domingo, novembro 05, 2006

(QUASE) SMS

(QUASE) SMS SEM DESTINO

1.

Sento-me nos penhascos frente ao mar e espero que ela apareça. Na ilha, passeiam fantasmas do passado. Falo-lhe, mas ela não ouve. Por amor podemo-nos anular para estar ao lado de quem se ama? Passar para o outro lado? Seguir os fantasmas, “a mulher com o lenço colorido atado á cabeça”? Eis “A Invenção de Morel”, de Adolfo Bioy Casares. Um belíssimo livro fantástico. Sabes? Acaba de sair “Diário da Guerra aos Porcos”, do mesmo, na “Cavalo de Ferro” (editora). Já tenho, vou ler.


2.

Ouvi um tema, gostei muito, encomendei via Amazon e chegaram os dois CDs: “Musica Nuda”, 1 e 2, de Petra Magoni e Ferruccio Spinetti, voz e contrabaixo. Ouço, enquanto escrevo. É boa companhia. “Non Andare Via”. Uma recuperação de grandes temas, numa interpretação totalmente nova. Dois instrumentos apenas: uma voz magnifica, um contrabaixo em sincronia ou em dissonia. O que se pode fazer a duas vozes: tudo, até em confronto.


3.

A Márcia Guerra trouxe do Brasil, “Meus Momentos”, de Simone. Oferta carinhosa. “Jura Secreta”, “Maria, Maria”, “Voltando”, “Começaria Tudo Outra Vez”. Gosto de Simone, gosto de música brasileira. Ajuda a matar saudades dos “fins de tarde em Tapoã”. Tapoã pode ser todo o Brasil, ou “onde um homem quiser”.


4.

Recomeçou a sair, com o “Público”, a colecção “Os Poemas da Minha Vida”. Primeiro volume da nova série, dedicado a Eunice Muñoz, a “Diva”. Uma das mulheres da minha vida. A fechar a selecção, um belíssimo poema de amor, da autoria de António Barahona, dedicado à “Diva”:

NO ANIVERSÁRIO DA DIVA
Passam por nós os anos, ígneos pássaros
apressados, e caem muitas penas
Passam por nós os anos: são cavalos
nervosos frente aos toiros nas arenas

Mas não envelhecemos sempre esperançados
na juventude eterna que não deixa marcas
Estamos marcados desde que nascemos,
transviados por onde não há estradas:

somente caminhadas sem sair de becos,
miragens de desertos nos confins das ilhas
Passam por nós os anos e só fica
um sulco que se fecha na memória em ferida


5.

Entre 10 e 25 de Novembro, no São Luiz, “Conversas de Camarim”, um espectáculo de Simone de Oliveira e Vítor de Sousa. Ao Piano, Nuno Feist. No vídeo, Frederico Corado. Muita merda para todos, e um beijo ao Fred.


6.

A partir de 14 de Novembro, na Livraria Barata, em Lisboa (Av. de Roma), todas as terças, às 19 horas, “Fins de tarde com cinema”. De início, para suavizar os dia que antecedem o Natal, “Fred Astaire/Ginger Rodgers”, 7 filmes, 7 viagens sobre as nuvens. Dia 14 faço a apresentação do ciclo, que conta com a colaboração da Costa do Castelo.


1 comentário:

Matilda Penna disse...

É Itapoã, não Tapoã, Itapoã é um bairro na beira da praia daqui da minha cidade, Salvador.
Mas concordo, "Itapoã pode ser todo o Brasil, ou onde um homem quiser.
A música é linda, :).