EDUARDO PRADO COELHO
Ontem escrevi no PC o cartaz, numa folha de A4, para colocar nas portas do café Vávà a anunciar a próxima Tertúlia. Coloquei a informação no blogue do Vava.Diando. Seria dia 26 de Setembro. O convidado era o Eduardo Prado Coelho. Haviamos combinado ao telefone, na tarde do dia 18 deste mês, quando me telefonou a dar os parabéns. Estava bem disposto, dizia sentir-se bem, os maus tempos tinham passado. Teria muito gosto em vir ao Vava.diando.
Não vai aparecer. Fisicamente.
Hoje, às oito da manhã, morreu vítima de um ataque cardiaco fulminante. Tinha 63 anos, uma vida à sua frente. Tanto ainda para escrever e criar. As suas palavras fazem-nos falta, a partir de hoje, por muito que por vezes fossem polémicas (ou até por causa disso meso). É mais um da minha geração que vai. A última vez que falámos foi à saída de uma sala de cinema, há dias, quando ambos tinhamos visto o mais recente Tarantino.
Agora o silêncio e "a noite do mundo". Dia 26 de Setembro, estarás no Vavá.
Sobre Eduardo Prado Coelho
Eduardo Prado Coelho nasceu a 29 de Março de 1944, em Lisboa. Faleceu em Lisboa, a 25 de Agosto de 2007. Casado por diversas vezes. Uma filha. Um neto.
Licenciou-se em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Doutorou-se em 1983, na mesma Universidade, com uma tese sobre “A Noção de Paradigma nos Estudos Literários”. Foi assistente na Faculdade de Letras de Lisboa entre 1970 e 1983. Em 1984, passou para a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde é actualmente professor associado no Departamento de Ciências da Comunicação. Em 1975-76, foi Director-Geral de Acção Cultural no Ministério da Cultura criado com a Revolução de Abril. Em 1988, foi para Paris ensinar no Departamento de Estudos Ibéricos da Sorbonne-Paris 3. Entre 1989 e 1998 foi conselheiro-cultural na Embaixada de Portugal em Paris. Foi Comissário para a Literatura e o Teatro da Europália portuguesa (em 1990). Colaborou na área de colóquios na Lisboa Capital Europeia da Cultura 94. Em 1997, tornou-se director do Instituto Camões em Paris. Regressou a Portugal em Outubro de 1998, tendo voltado a ser professor na Universidade Nova de Lisboa. Foi o comissário da participação portuguesa no Salon du Livre /2000.
Tem ampla colaboração em jornais e revistas e publicava uma crónica semanal sobre literatura no diário “Público”, para além de um comentário político quotidiano no mesmo jornal (“O Fio do Horizonte”). É autor de uma ampla bibliografia universitária e ensaística, onde se destacam um longo estudo de teoria literária (“Os Universos da Crítica”), vários livros de ensaios (“O Reino Flutuante”, “A Palavra sobre a Palavra”, “A Letra Litoral”, “A Mecânica dos Fluidos”, “A Noite do Mundo”, “O Cálculo das Sombras”) e dois volumes de um diário (“Tudo o que não escrevi”). Publicou recentemente “Diálogos sobre a Fé” (com D. José Policarpo) e “Dia Por Ama” (com Ana Calhau), “Crónicas no Fio do Horizonte”, sendo “Nacional e Transmissível” (Guerra e Paz, 1ªedição 2006) o seu último livro editado.
Licenciou-se em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Doutorou-se em 1983, na mesma Universidade, com uma tese sobre “A Noção de Paradigma nos Estudos Literários”. Foi assistente na Faculdade de Letras de Lisboa entre 1970 e 1983. Em 1984, passou para a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde é actualmente professor associado no Departamento de Ciências da Comunicação. Em 1975-76, foi Director-Geral de Acção Cultural no Ministério da Cultura criado com a Revolução de Abril. Em 1988, foi para Paris ensinar no Departamento de Estudos Ibéricos da Sorbonne-Paris 3. Entre 1989 e 1998 foi conselheiro-cultural na Embaixada de Portugal em Paris. Foi Comissário para a Literatura e o Teatro da Europália portuguesa (em 1990). Colaborou na área de colóquios na Lisboa Capital Europeia da Cultura 94. Em 1997, tornou-se director do Instituto Camões em Paris. Regressou a Portugal em Outubro de 1998, tendo voltado a ser professor na Universidade Nova de Lisboa. Foi o comissário da participação portuguesa no Salon du Livre /2000.
Tem ampla colaboração em jornais e revistas e publicava uma crónica semanal sobre literatura no diário “Público”, para além de um comentário político quotidiano no mesmo jornal (“O Fio do Horizonte”). É autor de uma ampla bibliografia universitária e ensaística, onde se destacam um longo estudo de teoria literária (“Os Universos da Crítica”), vários livros de ensaios (“O Reino Flutuante”, “A Palavra sobre a Palavra”, “A Letra Litoral”, “A Mecânica dos Fluidos”, “A Noite do Mundo”, “O Cálculo das Sombras”) e dois volumes de um diário (“Tudo o que não escrevi”). Publicou recentemente “Diálogos sobre a Fé” (com D. José Policarpo) e “Dia Por Ama” (com Ana Calhau), “Crónicas no Fio do Horizonte”, sendo “Nacional e Transmissível” (Guerra e Paz, 1ªedição 2006) o seu último livro editado.
Foto de EPC, homenagem do Famafest, em Março de 2007.
8 comentários:
Para mim vai viver sempre...
Lamento imenso.
Recordarei sempre a sua brilhante inteligência. E ficamos mais pobres sem a sua certeira intervenção na nossa sociedade.
Mais uma razão para manter viva a nossa memória. Nela estão permanentemente presentes os que nunca morrem.
!!
Há dias ouvia-o comentar Agustina e Bernard da Costa (se não estou em erro, este último). Gostei muitissimo. Ficaram mais ricos os que com ele privavam.
Um abraço de parabéns, atrasados, LA!
Fiquei muito triste quando li aqui a notícia e nem fui capaz de escrever nada. Ainda ontem, à hora de almoço, a sua crónica me fez companhia. Não é justo!
LA, não era nada sobre o JBC, mas sim sobre um escritor surrealista, do qual não me lembro o nome!!
os grandes ficam sempre. e tanto que nos ensinou. e tanto que nos disse. uma enorme perda.
sim. no vává a 26.
Quando se diz que o Sporting é um clube das elites, isso também tem muito a ver com o facto de ter adeptos e simpatizantes intelectuais como EPC, sem pejo de assumir que gostam de futebol e que têm um clube. EPC, que cultivava uma atitude aristocrática, não tinha preconceitos pseudo-intelectuais. Era capaz de escrever sobre o “nosso” Sporting e, mesmo assim, ser lido por quem detesta futebol. Porque quando escrevia sobre futebol abordava o fenómeno como uma pessoa normal. Com coração, cabeça e estômago. Também por isso, sendo um homem assumidamente de esquerda, chegando, às vezes, a escrever como se de um “spin doctor” do PS se tratasse, era lido e respeitado em todos os quadrantes políticos. Porque era livre nas suas escolhas, nos seus elogios e nas suas críticas. Desde a fundação do jornal “Público”, em 1990, EPC escrevia diariamente sobre as grandezas e as misérias da cultura, da política e da sociedade portuguesas, a partir dos episódios do quotidiano. Tinha amigos de estimação. E inimigos também. Como qualquer ser humano marcante e perene.
Como se chama aquela actriz "amada, idolatrada, fétichizada" pelo EPC ? Só me vem à cabeça a isabelle Adjani e NÃO é essa. Vi-a há dias num filme TV e não há meio de me lembrar do nome !!! Obrigada
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