedia sobre a blogosfera
4) Carla Cerqueira e Luísa Teresa Ribeiro (Un. Minho), Os bloggers têm sexo?
Contributo para o mapeamento da participação feminina na blogosfera
5) Ana Paula Lemos (Associação Europa Viva), O blogue como instrumento de comunicação cultural e associativo

2º Painel – Blogues culturais e educação
14:30-16:30
Moderadora: Mestre Carla Ganito
1) Nuno Galopim ou João Lopes (Sound+Vision)
2) Mário Pires (Retorta), Para uma cultura da colaboração em rede
3) Lauro António, “Uma Nova Forma de Cultura: a Blogosfera na Primeira Pessoa do Singular”
4) Dora Santos Silva (UNL), A “e-Biblioteca de babel”. Contributos dos blogues culturais para uma ampliação da definição e política do jornalismo cultural
5) Rogério Santos (UCP), Blogues, responsabilidade social e comunicação pública

3º Painel – Blogues, cultura e negócio
17:00/18:30
Moderador: Prof. Rogério Santos
1) Paulo Querido
2) Booktailors, Blogues profissionais: a blogosfera como plataforma de comunicação (caso Blogtailors)
3) Ricardo Tomé (RTP), Os blogues no processo de produção de televisão e rádio
4) Elisabete Barbosa (Un. Minho), As agências de comunicação portuguesas na blogosfera: temáticas e propósitos
5) Pedro Lains (ICS), Blogues e cultura económica

Mais informações disponíveis nos sites



terça-feira, novembro 04, 2008

ENCONTRO DE BLOGUES


IV Encontro de blogues

Decorre nos próximos dias 14 e 15 de Novembro de 2008, na Universidade Católica, em Lisboa, o IV Encontro de Blogues, sob o lema “Blogues e Cultura”, com o seguinte programa:

Dia 14
9:00 – Recepção
9:30 – Sessão de abertura
9:35 – Comunicação de José Luis Orihuela (Universidade de Navarra)
11:00 – 1º painel – Blogues e a actual segmentação da blogosfera
14:30 – 2º painel – Blogues culturais e educação
17:00 – 3º painel – Blogues, cultura e negócio
18:30 – Encerramento dos trabalhos do primeiro dia

Dia 15
9:30 – Ateliê de Photoshop – monitor: Dr. Mário Barros
Ateliê de Ferramentas de Web 2:0 – monitor: Dr. Gonçalo Silva

Os painéis de debate previstos para dia 14 compreendem as seguintes participações / intervenções:

1º Painel – Blogues e segmentação da blogosfera
11:00-13:00 - Moderador: Prof. Fernando Ilharco
1) Portal Sapo
2) Mariana Pinto e Sara Bica (UCP), A Interacção entre os Adolescentes e a Blogosfera – Estudo comparativo entre Oeiras e Caldas da Rainha
3) Pedro Andrade (CECL, UNL), O discurso da wikipedia sobre a blogosfera
4) Carla Cerqueira e Luísa Teresa Ribeiro (Un. Minho), Os bloggers têm sexo? Contributo para o mapeamento da participação feminina na blogosfera
5) Ana Paula Lemos (Associação Europa Viva), O blogue como instrumento de comunicação cultural e associativo
6) Catarina Rodrigues (UBI), A informação fragmentada: questões e desafios

2º Painel – Blogues culturais e educação
14:30-16:30 - Moderadora: Mestre Carla Ganito
1) Nuno Galopim ou João Lopes (Sound+Vision)
2) Mário Pires (Retorta), Para uma cultura da colaboração em rede
3) Lauro António
4) Dora Santos Silva (UNL), A “e-Biblioteca de babel”. Contributos dos blogues culturais para uma ampliação da definição e política do jornalismo cultural
5) Rogério Santos (UCP)

3º Painel – Blogues, cultura e negócio
17:00/18:30 - Moderador: Prof. Rogério Santos
1) Paulo Querido
2) Booktailors, Blogues profissionais: a blogosfera como plataforma de comunicação (caso Blogtailors)
3) Ricardo Tomé (RTP), Os blogues no processo de produção de televisão e rádio
4) Elisabete Barbosa (Un. Minho), As agências de comunicação portuguesas na blogosfera: temáticas e propósitos
5) Pedro Lains (ICS), Blogues e cultura económica
6) José Gabriel Andrade (CECC, UCP), Blogues como ferramentas da comunicação organizacional

Pode consultar informações adicionais no blogue especificamente criado a propósito deste evento.

quinta-feira, outubro 02, 2008

ENCONTRO DE BLOGUES

Nos últimos dias, chegaram-me três mensagens sobre o próximo Encontro de Blogues, sobre o tema “Blogues e Cultura”, a realizar na Universidade Católica. Um deles, incluía um convite para participar, por parte da organização, de que faz parte o meu amigo José Carlos Abrantes, que desde há muito se interessa pelo tema, tendo mesmo dinamizado alguns debates na Livraria Almedina de Lisboa.
Porque julgo o tema de particular interesse neste momento (pensando obviamente lá esar com uma comunicação, sobretudo no painel “blogues culturais e educação”, aqui ficam as informações enviadas pela organização:

CALL FOR PAPERS

Nos próximos dias 14 e 15 de Novembro de 2008, realizar-se-á o IV Encontro de Blogues, em instalações da Universidade Católica Portuguesa, sob o título Blogues e cultura.
Os temas em discussão em três painéis sucessivos serão: blogues e segmentação da blogosfera, blogues culturais e educação, e blogues e negócio.
Convidamos todos os interessados a apresentar comunicações para o email encontrodeblogues@fch.lisboa.ucp.pt, até 15 de Outubro, dentro dos temas acima referidos. Os candidatos serão notificados até 25 de Outubro da sua aceitação ou não.
O tipo de letra a utilizar na comunicação é Times New Roman, corpo 12, com espaço e meio de intervalo entre linhas e título das secções em bold. O texto da comunicação proposta deve incluir título, nome do autor e instituição a que o autor pertence, não ultrapassando 10 páginas A4.

quarta-feira, agosto 06, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO, IX


"PAGOS A DOBRAR"

"Pagos a Dobrar" (Double Indemnity), de Billy Wilder (1944), é um dos símbolos maiores do "filme negro" norte-americano, com todos os condimentos que fizeram a grandeza do género entre os anos 30 e 50: mistério, violência, física e psicológica, perversidade, amor, mulheres fatais, intrigas, traições, cobiças, o dinheiro num jogo sujo a preto e branco, iluminação contrastada, planos de ângulos diabolizados, a cidade ameaçadora e os interiores clautrofóbicos.
A Ana Paula, do "Catharsis" gosta deste género de obras inquietantes e sobressaltantes. Tem razão. É um mergulho na alma humana, nas suas paixões e ambições mais secretas e mais proibidas. Aqui fica esta obra-prima de um autor que assinou várias outras, do filme de guerra à comédia, do drama ao policial, do filme de tribunal até... até esse monumento da arte do cinema que se chama "Sunset Boulevard" (Crepúsculo dos Deuses), uma das obras míticas sobre o universo do cinema. Fiquemos com mestre Billy Wilder, um autríaco que deu cartas em Hollywood.













Evocação do clássico "film noir" norte-americano:



Evocação do "filme negro" (1):



Evocação do "filme negro" (2):



domingo, agosto 03, 2008

BLOGUES E LITERATURA

BLOGUES E LITERATURA DÁ FILME NO BRASIL

A querida amiga Liza França enviou, por mail do Brasil, um texto aparecido no diário “O Popular”, de Goiânia, 3 de Agosto de 2008, intitulado “Depois da febre, o papel”, onde se aborda o tema do blogue e da blogisfera nas suas relações com a literatura: “Apontado até como substituto do livro, blog hoje é mais usado para exercitar o estilo, dizem escritores” É autor Francisco Quinteiro Pires (São Paulo/AE). Transcrevo, com a devida vénia, pois me parece de interesse para os bloguistas portugueses, tanto mais que se estreou no Brasil um filme abordando esse tema. Respeitei a linguagem de lá:
“Claro blog, no começo desta década você surgiu como diário particular. E, claro, virtual. Mas, em vez de o guardarem a sete chaves numa gaveta, os seus donos queriam mesmo é que os outros o lessem.
Logo, os escritores, e aspirantes a escritores, o notaram. Falava-se que ali surgia a geração 00 da literatura brasileira. Você vinha cheio de promessas. Era livre e fácil de usar. Era uma febre. Neste ano, até fizeram um filme baseado nos textos de uma escritora e blogueira, a Clarah Averbuck.
E hoje surge a pergunta: quantas dessas promessas se realizaram após a febre ter passado? Para saber a resposta, a reportagem consultou escritores que têm ou tiveram blogs, página na internet onde é possível postar (divulgar) textos gratuita e livremente. A maioria vê o blog como ferramenta de divulgação de trabalhos, além de ponto de encontro com os colegas.
Embora seja cedo para afirmar categoricamente qual o poder do blog de transformar a literatura, o que se vê é esse espaço virtual sendo usado para exercitar um estilo, antes de o autor chegar ao papel. “O blog se oferece como uma pista de provas sem limites”, diz Cíntia Moscovich, que vai “matar” seu blog criado em 2005; falta tempo para cuidar dele.
O livro continua como o suporte por excelência da literatura, “ele é um software invencível”, brinca o catarinense Cristovão Tezza, que não tem blog, mas um site (www.cristovaotezza.com.br). “Ninguém quer ser escritor de blog”, segundo Daniel Galera, um dos pioneiros na web a falar de literatura no mailzine CardosOnline, com Averbuck e Daniel Pellizzari. Segundo Galera, o blog não influencia o fazer literário, porque, a exemplo de um fanzine, ele é meio de divulgação.
Em abril do ano passado, ele desativou o blog, onde não publicava ficção. Na última década houve a comparação da geração do mimeógrafo, dos anos 1970, com a dos blogueiros, lembrada por João Paulo Cuenca, que criou um blog para falar dos bastidores do romance Corpo Presente (2003). Hoje ele está hospedado n’O Globo Online, onde divulga opiniões. “Blog é qualquer coisa menos literatura, é uma ferramenta para expor seu trabalho.”
Cuenca diz ter perdido a paciência com esse meio virtual. “Eu me sinto próximo do leitor, mas interatividade em excesso pode prejudicar o processo ficcional”, afirma. Se há uma influência, diz Cuenca, ela não está no nível da linguagem, mas no fato de o blog ter criado uma rede entre escritores.
“O blog é outro gênero literário, tem o post, assim como tem a novela, o conto, o romance, etc.”, discorda Lucia Carvalho, do frankamente.blogspot.com. Para ela, o ato de postar tem um elemento transformador da literatura, que, embora a blogueira não especifique, tem a ver com o tamanho menor e a leitura rápida dos textos. Lucia chegou ao papel na coletânea 35 Segredos Para Chegar a Lugar Nenhum (Bertrand Brasil). Ela tem um livro à espera de uma editora.
Dono do www.eraodito.blogspot.com, uma agência de notícias literárias, Marcelino Freire diz que o blog espelha a doença do mundo atual: a pressa. Ele não publica ficção nem os bastidores da sua literatura na web – “não apareço de pijama na sala”. Marcelino acredita que “o blog transforma a literatura, apesar de não saber onde, como o bico-de-pena influenciou Machado de Assis e o tique-taque da máquina de escrever deu voz dramática própria aos escritores que a utilizavam”.
As relações entre blog e literatura vieram à tona, quando Nome Próprio, de Murilo Salles, estreou nos cinemas no mês passado. Baseado no livros Máquina de Pinball (2002) e Vida de Gato (2004) e em posts do www.brazileirapreta.blogspot.com, todos de Clarah Averbuck, o filme conta a história de Camila (Leandra Leal), aspirante a escritora que cria um blog acessado por internet discada. É um canal em que ela acessa os demônios interiores para manifestá-los ao mundo.
Classificado de “mídia eucêntrica” pela estudiosa Maria Regina Momesso, o blog pode ser considerado “uma técnica de si”. Ela recorreu a esse conceito de Michel Foucault para estudar como os internautas podem, além de manifestar uma subjetividade, construir uma identidade por meio do discurso. E, assim, saírem do anonimato.
Para Cristovão Tezza, os blogs vieram na esteira de uma tendência mundial da literatura, em que a ficção perde terreno para a não-ficção, dando vez à exposição (auto)biográfica.
Doutora em lingüística pela Unesp, Maria Regina estuda a linguagem dos blogs desde 2004. Diz que a “técnica de si” pode ser verificada já na Grécia antiga, onde aprendizes relatavam angústias e dúvidas em cadernos . Esses cadernos eram lidos pelos mestres, que ensinavam filosofia e oratória – era uma preparação para o estar no mundo.
“As pessoas escrevem porque é uma forma de autoconhecimento”, diz. Narrar por escrito ou oralmente é o mesmo que conhecer, segundo a etimologia desse verbo. Escrever é deixar marcas no mundo, enquanto se é marcado por ele. E a palavra entrou em circulação com força na internet.
“Nos anos 80 e 90, dizia-se que iríamos viver numa cultura ágrafa por causa da televisão e do telefone”, diz Tezza. “Mas nunca houve tanta palavra circulando.” Para ele, a literatura tem antena ligada com o mundo concreto. Por isso é difícil fazer qualquer previsão: o futuro das relações entre blog e literatura à geração 10 pertence.

domingo, julho 06, 2008

HOJE NO DN. A NÃO PERDER:

ELA ESTÁ COM BOM ASPECTO
Ferreira Fernandes

Está com bom aspecto, Ingrid Betancourt. Fico contente por a ver assim. Mas há também quem diga: "Está com bom aspecto, Ingrid Betancourt." Não é esta frase igual à minha? De regozijo? Não. É dita exactamente com sentido contrário, em forma de acusação: "Esta gaja, que ainda em Outubro do ano passado parecia uma tuberculosa olheirenta, aparece agora toda lampeira, de olhos brilhantes e até gorda, com duplo queixo…" Sim, há quem diga isso. E há quem responda: "Eh pá, também me dei conta! Isto é muito estranho…" São diálogos da blogosfera.A blogosfera é o inferno para Jean-Jacques Rousseau: atirou a mentira deste ("os homens são naturalmente bons") definitivamente para o caixote do lixo da História. Pelas formas tradicionais de comunicação - conversas, jornais, moções parlamentares do PCP - os homens aprenderam a não dizer o indizível. Se têm de engolir um sapo - o fim da prisão de Ingrid Betancourt é um sapo para muita gente -, metem uns "mas" no discurso mas engolem-no. Ninguém diz: "Estou chateado com a libertação dessa agente do imperialismo." Só na blogosfera essa sinceridade insana acontece. Enfim, talvez Miguel Urbano Rodrigues seja capaz de dizer o mesmo, mas Miguel Urbano Rodrigues não é exactamente uma forma tradicional de comunicação. É mais uma forma do Paleozóico.Já a blogosfera é moderníssima. Gosto dela porque nela muita gente escreve bem e também porque me garante: sim, os pulhas existem e até se exibem. A blogosfera acreditou para si uma tal forma de impunidade que chega a ser enternecedor ir lá para ver o que as pessoas dizem. Sobretudo nesse superlativo absoluto simples da blogosfera (onde já não se escreve tão bem mas a sinceridade é ainda mais crua) que são as caixas de comentários dos blogues. Como o anonimato é quase a regra, as pessoas expõem-se até ao mais recôndito bocado de si, sendo este, a mais das vezes, o intestino grosso.É aí que tenho encontrado "Luísa", em várias caixas de comentários, geralmente a defender a Cuba de Castro e os narcotraficantes das colombianas FARC. Foi ela quem me alertou, agora, para a célebre fotografia de Ingrid Betancourt, de Outubro de 2007, magríssima e olhos desalentados, e a comparou com a esfuziante mulher destes dias. Desde Outubro, sabe-se, houve várias possibilidades de entrega da prisioneira e é natural que a engordassem para as FARC não ficarem muito mal na fotografia (delas, as FARC). Mas "Luísa" prefere sugerir: a prisão de Ingrid Betancourt foi uma farsa e a prova é que ela aparece como quem vem de um spa. Não vou insultar ninguém lembrando o que Ingrid Betancourt perdeu nestes seis anos - quem quer, sabe. E fico muito agradecido à blogosfera por me lembrar que há gente como "Luísa".

Sublinhe-se este excerto:

Já a blogosfera é moderníssima. Gosto dela porque nela muita gente escreve bem e também porque me garante: sim, os pulhas existem e até se exibem. A blogosfera acreditou para si uma tal forma de impunidade que chega a ser enternecedor ir lá para ver o que as pessoas dizem. Sobretudo nesse superlativo absoluto simples da blogosfera (onde já não se escreve tão bem mas a sinceridade é ainda mais crua) que são as caixas de comentários dos blogues. Como o anonimato é quase a regra, as pessoas expõem-se até ao mais recôndito bocado de si, sendo este, a mais das vezes, o intestino grosso.

quinta-feira, julho 03, 2008

UM BLOGUE SUSPENSO

UM BLOGUE ANÓNIMO SUSPENSO: ALELUIA

No site da TVI, esta notícia:
“Um tribunal português obrigou a Google a suspender um blog na Internet. No entender do Tribunal Cível de Lisboa, o “Póvoa online” escrevia textos que atentam contra a honra do presidente e vice-presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. O autor ou autores do blog não estão identificados, mas já arranjaram forma de dar a volta ao problema e criaram um novo blog com o título “Póvoa offline”.
A decisão é inédita em Portugal. A Google foi obrigada a remover o blog “Póvoa online”, criado não se sabe por quem e disponível na Net desde Maio de 2005. A partir de sexta-feira deixou de ser possível aceder ao blog de forma directa, mas por atalhos ainda se chega lá.
“Póvoa online” é um blog preenchido, quase na totalidade, por artigos que, no entender do Tribunal, atentam contra o direito à honra e credibilidade do presidente e vice-presidente da Câmara da Póvoa de Varzim. Macedo Vieira e Aires Pereira são as vítimas preferidas deste blog: “corruptos”, “parolos”, “fascistas” são apenas alguns nomes que lhes são atribuídos. “Críticas não construtivas”, lê-se na decisão judicial, que “extravasam o núcleo do direito à liberdade de expressão”. Por tudo isto, a Google teve mesmo de suspender o blog.
Curiosamente, não demorou muito até ser criado um substituto para o «Póvoa online». Desta vez chama-se «Póvoa offline» e é feito pela mesma ou mesmas pessoas. As críticas à actuação do presidente e vice-presidente da autarquia continuam, agora ainda com mais ironia. O novo blog disponibiliza ainda a decisão do Tribunal de acabar com o antecessor.
A TVI contactou os autarcas lesados, mas nem o presidente, nem o vice-presidente quiseram falar sobre o assunto.”
Finalmente começa a haver alguma coragem oficial, jurídica sobretudo, para se combater a cobardia do anonimato. A blogosfera não pode ser um covil de covardes a destilar ódio e injúrias de qualquer tipo. Quem se acha no dever de intervir socialmente, na imprensa ou num blogue, terá de o fazer de cara descoberta e identificado de forma verídica. Quem se acoberta no anonimato não merece nenhuma espécie de simpatia. Tudo se deve fazer para estripar este cancro.
A liberdade não tem nada a ver com esta prática rasteira de ajuste de contas entre meliantes sem nome. A liberdade impõe direitos e deveres. Impõe responsabilidade, o que estes irresponsáveis não sabem o que seja. Se não sabem a bem, terão que aprender à força. Mas a medida aplicada neste caso é só simbólica, como se percebe facilmente. De resto é anedótica. Não se consegue identificar o autor anónimo de um blogue? Por favor!
No Brasil, não há muito, um autor (identificado) de um blogue foi condenado a pagar uma importante multa por aceitar publicar um comentário insultuoso. Está certo: um blogue é como um jornal, quem aceita nas suas páginas (ou nas colunas dos seus comentários), textos insultuosos, deve arrostar com as consequências. A blogosfera para continuar a ser livre, a ser um meio de expressão democrático por excelência não pode pactuar com o crime. O anonimato e o insulto torpe são crimes. Logo…

sexta-feira, junho 27, 2008

SEGUNDO ANIVERSÁRIO JÁ PASSOU!

Parece que foi a 2 de Junho de 2006 que iniciei este blogue. Fez dois anos há dias, mas nem dei por isso. Lembrei-me ontem, durante uma conversa com amigas e amigos igualmente blogueiras. Foram dois anos de alguma escrita, e muita experiência blogueira, alguma da qual bem dispensava. Mexeriquices, má-língua, dor de cotovelo, invejas, cobardias encapotadas, comentários a torto e a direito até esvaziarem por completo o sentido e a dignidade das palavras, que passam a não querer dizer nada, mediocridade a armar aos cucos, enfim de tudo um pouco por aqui vi e li. Alguns e algumas esquecem a vida para se enterrarem neste terreno da convivência virtual e do falso elogio mútuo, onde se sentem muito bem. Rapapés e água de rosas, galanteios e doces mentiras, quem não gosta. E aqui distribuem-se sem receita médica. É ao gosto do freguês (sobretudo das freguesas que se colocam a jeito, à janela do blogue, vendo-os passar, parar e comentar).
Fiz amizades e desfiz conhecimentos, as amizades, as boas, as que mereceram a pena ficaram, mas fui também descobrindo muitas e excelentes vozes de pessoas que desconhecia e que me passaram a que merecer respeito, amizade e carinho. Há muita gente para quem os blogues são um veículo magnífico para democratizar a opinião. Nunca pensei que fosse diferente. Afinal, os blogues não são mais do que o prolongamento da vida. Aqui se cristaliza o que há de melhor e de pior na vida de todos os dias. Com a vantagem de quem tem cara e coragem escrever o que muito bem quer e entende e responsabilizar-se por isso. O que é muito bom. Os outros, os vermezinhos que atacam escondidos merecem aqui o que merecem lá fora: um completo desprezo.
De resto devo dizer que não perdi a vontade de continuar, apenas às vezes o tempo não permite escrever sobre tudo o que se queria abordar. O blogue funciona como uma espécie de diário pessoal, que se torna público, e através do qual se dialoga com os
outros e connosco próprio.

Feitas as contas, há muito mais de positivo do que de negativo na prática de blogar. Mesmo blogando contra a corrente, merece sempre a pena se nos dá prazer.


sexta-feira, abril 11, 2008

A Blogosfera na rádio

No próximo Domingo, na RDP 1,
entre as 11 e as 12 da manhã,
Pedro Rolo Duarte e eu falamos
de blogues, cinema e televisão.
Para todos os gostos, os nossos gostos.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

OS 20 MELHORES FILMES

A “Divas (e o Contrabaixo)” deixou um desafio.
Cinéfilo.
Lá terá de ser.
Respondi aqui:
OS DEZ DA MINHA VIDA.
Deixei lá um desafio para este blogue.
(isto cifrado tem muito mais graça)

sábado, julho 21, 2007

VARAL DO DIA: ESPECIAL LAURO CORADO

No Blogue Varal de Ideias,
do artista plástico brasileiro Eduardo P.L., um
VARAL DO DIA ESPECIAL LAURO CORADO

Montagem de FREDERICO CORADO ( neto do pintor Lauro Corado)

Tela do artista LAURO CORADO

Outra montagem do Frederico
Frederico Corado, filho de Lauro António

UM QUADRO, UMA JANELA


O Varal do Dia de hoje é mais complexo do que os de rotina.
A tela do quadro da segunda imagem é do Artista plástico e Professor LAURO CORADO
(1908-1977)
Seu filho Lauro António, em seu blog LAURO CORADO EXPOSIÇÃO, postou várias fotos, de um trabalho do seu filho Frederico, e neto do artista, para uma peça de teatro.
Para entenderem melhor visitem os blogs linkados.
Em resumo, a tela do avô( segunda imagem) mostra uma janela, com varal de roupa ao sol.
Frederico, o neto, usou a tela para mudar as imagens vistas pela janela do quadro.
Quem me descobriu este artista português foi o (NON) BLOG
Postado por Eduardo P.L. às 06:58 12 comentários
Meu caro Eduardo P.L., obrigado pelas referências à família. Isto por aqui anda tudo na mesma onda, a imagem, entre as artes plásticas, o cinema, o teatro, a televisão. A isto eu ainda acrescento a escrita, minha terceira paixão, depois do cinema (não é erro não, é mesmo assim!). É bom estreitar laços entre Brasil e Portugal, através de blogues e de tudo o mais. Adoro o Brasil, onde, de há anos para cá, sou visitante anual. Um abraço transatlântico. LA

quinta-feira, julho 19, 2007

LIVROS QUE ANDO A LER

Desafio (que aceito *)

Respondendo ao simpático desafio proposto pelo blogue Lua Obscura, aqui vão as minhas escolhas a propósito de livros. Uma escolha é sempre problemática, muito subjectiva (esse também o gozo deste tipo de proposta) e muito datada. Os nossos dez melhores de hoje, podem não ser os dez melhores de amanhã.
Mas não vou escolher os 5 livros da minha vida (impossível escolha!), mas os 5 livros que li ultimamente e mais me marcaram. Aqui vai a lista:

O ANIMAL MORIBUNDO, de Philiph Roth
O VÉU PINTADO, de Somerset Maugham
ando a ler CONFISSÕES, do mesmo, igualmente muito bom)
MUNDO PERDIDO, de Patrícia Melo
VIAGENS NO SCRIPORIUM, de Paul Auster
CIDADE PERDIDA, de Eduardo Pitta
(o livro da Lídia Jorge, COMBATEREMOS A SOMBRA, seria igualmente uma boa opção, mas ainda não acabei de ler)

E assim "passo a outros, e não ao mesmo":

dois familiares:
DETESTO SOPA
NÃO HÁ NADA COMO O REALMENTE
e mais 5
MÚSICA DO ACASO
NONBLOG
DIVAS E CONTRABAIXOS
SULBURBIO
BANCO & AZUL

(poderia escolher muitos outros autores que estimo e prezo, mas alguns pela própria estrutura dos seus blogues não comportam a vertente "desafio").

----
* Este tipo de desafio será sempre aceite por mim, com todo o prazer. Creio mesmo que poderá ser um bom estímulo para troca de opiniões, informações, sensibilidades.

[...Lauriando no Alentejo...]

No blogue "Lapis Exilis" uma simpatica referência que agradeço.
18.7.07 : [...Lauriando no Alentejo...]


http://lauroantonioapresenta.blogspot.com
http://detesto-sopa.blogspot.com
{... ?... Lauriando no alentejo... foi exactamente o que a família
Lauro António andou a filmar.
porque as imagens falam por si... e o alentejo também. porque
existem tantos artistas a habitar o alentejo? não sei.... ou melhor,
parece que descobri o que nos motiva - silêncio! a Cor é motivada
pelos cheiros e a aridez do horizonte teima dependurar tudo
aquilo que nos falta ainda criar. no silêncio tudo fica mais perto do
momento tão desejado - Criar. desta imensidão de azul todas as
cores nos transformam e nos acordam de todo e qualquer sono
urbano.
alentejanamente pensando... tudo é perto da Cidade das Tintas!...
Lauriano no alentejo?... ouvi dizer que sim!...}

posted by musqueteira at 19:18 Comment (1) Trackback

quinta-feira, julho 05, 2007

Cadeiras


Há blogues onde não se pode colocar comentários. Temos de comprar bilhete para nos sentarmos nas cadeiras que ali são postas à nossa disposição, e esperar a vez para mandar um beijo, saber do estado das cordas do piano, ou dizer um olá. É o que faço aqui.

domingo, junho 03, 2007

PRENDA DE ANOS

PEDRO ROLO DUARTE ESCOLHE
"O BLOG DA SEMANA" NA RDP
Um bom presente de aniversário.
A A. envia-me um link para ouvir o programa do Pedro Rolo Duarte,
na RDP ("Janela Indiscreta" de 18.5.2007)
dedicado ao blogue da semana: "Lauro António Apresenta".
Quem tiver curiosidade de ouvir, aqui fica o link:
Obrigado à A. (eu não sabia da referência).
Ao Pedro Rolo Duarte não agradeço.
Não se agradecem referências destas,
que não se fazem para serem agradecidas.
Mas vai daqui um abraço.
É sempre bom ouvir uma voz a reconhecer
um trabalho que se faz com muita paixão.

segunda-feira, maio 21, 2007

BLOGUES AMIGOS

Foi a "Bandida" quem teve a ideia e a concretizou.
Creio ser uma bonita homenagem a blogues amigos,
que se cruzam quase todos os dias por estes caminhos da blogosfera.
Aqui fica a versão "Bandida".
Com os agradecimentos por fazer parte dos seus eleitos.
Vem aí uma nova "corrente":
Escolha a música e
faça a sua montagem de blogues preferidos. lol