Comecemos por uma transcrição do meu correio electrónico de ontem:
Barack Obama para eu
Lauro --
I'm about to head to Grant Park to talk to everyone gathered there, but I wanted to write to you first.
We just made history.
And I don't want you to forget how we did it.
You made history every single day during this campaign -- every day you knocked on doors, made a donation, or talked to your family, friends, and neighbors about why you believe it's time for change.
I want to thank all of you who gave your time, talent, and passion to this campaign.
We have a lot of work to do to get our country back on track, and I'll be in touch soon about what comes next.
But I want to be very clear about one thing...
All of this happened because of you.
Thank you,
Barack
Obviamente que sei que não foi Barack Obama quem me escreveu. Mas é curioso o cuidado. Há umas semanas atrás, na emoção da luta eleitoral que se passava nos EUA, mas que dizia respeito a todo o mundo (e continua a dizer, cada vez mais), inscrevi-me no site oficial de Obama, para receber notícias, e, sobretudo, num quixotesco acto de longínquo apoio, que nada queria dizer em termos de votação americana (nem sequer pude contribuir com 15 dólares para a campanha, pois só aceitavam contribuições de americanos!), mas que para mim importava como afirmação. Sei lá, o dactilógrafo ou o informático que lessem o apoio de mais um português, podiam ficar mais motivados. Sei lá! (riso).
Sei que Obama ganhou e tenho a certeza que a Internet desempenhou um papel essencial nesta campanha. A mensagem que recebi diariamente, em nome pessoal, com informações diversas, tornava milhões de seres uma comunidade reunida em redor de um homem e de um projecto. De mudança. Foi muito agradável este convívio virtual, que tornou certamente possível uma vitória e uma mudança.
Não tenham dúvidas: mudança vai haver. Aquele caminho por onde iam os EUA não se poderia continuar a percorrer, sob pena de se cair num abismo internacional. Mas há por aí muito senhor e muita senhora que afirmam não acreditar em “grandes mudanças”, que “esperam para ver”. Não tenham dúvidas também a esse respeito, e espero que ainda bem. Obama é americano, democrata, defensor de um mundo livre, não vai seguramente transformar os EUA numa “república democrática” á moda das de Leste. Se esperam para ver isso, o melhor será não esperarem. Graças a Deus ou à simples vontade dos homens.
O que espero é que haja mais respeito nas relações dos EUA com os outros povos, que os negociantes do petróleo percam poder junto de Washington, que deixem de ser eles a definir a política externa. Espero que se resolva esta crise financeira que é uma tremenda injustiça para os mais fracos, os mais humildes, os que para ela em nada contribuíram. Espero que se controle este capitalismo desenfreado que tudo leva à frente e tudo destrói com o lucro rápido em mira. Espero que se calem esses idiotas do neo-liberalismo que nunca aceitaram o Estado intervencionista, mas que agora andam por ai com o rabinho entre as pernas, ó pai, ó pai, paga-me os prejuízos! Espero que se lute por mais justiça social, por mais liberdade, por mais bem-estar, por melhor saúde, melhor educação, mais e mais cultura. Afinal que se lute por se consolidar aquilo que melhor tem a América que eu sempre admirei, a sua literatura, a sua música, o seu teatro, o seu cinema, a sua generosidade na luta pela democracia e a liberdade. Há quarenta anos na América lutava-se por direitos humanos para os negros. Hoje está um negro na Presidência da República. Com todos os seus defeitos (e são muitos!), não há, porém, muitos outros países assim. É esta América que eu quero que continue a existir e a lutar contra a outra América das trevas e do conservadorismo mais retrógrado. É essa América que nos pode inspirar. E que poderemos inspirar.
Falando de conservadorismo, há mesmo assim que fazer ressalvas. McCain foi um bom candidato republicano, pena foi ter atrás de si aquele indivíduo que manchou para sempre o historial dos elefantes. O comportamento de McCain na campanha, e após a derrota eleitoral, é de saudar. Esteve à altura de alguns republicanos que admiro, e que vão de John Ford a Clint Eastwood.
Posto isto, boa sorte a Barack Obama e obrigado à série televisiva “24” por mostrar que os EUA podiam ter um Presidente negro. Não esquecer que a série era produção Fox, o canal mais republicano dos EUA. Afinal, às vezes, escreve-se direito, por linhas tortas. Tento tentou defender a política Bush que acabou por ajudar a colocar Obama na Presidência.
Barack Obama para eu
Lauro --
I'm about to head to Grant Park to talk to everyone gathered there, but I wanted to write to you first.
We just made history.
And I don't want you to forget how we did it.
You made history every single day during this campaign -- every day you knocked on doors, made a donation, or talked to your family, friends, and neighbors about why you believe it's time for change.
I want to thank all of you who gave your time, talent, and passion to this campaign.
We have a lot of work to do to get our country back on track, and I'll be in touch soon about what comes next.
But I want to be very clear about one thing...
All of this happened because of you.
Thank you,
Barack
Obviamente que sei que não foi Barack Obama quem me escreveu. Mas é curioso o cuidado. Há umas semanas atrás, na emoção da luta eleitoral que se passava nos EUA, mas que dizia respeito a todo o mundo (e continua a dizer, cada vez mais), inscrevi-me no site oficial de Obama, para receber notícias, e, sobretudo, num quixotesco acto de longínquo apoio, que nada queria dizer em termos de votação americana (nem sequer pude contribuir com 15 dólares para a campanha, pois só aceitavam contribuições de americanos!), mas que para mim importava como afirmação. Sei lá, o dactilógrafo ou o informático que lessem o apoio de mais um português, podiam ficar mais motivados. Sei lá! (riso).
Sei que Obama ganhou e tenho a certeza que a Internet desempenhou um papel essencial nesta campanha. A mensagem que recebi diariamente, em nome pessoal, com informações diversas, tornava milhões de seres uma comunidade reunida em redor de um homem e de um projecto. De mudança. Foi muito agradável este convívio virtual, que tornou certamente possível uma vitória e uma mudança.
Não tenham dúvidas: mudança vai haver. Aquele caminho por onde iam os EUA não se poderia continuar a percorrer, sob pena de se cair num abismo internacional. Mas há por aí muito senhor e muita senhora que afirmam não acreditar em “grandes mudanças”, que “esperam para ver”. Não tenham dúvidas também a esse respeito, e espero que ainda bem. Obama é americano, democrata, defensor de um mundo livre, não vai seguramente transformar os EUA numa “república democrática” á moda das de Leste. Se esperam para ver isso, o melhor será não esperarem. Graças a Deus ou à simples vontade dos homens.
O que espero é que haja mais respeito nas relações dos EUA com os outros povos, que os negociantes do petróleo percam poder junto de Washington, que deixem de ser eles a definir a política externa. Espero que se resolva esta crise financeira que é uma tremenda injustiça para os mais fracos, os mais humildes, os que para ela em nada contribuíram. Espero que se controle este capitalismo desenfreado que tudo leva à frente e tudo destrói com o lucro rápido em mira. Espero que se calem esses idiotas do neo-liberalismo que nunca aceitaram o Estado intervencionista, mas que agora andam por ai com o rabinho entre as pernas, ó pai, ó pai, paga-me os prejuízos! Espero que se lute por mais justiça social, por mais liberdade, por mais bem-estar, por melhor saúde, melhor educação, mais e mais cultura. Afinal que se lute por se consolidar aquilo que melhor tem a América que eu sempre admirei, a sua literatura, a sua música, o seu teatro, o seu cinema, a sua generosidade na luta pela democracia e a liberdade. Há quarenta anos na América lutava-se por direitos humanos para os negros. Hoje está um negro na Presidência da República. Com todos os seus defeitos (e são muitos!), não há, porém, muitos outros países assim. É esta América que eu quero que continue a existir e a lutar contra a outra América das trevas e do conservadorismo mais retrógrado. É essa América que nos pode inspirar. E que poderemos inspirar.
Falando de conservadorismo, há mesmo assim que fazer ressalvas. McCain foi um bom candidato republicano, pena foi ter atrás de si aquele indivíduo que manchou para sempre o historial dos elefantes. O comportamento de McCain na campanha, e após a derrota eleitoral, é de saudar. Esteve à altura de alguns republicanos que admiro, e que vão de John Ford a Clint Eastwood.
Posto isto, boa sorte a Barack Obama e obrigado à série televisiva “24” por mostrar que os EUA podiam ter um Presidente negro. Não esquecer que a série era produção Fox, o canal mais republicano dos EUA. Afinal, às vezes, escreve-se direito, por linhas tortas. Tento tentou defender a política Bush que acabou por ajudar a colocar Obama na Presidência.
Palavras de Barack Obama:
«Anunciei que disputaria a eleição por conta daquilo que Martin Luther King definiu como 'a feroz urgência do agora'.
O momento é agora.
Não quero passar os próximos 4, 8 ou 12 anos assistindo às mesmas discussões, travadas da mesma maneira e com a mesma falta de resultados. Não quero opôr os conservadores aos liberais, quero liderar os Estados Unidos da América...(...)
Em cada momento histórico surgiu uma geração capaz de se erguer e imaginar algo de melhor para este país, uma geração disposta a lutar e a se sacrificar pelas próximas gerações. Agora chegou a nossa vez de lutar.Foi por isso que decidi disputar a candidatura. Não só porque eu tenho confiança na minha capacidade de liderar o país, mas porque tenho confiança em vocês...(...)
Confio em que vocês sintam nos vossos corações a necessidade de agir de um modo melhor. Prometo-vos que se decidirem unir a mim, eu garanto: não só venceremos uma eleição mas mudaremos a face deste país.»
Barack Obama
5 comentários:
Mudaram/mudarão a face do mundo, nem que seja só por esta eleição. O nome dele é Barak Hussein Obama. Alguém, em sã consciência, jamais julgou ver semelhante incrição no quadro dos presidentes dos USA?
E, para além disso, é por coisas como estas que escreveste que gosto imenso de ti, Mr Movie.
Beijo democrático e multicultural,
O Lauro António é um homem inteligente e com uma mundividência esclarecida! :)
Em relação aos cínicos e cépticos do costume, convém lembrar que, ao contrário daquilo que muitos pensam, talvez não exista maior parolismo do que o cepticismo exacerbado. Não acreditam? Então pensem nisto: o céptico é aquele que, embora possa saber o preço de tudo, não sabe o valor de nada!
Prazer em (re)conhecer-te, fora dos blogs e ... em busca do mesmo livro!
Já o começaste a ler?
O meu é para oferecer!
Abraço
e
até uma próxima!
Não gosto muito da escrita do senhor. Mas vou ler. Não sei é se não o deixo a meio, como já aconteceu a alguns outros dele. Espero ir até ao fim desta vez, se for mesmo caso disso. Jà não faço fretes.
Beijo até à vista
contigo.
com ele.
contigo.
sempre.
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