quarta-feira, dezembro 31, 2008
terça-feira, dezembro 30, 2008
segunda-feira, dezembro 29, 2008
domingo, dezembro 28, 2008
sábado, dezembro 27, 2008
ÚLTIMAS LEITURAS DE 2008
August Brill é um crítico literário retirado, que vive sozinho com uma filha e uma neta, ambas traumatizadas por casos emocionais mal resolvidos (um divórcio, uma viuvez). Ele próprio recorda a mulher desaparecida e não suporta as insónias que o deixam acordado noites a fio, durante as quais vai escrevendo uma história que se transforma num mundo paralelo: depois das conturbadas eleições de 2000, que terminaram com a vitória de Bush, os EUA voltaram a dividir-se numa nova guerra de Secessão, com Estados fiéis a Bush e outros que se revoltaram e criaram uma federação independente. Nas noites em que não escreve, vê clássicos de cinema com a neta e ambos se entretêm a prolongar o prazer da visão dos filmes, explorando os seus significados, em desenvolvidas críticas que são magníficos estudos sobre o poder da imagem (Ladrões de Bicicletas, A Grande Ilusão, O Mundo de Apu, Viagem a Tóquio). Afinal está lá tudo o que tem a ver com Paul Auster. Algo que aprendi com a idade foi a explorar em profundidade os autores que me marcam. Ler uns atrás de outros os livros de alguém que subitamente nos iluminou. E ficar depois à espera que, mais ano, menos ano, apareça um novo título para nos dizer que tudo está bem, o mundo continua a girar e nós ainda reconhecemos o reconhecível. Mesmo quando, como no caso presente, um romance se torna algo inquietante. Aqueles mundos paralelos podem não ser tão paralelos assim. Visionário por absurdo, Paul Auster não especula senão com a realidade dos nossos dias.
Todo roda à volta de um homem muito procurado, que se diz chamar Issa, devoto de Alá, jovem meio russo, meio checheno, que chega a Hamburgo vestindo um sobretudo preto comprido e morto de fome, com um passado de prisões e torturas por todos os sítios por onde passara. Quer ser médico, para ajudar os seus, usa uma pulseira de ouro, legado materno que não abandona, e sabe que em Hamburgo existe uma conta “suja” que seu pai, militar russo da velha guarda, lhe deixou com muitos milhões de euros onde não pensa tocar, mas que quer endereçar aos que sofrem na “sua” Chechénia. Uma instituição de apoio a refugiados e emigrantes manda Annabel, uma jovem advogada alemã especializada em direitos humanos, apoiar Issa e defendê-lo de uma deportação mais que óbvia. Para desenterrar a herança, têm de falar com Tommy Brue, o director do Brue Frères, um banco britânico que no passado tinha ajudado a lavar a fortuna de Karpov. Mas espiões alemães, ingleses e americanos querem chegar a Issa e a outros possíveis contactos muçulmanos acobertados em Hamburgo, com intenções muito precisas.
Curiosamente, num universo de uma total desumanidade e de uma violência extrema, não há uma morte descrita no romance. O clima é de histeria generalizada, onde o leitor não consegue deslindar o verdadeiro do falso, os factos reais das fantasias engendradas pela patologia de uma guerra sem cenário, ou que permite todos os cenários. Escrito de forma magnífica, tensa, comovente, movendo-se entre o Bem e o Mal com uma agilidade desarmante, “Um Homem Muito Procurado” acompanha-se sem descolarmos os olhos das suas páginas. Não é um “simples romance de espionagem”. É um esplêndido romance de um dos grandes escritores actuais sobre o nosso mundo. Muito inquietante, na verdade.
MYRA
“Myra”, de Maria Velho da Costa (Ed. Assírio & Alvim), é outro dos grandes romances deste fim de ano em Portugal. Uma das “Três Marias”, como ficou conhecida desde os anos 70, quando, juntamente com Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno, lançou “Novas Cartas Portuguesas”, Maria Velho da Costa já tinha atrás de si um belíssimo romance, “Maina Mendes” (1969). Licenciada em Filologia Germânica, professora no ensino secundário, membro da direcção da Associação Portuguesa de Escritores, leitora do Departamento de Português e Brasileiro do King's College, da Universidade de Londres, adjunta do Secretário de Estado da Cultura, em 1979, adida cultural em Cabo Verde, membro integrante da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, Maria Velho da Costa trabalha actualmente no Instituto Camões. Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, pelo conjunto da sua obra, em 1997, Prémio Camões, em 2002, a escritora aproximou-se várias vezes do cinema, participando na elaboração de argumentos de filmes de João César Monteiro, Margarida Gil e Alberto Seixas Santos.
“Myra”, seu mais recente romance, é uma obra admirável a vários níveis, que fica a martelar na cabeça do leitor dias a fio. Muito bem escrito, com uma ousadia de termos e de imagens invulgar, que ronda a terminologia arrevesada, mas que pela propriedade se mostra eficaz e colorida, “Myra” é ainda uma envolvente e sedutora história de fadas que termina da pior maneira possível, demonstrando que o reino das fadas e das crónicas de príncipes e princesas é mesmo coisa de “encantar”. Myra é uma menina russa que emigra para Portugal, por onde vagueia sozinha, à mercê dos maiores dissabores e constrangimentos, quando descobre, moribundo, um cão de raça violenta de que se torna amiga. Ambos irão ser adoptados uma e outra vez, ambos viajam com e sem destino pelo país, ambos conhecerão o que terá de ser conhecido por quem ler este brilhante exercício de escrita e de terror. Dois excertos, à laia de exemplo:
“O céu estava baixo e muito escuro. Havia estrias roxas e verdes na distância mais clareada do horizonte e pareciam, céu e mar, uma única onda a levantar-se para cobrir a terra. Myra tirou os sapatos e as meias rotas e ficou parada a ver aquele assombro. Se corresse por ali adentro ninguém daria com ela nunca mais, nem no país dali, nem em nenhum outro.”
(…) “Falta muito?, perguntou Myra, no desvio do descampado deserto, agreste de árvores cinza na madrugada, rebanhos de ovelhas e bois com a cabeça descida à terra ocre, de fome, de sono.
Falta o que falta da tua história. E o Sr. Kleber sorriu.
Não tenhas medo, miúda. Em todas as histórias há sempre uma ponta do paraíso, um véu de clemência que estende uma ponta, fugaz que seja.”
A não perder.
EM BUSCA DO GRANDE PEIXE
“Em Busca do Grande Peixe”, de David Lynch (Ed. Estrela Polar, 2008), é um livro de certa forma desconcertante. Tanto aborda o seu processo criativo, como se apruma como obra de bons conselhos iniciáticos, para quem a meditação é um fenómeno essencial, como base de enriquecimento da sua consciência pessoal e como aspecto fundamental para a sua criatividade. Mas não se trata de um qualquer tipo de meditação, mas sim da “Meditação Transcendental”, promovida pela “Foundation for Consciousness-Based Education and World Peace”, entidade a que destina os lucros da edição internacional desta obra, com o objectivo de angariar fundos para incentivar novos programas nas escolas de todo o mundo.
“As ideias são como peixes. Se quisermos capturar peixes pequenos, podemos ficar pelas águas pouco profundas. Mas, se quisermos capturar os peixes grandes, temos de ir mais fundo. Nas águas profundas, os peixes são mais poderosos e mais puros. São enormes e abstractos. E são muito bonitos.” Esta a ideia condutora da obra, que, todavia, conta casos concretos da concepção de certos momentos da sua obra como realizador, dos mais representativos e considerados da actualidade. Pode parecer um livro de “auto-ajuda” e é-o, sem dúvida, mas escrito por uma personalidade fascinante.
Leia-se o que David Lynch confessou a um jornalista brasileiro sobre “Meditação Transcendental”: “A meditação transcendental é uma técnica mental, uma forma antiga de meditação, trazida para o nosso tempo pelo Yogi Maharishi Mahesh. Qualquer ser humano pode usar essa técnica, se achar a chave para abrir a porta para o mais profundo nível da vida. Ciência moderna unida ao antigo oceano da pura consciência vibrante e amplamente desperta, que sempre existiu. Campo eterno, campo infinito, sem limites, que se baseia em matéria e mente. Você tem um mantra, um som bem específico de vibrações e pensamentos.
O mantra de Maharishi torna a consciência interna num mergulho natural nos profundos níveis da mente e do intelecto e então transcende. Experimenta esse oceano, experimenta uma consciência viva e todas essas qualidades positivas. Tudo que na sua vida foi sempre igual passa a expandir-se, todas essas qualidades positivas passam a expandir-se. Em pouco tempo, a vida torna-se muito boa. (…) Um mantra é uma coisa muito preciosa, ele tem que ser um suporte para a vida em todos os níveis profundos.
“ (…) Totalmente desperto é esclarecedor, e o esclarecimento é a única maneira de estar realmente desperto. Todo ser humano tem esse potencial. O potencial total do ser humano é chamado de esclarecimento. Mas precisamos desdobrar isso. Os efeitos colaterais de expandir o esclarecimento são o fim dos pensamentos negativos. Nas escolas há muito stress, muitos problemas. Eles levam os problemas para casa, depois trazem os problemas de casa de volta à escola, é um pesadelo. Passaram a existir dezasseis escolas nos EUA. Um ano antes de começarem, havia violência, tiroteio, facadas, suicídios, stress, stress e mais stress. Aprendia-se muito pouco. Eles começaram a usar a meditação transcendental há um ano e tudo mudou radicalmente. Passaram a ser escolas que todos gostariam de frequentar, as brigas acabaram, as revoltas também. As relações pessoais melhoraram.(…) Não é uma religião. Não é contra nenhuma religião. Não é um culto. É próprio do ser humano. As pessoas passam a falar. Você passa a ouvir mais e mais histórias. Não é uma coisa estranha, é uma coisa do ser humano. Achavam que meditação é muito estranho para usar em escolas e agora descobrem que estranho é não usa-la nas escolas.”
Este lado de “Em Busca do Grande Peixe” é interessante e sabemos que David Lynch não é um charlatão e está sinceramente a falar de algo que conhece e diariamente experimenta. Por outro lado, as pequenas “narrativas” de memórias cinematográficas do cineasta, essas são a não perder.
DUST
“Dust”, de Martha Grimes, é outro policial da Ed. Estampa, colecção Sombra de Dúvida, onde eu descobrira um magnifico “Marcado para Morrer”, de que já aqui falei. Pois “Dust”, nome de bar, não se aproxima da qualidade da obra de John Dunning, apesar de lhe ser aparentado no gosto pela literatura. Desta feita a intriga gira à volta do assassinato de um jovem celibatário, que é baleado num quarto de hotel, a poucos metros da casa onde vive, e a meio de uma refeição. Richard Jury, superintendente da Scotland Yard, chamado por um jovem de treze anos, seu amigo, Benny Keegan, começa a investigação que no entanto tem na inspectora Lu Aguilar, da polícia local, uma mulher surpreendentemente erótica que, cada vez que encontra Jury, o derruba com uma frontalidade e violência que põe o prédio onde este habita em polvorosa.
Billy Maples, assim se chamava a vítima, tomava conta de uma casa museu de Henry James. Aqui entra a atracção pela literatura que vem contagiando dezenas de policiais recentes. Mas desta vez essa atracção foi relativamente fatal para o romance. Martha Grimes deixa-se enredar por toda essa fancaria exterior ao nervo do romance e este não anda nem desanda durante um número excessivo de páginas. O resultado é frustrante. O que para um policial, é… frustrante..
sexta-feira, dezembro 26, 2008
MORREU HAROLD PINTER
quinta-feira, dezembro 25, 2008
quarta-feira, dezembro 24, 2008
terça-feira, dezembro 23, 2008
NATAL
segunda-feira, dezembro 22, 2008
MAIS EDGAR ALLAN POE NO CINEMA
A economia de meios é de tal forma que um filme destes é rodado em menos de duas semanas, outro se lhe segue de imediato, rodado com a mesma equipa, um elenco semelhante, os mesmos cenários, iguais adereços e guarda-roupa, de forma a que essa produção continua embarateça o orçamento, permitindo o talento de Corman que estas produções de série B sobrevivam como clássicos e filmes de culto que mantêm, quase cinquenta anos depois, toda a sua magia. (...)
domingo, dezembro 21, 2008
sábado, dezembro 20, 2008
NATAL NO VAVADIANDO
Todos têm e não têm razão, ao que suponho. Há dias, num centro comercial, uma família fazia compras de Natal e derrotava todas as ideias que se possam ter sobre o Natal. O pai irado, enxotava o filho que queria comprar um presente para um amigo, gritando-lhe em altos berros: “Coisas caras que lhe comprem os pais, que têm dinheiro para isso. Dá-lhe uma merda qualquer que já chega!” Aqui está o espírito de Natal que não vinga. Uma “merda qualquer” pode chegar sim, se dada com alguma emoção, aquela que a criança põe no desenho canhestro com que pinta uma árvore de Natal e a oferece a quem a merece segundo o seu coração. Mas nem a prenda mais cara do mundo chegará se for escolhida com a indiferença de quem arruma rapidamente uma questão incómoda que urge extirpar como um cancro. Este não é o espírito de Natal e quem não o sente, melhor fora que passasse longe do sapatinho e, se possível, se recolhesse frente ao presépio, implorando uma qualquer bênção que lhe caísse de um qualquer céu, cristão ou agnóstico.
Porque o espírito do Natal tem tudo a ver com uma certa religião, mas deveria ter sobretudo a ver com uma humanidade que todos deveríamos sentir. Todos os dias, seria o ideal, mas pelo menos nalguns dias do ano, para tornar mais habitável o planeta. Muito me espantaria se quem não é capaz de sentir esse espírito do Natal na quadra obrigatória, o fosse sentir durante o resto do ano.
Também há os que protestam sempre que chega a euforia das iluminações e dos cânticos de Natal, do lufa-lufa das compras e dos jantares de confraternização, quando se sentem explorados durante todo o tempo, injustiçados com a vida, envoltos num negrume sem esperança e isentos de toda a capacidade de ouvir o que quer que seja que os faça felizes. Compreende-se que existam e se afirmem nesta altura esses “condenados na terra” que nada têm e que sentem agravada a sua injustiça perante a indiferença de quem os olha como se não os visse.
O que julgo, porém, ser de louvar e sublinhar nesta quadra é precisamente esse renovar recorrente, ano após ano, de uma esperança em melhores dias que não esmorece, esse desejo de transformação, essa prática saudável de aquecer o coração quando os dias se tornam mais frios e as noites mais escuras. Há sempre uma estrela algures no céu, há sempre umas palhinhas acolhedoras, há sempre um milagre, divino ou humano, que se espera, por mais terríveis que sejam os cenários de guerra, por mais descorçoantes que sejam as crises, provocadas por esbanjadores do alheio, por mais arbitrárias que sejam as desilusões do dia a dia. O espírito do Natal tem de fazer parte dessa humanidade que não pode fugir do aconchego da nossa consciência de homens. E de homens solidários. O espírito de Natal tem de ser entendido como algo de autenticamente revolucionário, que nos ensina a resistir à adversidade e nos testa quotidianamente na nossa mais genuína fraternidade. Resistir aos tempos que nos querem matar o que de humano existe em nós, essa é a matéria dos sonhos que nos devem mover. Resistir às intempéries da venalidade, da boçalidade, da brutalidade, da desumanidade. O espírito de Natal é o que leva os poetas a nunca esquecer o horror, mas a desenhar grinaldas de esperança, lá onde só parece existir o desespero.
Por isso aqui estamos, com este “espírito de Natal” que irmana num mesmo pensamento e numa mesma emoção os que acreditam no mágico “Menino de Belém” e os que só vêem “o seu menino”, aquele que nasceu na maternidade da sua cidade, ou nas humildes palhinhas de uma choça africana do Darfur, entre lençóis de deslumbrantes e acariciantes tecidos, ou por entre os bombardeamentos no Iraque e de todos os outros Iraques deste nosso mundo. O espírito do Natal é essa insistência inusitada na vida, mesmo quando se sabe a inexorabilidade da morte. Essa resistência quase insana numa luta diária por uma dignidade humana, mesmo quando a vemos espezinhada a toda a hora em nome dos mais altos desígnios, mas afinal ao serviço dos mais ímpios dos propósitos.
Mais uma vez, cá vimos
Festejar o teu nascimento,
Nós, que, parece, nos desiludimos
Do teu advento!
Cada vez o teu Reino é menos deste mundo!
Mas vimos, com as mãos cheias dos nossos pomos,
Festejar-te, - do fundo
Da miséria que somos.
Os que à chegada
Te vimos esperar com palmas, frutos, hinos,
Somos - não uma vez, mas cada -
Teus assassinos.
À tua mesa nos sentamos;
Teu sangue e corpo é que nos mata a sede e a fome;
Mas por trinta moedas te entregamos;
E por temor, negamos o teu nome.
Sob escárnios e ultrajes,
Ao vulgo te exibimos, que te aclama;
Te rogamos nas lajes;
Te cravejamos numa cruz infame.
Depois, a mesma cruz, a erguemos,
Como um farol de salvação,
Sobre as cidades em que ferve extremos.
A nossa corrupção.
Os que em leilão a arrematamos
Como sagrada peça única,
Somos os que jogamos,
Para comédia, a tua túnica.
Tais somos, os que, por costume,
Vimos mais uma vez,
Aquecer-nos ao lume
Que do teu frio e solidão nos dês.
Como é que ainda tens a infinita paciência
De voltar, e - te esqueces
De que a nossa indigência
Recusa tudo que lhe ofereces?
Mas, se um ano tu deixas de nascer,
Se de vez se nos calar a tua voz,
Se enfim por nós desistes de morrer,
Jesus recém-nascido!, o que será de nós?!
Lisboa, Vavadiando, 19 de Dezembro de 2009 / Texto LA. Fotos MEC
sexta-feira, dezembro 19, 2008
quinta-feira, dezembro 18, 2008
quarta-feira, dezembro 17, 2008
terça-feira, dezembro 16, 2008
EDGAR ALLAN POE NO CINEMA
Este conto está na base de um filme mexicano muito curioso, datado de 1973, que se passa em França (como no original de Poe), mas que foi rodado no México, falado em inglês, dirigido por um mítico Juan López Moctezuma e que conheceu vários títulos: “The Mansion of Madness”, “Dr. Goudron's System”, “Dr. Tarr's Pit of Horrors”, “Dr. Tarr's Torture Dungeon”, “Edgar Allan Poe: Dr. Tarr's Torture Dungeon”, “House of Madness”, “La Mansión de la Locura” ou “The System of Dr. Tarr and Professor Feather”. Juan López Moctezuma é herdeiro de uma tradição mexicana de filmes de terror, que teve na presença de Luís Buñuel neste país uma forte motivação para uma inspiração surrealista e anti clerical. Moctezuma foi colaborador de Alejandro Jodorowsky, conheceu Fernando Arrabal e pode dizer-se que fez parte de um grupo que nos anos 60-70 se intitulou “Panic”, onde militava ainda Roland Topor. O “Movimento Pânico” tinha como musa a deusa Pã e uma forte influência de Buñuel e dos surrealistas franceses, bem assim como do teatro da crueldade de Antonin Artaud. A proposta era anárquica, surreal, caótica, libertina, fantástica, grotesca, libertadora… Durou mais ou menos até 1973.
segunda-feira, dezembro 15, 2008
EXPOSIÇÕES: JUAN MUNOZ EM SERRALVES
domingo, dezembro 14, 2008
UM VIOLINO NO TELHADO, I
No palco em Portugal
Ao todo são 58 actores, cantores, bailarinos e músicos, a maioria dos quais oriundos do Norte. Da Ucrânia surgiu o grupo de bailarinos que interpretam os cossacos. Excelentes.
Num teatro a rebentar pelas costuras (numa quarta-feira), com gente de todos os estratos sociais, com os rostos felizes dos espectadores a acompanharem com um visível prazer o que lhes era dado ver no palco, com muita gente nova no público (quem disse que o musical era coisa de terceira idade não sabe do que fala!), este foi o espectáculo que sabe bem ver e sabe bem saber que existe. Teatro do melhor, com público do melhor, numa noite memorável do Porto.
saber mais AQUI