Mostrar mensagens com a etiqueta Liberdade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Liberdade. Mostrar todas as mensagens

domingo, abril 25, 2010

ESCREVO O TEU NOME

:



LIBERDADE

É pela ironia que começa a liberdade
Victor Hugo

Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade
Victor Hugo

Há muito poucas repúblicas no mundo, e mesmo assim elas devem a liberdade aos seus rochedos ou ao mar que as defende. Os homens só raramente são dignos de se governar a si mesmos
Voltaire

A verdadeira liberdade é podermos tudo por nós
Montaigne

A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis consentem
Montesquieu

A liberdade, esse bem que nos permite desfrutar dos outros bens
Montesquieu

A liberdade tem limites que a justiça lhes impõe
Jules Renard

Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la
Goethe

Não há sujeição tão perfeita como aquela que conserva a aparência da liberdade; dessa forma, cativa-se a própria vontade
Rousseau

Depois da liberdade desaparecer, resta um país, mas já não há pátria
Chateaubriand

Apenas é igual a outro quem prova sê-lo e apenas é digno da liberdade quem a sabe conquistar
Baudelaire

O homem que reclama a liberdade está a pensar na felicidade
Aveline , Claude Tema: Liberdade

A exigência de liberdade é uma exigência de poder
John Dewey

A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida
Cervantes

Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo
Albert Camus

Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro
Albert Camus

Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é semelhantemente infinita em cada um
Jean-Paul Sartre

Quando é preciso escolher entre liberdade e erudição, quem não dirá que prefere mil vezes a primeira?
Gandhi

Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir
George Orwell

A liberdade é um bem comum, e se todos não desfrutam dela, não serão livres nem os que se julgam como tal
Miguel Unamuno

Quem se torna senhor de uma cidade habituada a viver em liberdade e não a destrói, espere para ser destruído por ela
Maquiavel

São a força e a liberdade que fazem os homens virtuosos. A fraqueza e a escravidão nunca fizeram nada além de pessoas más
Jean Jacques Rousseau ,

Sem a liberdade de criticar não existe elogio lisonjeiro
Beaumarchais

É um estranho desejo, desejar o poder e perder a liberdade
Francis Bacon

Quando o despotismo está nas leis, a liberdade encontra-se nos costumes, e vice-versa
Balzac

terça-feira, janeiro 20, 2009

OPINIÃO, OPINIÕES

OPINIÕES
Ana Paula, no blogue “Catharsis”, repegou um tema várias vezes abordado aqui (veja-se, por exemplo, “Várias opiniões para o mesmo filme?”), num texto que julgo de todo o interesse ser debatido. Refiro-me ao valor da opinião própria. Este “Momento Filosófico” (cuja leitura recomendo) suscitou-me novas considerações a saber:
A invocação de autores do passado como Platão, que “considerava a opinião (doxa) um domínio inferior do conhecimento relativamente à ciência (episteme)”, não é, neste caso, acho eu, uma invocação inteiramente válida, dado que tanto a noção de “opinião” como a de “ciência” mudaram muito, desde então, apesar de ter sido a Grécia a criar a democracia baseada no voto do “cidadão”, isto é, na “opinião” do cidadão. Mas o conceito de “doxo” evoluiu muito de então até hoje. Se naquele tempo “doxo” se referia à opinião popular que criava a “ortodoxia”, hoje o termo opinião pode querer dizer mesmo o contrário. Assim, quando falo, por exemplo, em “opinião”, o que julgo essencial é chamar a atenção para a necessidade de cada pessoa ter uma opinião cada vez mais fundamentada sobre a vida social onde se inscreve. Quer seja para votar a política nacional, ou a política educacional, ou ajuizar o interesse de um filme, é preciso ter “opinião”. Eu sei que tecnicamente a “opinião” não pode ser valorizada do mesmo modo. Mas democraticamente todas as opiniões valem o mesmo.
Agarre-se num tema de actualidade escaldante. Falando das manifestações dos professores, por exemplo, se fossemos a ter em conta somente a opinião dos técnicos, o Ministério teria toda a razão contra as “opiniões” dos professores, que são variadas e contraditórias. Mas a verdade é que, por vezes, podem existir opiniões fora das instituições sociais mais estimulantes que as das próprias instituições, por isso é bom ouvir todas as “opiniões” o melhor fundamentadas possível e livres (assim se devem combater as “opiniões” daqueles que acham que o melhor é ir atrás das opiniões de outros, que, sabedores disso, tentam manipular o melhor que sabem e podem aqueles que não querem ter opinião e a delegam).
É obvio que se sabe que a opinião de A pode não valer tanto como a opinião de B, mas nunca estarei de acordo com a tese de que, por vezes, o melhor é não ter opinião. Até porque toda a gente tem opinião, quanto mais não seja a opinião de que o melhor é não ter opinião. Todos os totalitarismos se baseiam na anulação da opinião que não seja a dos mentores e ideólogos dessas ditaduras. Desacreditar a opinião do cidadão, é não acreditar na democracia, uma opinião de que discordo inteiramente.
O esforço maior daqueles que acreditam na democracia deverá ser inteiramente contrário, o de transformar a sociedade num todo de opiniões bem fundamentadas, mesmo que contraditórias. Por isso digo que viver em liberdade é difícil, mas o mais estimulante dos modos de viver em sociedade, pois implica ter opinião, procurar que essa opinião seja o mais bem fundada possível, impondo um trabalho pessoal de informação que nunca termina, e obrigando igualmente a respeitar as outras opiniões e a usar o direito do contraditório. Mas como diz a própria Ana Paula “não é certamente avanço oferecer opiniões desinformadas e de compromisso. É que uma opinião fundamentada não é nada fácil. Porque já se afasta do domínio do subjectivo e procura ascender ao patamar do rigor e da seriedade... Uma empreitada! Se calhar, não vale a pena viver sem a experimentar.”
Eu por mim acho mesmo que vale a pena experimentá-la, e mais do que isso, deve-se persegui-la como um valor. Tanto mais que não se sabe muito bem, hoje em dia, o que são opiniões tecnicamente correctas, nem se “há saberes que conferem autoridade em determinadas matérias”. É verdade que há. Mas também é verdade o inverso. Por isso temos de formar a nossa opinião em relação aos que possuem, ou julgam possuir, “autoridade em determinadas matérias”. Eram tecnicamente correctas as opiniões que colocaram Fernando Pessoa em segundo lugar num prémio literário ganho por um hoje desconhecido? Seria tecnicamente correcta a opinião de críticos que recusaram Van Gogh? John Ford, Howard Hawks, Alfred Hitchcock eram, nos anos 40, tidos como meros técnicos competentes, hoje são considerados autores dos maiores da história do cinema. Tudo julgamentos de “técnicos” a quem foi conferido “autoridade em determinadas matérias” na altura e que afinal pouco valiam ao lado de outras “opiniões” que apontavam para o futuro.
Posto isto, leitor/a, a minha opinião só pode ser uma: se quiser saber como comportar-se, e se é, por exemplo, professor/a, estude bem o que está em causa, tente ver para lá do fumo passageiro, e tenha opinião, deixe de ir atrás das opiniões alheias (tantas vezes comprometidas politicamente, ou de outra forma ainda mais grave). Se quiser votar no próximo governo, ouça o que dizem uns e outros, e o que prometem, leia, compare, avalie, veja a obra feita e não feita, estimule a sua inteligência e a argúcia, e vote finalmente de acordo com a sua consciência. Se acha que aquele filme pode ser interessante, vá vê-lo e depois julgue por si, apesar de haver um crítico que o arrasa e outro que o coloca nos píncaros da lua (no “Público”, “Austrália” vai das 5 estrelas à 1 estrela, quem terá razão?).
Nem a ciência é certa hoje em dia. Nem a medicina é constante. Às vezes o se prescreve hoje para certa cura, amanhã é desaconselhado. O que esteticamente hoje domina, amanhã passou à história (com h pequeno). E a sua “opinião” afinal é a melhor forma de se exteriorizar, de se afirmar, de se “ser”. Não deixe que os outros sejam por si. Afirme-se e afirme-se com a melhor argumentação possível. Esta é uma aposta total no cidadão, em alguém que quer efectivamente ser responsável, afirmar-se como um ser pensante, alguém com direito à palavra. Já dizia Frank Capra: “Peço a Palavra!”
(esta a minha "opinião", com um beijo para a Ana Paula. A imagem foi retirada do seu blogue.)

quinta-feira, maio 17, 2007

BLOGUES DEFENDEM LIBERDADE

No "Diário de Notícias" de hoje, texto de Helena Tecedeiro:



Iranianas apostam no 'bloguistão'

para resistir ao regime islâmico

Apesar de poderem votar, conduzir e de até estarem em maioria nas universidades, as mulheres do Irão continuam a poder ser presas apenas porque não estão vestidas segundo o código islâmico imposto pelo regime. Discriminadas, apesar de menos do que noutros países islâmicos, as iranianas encontraram na blogosfera um último reduto que lhes permite resistir ao ultraconservadorismo do Presidente Mahmud Ahmadinejad, longe da repressão da polícia.
Críticas ao regime ou desabafos sobre a vida sexual, tudo é possível no "bloguistão", a palavra que os iranianos usam para designar a blogosfera. Actualmente existem mais de 700 mil blogues em farsi - língua oficial do Irão - metade dos quais escritos por mulheres. "É uma forma de as iranianas dizerem 'resistimos e vamos continuar a mobilizar-nos' apesar das detenções e pressões", disse ao Le Figaro a socióloga iraniana Masserat Amir Ebrahimi.
Especialmente apreciado pelas defensoras dos direitos humanos, o "bloguistão" revela-se uma boa forma de fugir à censura: quando esta encerra um site, basta ao seu autor abrir um novo noutro endereço. Mas a liberdade dos cibernautas revela-se por vezes tão virtual como a realidade em que se movem.
Num artigo sobre a importância da blogosfera para as iranianas, o diário espanhol El Mundo revelava há dias que, em Março, quatro feministas foram condenadas por terem defendido nos seus sites a melhoria da condição da mulher no Irão. Responsáveis pela campanha "um milhão de assinaturas para a alteração das leis que discriminam as mulheres", as quatro foram acusadas de atentado à segurança nacional. E podem ser condenadas a penas de seis meses a dois anos e meio de prisão.
Tendo gozado de uma liberdade pouco comum num país muçulmano durante o regime do xá Reza Pahlevi - que nomeou várias ministras, juízas e autorizou as mulheres a usarem roupas ocidentais -, as iranianas viram o seu estatuto mudar com a Revolução Islâmica de 1979 e a chegada ao poder do ayatollah Khomeini. Hoje, podem ser apedrejadas por cometer adultério, a custódia dos filhos é automaticamente entregue ao homem em caso de divórcio e apenas têm direito a herdar metade daquilo que os homens herdam. Mesmo assim, as iranianas têm melhor acesso à educação do que outras muçulmanas e são jornalistas, médicas ou advogadas - situação impensável, por exemplo, na Arábia Saudita.
Igualdade
Se aos olhos da charia (lei islâmica) a vida de uma mulher vale metade da de um homem, na blogosfera as cibernautas sentem-se iguais aos colegas do sexo masculino. É verdade que têm de usar pseudónimos - Dona Sol, A Ameixa, A Esposa, por exemplo -, mas, quer sejam mães de família ou estudantes, estas iranianas têm online a oportunidade de se exprimirem livremente, que o regime lhes nega. "O movimento feminista não é homogéneo. Há laicas, islamitas e mulheres de vários extractos sociais. Mas todas estão unidas para conseguir a igualdade de direitos", explicou ao El Mundo María Jesús Merinero, professora na Universidade da Extremadura e autora do ensaio Resistencia creadora en Irán.
Para além das críticas de cariz político, os diários virtuais são o único local onde as iranianas podem falar de assuntos tabus como o sexo. E algumas delas não escondem mesmo nada. "Dormir com um homem qualquer? Não é um problema", confia uma cibernauta que recorre a um pseudónimo. O seu blogue é, segundo Le Figaro, inteiramente dedicado aos seus encontros amorosos, desmistificando a questão da perda da virgindade antes do casamento.
Já este ano, o Governo de Teerão ordenou o encerramento de todos os sites cujos autores não estejam identificados. Mas muitas bloguistas continuam a resistir e garantem: "A censura torna-nos mais criativas".

texto transcrito com a devida vénia do "Diário de Notícias" de hoje, 17 de Maio de 2007.