Em 1996, o cinema fazia 100 anos. Já passaram mais 11 sobre essa data.
Cem anos de cinema, cem anos de sombras invadindo salas escuras e dando corpo a sonhos e secretos desejos, cem anos de fantasmas, de irreais pesadelos, de visões e quimeras que se perseguem, cem anos de risos e sorrisos, de gargalhadas de crianças e de adultos que souberam perservar a inocência, cem anos de dramas e melodrama, de amores confessados, de rostos esquívos e corpos entrelaçados, cem anos de justiça e injustiça, de terror e de sangue, de guerras e horrores argamassados nos olhos de quem vê. Cem anos de imagens que apelam aos sentimentos, que pregam a solidariedade e a paz, ao lado de outros cem anos que invectivam e propagandeiam o ódio e a discórdia. Sempre no interior de salas escuras, rasgadas por um sulco de luz branca, ou multicolor, que leva consigo a mais fascinante torrente de criações da história da Humanidade. Cem anos de sons que corroboram as imagens ou delas se afastam, cem anos de música e de gritos, de sussurros e de lágrimas, de palavras ciciadas. Cem anos que mudaram o mundo.
Cem anos que viram nascer os tempos modernos de Charlot e a locomotiva de Buster Keaton, a pecaminosa inocênia de Marilyn, o inquietante mistério de Marléne ou a distante sensualidade de Greta Garbo, os olhos puros de Gary Cooper, a firmeza de John Wayne, a elegância de Fred Astaire e Gene Kelly dançando à chuva, cem anos atravessados pelas lianas de Johnny Weissmuller, me Tarzan, you Jane, o incêndio de Atlanta ao fundo, no vermelho do horizonte, com Clark Gable e Scarlet O'Hara jurando amor eterno, cem anos de Gabin e Stroheim, em A Grande Ilusão, de Renoir, cem anos de Roma, Cidade Aberta, de Ladrões de Bicicletas, da escadaria de Odessa, por onde desliza sem tino um carro de bébe, cem anos de Bogart e Bacall, de Tracy e Hepburn, de Godard e Anna Karina, de Fellini e de Gelsomina, do Anjo Azul de Sternberg, de Rossellini e Ingrid, viajando por Itália, da modernidade torrencial de Citizen Kane e de Gilda, a dama de Xanghai.
Cem anos de solidão acompanhados pelo abraço fraternal de Capra, de Mr. Deed e Mr. Smith, das Vinhas de Ira e da Stagecoach de Ford, de Rio Bravo de Hawks e dos Roaring Twenties de Walsh, da poesia de Prévert e Carné, dos corredores de Marienbad e dos Beijos Roubados, de uma cão andaluz numa idade de ouro que Buñuel imaginou, de um ET perdido entre nós, da Joana d' Arc, de Dreyer, da morte jogando xadrês numa paisagem de Bergman, dos samurais de Kurosawa e da Lua Vaga de Mizoguchi, de Ozu e Oshima, da India de Satyajit Ray e do António das Mortes de Glauber Rocha. Play it again, Sam, em 2001. Uma janela indiscreta sobre um deserto vermelho, com Metropolis e Manhattan ao fundo.
Cem anos de zero em comportamento, de dentadinhas de Drácula e das puras flores de Franskenstein, de Nosferatu e do médico e do monstro, do fantasma da Ópera e de Elm Street, cem anos de esplendores na relva e de fúrias de viver, de Kazan e Marlon Brando, de Ray e James Dean, de one from the heart de Coppola, cem anos de recordações, de memórias, de visões que enchem de vida a vida. Cem anos de Freaks e de O Falcão de malta, de Laura, de Sentimento e de Johnny Guitar, cem anos que fizeram a felicidade de milhões em milhares de salas um pouco por todo o lado. Cem anos de Lumiére e Méliès, de Edison e David Griffith, cem anos também falados em português, A Canção de Lisboa e Aniki Bóbó. Cem anos de cinema e de magia, cem anos de uma nova liturgia de esperança que, apesar de tudo, ou por causa de tudo, mereceram a pena ser vividos. No interior de uma sala escura, caverna de Platão dos nossos dias, onde se transfigura a imagem e se reinventam milagres a cada nova volta de manivela. Cem anos de cinema, cem anos de futuro à nossa frente...
Cem anos que viram nascer os tempos modernos de Charlot e a locomotiva de Buster Keaton, a pecaminosa inocênia de Marilyn, o inquietante mistério de Marléne ou a distante sensualidade de Greta Garbo, os olhos puros de Gary Cooper, a firmeza de John Wayne, a elegância de Fred Astaire e Gene Kelly dançando à chuva, cem anos atravessados pelas lianas de Johnny Weissmuller, me Tarzan, you Jane, o incêndio de Atlanta ao fundo, no vermelho do horizonte, com Clark Gable e Scarlet O'Hara jurando amor eterno, cem anos de Gabin e Stroheim, em A Grande Ilusão, de Renoir, cem anos de Roma, Cidade Aberta, de Ladrões de Bicicletas, da escadaria de Odessa, por onde desliza sem tino um carro de bébe, cem anos de Bogart e Bacall, de Tracy e Hepburn, de Godard e Anna Karina, de Fellini e de Gelsomina, do Anjo Azul de Sternberg, de Rossellini e Ingrid, viajando por Itália, da modernidade torrencial de Citizen Kane e de Gilda, a dama de Xanghai.
Cem anos de solidão acompanhados pelo abraço fraternal de Capra, de Mr. Deed e Mr. Smith, das Vinhas de Ira e da Stagecoach de Ford, de Rio Bravo de Hawks e dos Roaring Twenties de Walsh, da poesia de Prévert e Carné, dos corredores de Marienbad e dos Beijos Roubados, de uma cão andaluz numa idade de ouro que Buñuel imaginou, de um ET perdido entre nós, da Joana d' Arc, de Dreyer, da morte jogando xadrês numa paisagem de Bergman, dos samurais de Kurosawa e da Lua Vaga de Mizoguchi, de Ozu e Oshima, da India de Satyajit Ray e do António das Mortes de Glauber Rocha. Play it again, Sam, em 2001. Uma janela indiscreta sobre um deserto vermelho, com Metropolis e Manhattan ao fundo.
Cem anos de zero em comportamento, de dentadinhas de Drácula e das puras flores de Franskenstein, de Nosferatu e do médico e do monstro, do fantasma da Ópera e de Elm Street, cem anos de esplendores na relva e de fúrias de viver, de Kazan e Marlon Brando, de Ray e James Dean, de one from the heart de Coppola, cem anos de recordações, de memórias, de visões que enchem de vida a vida. Cem anos de Freaks e de O Falcão de malta, de Laura, de Sentimento e de Johnny Guitar, cem anos que fizeram a felicidade de milhões em milhares de salas um pouco por todo o lado. Cem anos de Lumiére e Méliès, de Edison e David Griffith, cem anos também falados em português, A Canção de Lisboa e Aniki Bóbó. Cem anos de cinema e de magia, cem anos de uma nova liturgia de esperança que, apesar de tudo, ou por causa de tudo, mereceram a pena ser vividos. No interior de uma sala escura, caverna de Platão dos nossos dias, onde se transfigura a imagem e se reinventam milagres a cada nova volta de manivela. Cem anos de cinema, cem anos de futuro à nossa frente...
3 comentários:
«...caverna de Platão dos nossos dias...»
Deveras caro Lauro... deveras.
Então vamos ter um Live Earth portugues(vi no Site do David Fonseca) que bom.Bem duas grandes festas em Portugal no mesmo dia, que coisa estranha e no meio disto tudo quem se deve tramar é a TVI(pois muitos canais de tv internacionais não vão querer trasmitir aquela cerimónia pois têm o live Earth para o dia todo).Não teremos musicos a correr de um lado para para outro?Parece que a Jennifer Lopez vai estar nos 2 eventos(lá vai ter de escolher duas roupas diferentes para cada local).Mais um dia a fazer Zapping não é coisa que não estejemos já habituados po cá.
Então parece que a SIC tambem vai entrar no Jogo do dia 07/07/07 transmitindo o ultimo episódio da melhor novela dos ultimos tempos Páginas da Vida.Concordo plenamente com isto pois era a unica coisa que SIC poderia fazer para não perder o dia completamente e se transformar num descalabro pra o canal.
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