"Só canto o que quero, com quem quero, como quero e quando quero. Nunca entendi nenhum movimento, porque não tenho paciência, não posso jamais ser uma cantora de bossa nova. Uma cantora de protesto, uma cantora tropicalista. Como cada dia eu quero cantar uma coisa, prefiro não me ligar à nada e a ninguém, para poder cantar o que o meu coração mandar" - Maria Bethânia
A voz, sim. A voz. Inconfundível. Mas sobretudo a forma como a utiliza. O corpo e a maneira como sozinha em palco, o consegue encher. Os gestos, a delicadeza dos gestos que do nada de um movimento imperceptível conseguem espirais de poesia. A escolha do reportório, a poesia das palavras, soletradas com sabor, com amor, com pudor, com desvergonha.A dor e a alegria de ser. Pessoa. Brasileira. Cantora. Sem limites ou espartilhos. A vontade de ser livre. O gosto de ser genuinamente tropicalista. A floresta, o interior, o ruralismo, a paisagem, a Bahia, o Sertão (o luar e as noites), a Macumba, a defesa do ambiente (Purificar o Suboé). O amor, o amor, o amor. À terra, aos homens, aos pássaros. À doce pacatez de uma tarde em Itapoâ.
Saravah, Maria Bethânia!
Tempo, Tempo, Tempo, Tempo. Depois desse Brasileirismo ao Vivo. O gosto de ver e rever, de ouvir e re-ouvir, e voltar a ouvis. De nos embebedarmos na voz, na música, na toada. Agora em CD e DVDs de espanto. Um espectáculo de sonho no Coliseu dos Recreios, há alguns meses atrás. Maria Bethânia, a mulher, a voz. Um filme fascinante no “Famafest 2006”: “Bethânia, Música é Perfume”, do francês Georges Gachot, onde se descobre a mulher por detrás da cantora, o Brasil real por detrás do turismo, o samba e a bossa nova.A coragem de enquadrar fico o rosto e sustentar o gesto, o olhar, a inquietação do corpo, o chop, os bastidores, a vida. Na rua e no palco. O processo criativa de uma das mais brilhantes vozes do Brasil.
Saravah, Maria Bethânia!
Ontem ouvi e vi o seu último “Tempo” e como sempre o tempo correu doce.
"Pensei que não havia novidade para fazer outro filme, mas achei que o Gachot tinha um olhar diferente e queria se aprofundar mais no meu gosto musical" (Maria Bethânia
"É uma imperdível incursão na vida dessa grande artista. Para quem gosta de Bethânia. Ou de música, simplesmente" Ricardo Feltrin "Editor-chefe da Folha Online"
"Maria Bethânia - Música É Perfume" não é um documentário convencional. Mais interessado no processo criativo e nas interpretações da cantora do que em rememorar datas e episódios, o director Georges Gachot desenha um retrato musical que chega a surpreender pelo grau de proximidade que estabelece com Bethânia-artista sempre muito ciosa de sua intimidade "Estadão de São Paulo"
“Quem assiste ao documentário de Georges Gachot encontra um filme sensível e refinado." “O Globo"
“Gachot reinventa Tolstoi - "A arte só é universal quando nasce de dentro." Ser artista é lançar pontes. Como Maria Bethânia faz. "Estadão do São Paulo" (Luiz Carlos Merten)
“O motivo do filme, porém, não é o país - é a voz. Ou seria mesmo o contrário? Talvez nem um nem outro, talvez os dois. ''Maria Bethânia: música é perfume'' - com exibição de gala no Festival do Rio hoje, com a presença do diretor Georges Gachot - é sobre uma voz que é um país, um país que é uma voz: "O Globo" (Leonardo Lichote)
“Maria Bethânia: música é perfume é comovente e traça sem pretensões o perfil de uma das nossa maiores intérpretes, que é capaz de dizer abertamente, com todas as letras ''Eu odeio o pôr do sol. Essa coisa meio barro, meio tijolo''. Querem mais autenticidade?” "Jornal do Brasil"
"La fatale beauté de tous les acteurs de cette histoire
achève d'inscrire "Musica e Perfume" parmi les meilleurs documentaires sur la musique de ces dernières années." Richard Robert, Les Inrockuptibles
“Ce film n'est ni un documentaire, ni un film sur la musique. C'est plutôt un film fait musique ou une musique faite film, tant les images et la musique ne font qu'un. "Aux arts etc.ch" (Françoise Bieri)
"Georges Gachot, qui s 'est illustré par des films sur Beat Richner et Martha Argerich, signe un petit bijou consacré à la reine de la musique brésilienne."Le Matin"
"Une évocation puissante de la grande chanteuse brésilienne."Le Monde"
La musique, précisément, construit le rythme des images, tandis que les inflexions du portugais du Brésil créent une autre mélodie à part entière. Si bien que les confidences de Maria, de son frère Caetano Veloso ou de leur ami et confrère Chico Buarque envoûtent aussi sûrement que la musique omniprésente sur la formidable bande-son. Un régal. "Tribune de Genève"
“Le film nous plonge dans l'univers de la musique brésilienne, guidé par Maria Bethânia, la plus célèbre des chanteuses brésiliennes. Egérie de la contre culture avant de devenir la reine des ballades romantiques, Maria Bethânia, en nous laissant pénètrer dans l?intimité de son travail, nous offre l'occasion rêvée de comprendre cette histoire de la musique brésilienne de l'intérieur. Maria Bethânia retrace son parcours musical en écho avec l'évolution de la société brésilienne et de sa musique. A ses côtés, Georges Gachot a réuni un plateau de rêve: Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Nana Caymmi et Miucha, tous acteurs et témoins d'une des plus riches histoires de la musique de notre temps.”
Maria Bethânia
Nasceu a 18 de Junho de 1946, em Santo Amaro da Purificação, Bahia, Brasil. Irmã de Caetano Veloso.
Filmografia
Como actriz:
2003 - O Ovo (Narradora)
1983 - Plunct, Plact, Zuuum (Fada)
1972 - Quando o Carnaval Chegar (Rosa)
1968 – O Homem Que Comprou o Mundo
1967 - Garota de Ipanema
Como cantora:
2005 - 2 Filhos de Francisco - A História de Zezé di Camargo & Luciano (canta: "Tristeza do Jeca")
1969 – Antonio das Mortes ou O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro,
1967 - Cara a Cara
1962 - Moleques de Rua
Como ela própria:
2005 - Vinicius
2005 - Maria Bethânia: Música é Perfume
2004 - Maria Bethânia - Brasileirinho ao Vivo
2003 - Maricotinha ao Vivo
2002 - Outros (Doces) Bárbaros
2001 - Show nº271
1998 - Show nº 109
1998 - Show nº 107
1997 - Show nº 82
1997 - Show nº 49
1999 - Chico e as Cidades
1998 - Enredando sombras
1980 - Certas Palavras com Chico Buarque
1977 - Os Doces Bárbaros
1972 - Saravah
1966 - Bethânia Bem de Perto - A Propósito de um Show
1965 - O Desafio
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