segunda-feira, junho 25, 2012

CINEMA: CAVALO DE GUERRA


CAVALO DE GUERRA
“War Horse” começou por ser um romance assinado por Michael Morpurgo que foi adaptado a teatro por Nick Stafford, e esteve duas temporadas esgotadas no National Theatre, passando depois para o New London Theatre no West End e tendo sido estreado posteriormente na Broadway, em Nova Iorque, no Lincoln Center Theater, e depois noutros teatros, com igual sucesso de público e crítica. A encenação era espectacular, contando com cavalos mecânicos idealizados pela Handspring Puppet Company.
A obra parecia feita de encomenda para Steven Spielberg, que rapidamente a adaptou a cinema, criando um épico melodramático, oscilando entre o intimista e o grandioso, tendo um jovem como protagonista, no que relembra o Império do Sol, e tendo os horrores da guerra como cenário privilegiado, o que também é tema caro ao cineasta (quem não recorda “A Lista de Shindler”, por um lado, ou “O Regresso do Soldado Ryan”, por outro). Emoção e coragem, a denúncia da brutalidade da guerra, tudo visto numa perspectiva invulgar, pelos olhos de um adolescente apaixonado pelo seu pónei Joey, que cresce e é requisitado para entrar na I Guerra Mundial, mas igualmente observado pelo prisma do próprio animal. Não me lembro de ter visto a guerra e a sua violência gratuita descoberta pelo sentir de um cavalo que a atravessa de forma absurda. Tão ou mais absurda do que a forma como os homens para ela são atirados. 
Tudo se passa numa Inglaterra de início do século XX, a partir de uma pequena propriedade rural, onde uma pobre família compra um pónei, Joey, um animal rebelde e orgulhoso, que no entanto cria uma evidente amizade com o adolescente Albert, filho do casal de agricultores. Depois de algumas peripécias, o cavalo é incorporado no exército, quando Inglaterra e Alemanha declaram guerra uma à outra, e é enviado para terras de França, onde o conflito se trava, por entre trincheiras e arame farpado, gazes fatais e artilharia pesada. O cavalo vai sobrevivendo a tudo, chamam-lhe miraculoso, e Albert, que a princípio não tinha idade para se alistar, acaba por perseguir o “seu” cavalo pelas frentes de batalha. Há sequências memoráveis, como o cavalo preso no arame farpado enquanto fugia entre o fogo cruzado, ou a cena que junta ingleses e alemães num cessar-fogo acordado entre trincheiras para libertar o animal dos arames que se enterram na carne. Spielberg consegue imagens de uma beleza esplendorosa, mantém o filme quase sempre a um nível de melodrama contido muito bem explorado (excepção talvez à sequência francesa onde o rodriguinho se insinua) e, na globalidade, oferece-nos uma magnífica lição de coragem e audácia, de amizade e abnegação, com um excelente elenco, uma fotografia brilhante e uma banda sonora inspirada.
CAVALO DE GUERRA
Título original: War Horse
Realização: Steven Spielberg (EUA, 2011); Argumento: Lee Hall, Richard Curtis, segundo romance de Michael Morpurgo; Produção: Kathleen Kennedy, Steven Spielberg, Revel Guest, Kristie Macosko, Frank Marshall, Tracey Seaward, Adam Somner; Música: John Williams; Fotografia (cor): Janusz Kaminski; Montagem: Michael Kahn; Casting: Jina Jay; Design de produção: Rick Carter; Direcção artística: Andrew Ackland-Snow, Neil Lamont; Decoração: Lee Sandales; Guarda-roupa: Joanna Johnston; Maquilhagem: Lois Burwell, Jon Henry Gordon, Charlotte Rogers; Direcção de Produção: Geoff Dibben, Mark Graziano, Samantha Knox-Johnston, Nick Laws; Assistentes de realização: Phil Booth, David Cain, Robert Grayson, Adam Somner; Departamento de arte: Joel Chang, Lynne Divers, Paul J. Hayes, Jodie Jackman; Som: Gary Rydstrom; Efeitos especiais: Neil Corbould, Anna Krawczyk; Efeitos visuais: Rachel Faith Hanson, Nick King, Ben Morris; Companhias de produção: DreamWorks SKG, Reliance Entertainment, Amblin Entertainment, The Kennedy/Marshall Company, Touchstone Pictures; Intérpretes: Jeremy Irvine (Albert Narracott), Peter Mullan (Ted Narracott), Emily Watson (Rose Narracott), Niels Arestrup (Avô), David Thewlis (Lyons), Tom Hiddleston (Capt. James Nicholls), Benedict Cumberbatch (Maj. Jamie Stewart), Celine Buckens (Emilie), Toby Kebbell (Geordie), Patrick Kennedy (Charlie Waverly), Leonard Carow (Michael), David Kross, Matt Milne, Robert Emms, Eddie Marsan, Nicolas Bro, Rainer Bock, Hinnerk Schönemann, Gary Lydon, Geoff Bell, Liam Cunningham, Sebastian Hülk, Gerard McSorley, Tony Pitts, Irfan Hussein, Pip Torrens, Philippe Nahon, Jean-Claude Lecas, Justin Brett, etc. Duração: 146 minutos; Distribuição em Portugal: Zon Lusomundo; Classificação etária: M/ 12 anos; Estreia em Portugal: 23 de Fevereiro de 2012.

domingo, junho 24, 2012

CINEMA: O CAVALO DE TURIM



 O CAVALO DE TURIM
Antes de mais, há que prevenir: este não é um filme como os outros. Ao referir “outros” pretendo incluir na categoria muitos estilos de obras que se projectam nas salas de cinema tradicionais. Não: este não é um filme como todos esses que vemos, quer se trate do cinema americano mais comercial, até ao mais independente, quer se trate do europeu ou do asiático. Não, também não é um daqueles filmes vanguardistas e experimentais, que podem ir do ecrã todo azul ao todo negro, dos riscos às manchas, do plano único de duas horas à montagem entontecedora. Nada disso. Este é um filme muito diferente de tudo isso, e terá de ser visto enquanto tal. Não sou dos que dizem isto sim é cinema, como se este fosse o único modo de fazer filmes. Mas sempre disse que a crítica, e o espectador, deve procurar em cada obra aquilo que ela tem para dar e julgá-la enquanto tal. Longe de mim dizer que só o cinema narrativo, romanesco, a que aderem multidões é “o” cinema. Tal como “O Cavalo de Turim” não é “o” cinema. Porque o cinema, tal como qualquer manifestação artística, da literatura à música e etc., tem muitas faces, e todas elas legítimas desde que honestas, sinceras, íntegras e coerentes com os seus propósitos.
Posto isto, “O Cavalo de Turim”, do húngaro Béla Tarr, é uma experiência apaixonante, para quem a quiser sentir e entender. Depois das suas duas horas e meia de projecção, a sensação com que se fica é que saímos de um daqueles filmes híbridos de início do sonoro, quando alguns génios do mudo prevaleciam na ideia de que o cinema era mudo ou não seria e que aceitavam, apesar de tudo, um ou outro diálogo, aqui e ali, e uma boa sugestão sonora. “O Cavalo de Turim” recorda-nos assim alguns mestres do mudo, como Griffith (“O Lírio Quebrado”), Murnau (“Aurora”), Sjostrom (“O Vento”), ou mesmo alguns continuadores do estilo, como Dreyer (“A Palavra”) ou Bresson (“Peregrinação Exemplar”). Mas, ao mesmo tempo, o que “A Torinói ló” (título original húngaro) nos procura transmitir, sobretudo inquietar, é algo muito actual e que se encontra disseminado num vasto conjunto de obras recentes (“A Árvore da Vida”, “Melancolia”, “Cosmopolis”, “Procurem Abrigo”, para não falar de algumas mais comerciais, como “O Dia Depois de Amanhã” ou outros títulos catástrofe mais espectaculares). 
Béla Tarr não é conhecido do público português, a não ser dos poucos que puderam ver “O Homem de Londres” na sua edição em DVD. É um cineasta que começou como documentarista, nos finais dos anos 70, e que daí até agora construiu uma filmografia extremamente radical na sua secura de processos, na austeridade da imagem, no rigor da composição, dos longos movimentos de câmara, na excessiva duração dos planos (sobretudo se comparada com a média habitual nas salas comerciais) e na abordagem filosófica dos temas escolhidos (ele queria ser filósofo e para ele o cinema é um prolongamento dessa necessidade).
“O Cavalo de Turim” começa com uma história passada com Friedrich Nietzsche que terá visto um cavalo a ser barbaramente chicoteado, se terá intrometido entre o animal e a chibata do cocheiro, mas que a partir daí terá caído doente e enlouquecido. A sequência inaugural mostra-nos um cavalo a galopar e o velho cocheiro a chicoteá-lo até chegar à sua pobre e inóspita habitação, na deserta planície húngara. Terra de fim de mundo, onde, como iremos ver, nada acontece, ou se preferirmos, tudo acontece até ao negrume final que nos anuncia a morte. O preto e branco da deslumbrante fotografia e a quase ausência de diálogos servem plenamente as intenções do autor. 
O cocheiro (János Derzsi) vive apenas com a sua filha (Erika Bók), serve-se somente de um braço (o outro está imobilizado ao longo do corpo), veste-se e despe-se com o auxilio da filha, comem à refeição uma batata e bebem um ou dois cálices de palinka, olham a desoladora paisagem pela janela, deitam-se e acordam ao longo dos dias num ritual repetitivo que chega a rondar o ascetismo e mesmo o puritanismo mais radical. Um dia recebem a visita de um vizinho (Mihály Kormos) que lhes compra um garrafa de palinka, de outra vez passa por perto um grupo de homens e mulheres que eles julgam ciganos, e vai-se ouvindo sempre um vento cortante que assola a paisagem de forma desapiedada. O cavalo adoece e recusa-se a trabalhar mais, nega-se mesmo a comer, depois falta a água, a comida, a bebida, a luz. É o fim. A escuridão total. O fim deste mundo que lentamente fomos delapidando, como no-lo diz o seu vizinho, que denuncia ainda esta sociedade de compra e venda, sem dignidade nem futuro.
A imagem é de uma beleza que atinge por vezes o sublime na sua austeridade e contenção. Os enquadramentos, os movimentos, a duração do tempo, a secura da interpretação, tudo serve um propósito. O filme é de uma coerência estilística notável. Quem entrar na obra sai dela como que purificado, mas acabrunhado pelo desespero e o niilismo destes tempos de desesperança e desconforto. Béla Tarr afirma que este foi o seu último filme. Que nada mais tem para dizer. Este é um testamento terrífico de um visionário pessimista. Convém dar-lhe ouvidos, antes que seja demasiado tarde e a escuridão nos invada a todos.
Numa entrevista explicou: “Nada mudou. Se os tempos do comunismo eram péssimos, os do capitalismo também são. Se antes existia uma censura política, agora existe uma censura económica. Nada mudou”.
                                                                                                         Béla Tarr
O CAVALO DE TURIM
Título original: A Torinói ló
Realização: Béla Tarr e Ágnes Hranitzky (Hungria, França, Alemanha, Suiça, EUA, 2011); Argumento: László Krasznahorkai e Béla Tarr; Produção: Gábor Téni, Martin Hagemann, Juliette Lepoutre, Marie-Pierre Macia, Elizabeth Redleaf, Mike S. Ryan, Ruth Waldburger, Christine K. Walker; Música: Mihály Vig; Fotografia (p/b): Fred Kelemen; Montagem: Ágnes Hranitzky ; Design de produção: Czigler Kata; Assistentes de realização: Yann-Eryl Mer; Som: Gábor ifj. Erdélyi; Efeitos especiais: Zoltán Pataki; Companhias de produção: TT Filmmûhely, Vega Film, Zero Fiction Film, Movie Partners In Motion Film, Werc Werk Works, Fonds Eurimages du Conseil de l'Europe, Medienboard Berlin-Brandenburg, Motion Picture Public Foundation of Hungary; Intérpretes: János Derzsi (cocheiro), Erika Bók (filha do cocheiro), Mihály Kormos (Bernhard), Ricsi (cavalo), etc. Duração: 146 minutos; Distribuição em Portugal: Midas Filmes; Classificação etária: M/ 12 anos; 

PS. Por um lamentável erro, apareceu a Atalanta Filmes como distribuidora, quando se trata da Midas Filmes.  Agradeço a amável correcção da editora e agradeço ainda mais a informação de que a Midas Filmes vai editar em DVD toda a obra de Béla Terra.

domingo, junho 10, 2012

CINEMA: COSMOPOLIS



 COSMOPOLIS
 Raras vezes se encontra uma tão grande fidelidade de um filme a uma obra literária. Fidelidade à história, personagens, situações, mas, sobretudo, fidelidade ao estilo e ao sentido da própria obra. Isso acontece com “Cosmopolis”, de David Cronenberg, adaptado de um romance de Don DeLillo. Poderão alguns dizer que a versão de Cronenberg é, por isso mesmo, demasiado literária e palavrosa. Não é esse o meu entendimento. Quanto muito, poderei admitir ser o romance de Delillo muito cinematográfico, com excelentes diálogos que parecem escritos para cinema (Cronenberg afirmou que adaptou o romance em pouco mais de uma semana, o que se entende). Depois, há um outro aspecto que marca de forma absoluta esta ligação: a obra de DeLillo vai perfeitamente ao encontro de algumas das obsessões maiores de Cronenberg, sobretudo na forma como integra corpos humanos no interior de um universo altamente tecnológico, no que se aproxima muito de um dos títulos mais significativos da carreira do cineasta, “Crash”. Obviamente que “Crash” era mais violento na forma como o metal dos carros e a carne das personagens se interpenetravam. “Cosmopolis” vem directamente desse universo, mas explora outros terrenos, mais filosóficos, onde a palavra adquire um maior significado.
Eric Packer (Robert Pattinson, que vem de um mundo de vampiros adolescentes para continuar num mundo de vampiros adolescentes, mas este muito mais inquietante, pois que real) é um jovem multimilionário que não sabe a fortuna que detém, ganha sobretudo em especulação bolsista. Num dia que começa como todos os outros, sai do seu luxuoso apartamento, em Manhattan, e propõe-se atravessar Nova Iorque, na sua limusina de sete metros, para ir cortar o cabelo a um modesto barbeiro de bairro que lhe recorda a juventude. Mas em Nova Iorque o trânsito não circula. O presidente dos EUA lembrou-se de visitar Manhattan, morreu um célebre músico e o enterro percorre as avenidas em homenagem, o director do FMI foi assassinado em directo quando dava uma entrevista, há manifestações de anarquistas em tudo o que é rua e avenida, e ameaças por todo o lado, que os guarda-costas, que caminham ao lado do majestoso veiculo, vão reportando minuto a minuto. De resto, Eric Packer faz da limusina escritório para seguir e dar ordens sobre os movimentos da bolsa em todo o mundo, quarto para repouso, apartamento para encontros sexuais, clínica privada, onde recebe a visita do seu médico que o observa diariamente, local de encontro, casa de banho… Por ali passam colaboradores, amantes, informadores, médico, enquanto lhe basta descer a janela do blindado para seguir as instruções dos seus “body guards”. Numa das cenas mais ambíguas e perturbantes, o médico examina-o através de um toque rectal para descobrir uma “próstata assimétrica”, enquanto Eric fala com uma colaboradora que mantém entre as pernas uma garrafa de plástico que a excita visivelmente. Excitação que se estende aos dois, aliás. 
Mas, por vezes, Eric sai da limusina para entrar no táxi que passa ao lado, onde vai a sua recente mulher, Elise Shifrin (Sarah Gadon), para tomar o pequeno almoço com ela, para a encontrar no interior de uma livraria, para se deslocar ao barbeiro… A limusina é o seu habitat natural naquele dia, e poderá ser igualmente o carro funerário ou o escritório onde se afunda em minutos uma das maiores fortunas da América. Tudo porque o iene continua a subir no Japão e ele continua a investir, seguindo a sua teoria que, afinal, não compreendia as assimetrias e os desequilíbrios da natureza. Eric é, pois, um símbolo de um capitalismo a entrar no impasse e à beira da auto-destruição. O confronto final com um antigo colaborador, Benno Levin (Paul Giamatti), que o quer assassinar, é disso bem um reflexo. “Cosmopolis” afirma-se como o filme do colapso de uma sociedade tal como hoje a conhecemos e que não traz a felicidade ao Homem, por muito que faça felizes alguns homens, com miragens de um poder irrealista e meramente virtual. A limusina é um casulo insonorizado, ao lado do qual passam os homens e as mulheres “normais”, resignados ou enraivecidos, que prefigura a falta de contacto entre realidades bem distintas. 

O tom algo nervoso e elíptico da narrativa de DeLillo é muito bem adaptado à narrativa cinematográfica, fragmentada e caótica, onde o dinheiro deixa de ter uma história linear e onde a ultra avançada tecnologia penetra no corpo humano, sem no entanto o servir harmoniosamente. De onde resulta uma explanação aparentemente desordenada e actos gratuitos que, todavia, são parte integrante do relato estilhaçado de uma sociedade em crise, que é esta nossa actual. A fotografia de Peter Suschitzky é notável a servir os propósitos, bem como a partitura musical de Howard Shore e a nervótica montagem de Ronald Sanders. A interpretação é toda ela excelente, ainda que pessoalmente mantenha muitas reservas quanto ao talento de Robert Pattinson. Mas, neste caso, parece bem integrado e até o seu passado vampiresco se adapta bem a esta nova personagem de um yuppie à beira do colapso, por falta de hemoglobina financeira. 
Julgamos que, no futuro, “Cosmopolis” será um bom tema de partida para a análise dos tempos conturbados por que actualmente passamos. David Cronenberg prossegue a sua carreira de observador crítico de uma sociedade com ameaças virais nem sempre bem visíveis, mas que o cineasta estripa com inteligência e lucidez.
COSMOPOLIS
Título original: Cosmopolis
Realização: David Cronenberg (França, Canadá, Portugal, Itália, 2012); Argumento: David Cronenberg, segundo romance homónimo de Don DeLillo; Produção: Paulo Branco, Martin Katz, Edouard Carmignac, Walter Gasparovic, Gregoire Melin, Renee Tab, Joseph Boccia; Música: Howard Shore; Fotografia (cor): Peter Suschitzky; Montagem: Ronald Sanders; Casting: Deirdre Bowen; Design de produção: Arvinder Grewal; Guarda-roupa: Denise Cronenberg; Maquilhagem: Seth Rossman; Direcção de Produção: Joseph Boccia, Anne Mattatia, Robin M. Reelis, Lori A. Waters; Assistentes de realização: Jack Boem, Tim Cushen, Jonathan Gajewski, Justin Gajewski, Walter Gasparovic, Gerrod Shully; Departamento de arte: Ron Hewitt, Marc Kuitenbrouwer, Matt Middleton, Brad Milburn; Som: Jonathan Acbard, Rob Bertola, Michael O'Farrell; Efeitos especiais: Warren Appleby, Daniel White; Efeitos visuais: Devin Dawkins, Michael DiCarlo, Naomi Foakes, Matthew Lajoie, Wojciech Zielinski; Companhias de produção: Alfama Films, Prospero Pictures, Kinology, France 2 Cinéma, Talandracas, Téléfilm Canada, Leopardo Filmes, Canal+, Rai Cinema, Radiotelevisão Portuguesa; Intérpretes: Robert Pattinson (Eric Packer), Jay Baruchel (Shiner), Samantha Morton (Vija Kinsky), Paul Giamatti (Benno Levin), Kevin Durand (Torval), Juliette Binoche (Didi Fancher), Sarah Gadon (Elise Shifrin), Emily Hampshire (Jane Melman), Mathieu Amalric (Andre Petrescu), Patricia McKenzie (Kendra Hays), Abdul Ayoola (Ibrahim Hamadou), Anna Hardwick, K'Naan, George Touliatos, Saad Siddiqui, Philip Nozuka, Jadyn Wong, Zeljko Kecojevic, Maria Juan Garcias, Milton Barnes, Gouchy Boy, Paulette Sinclair, etc. Duração: 108 minutos; Distribuição em Portugal: Leopardo Filmes; Classificação etária: M/ 16 anos; Estreia em Portugal: 31 de Maio de 2012. 

quarta-feira, junho 06, 2012

OS CINEMAS DA EUROPA - CONVITE


LANÇAMENTO DE UM NOVO LIVRO
Na próxima terça-feira, dia 12 de Junho, no Auditório Municipal Maestro César Batalha, em Oeiras (Galerias Alto da Barra), pelas 17 horas, será vista e comentada a obra-prima "O Mundo a Seus Pés", de Orson Welles, integrada na "masterclass" "Cinema Americano" (1930-1960). 
Logo a seguir, pelas 19 horas, ocorrerá o lançamento do livro "Os Cinemas da Europa", relativo ao ciclo do ano passado. 
OS CINEMAS DA EUROPA
de Lauro António
O actual mapa da Europa é constituído por 50 países, dos quais 27 pertencem à CE, 5 se candidatam a sê-lo, 17 não aderiram nem o pretendem fazer, e um que proclamou unilateralmente a sua independência. Da Islândia à Grécia, de França ao Azerbaijão, de Espanha à Suécia, de Renoir a Parajanov, de Dreyer a Eisenstein, de Fritz Lang a Aki Kaurismaki, de Buñuel a Oliveira, que identidade?
Em termos de cinema, que Europa é esta?
A resposta a esta pergunta foi o tema de sessões que ocuparam uma “masterclass”, durante o ano de 2011, no Auditório Municipal César Batalha, nas Galerias do Alto da Barra, em Oeiras, através da qual Lauro António, realizador, crítico e professor de cinema, tentou aproximar-se de alguns dos aspectos que podem ou não definir, cinematograficamente, a identidade nacional e continental e descortinar como o cinema interage com a originalidade de cada país, a sua história, a sua cultura, os seus valores mais intrínsecos.
Em cada sessão foi abordado um país, uma cinematografia, e um filme específico de um cineasta particularmente significativo. Do resultado desse trabalho, e das folhas de sessão semanalmente distribuídas pelos espectadores, surgiu a presente obra que agora se apresenta ao público, numa edição da Câmara Municipal de Oeiras.