
sábado, junho 05, 2010
RUMO AO FICA

segunda-feira, fevereiro 09, 2009
NOS 100 ANOS DE CARMEN MIRANDA

Foi a 9 de Fevereiro de 1909 que nasceu na Freguesia da Várzea da Ovelha, Conselho de Marco de Canavezes, antiga São Martinho da Aliviada, no Distrito do Porto, em Portugal, uma menina de nome Maria do Carmo Miranda da Cunha. Filha de José Maria Pinto da Cunha (17-2-1887 / 21-6-1938) e de Maria Emilia Miranda da Cunha (10-3-1886 / 9-11-1971), foi baptizada na Igreja de São Martinho da Aliviada. Logo no ano seguinte a família parte ara o Brasil, primeiro o pai, depois a mãe e a irmã Olinda. O pai estabeleceu-se como barbeiro, no "Salão Sacadura", à Rua da Misericórdia nº 70, no Rio. Em 1919, matricula-se na Escola Santa Tereza, à Rua da Lapa nº 24, no Rio. Em 1925, mudam-se para o nº 13 da Travessa do Comércio, no centro comercial do Rio, onde instalaram uma pensão, para fazer face às despesas com o tratamento pulmonar de Olinda em Portugal, num sanatório do Caramulo. Cármen Miranda, com 14 anos, deixa a escola e emprega-se numa loja de gravatas.

Em Fevereiro de 1930, o lançamento de "Tá hi", consagra-a durante o ano. Participa em vários espectáculos, "Noite Brasileira de Francisco Alves", "Monroe", "Tarde da Alma Brasileira", "Miss Rio de Janeiro", "Tarde do Folclore Brasileiro", até organizar o seu próprio, Festival Carmen Miranda, no Teatro Lírico. "O Pais" publica uma entrevista com CM, considerando-a a maior cantora popular brasileira. De 13 a 21 de Setembro, canta na revista musical "Vai Dar o que Falar", no Teatro João Caetano. É um fenómeno de popularidade. Requisitada internacionalmente: Em Outubro de 1931 embarca com Francisco Alves e Mário Reis, e outros artistas, para Buenos Aires, com contrato de um mês no Cine Broadway. Voltam pelo "Astúrias" a 8-11-1931. Continua a gravar com êxito redobrado pela “Victor”. Sucedem-se espectáculos por todo o Brasil. Em 1933, estreia-se no cinema com "A Voz do Carnaval", no Cine Odeon. Em Agosto, assina contrato de 2 anos com a Rádio Mayrink Veiga, ganhando 2 contos de réis mensais. Foi a primeira cantora de rádio a merecer contrato. César Ladeira, director desta rádio, chamou-a de "Cantora do It", e depois de "Ditadora Risonha do Samba" e, em 1934 ou 1935, de "Pequena Notável".



A 5 de Dezembro de 1956, o prefeito Negrão de Lima assina a Lei nº 886, que cria o Museu Carmen Miranda, para guardar, conservar e expor o acervo da artista, doado pelo marido, e constante de sapatos, roupas, jóias e troféus. A 5 de Agosto de 1976, é inaugurado o "Museu Carmen Miranda", em frente ao número 560 da Avenida Rui Barbosa, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro.
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1932 - O Carnaval Cantado no Rio, de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro
1933 - A Voz do Carnaval, de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro
1935 - Alô, Alô Brasil!, de Wallance Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro
1935 – Estudantes, de Wallace Downey
1936 - Alo, Alo Carnaval, de Adhemar Gonzaga
1939 - Banana da Terra, de João de Barro
NOS EUA:
1940 – Sinfonia dos Trópicos (Pt) Serenata Tropical (Br) (Down Argentine Way)
1941 – Uma Noite no Rio (Pt e Br) (That Night In Rio)
1941 – Férias em Havana (Pt) Aconteceu em Havana (Br) (Weekend In Havana)
1942 – Primavera nas Montanhas (Pt) Minha Secretária Brasileira (Br) (Springtime In The Rockies)
1943 – Sinfonia de estrelas (Pt) Entre a Loira e Morena (Br) (The Gang´S All Here)
1944 – Quatro Raparigas Encantadoras (Pt) Quatro Moças num Jeep (Br) (Four Jills In A Jeep)
1944 – Serenata Boemia (Pt e Br) (Greenwich Village)
1944 – Alegria Rapazes! (Pt e Br) (Something For The Boys)
1945 – A Canção da Felicidade (Pt) Sonhe eu Fosse Feliz (Br) (If I´M Lucky)
1947 – Copacabana
1948 – A Professora de Rumba (Pt) O Principe Encantado (Br) (A Date With Judy)
1950 – Festa no Brasil (Pt) Romance Carioca (Br.) (Nancy Goes To Rio)
1953 – O Castelo das surpresas (Pt) Morrendo de Medo (Br) (Scared Stiff)

Carmen Miranda: "Nasci em Portugal, mas me criei no Brasil e, portanto, considero-me brasileira. O local do nascimento não importa, nem sequer o sangue. O que importa é o que os americanos chamam de "environment", a influência do país e dos costumes em que vivemos, se bem que sempre existe um grau de gratidão e fidelidade aos pais que nos geraram. Da minha parte, sou mais carioca, mais sambista de favela, mais carnavalesca do que cantora de fados. O sangue tem uma certa importância, mas só no temperamento, não na maneira de sentir as coisas."
Heitor Villa Lobos, compositor: "Nenhum brasileiro pode ignorar o que Carmen fez por nós lá fora. Ela espalhou nossa língua, ensinou pessoas que nunca ouviram falar da gente a cantar nossas músicas e a amar nossos ritmos. Ela irá sempre significar muito para nós."
Kevin Stayton, vice - director do Brooklyn Museum: “Carmen Miranda era uma portuguesa que virou brasileira e levou a sua música e as suas fantasias - temperadas com elementos e ritmos dos escravos - para os Estados Unidos, e ainda conquistou a América através do cinema. E tudo isso em plena Segunda Guerra Mundial.”
segunda-feira, julho 07, 2008
NO BRASIL, III



Aproxima-nos do âmago de uma das questões: o BOPE (por extenso: Batalhão de Operações Policiais Especiais). Diz quem viu (não consegui ainda ver, nem em DVD) que, em 1999, os cineastas João Moreira Salles e Kátia Lund rodaram um documentário, “Notícias de uma Guerra Particular” (vendido clandestinamente, com o título – inventado! - “Tropa de Elite, nº 2”, ao que me contam também, o que não deixa de ser pirataria a dobrar!) onde um capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel, confessava estar “cansado” da batalha diária que travava contra o tráfico, já que nenhum resultado efectivo parecia estar sendo alcançado e os governantes não demonstravam o menor interesse em fazer algo que pudesse representar uma solução eventual para a criminalidade.” Saiu entretanto uma obra, "Elite da Tropa", escrita por André Batista, Luiz Eduardo Soares e o mesmo capitão Rodrigo Pimentel (julgo que agora é ex-capitão) que denunciava muito do que se passava no interior daquela força policial. Oito anos depois da entrevista concedida a João Moreira Salles e Kátia Lund, Rodrigo Pimentel assina, ao lado de Bráulio Mantovani (argumentista de “Cidade de Deus”) e de José Padilha, o argumento de “Tropa de Elite”, que, inicialmente o realizador queria transformar num documentário. Pensou, porém, que não viveria muitos dias depois da estreia do documentário com as acusações que o mesmo encerraria, visando factos e personalidades reais, e resolveu ter um pouco de amor à (sua) vida e à dos seus mais próximos colaboradores, optando por construir uma ficção. Que não será menos contundente.


Mas voltemos ao filme. Este tem como protagonista o Capitão Nascimento, um dos comandantes do Batalhão de Operações Especiais, a quem foi atribuída a missão de garantir a segurança do Papa. Nascimento está cansado das suas tarefas, stressado com o ritmo e a violência do dia a dia, farto do desgaste físico e psicológico, toma drageias para sobreviver, e a sua ambição máxima é ver nascer o filho que se anuncia. Tem de arranjar um substituto para o seu cargo se quer uma trégua, está empenhado em várias frentes, uma delas são as aulas de recruta que ministra aos novos aspirantes. Para se pertencer ao BOPE tem de se possuir uma têmpera invulgar, passar por provas de tortura, de humilhação, de resistência, de esforço desmedido. É o que fazem Matias e Neto, os outros dois protagonistas desta obra. Assiste-se ao seu comportamento nas aulas, ao seu trabalho nas ruas, e, no caso de Matias, ainda ao seu estudo na Universidade de Direito, onde procura tirar um curso, passando ignorado junto dos colegas quanto à sua actividade policial. Descobre como alguns alunos, vindos das boas famílias do Rio Sul, consomem droga e entra na negociata, penetra no morro atrás de uma namorada que trabalha numa ONG, dá de cara com o chefe do gang, e é um dia descoberto, quando uma fotografia sua, em acção, é colocada na primeira página de um jornal. Quando quer enviar uns óculos a um miúdo da favela, provoca uma tragédia, que ira desencadear outra tragédia, que irá desembocar numa espiral de fogo e dor.


O filme é ainda muito bom pela sua textura estética e a sua factura técnica. A fotografia, de um colorido denso e garrido, saturado, é algo obsessiva, claustrofóbica. A montagem é excelente, com um ritmo nervoso, inquieto, a câmara oscilando, mudando de enquadramento, viajando pelo espaço, procurando o centro da acção, o rosto, o olhar, o fugitivo, a bala perdida ou achada. A narrativa inicia-se num determinado ponto da história, recua ao passado, e retoma a marcha depois de explicado o que ficou para trás. É uma forma brilhante de agarrar o espectador, sem todavia tornar falsa ou rebuscada a descrição. Muito bons são os actores, na sua totalidade, desde o mais batido em representação (bom exemplo, Wagner Moura, um dos mais completos actores brasileiros da actualidade) ao neófito (André Ramiro, que interpreta Matias, era bilheteiro de cinema do shopping “Fashion Mall”, no Rio de Janeiro). A violência do clima geral alimenta-se muito destas convulsões de caracteres em fúria, em tortura psicológica, em stress continuado. Por falar em stress continuado, as sequências do treino da tropa de elite são do melhor que o cinema mundial nos deu até hoje, e já nos deram muitos exemplos de casos semelhantes (sobretudo os cineastas americanos). Terminando, refira-se a escrita do guião que é igualmente excelentemente trabalhada, os diálogos são rigorosos e eficazes, o monólogo do capitão Nascimento muito bem doseado e colocado nos espaços e tempos certos.
De resto, Padilha e a sua equipa, filmando nas favelas, e introduzindo-se em espaços, no mínimo “difíceis”, demonstraram grande coragem. Como curiosidade, conte-se que, em Novembro de 2006, ainda em rodagem em cenários naturais, alguns traficantes do morro Chapéu Mangueira, na Zona Sul do Rio, onde as filmagens eram feitas, sequestraram parte da equipa que trabalhava no filme e roubaram as armas utilizadas nas filmagens. 59 eram réplicas, mas 31 eram verdadeiras, adaptadas para balas de efeitos especiais. As filmagens foram suspensas durante cerca de duas semanas. Quer dizer: neste país, sobretudo nesta “cidade maravilhosa” (que o é mesmo!) ninguém deixa de pagar tributo a este sistema que se quer inexpugnável. Qualquer estranho que aí penetre, e que não seja traficante ou polícia, é olhado como suspeito ou vítima preferencial. O que um turista de passagem, olhando o morro cá de baixo, de Copacabana, não descobre. Mas intui.

TROPA DE ELITE
Título original: Tropa de Elite
Realização: José Padilha (Brasil, 2007); Argumento: Bráulio Mantovani, José Padilha, Rodrigo Pimentel, segundo "Elite da Tropa", obra de André Batista, Rodrigo Pimentel, Luiz Eduardo Soares; Produção: Bia Castro, Eduardo Costantini, James D'Arcy, José Padilha, Marcos Prado, Eliana Soárez, Genna Terranova; Música: Pedro Bromfman; Fotografia (cor): Lula Carvalho; Montagem: Daniel Rezende; Design de produção: Tulé Peak; Decoração: Odair Zani; Guarda-roupa: Claudia Kopke; Maquilhagem: Martin Macias, Ignácio Posadas, Sandro Valério; Direcção de produção: Robert Bella, Maria Clara Ferreira, Lili Nogueira, Edu Pacheco, Fernando Zagallo; Assistentes de Realização: Laura Flaksman, Laura C. Grant, Daniel Lentini, Clara Linhart, Malu Miranda, Phil Neilson, Pedro Peregrino, Rafael Salgado; Departamento de arte: Cristina Cirne, Dejair dos Santos, Thiago Marques; Som: Alessandro Laroca, Eduardo Virmond Lima, Leandro Lima, Fernando Lobo; Efeitos especiais: Marc Banich, Mauricio Couto Bevilaqua, Mike Edmonson, Sergio Farjalla Jr., Bruno Van Zeebroeck; Companhias de produção: Zazen Produções, Posto 9, Feijão Filmes, The Weinstein Company, Estúdios Mega, Quanta Centro de Produções Cinematográficas, Universal Pictures do Brasil, Costantini Films.
Intérpretes: Wagner Moura (Capitão Nascimento), Caio Junqueira (Neto), André Ramiro (André Matias), Maria Ribeiro (Rosane), Fernanda Machado (Maria), Fernanda de Freitas (Roberta), Paulo Vilela (Edu), Milhem Cortaz (Capitão Fábio), Marcelo Valle (Capitão Oliveira), Fábio Lago (Claudio Mendes de Lima 'Baiano'), Luiz Gonzaga de Almeida, Bruno Delia (Capitão Azevedo), Marcelo Escorel (Coronel Otávio), André Felipe (Rodrigues), Thelmo Fernandes (Sargento Alves), Emerson Gomes (Xaveco), Paulo Hamilton (Soldado Paulo), Bernardo Jablonsky, Daniel Lentini, Thiago Mendonça, Alexandre Mofatti, Erick Oliveira Otto Jr., André Santinho, Patrick Santos, Ricardo Sodré, Thogun, etc.
Duração: 115 minutos; Classificação etária: M/18 anos; Distribuição em Portugal: Lusomundo; Locais de Filmagem: Rio de Janeiro, Brasil; Data de estreia: 10 de Julho de 2008 (Portugal).
sábado, julho 05, 2008
NO BRASIL, II


segunda-feira, outubro 08, 2007
MÚSICA: NÃO VOU PARAR...
sábado, julho 21, 2007
VARAL DO DIA: ESPECIAL LAURO CORADO

Montagem de FREDERICO CORADO ( neto do pintor Lauro Corado)

Tela do artista LAURO CORADO


UM QUADRO, UMA JANELA
O Varal do Dia de hoje é mais complexo do que os de rotina.
A tela do quadro da segunda imagem é do Artista plástico e Professor LAURO CORADO
(1908-1977)
Seu filho Lauro António, em seu blog LAURO CORADO EXPOSIÇÃO, postou várias fotos, de um trabalho do seu filho Frederico, e neto do artista, para uma peça de teatro.
Para entenderem melhor visitem os blogs linkados.
Em resumo, a tela do avô( segunda imagem) mostra uma janela, com varal de roupa ao sol.
Frederico, o neto, usou a tela para mudar as imagens vistas pela janela do quadro.
Quem me descobriu este artista português foi o (NON) BLOG
Postado por Eduardo P.L. às 06:58 12 comentários
sábado, julho 07, 2007
"NEGUINHO" MAIS EUROPEU QUE AFRICANO

No blogue de uma brasileira activista política,
Neguinho da Beija-Flor tem mais gene europeu que africano
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2007/05/29/295942786.asp
Publicada em 29/05/2007 às 11h11m
RIO - Neguinho da Beija-Flor, o sambista carioca que leva a cor da pele no nome artístico, é geneticamente mais europeu do que africano, indica uma análise do seu DNA feita a pedido da BBC Brasil como parte do projeto Raízes Afro-brasileiras.
De acordo com essa análise, 67,1% dos genes de Luiz Antônio Feliciano Marcondes, o Neguinho, têm origem na Europa e apenas 31,5%, na África.
"Europeu, eu?! Um negão desse", disse, apontando para si mesmo e num tom entre divertido e desconfiado, ao ouvir o resultado do exame da amostra de saliva que enviou ao Laboratório Gene, do genetista Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Antes de conhecer a conclusão surpreendente do teste, o sambista apostara que devia ser de 70% a 90% africano e que não teria um só gene europeu. "Não tenho olho azul, não tenho cabelo escorrido, não tenho nada de branco aqui. Da Europa, nada", havia dito, brincando.
O geneticista Sérgio Pena explica a aparente contradição: "Os genes que determinam a cor da pele são uma parte ínfima do conjunto de genes de uma pessoa".
Para o especialista, o resultado do exame de Neguinho é apenas a comprovação de que a cor da pele é, do ponto de vista genético, o equivalente à pintura de um carro. "É como a diferença entre um Fiat amarelo e um Fiat vermelho. Por dentro, são iguais", comparou.
Miscigenação intensa
Para chegar aos percentuais em questão, a equipe de geneticistas liderada por Pena analisou 40 regiões do genoma de Neguinho.
As seqüências genéticas (haplótipos) encontradas no sambista foram então comparadas com as registradas em bancos de dados internacionais e do próprio laboratório.
Segundo Pena, o resultado de Neguinho não é raro e reflete, simplesmente, a intensa miscigenação que houve e ainda há no Brasil entre índios, europeus e africanos. O próprio Neguinho tem, por exemplo, 1,4% de ancestralidade ameríndia.
O geneticista compara a análise do DNA genômico às pesquisas de intenção de voto, e destaca que o processo está sujeito a uma margem de erro que vai de 5% a 10%.
Ancestrais africanos
Além da análise do DNA genômico, uma amostra de saliva de Neguinho da Beija-Flor foi submetida a outros dois testes que revelaram de onde vieram os seus ancestrais.
O ancestral paterno mais distante é revelado por meio da análise do cromossomo Y, passado de pai para filho (e não para filha) sem sofrer mudanças, a não ser que haja uma mutação.
A ancestral materna mais distante é revelada por meio da análise do DNA mitocondrial que é passado da mãe para filhos e filhas, também sem sofrer mudanças.
Na análise da linhagem materna, seqüências genéticas idênticas às de Neguinho foram vistas em três populações da África Ocidental: os mancanha (Guiné Bissau), o povo limba (Serra Leoa) e os iorubás (distribuídos por uma região que engloba hoje países como Nigéria, Benin, Gana e Togo).
Do lado paterno, é mais difícil precisar a origem porque o material genético analisado tem, segundo Pena, ampla distribuição geográfica entre as três regiões da África que enviaram escravos ao Brasil - África Ocidental, África Central e Sudeste da África.
A genética novamente explica como um exame pode indicar a predominância européia de Neguinho e ao mesmo tempo "o lado europeu" não aparecer no exame das ancestralidades materna e paterna.
"São bananas e maç ãs", diz Pena, enfatizando que as informações não se contradizem.
É que o DNA mitocondrial, usado para rastrear a ascendência por parte de mãe, remete a apenas uma ancestral materna que viveu na África não se sabe quando. Pode ter vivido há centenas ou milhares de anos atrás. Dessa forma, esse teste não reflete as sucessivas misturas que ocorreram depois dessa ancestral.
A mesma coisa acontece com o cromossomo Y, usado para rastrear a ancestralidade paterna. Esse cromossomo, explica Pena, é passado como um "sobrenome", de pai para filho sem alterações. Por isso, a sua análise revela um ancestral que deu origem a esse sobrenome, mas não aos que vieram depois dele.
Tanto o DNA mitocondrial como o cromossomo Y são "marcadores de linhagem" que não necessariamente têm expressão genética, mas ficam "gravados" no DNA do indivíduo.
Para Neguinho, os resultados foram surpreendentes, mas não vão mudar a forma como ele se vê.
"Eu vou pela cor da pele. Se eu disser que sou 67% europeu, nego vai achar que estou de gozação", disse o músico carioca, pai de dois filhos.
O geneticista Sérgio Pena explica, no entanto, que os testes de ancestralidades materna e paterna revelam apenas o ancestral mais antigo de cada lado.
Daí a importância de se fazer o teste de ancestralidade genômica que tira uma "média" do DNA e estima as porcentagens de ancestralidade africana, européia e ameríndia.
Sérgio Pena calcula em 2,5% a margem de erro dos testes de ancestralidade genômica.
quinta-feira, julho 05, 2007
FUTEBOL: COPA AMÉRICA zzzzzzzzzzzzzzzz

Uns laivos de México e Argentina (não vi todos os jogos, mas os que vi assim foi!) não chegam para entusiasmar ninguém. Jogar futebol sem inteligência nem magia é coisa que dói. E há tanto assim, nesta versão americana do campeonato da Europa. Que, por isso mesmo, devia assumir um outro estatuto. Afinal estamos nos domínios de algumas das mais fabulosas tradições futebolisticas do mundo.

LIVROS: PARATY - FEIRA LITERÁRIA

Entre 4 e 8 deste mês
5ª Festa Literária Internacional de Parati
Concebido pela inglesa Liz Calder, fundadora da editora britânica Bloomsbury, o encontro debate os rumos das temáticas literárias contemporâneas, fala de inovações formais, da construção de romances, contos, ensaios, poesias e relatos históricos e, principalmente, promove o intercâmbio, por meio da literatura, de diferentes culturas, que vão da Índia à periferia de São Paulo, passando por países como Moçambique e Serra Leoa. Estão previstos na programação debates, palestras, conferências e sessões de autógrafos. Entre os convidados desta edição o destaque vai para dois Prémio Nobel de Literatura, os sul-africanos J.M. Coetzee e Nadine Gordimer. Outra atracção badalada é o mexicano Guilhermo Arriaga, argumentista do filme “Babel”, trabalho pelo qual ganhou um Oscar neste ano. Da Argentina vêm os aclamados Alan Pauls e César Aira, além do moçambicano Mia Couto, do angolano José Eduardo Agualusa, do israelita Amóz Oz e do norte-americano Denis Lehane, autor do livro “Sobre Meninos e Lobos”. Do lado brasileiro estão Arnaldo Jabor, Silviano Santiago, Fernando Morais e Ruy Castro, entre outros. Tudo boa gente com quem valeria a pena trocar ideias e ouvir o que têm para dizer.
No Jornal “Popular”, de Goiania, que a mão amiga da Lisa França me fez chegar, podem ler-se, com o sotaque brasileiro, as referências aos escritores presentes. Água na boca, pelas presenças, e pelo cenário da cidade, belíssima, que visitei há vinte anos e que muitas saudades deixou. Aqui vaio a lista dos presentes.
¤ Amós Oz (Israel) – O maior nome da literatura israelense atual, Oz é um autor militante na missão de viabilizar a paz entre judeus e árabes.
¤ Arnaldo Jabor (Brasil) – Cineasta, cronista e comentarista da TV Globo, Jabor será uma das caras mais conhecidas do grande público nesta Flip.
¤ César Aira (Argentina) – Escritor de produção abundante, César Aira já publicou romances, traduções, peças de teatro, ensaios e contos.
¤ Dennis Lehane (Estados Unidos) – O romance policial é seu gênero predileto. É o autor de Sobre Meninos e Lobos.
¤ Guilhermo Arriaga (México) – Roteirista de filmes como Amores Brutos e 21 Gramas, ganhou o Oscar pelo filme Babel.
¤ Ignacio Padilla (México) – Jornalista, o autor escreve livros infantis, ensaios e romances, em que o México e sua visão política estão presentes.
¤ Ishmael Beah (Serra Leoa) – Sua família foi vítima da guerra civil em seu país. Foi escrevendo suas memórias que se livrou daquele horror.
¤ J.M.Coetzee (África do Sul) – A grande estrela da festa, o Prêmio Nobel de Literatura traz para o evento sua prosa engajada e bem elaborada.
¤ José Eduardo Agualusa (Angola) – Porta-voz literário dos traumas e anseios de seu país, a prosa do autor tem fortes ligações com o Brasil.
¤ Kiran Desai (Índia) – Já em seu segundo romance, O Legado da Perda, a escritora indiana conquistou renomados prêmios nos EUA e na Europa.
¤ Lawrence Wright (Estados Unidos) – Foi com uma análise sobre o que fez surgir a Al-Qaeda que o autor faturou o Prêmio Pulitzer nos EUA em 2006.
¤ Mia Couto (Moçambique) – Aclamado escritor africano em língua portuguesa, sua ficção se concentra na história de guerras de seu país.
¤ Nadine Gordimer (África do Sul) – Vencedora do Nobel de Literatura, escreve sobre os problemas de seu país natal. Tem 30 livros editados.
¤ Paulo Cesar de Araújo (Brasil) – Autor da polêmica biografia de Roberto Carlos, o historiador é um expert na trajetória da música brasileira.
¤ Robert Fisk (Reino Unido) – Correspondente internacional do jornal The Independent, é autor de livros que retratam o Oriente Médio.
¤ Rodrigo Fresán (Argentina) – Considerado um inovador do gênero conto em seu país, o escritor prefere temas perturbadores e contemporâneos.
¤ Ruy Castro (Brasil) – Biógrafo de Carmem Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues, o jornalista é colunista de grandes jornais brasileiros.
¤ Silviano Santiago (Brasil) – Crítico literário e ensaísta, ele é também ficcionista. Gosta de incluir personalidades famosas em suas histórias.