DIÁLOGO ENTRE DOIS JOVENS AMIGOS,
À SAÍDA DE “À PROVA DE MORTE”
Lisboa, Saldanha, noite de Verão, 23º, corre uma aragem que ajuda a suportar o calor. Dois jovens amigos saem do centro comercial, depois de uma sessão de cinema. Calças escuras, um traz uma camisa preta, de tecido leve, o outro uma t-shirt azulada. Caminham pelo passeio em direcção ao Marquês.
- Ok, já percebi. “À Prova de Morte” (no original “Grindhouse: Death Proof”) integra um díptico, que se inspira no que se chamam “exploitation movies” e também nos “slasher films”. Li isso tudo nos jornais. O outro filme que completa o conjunto, já me disseram também, só vai estrear em Portugal em 27 de Setembro, o realizador é Robert Rodriguez, e chama-se “Grindhouse: Planet Terror”. Certo?
- Certo. Vejo que andaste a estudar umas coisas antes de vir ao cinema…
- Pois, li umas coisas mas continuo com muitas dúvidas sobre o que é isso de “exploitation movies” e “slasher films”. São géneros?
- Mais sub-géneros do cinema americano dos anos 70 e 80, que merecem especial atenção e carinho por parte de Tarantino. Quase todos os seus filmes são homenagens a essas obras, desde “Cães Danados” a “Pulp Fiction”, de “Jackie Brown” ao duplo “Kill Bill” (enfim, estes com outras influências à mistura). Mas “exploitation movies” e “slasher films” não são a mesma coisa. “Exploitation movies” é mais uma designação de filmes de acção, de orçamento modesto e cariz muito popular, que se produziam às dezenas nas décadas de 70 e 80 nos EUA. Dentro deste modelo de produção, de que o Roger Corman foi um precursor dos anos 60 e o grande instigador, criaram-se muitos sub-géneros. Os “slasher films” são um deles.
-Ok. Esse é um dos meus problemas. Explica melhor esse tipo de filmes. Já sei que são de acção, populares e pobrezinhos de orçamento, mas há milhares assim…. O “Jackie Brown”, que é dos Tarantinos de que mais gosto, era baseado num “black exploitation”, por isso foi buscar uma das vedetas deste género de películas, Pam Grier… Mas os “slasher films”…
- Os “slasher films” são “exploitation movies” com características próprias. Existem mulheres provocantes e indefesas, um “serial killer” e, normalmente, desgovernadas corridas de automóveis. Tudo misturado com violência em barda, em estilo “gore”. “Proof” tem muito de tudo isso…
- Mas não se pode dizer que seja um filme de baixo orçamento. Esse é um dos pecados de Tarantino, um dos seus actos gratuitos. Adora um certo tipo de filmes, mas brinca com eles com orçamentos que destroem pela base a homenagem. Fala-se muito em “Proof” de um filme notável, de 1971, “Vanishing Point”, de Richard C. Sarafian. Pois bem, tem muito pouco a ver. Esse era um filme inteligente, profundamente consequente com a crítica à sociedade norte-americana da época, feito com pouco dinheiro, mas muito talento e muitas ideias. Em “Proof” há talento, claro que Tarantino tem talento!, mas expressa-se sobretudo pelo fogo de artificio, pelos meios de produção, pela capa de efeitos especiais que ostenta, e deixa na sombra a profundidade de análise, o íntimo, o mais secreto… As ideias de Tarantino são sugadas aqui e ali, ele limita-se a baralhar e dar de novo, agora sob uma patente registada que agrada muito aos pós-modernos: coisas populares com roupagens modernaças e muito “tecno”. Não me convence…
-Olha que nada é por acaso em Tarantino e a crítica à sociedade é muito consequente. “Proof” é uma excelente crítica à América violenta de Bush. Repara na construção do argumento, que obedece a dois tempos: uma primeira “temporada” expositiva que conduz a um crime: um grupo de raparigas que é desafiada por um ex-duplo de cinema (ele anuncia-se como tal, não sabemos se é verdade ou não), Stuntman Mike (Kurt Russell). Conversas, convívio, uma aproximação, o convite a uma miúda num bar para aproveitar a boleia, e depois a primeira grande cena de violência: Stuntman Mike prende a borlista no carro, no lugar do pendura, e assassina-a, literalmente, atirando-a contra as paredes do viatura, para depois alcançar o automóvel das raparigas e colocar-se à sua frente, por forma a abalroá-las frontalmente com o seu possante carro, “à prova de morte”, e desfazê-las num ápice.
- Uma cena infernal, concordo… - No segundo “tempo” do filme, parece que vamos assistir à repetição da façanha do assassino (que, certamente, alcança o orgasmo nessas diabólicas demonstrações de virilidade automobilística!), com a preparação do golpe executado da mesma forma, mas desta vez o feitiço volta-se contra o feiticeiro e quem é trucidado é o machista americano às mãos de umas jovens enraivecidas, que sabem utilizar todos os argumentos masculinos com sabedoria “extra” (duas delas são efectivamente “duplos” do cinema). Para que essa absorção da masculinidade seja completa, uma vai ao ponto de ir buscar um tubo de ferro a uma lixeira, para assim ficar munida do elemento fálico simbólico por excelência, para executar a vingança. São as mulheres contra o homem, a vitória do feminino contra o machismo mais conservador e reaccionário da América…
- Queres com isso dizer que basta uma mulher ir buscar um símbolo fálico e dar com ele num homem até à morte para termos uma interpretação progressista da guerra de sexos e do triunfo do poder das mulheres numa América reaccionária? Olha, parece-me antes de tudo o mais que toda a simbologia utilizada por Tarantino, todas as suas ideias são de uma pobreza, não direi franciscana, mas templária. Depois julgo muito triste que para “marcar o seu terreno” e bater “o homem”, as mulheres tenham de ir buscar símbolos fálicos para o combater. É como se confessassem que para derrotar o macho há que ser macho, para se matar a besta há que ser besta. Para se extirpar a violência há que ser ainda mais violento. Nada disto me agrada, nada disso me merece muita atenção.
- Mas a violência é gozada, divertida, parodiada…
- Achas? A mim parece-me que Tarantino gosta da violência pindérica das “exploitation movies” e do sadismo dos “slasher films” e copia-os com muito dinheiro para gastar em efeitos especiais, que são absolutamente notáveis, é certo, e com meia dúzia de álibis cinéfilos que não me convencem. Faz agora “explotation movies” para a burguesia ver e “adorar”, ela que nos anos 70 e 80 não frequentava os cinemas de bairro onde os autênticos “exploitation movies” eram projectados. Nessa altura, os “black explotation”, por exemplo, tinham um papel libertador e catártico. Hoje não passam de filmes domesticados que correm nas grandes salas dos grandes centros das capitais, para plateias convencionais que se querem muito anti-convencionais por assistirem a “cult movies” de “autores” que nada têm para dizer e gastam fortunas com o seu dandismo de moda. Tarantino é um fenómeno de moda, muito bem explorado pela indústria. Tem algum talento é certo, viu muitos filmes das lojas de trezentos, arrota uma cinefilia de pobre que cai bem aos endinheirados e aos abastados da cultura, e faz pela vida sem se incomodar muito. Não é parvo, não senhor!, tem algumas ideias, mas é tudo coisa rasteira, sem grandeza, nem projecção. Uma sequência de Scorsese tem mais ideias que a filmografia completa de Tarantino.
- Então arrasas assim “Proof”? Nada a ressalvar?
- Não. Acho um filme interessante. Dou-lhe três estrelas. Tem duas ou três sequências muito boas. Quando uma das miúdas vem para fora do bar, para o alpendre, olhar a noite e os carros, tendo a seu lado uma estrela de néon vermelho, num plano de recorte azul-escuro, é algo muito bonito. Apetece perguntar, por que não vai ele por ali? Mais adiante, o diálogo do xerife com o seu ajudante nos corredores de um hospital é muito bom. Magnifico mesmo (o velho Michael Parks e o filho, James). Aí há humor, distanciamento. A representação de Kurt Russell é excelente, na linha das suas melhores (em filmes, esses sim grandiosos filmes “populares”, de John Carpenter). As actrizes são todas elas magníficas (há mesmo uma “stuntwoman” brilhante, Zoe Bell). Mas achar o filme interessante, com alguns bons momentos, está muito longe dos delírios de quem proclama aos sete ventos que há uma história do cinema Ante- Tarantino e outra Pós-Tarantino.
- É um realizador definitivamente importante, acredita.
- Olha, há dias morreram dois realizadores realmente “importantes”: o Bergman e o Antonioni. O Tarantino, a remoer “exploitation movies” e “slasher films”, nunca sairá daí: um (demasiado) valorizado e prestigiado autor de “remakes”, com o seu toque pessoal, com muito boa imprensa, com a indústria atrás, mas sem grandeza, sem marca universal. Anda na onda, enquanto a onda durar.
- Não nos vamos zangar por isso. Vamos até ao “Lux”? Vai uma tequilla?
- Ná. Prefiro uma cerveja fresquinha.
Entram no carro, estacionado perto do Fórum Picoas, e partem. O carro é cinza metalizado e não tem no tejadilho a caveira de Stuntman Mike nem esá artilhado “à prova de morte.” É um banal carro utilitário de cidade.
- Ok, já percebi. “À Prova de Morte” (no original “Grindhouse: Death Proof”) integra um díptico, que se inspira no que se chamam “exploitation movies” e também nos “slasher films”. Li isso tudo nos jornais. O outro filme que completa o conjunto, já me disseram também, só vai estrear em Portugal em 27 de Setembro, o realizador é Robert Rodriguez, e chama-se “Grindhouse: Planet Terror”. Certo?
- Certo. Vejo que andaste a estudar umas coisas antes de vir ao cinema…
- Pois, li umas coisas mas continuo com muitas dúvidas sobre o que é isso de “exploitation movies” e “slasher films”. São géneros?
- Mais sub-géneros do cinema americano dos anos 70 e 80, que merecem especial atenção e carinho por parte de Tarantino. Quase todos os seus filmes são homenagens a essas obras, desde “Cães Danados” a “Pulp Fiction”, de “Jackie Brown” ao duplo “Kill Bill” (enfim, estes com outras influências à mistura). Mas “exploitation movies” e “slasher films” não são a mesma coisa. “Exploitation movies” é mais uma designação de filmes de acção, de orçamento modesto e cariz muito popular, que se produziam às dezenas nas décadas de 70 e 80 nos EUA. Dentro deste modelo de produção, de que o Roger Corman foi um precursor dos anos 60 e o grande instigador, criaram-se muitos sub-géneros. Os “slasher films” são um deles.
-Ok. Esse é um dos meus problemas. Explica melhor esse tipo de filmes. Já sei que são de acção, populares e pobrezinhos de orçamento, mas há milhares assim…. O “Jackie Brown”, que é dos Tarantinos de que mais gosto, era baseado num “black exploitation”, por isso foi buscar uma das vedetas deste género de películas, Pam Grier… Mas os “slasher films”…
- Os “slasher films” são “exploitation movies” com características próprias. Existem mulheres provocantes e indefesas, um “serial killer” e, normalmente, desgovernadas corridas de automóveis. Tudo misturado com violência em barda, em estilo “gore”. “Proof” tem muito de tudo isso…
- Mas não se pode dizer que seja um filme de baixo orçamento. Esse é um dos pecados de Tarantino, um dos seus actos gratuitos. Adora um certo tipo de filmes, mas brinca com eles com orçamentos que destroem pela base a homenagem. Fala-se muito em “Proof” de um filme notável, de 1971, “Vanishing Point”, de Richard C. Sarafian. Pois bem, tem muito pouco a ver. Esse era um filme inteligente, profundamente consequente com a crítica à sociedade norte-americana da época, feito com pouco dinheiro, mas muito talento e muitas ideias. Em “Proof” há talento, claro que Tarantino tem talento!, mas expressa-se sobretudo pelo fogo de artificio, pelos meios de produção, pela capa de efeitos especiais que ostenta, e deixa na sombra a profundidade de análise, o íntimo, o mais secreto… As ideias de Tarantino são sugadas aqui e ali, ele limita-se a baralhar e dar de novo, agora sob uma patente registada que agrada muito aos pós-modernos: coisas populares com roupagens modernaças e muito “tecno”. Não me convence…
-Olha que nada é por acaso em Tarantino e a crítica à sociedade é muito consequente. “Proof” é uma excelente crítica à América violenta de Bush. Repara na construção do argumento, que obedece a dois tempos: uma primeira “temporada” expositiva que conduz a um crime: um grupo de raparigas que é desafiada por um ex-duplo de cinema (ele anuncia-se como tal, não sabemos se é verdade ou não), Stuntman Mike (Kurt Russell). Conversas, convívio, uma aproximação, o convite a uma miúda num bar para aproveitar a boleia, e depois a primeira grande cena de violência: Stuntman Mike prende a borlista no carro, no lugar do pendura, e assassina-a, literalmente, atirando-a contra as paredes do viatura, para depois alcançar o automóvel das raparigas e colocar-se à sua frente, por forma a abalroá-las frontalmente com o seu possante carro, “à prova de morte”, e desfazê-las num ápice.
- Uma cena infernal, concordo… - No segundo “tempo” do filme, parece que vamos assistir à repetição da façanha do assassino (que, certamente, alcança o orgasmo nessas diabólicas demonstrações de virilidade automobilística!), com a preparação do golpe executado da mesma forma, mas desta vez o feitiço volta-se contra o feiticeiro e quem é trucidado é o machista americano às mãos de umas jovens enraivecidas, que sabem utilizar todos os argumentos masculinos com sabedoria “extra” (duas delas são efectivamente “duplos” do cinema). Para que essa absorção da masculinidade seja completa, uma vai ao ponto de ir buscar um tubo de ferro a uma lixeira, para assim ficar munida do elemento fálico simbólico por excelência, para executar a vingança. São as mulheres contra o homem, a vitória do feminino contra o machismo mais conservador e reaccionário da América…
- Queres com isso dizer que basta uma mulher ir buscar um símbolo fálico e dar com ele num homem até à morte para termos uma interpretação progressista da guerra de sexos e do triunfo do poder das mulheres numa América reaccionária? Olha, parece-me antes de tudo o mais que toda a simbologia utilizada por Tarantino, todas as suas ideias são de uma pobreza, não direi franciscana, mas templária. Depois julgo muito triste que para “marcar o seu terreno” e bater “o homem”, as mulheres tenham de ir buscar símbolos fálicos para o combater. É como se confessassem que para derrotar o macho há que ser macho, para se matar a besta há que ser besta. Para se extirpar a violência há que ser ainda mais violento. Nada disto me agrada, nada disso me merece muita atenção.
- Mas a violência é gozada, divertida, parodiada…
- Achas? A mim parece-me que Tarantino gosta da violência pindérica das “exploitation movies” e do sadismo dos “slasher films” e copia-os com muito dinheiro para gastar em efeitos especiais, que são absolutamente notáveis, é certo, e com meia dúzia de álibis cinéfilos que não me convencem. Faz agora “explotation movies” para a burguesia ver e “adorar”, ela que nos anos 70 e 80 não frequentava os cinemas de bairro onde os autênticos “exploitation movies” eram projectados. Nessa altura, os “black explotation”, por exemplo, tinham um papel libertador e catártico. Hoje não passam de filmes domesticados que correm nas grandes salas dos grandes centros das capitais, para plateias convencionais que se querem muito anti-convencionais por assistirem a “cult movies” de “autores” que nada têm para dizer e gastam fortunas com o seu dandismo de moda. Tarantino é um fenómeno de moda, muito bem explorado pela indústria. Tem algum talento é certo, viu muitos filmes das lojas de trezentos, arrota uma cinefilia de pobre que cai bem aos endinheirados e aos abastados da cultura, e faz pela vida sem se incomodar muito. Não é parvo, não senhor!, tem algumas ideias, mas é tudo coisa rasteira, sem grandeza, nem projecção. Uma sequência de Scorsese tem mais ideias que a filmografia completa de Tarantino.
- Então arrasas assim “Proof”? Nada a ressalvar?
- Não. Acho um filme interessante. Dou-lhe três estrelas. Tem duas ou três sequências muito boas. Quando uma das miúdas vem para fora do bar, para o alpendre, olhar a noite e os carros, tendo a seu lado uma estrela de néon vermelho, num plano de recorte azul-escuro, é algo muito bonito. Apetece perguntar, por que não vai ele por ali? Mais adiante, o diálogo do xerife com o seu ajudante nos corredores de um hospital é muito bom. Magnifico mesmo (o velho Michael Parks e o filho, James). Aí há humor, distanciamento. A representação de Kurt Russell é excelente, na linha das suas melhores (em filmes, esses sim grandiosos filmes “populares”, de John Carpenter). As actrizes são todas elas magníficas (há mesmo uma “stuntwoman” brilhante, Zoe Bell). Mas achar o filme interessante, com alguns bons momentos, está muito longe dos delírios de quem proclama aos sete ventos que há uma história do cinema Ante- Tarantino e outra Pós-Tarantino.
- É um realizador definitivamente importante, acredita.
- Olha, há dias morreram dois realizadores realmente “importantes”: o Bergman e o Antonioni. O Tarantino, a remoer “exploitation movies” e “slasher films”, nunca sairá daí: um (demasiado) valorizado e prestigiado autor de “remakes”, com o seu toque pessoal, com muito boa imprensa, com a indústria atrás, mas sem grandeza, sem marca universal. Anda na onda, enquanto a onda durar.
- Não nos vamos zangar por isso. Vamos até ao “Lux”? Vai uma tequilla?
- Ná. Prefiro uma cerveja fresquinha.
Entram no carro, estacionado perto do Fórum Picoas, e partem. O carro é cinza metalizado e não tem no tejadilho a caveira de Stuntman Mike nem esá artilhado “à prova de morte.” É um banal carro utilitário de cidade.
10 comentários:
hummm... Sempre achei que o Tarantino faz muito juiz ao nome que tem. Já por algumas vezes sai meio atarantado dos filmes dele. Mas nunca desiludido.
Eu acho que ele vai atrás daquilo que vende, ao fim ao cabo!
Aquela violência toda suscita a curiosidade na mestre doentia de muitos jovens que procuram avidamente este tipo de produto. Mesmo não percebendo nada da moral da história ou de tirar o algum sumo do filme. Em regra geral todos eles dizem "E a cena do gajo que fica sem cabeça? E quando o outro foi sodomizado a sangue frio? Viste o atropelamento?". O cérebro desta geração só retém isso. Emoções fortes. Contacta-se isso nos jogos que são comprados pra as consolas. Vence a acção à estratégia.
No entanto... já não falam assim do Mel Gibson, nem do Guillermo Del Toro. Mas acho que isso já deve ser por causa do rótulo que o Tarantino "ganhou" no seio juvenil ("seio juvenil"- isto pode ser confundido com pedofilia. Tenho que ter cuidado :D )
eu gostei do filme, mas não me convenceu em termos de plot... e para mim, um bom plot tem que estar aliado a um boa realização... da realização, vá, confesso, gostei...
Este blog é sensacional.
Parabéns.
L.A., no meu caso, não sei se se explica (provavelmente, há uma explicação, mas demasiado longa...): certo é que eu adorei o filme! :)
E sou fã do Tarantino. Até das suas fragilidades.
Obrigada pelos seus interessantes posts sobre o filme, assim como pelo texto acerca do "Vanishing Point".
li atentamente mas não concordo, apesar de saber que é a sua área, a sua especialidade..
vejo em Tarantino algo mais do que aquilo a que o reduz e um olhar sobre um lado da américa que outras cinematografias não mostram.
E asssociar o ferro com o falo...bom, se vamos por aí mais de 80% dos objectos - começanco por inócuas mesas e cadeiras - têm símbolos fálicos. De uma outra posição poderemos dizer k ela se apossou de um "útero" - que é oco como o tubo.
Mas é sempre um gosto ler as suas críticas/crónicas.
Bom fim-de-semana.
... e claro, não é "juiz" é juz. Isto não ter corrector óturgra... outurgra... ótórgá... corrector de "burros" só pode dar nisto.
:D
Um filme imundo e sórdido.
Um filme de puro revivalismo cinematográfico e musical.
Um filme à Tarantino.
Que mais podemos dizer?!
JAJAJAJAJAJA!!! Só agora vi - está muito bem... Mas digo-lhe o seguinte: você pertence a uma geração cinéfila que só pode ver no Tarantino brilhantes exercícios de estilo... mas há lá mais alguma coisa, malgrado ele, quiçá.
Lembro-me quando vi o «Reservoir Dogs»... saí de lá com a sensação de ter visto algo entre os irmãos Cohen e o David Mamet... e com aquele diálogo incrível acerca da Madonna na memória. Depois disso não tenho gostado de tudo... mas os «Tarantinos» são uma geração à procura do que valerá a pena recuperar no longo património do cinema... Acho que algum deles deixará algo de genial, a partir do qual um certo cinema feito do lixo urbano nos fará retornar ao puro prazer de ver um filme, sem qualquer contexto de significação já conhecido.
P. S. Boa patada os «filmes da loja dos 300»... :) ... mas era como balconista na Video Archives que o tipo trabalhava... acho esse um detalhe muito importante: o gajo era um teso, semi-culto e gramava ver filmes - a maioria decerto no formato video. Com as devidas ressalvas, faz-me lembrar os putos sub-18 que vão comprar os DVDs piratas e depois só vêem em «normal motion» as quecas, as explosões, o corta cabeças, etc.
Claro, não visionam o filme... mas uma espécie de «auto-montagem»... a autoria desapareceu, etc, etc... Isto dá-me que pensar. Autor, cinema, indústria, novos formatos fílmicos e muita muita nova tecnologia!
O cinema...? Ainda existe?
Abraço.
«É como se confessassem que para derrotar o macho há que ser macho, para se matar a besta há que ser besta» (sic).
Sim, sem dúvida. Gostei bastante do Death Proof e das suas heroínas, mas prefiro uma protagonista como a Jackie Brown, que usa a cabeça para vencer os 'rapazes'.
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