segunda-feira, janeiro 31, 2011

CINEMA: UM NOVO WOODY ALLEN

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 VAIS CONHECER O HOMEM DOS TEUS SONHOS 
Um novo Woody Allen pode ser muito bom ou simplesmente bom, mas nunca é mau. “Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos” não é um Woody Allen da melhor cepa, mas é um bom aperitivo enquanto se espera por um novo “vintage”. De resto tem muitas das características que fazem do cineasta um “autor” que se reconhece à légua. Os temas constantes, as personagens que passam de obra para obra, as situações que se multiplicam, mas sobretudo o “olhar” inconfundível de um humanista com uma ponta de cinismo, um pessimista cheio de ternura pelas pessoas com quem se cruza, um ateu “graças a Deus”, um hipocondríaco com a sedução da eternidade, um desajeitado eterno sedutor que sabe muito bem escolher as mulheres com quem trabalha…
“You Will Meet a Tall Dark Stranger” confirma todos estes preceitos. É mais um daqueles puzzles com muitas figuras que procuram a felicidade e não a encontram, mas não desistem de a desejar. Nem que para tal tenham de recorrer a videntes!
É mais uma daquelas intrincadas histórias em que A ama B, que deseja C, ou D, casada com E, que seduz F, e assim por diante. O mundo é um local de solidão e desencontro, com alguns belos encontros pelo meio (é o que vale!).
Helena (a excelente Gemma Jones) anda amargurada porque o seu companheiro de sempre, com quem casara há quarenta anos, a deixou. Alfie (Anthony Hopkins) atravessa um período difícil, vê a velhice chegar e não a aceita, preferindo antes acreditar no “amor” desinteressado de uma acompanhante de luxo, Charmaine (Lucy Punch). Para aguentar a situação, Helena procura conforto no Além e nas “experimentadas” e oportunistas palavras de uma charlatã que se faz passar por vidente. Até encontrar aquele que lhe é anunciado como “o príncipe dos seus sonhos”.
Mas enquanto este “drama” acontece, outro se desenvolve com a sua filha Sally (Naomi Watts), que mantém um casamento desinteressante com Roy (Josh Brolin), um falhado escritor, que se apaixona pela vizinha da janela da frente, Dia (Freida Pinto), uma estudante de música. Mas Sally também não deixa vazio o seu coração (será o coração?) e começa a lançar olhares sôfregos ao seu patrão e dono de uma galeria de arte, Greg (Antonio Banderas), que por sua vez a ignora e inicia uma relação com Iris (Anna Friel), uma artista plástica, que Sally sempre acompanhou.
É assim a vida, sem nada de muito novo ou original. Woody Allen baralha e volta a dar, mas o seu sentido de observação, o seu humor discreto e por vezes ácido, a sua magnifica direcção de actores, a sua mestria a acompanhar e interligar as diferentes narrativas faz de “Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos” uma comédia a não perder.
Com Woody Allen já sabemos ao que vamos. Jamais nos engana. Esse é um dos fascínios dos autores. Podem não estar muito inspirados, mas encontramos neles sempre o amigo que nunca nos atraiçoa.

VAIS CONHECER O HOMEM DOS TEUS SONHOS
Título original: You Will Meet a Tall Dark Stranger
Realização: Woody Allen (EUA, Espanha, 2010); Argumento: Woody Allen; Produção: Letty Aronson, Nicky Kentish Barnes, Mercedes Gamero, Jack Rollins, Jaume Roures, Stephen Tenenbaum; Fotografia (cor): Vilmos Zsigmond; Montagem: Alisa Lepselter; Casting: Patricia Kerrigan DiCerto, Gail Stevens, Juliet Taylor; Design de produção: Jim Clay; Direcção artística: Dominic Masters; Decoração: John Bush; Guarda-roupa: Beatrix Aruna Pasztor; Maquilhagem: Sharon Martin; Direcção de Produção: John Crampton, John David Gunkle; Assistentes de realização: Dan Channing-Williams, Ben Howarth, Olivia Lloyd; Departamento de arte: Paul Duff, Heather Pollington, Richard Selway; Som: Matthew Haasch; Efeitos especiais: Stuart Brisdon; Companhias de produção: Mediapro, Versátil Cinema, Gravier Productions, Antena 3 Films, Antena 3 Televisión, Dippermouth; Intérpretes: Gemma Jones (Helena Shebritch), Pauline Collins (Cristal), Anthony Hopkins (Alfie Shebritch), Naomi Watts (Sally Channing), Josh Brolin (Roy Channing), Freida Pinto (Dia), Antonio Banderas (Greg), Lucy Punch (Charmaine), Zak Orth (Narrador), Rupert Frazer, Kelly Harrison, Eleanor Gecks, Ewen Bremner, Christian McKay, Philip Glenister, Jonathan Ryland, Pearce Quigley, Neil Jackson, Lynda Baron, Fenella Woolgar, Robert Portal, Jim Piddock, Celia Imrie, Roger Ashton-Griffiths, Anna Friel, Theo James, Christopher Fulford, Johnny Harris, Alex MacQueen, Anupam Kher, Meera Syal, Joanna David, Geoffrey Hutchings, Natalie Walter, Shaheen Khan, Amanda Lawrence, etc. Duração: 98 minutos; Distribuição em Portugal: Zon Lusomundo Audiovisuais; Classificação etária: M/ 12 anos; Estreia em Portugal: 20 de Janeiro de 2011.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

CINEMA: HEREAFTER

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HEREAFTER - OUTRA VIDA


Aos oitenta anos, Clint Eastwood assina uma obra-prima e um dos seus filmes mais perfeitos. A idade aqui parece ter ajudado, dando-lhe uma clarividência e uma proximidade do tema que aborda que muito terão contribuído para o sucesso deste melodrama contido e sofrido sobre a morte e o que estará para lá dela.
“Hereafter - Outra Vida” parte de um argumento de Peter Morgan, o mesmo que estivera por detrás de “A Rainha”, “Frost/Nixon” ou “Maldito United”, inspirado escritor que aqui aborda um assunto novo de uma forma até aqui não experimentada por si. Parece que quem teve primeiramente nas mãos o argumento foi Steven Spielberg, que o terá aconselhado a Clint, aproveitado por ele e por Kathleen Kennedy para se colocaram na condição de produtores. Clint leu e gostou, sobretudo da forma como se entrelaçavam três histórias, e como se abordava um tema que é da sua especial predilecção, a morte.
Quem afirma que esta questão da morte e do que sobrevém depois dela não é tema de Clint Eastwood não deve ter visto nada deste autor, desde “Um Mundo Perfeito” a “Million Dollar Baby”, de “Imperdoável” a “Gran Torino”, de “Mystic River” a “A Troca”, não esquecendo o díptico sobre Iwo Jima. Estes sempre foram temas que abasteceram o universo de Clint Eastwood e o enformaram. Com o avançar da idade e a proximidade dessa viagem para o desconhecido é seguro que mais o preocupam e inquietam, provocando obras de uma serenidade e de um rigor que não deixam de ser surpreendentes.
Clint Eastwood é um cineasta de um classicismo fulgurante, desde que o conhecemos. Uma lição que vem certamente de David W. Griffith e John Ford e passa por mestres pessoais como Donald Siegel ou Sergio Leone. Mas que assume nele uma voz muito própria. “Hereafter - Outra Vida” demonstra tudo isso de forma sublime, confirmando, se necessário fosse, que ele é indiscutivelmente um dos maiores realizadores vivos. E um dos maiores da História do Cinema das últimas décadas.
“Hereafter - Outra Vida” parte de três histórias que se iniciam em três pontos de diferentes continentes e que acabam por reunir-se em Londres. Marie LeLay (Cécile De France), jornalista francesa, a passar férias numa paradisíaca praia do Índico, salva-se miraculosamente de morrer afogada no tsunami de 2004 que varreu as costas da Indonésia e da Tailândia, entre muitos outros países, provocando milhares de mortos. Ela atravessou o limbo entre a vida e a morte e recorda esse momento quando regressa ao trabalho no canal de televisão onde trabalha. Mas a perturbação é muita e a sua actividade profissional ressente-se. Irá tirar uns meses de folga e procurar esquecer escrevendo um livro sobre Mitterand. Mas o livro acaba por ser sobre fenómenos para-psicológicos, sobretudo relatando experiencias de quem conviveu de perto com o Além. Seja ele o que for.
Na América, George Lonegan (Matt Damon) foi um médium muito requisitado, que poderia fazer choruda carreira de vidente, explorando as suas potencialidades. Mas um médium autêntico vive atormentado pelos poderes que possui. A sua vida é um tormento e por isso abandona tudo e torna-se operário. Uma vez por outra, o seu irmão, que não perde a esperança de poder voltar a explorar o filão, obriga-o a aceitar um caso. Lonegan prefere, porém, aprender culinária. Nessas aulas encontra Melanie (Bryce Dallas Howard), por quem se começa a apaixonar, até que os seus dotes o voltam a atraiçoar. Melanie desaparece da sua vida quando este aceita revelar aspectos secretos da sua antiga existência. Lonegan volta a sentir a solidão e, inspirado pelo seu autor de eleição, Charles Dickens, viaja até Londres e visita a casa do escritor, onde um quadro famoso retém a sua atenção: os sonhos de Dickens, uma gravura povoada pelas personagens dos seus romances. Esta referência a Dickens parece-me essencial para a compreensão do filme, que se coloca sob o seu signo. Curiosamente, Dickens era o escritor de eleição de David W.Griffith.
Entretanto, em Londres, dois gémeos adolescentes, resistem a uma vida de desespero, com uma mãe drogada e alcoólica (Lyndsey Marshal), que pouca atenção lhes dá. Digamos que é uma actualização do universo londrino de Dickens e das suas personagens mais frágeis, as crianças e as mulheres. Marcus (Frankie McLaren) tem uma enorme admiração pelo irmão Jason (George McLaren), mais velho que ele alguns minutos, e não consegue suportar bem a acidental morte deste. Não mais irá abandonar o boné de Jason e procura por todas as formas saber o que se passa depois da morte. Na internet vasculha tudo o que encontra sobre o tema e descobre como as religiões o procuram manipular e os ditos videntes do oportunismo o tentam explorar. O Além é um bom negócio.
Será numa feira do livro em Londres que o destino destas três personagens se irá cruzar. Inquieto quanto ao que virá depois da morte, se depois da morte algo virá, Clint Eastwood não toma partido, não resolve o enigma, não indica soluções, mas transforma este pesadelo de uma Humanidade perdida em solidões e angústias num hino à esperança da solidariedade. O melodrama quase roça o cor-de-rosa mas Clint Eastwood é mestre a controlar emoções e a narrativa.
O filme é um exemplo de narrativa escorreita e enxuta de efeitos. Nada está ali a mais, nem a brutalidade da reconstituição do tsunami, que ostenta dos melhores efeitos visuais vistos até hoje no cinema, mas que cumprem uma função e rapidamente cedem lugar a uma progressão intimista e secreta. O mesmo se passa com a breve evocação do atentado terrorista do Metro de Londres em 2006. Ambos assinalam a violência natural e a brutalidade humana, mas não passam de sinais que marcam a progressão da narrativa, sem serem explorados abusivamente. De resto, a delicadeza do olhar de Eastwood é infinita, a sua emoção contida pode ver-se na maneira como enquadra cada plano, como os encadeia de forma seca, como dirige os actores com segurança e rigor. O seu olhar é sempre pessoal e original, seja a enquadrar um avião a levantar voo, seja a segurar um diálogo entre Lonegan e Marcus (veja-se a subtileza como o médium aceita mentir, para salvar o futuro de uma criança, que tem de se libertar do fantasma do irmão). Seja a conseguir de Cécile De France, Bryce Dallas Howard, Lyndsey Marshal ou Marthe Keller desempenhos sublimes. Cécile De France é absolutamente deslumbrante. Matt Damon é extraordinário numa composição aparentemente rígida mas, no fundo, possuidora das pequenas nuances que fazem um grande actor.
Um filme comovente e excepcional que entra directamente para a minha lista de eleitos. Raras vezes se viu falar de algo tão difícil de localizar como esse abismo negro donde ninguém regressou para contar como é, com imagens de tal forma materializadas e sensíveis como o faz Clint Eastwood. Sem entrar na exploração do sensacionalismo, sem cair no pecado de apontar saídas, apenas colocando o problema e confrontando-o com o espectador. Uma obra de génio.
Um filme que transcendeu obviamente as nomeações para os Oscars. Ficará ao lado de outros que marcaram a História do Cinema.

HEREAFTER - OUTRA VIDA
Título original: Hereafter
Realização: Clint Eastwood (EUA, 2010); Argumento: Peter Morgan; Produção: Clint Eastwood, Kathleen Kennedy, Robert Lorenz, Frank Marshall, Tim Moore, Peter Morgan, Steven Spielberg; Música: Clint Eastwood; Fotografia (cor): Tom Stern; Montagem: Joel Cox, Gary Roach; Casting: Fiona Weir; Design de produção: James J. Murakami; Direcção artística: Tom Brown, Dean Clegg, Anne Seibel, Patrick M. Sullivan Jr., Frank Walsh; Decoração: Lisa Chugg, Hélène Dubreuil, Gary Fettis; Guarda-roupa: Deborah Hopper; Maquilhagem: Frédérique Arguello, Paul Engelen; Direcção de Produção: Gilles Castera, Jeremy Johns, Tim Moore; Assistentes de realização: David M. Bernstein, Ryan Craig, Vanessa Djian, Robert Karn; Departamento de arte:Katie Gabriel, Chris Kitisakkul, Laura Whitehead; Som: Bub Asman, Alan Robert Murray; Efeitos especiais: Steve Riley; Efeitos visuais: Charley Carlat, Chad Finnerty, Craig Kief, Michael Owens; Companhias de produção: Amblin Entertainment, The Kennedy/Marshall Company, Malpaso Productions; Intérpretes: Matt Damon (George Lonegan), Cécile De France (Marie LeLay), Bryce Dallas Howard (Melanie), Frankie McLaren (Marcus / Jason), George McLaren (Marcus / Jason), Lyndsey Marshal (Jackie), Marthe Keller (Dr. Rousseau), Derek Jacobi (ele próprio), Thierry Neuvic (Didier), Steve Schirripa (professor de culinária), Cyndi Mayo Davis, Lisa Griffiths, Jessica Griffiths, Ferguson Reid, Derek Sakakura, Jay Mohr, Richard Kind, Charlie Creed-Miles, Rebekah Staton, Declan Conlon, Marcus Boyea, Franz Drameh, Tex Jacks, Taylor Doherty, Mylène Jampanoï, Stéphane Freiss, Laurent Bateau, Calum Grant, Joe Bellan, Jenifer Lewis, Tom Beard, Andy Gathergood, Helen Elizabeth, Jean-Yves Berteloot, Niamh Cusack, George Costigan, Claire Price, Surinder Duhra, Sean Buckley, Paul Antony-Barber, Selina Cadell, Céline Sallette, Joanna Croll, Jack Bence, Tim Fitzhigham, etc. Duração: 129 minutos; Distribuição em Portugal: Columbia TriStar Warner Filmes de Portugal; Classificação etária: M/ 12 anos; Estreia em Portugal: 20 de Janeiro de 2011.

domingo, janeiro 23, 2011

TEATRO: ANGEL CITY

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ANGEL CITY
“Angel City”, do norte-americano Sam Shepard (nascido em 1943), tinha tudo para ser uma peça para me agradar a cem por cento. O universo de Hollywood e do seu cinema, um argumentista, dois produtores, um técnico de som, uma secretária com aspirações a vedeta, um saxofonista, uma discussão em “huis clos” sobre a indústria, a febre do lucro que atraiçoa a criação artística, e uma metafórica poluição que invade o “lá fora”, Los Angeles, ou Culver City, e começa a corroer a pele dos que por lá se aventuram.
Sam Shepard escreveu dezenas de peças (entre elas uma muito conhecida, “Fools for Love”, que passou ao cinema pela mão de Robert Altman, “Loucos por Amor”), colaborou no argumento de filmes como “Paris Texas”, de Wim Wenders, ou “Zabriskie Point”, de Antonioni, e interpretou ainda dezenas de filmes onde deixou a marca do seu talento de actor, austero e nervoso.
Falando da sua obra de autor teatral, esta não costuma ter uma narrativa realista, preferindo invadir terrenos experimentalistas, passando pelo absurdo, a vanguarda e o simbolismo. É o caso de “Angel City” (1976) que, optando por uma aproximação metafórica, de um humor negro que joga com a mitologia norte-americana, ataca com violência e sarcasmo o espírito voraz de quem apenas pensa no lucro e na rentabilidade imediata do “produto”. Tudo certo e assunto que Sam Shepard deve conhecer e dominar como poucos, ele que, apesar disso, ou por causa disso, raramente entrou abertamente no campo da indústria e preferiu sempre trabalhar em obras onde prevaleceram os aspectos artísticos e culturais.
Mas a verdade é que “Angel City”, apesar das muitas qualidades, se me afigura obra não totalmente conseguida e algo desequilibrada. Por exemplo, a segunda parte parece-me muito mais lograda do que a primeira, para o que também deve ter contribuído em muito a montagem a que se pode assistir em “A Barraca”, com encenação de Rita Lello. Acontece que, como não conheço o original, difícil se torna uma avaliação em termos absolutos. Posso então apenas falar do espectáculo visto.
Num palco quase vazio e descarnado, uma larga janela/ecrã delimitada por néons, é a referência que imediatamente se impõe. Acrescente-se-lhe uma mesa, uma ou duas cadeiras que vão mudando de lugar e seis actores. Dois são produtores, têm entre mãos um hipotético filme que querem “de catástrofe”, e falta-lhes personagens e situações, para o que convidam um argumentista, dito “artista”, para iluminar essa ausência. O argumentista vem do Oeste de carroça, com indumentária de Buffalo Bill e muitos amuletos de índios presos ao cinto. Julgo que esta caricatura é o lado menos conseguido do espectáculo, não representa uma alternativa, mas apenas um continuar do caos que pré-existia e apenas se avoluma com a sua chegada. Depois, assistimos a uma dança da morte grotesca, com o fim que se adivinha.
Se o arranque da peça pressagia um desastre, a verdade é que no decorrer da representação o clima vai-se entrosando, e a segunda parte é mesmo bastante boa, com actores a imporem-se em personagens que vão adquirindo força e consistência no seu recorte caricatural. A encenação de Rita Lello, que tem excelentes apontamentos, cresce com o andamento, ou vai fazendo crescer o curso dos acontecimentos, e torna-se particularmente sugestiva na segunda metade. O palco divide-se em dois planos, com a janela/ecrã a adquirir uma importância e um significado cada vez mais preponderante, estabelecendo um contraponto entre a realidade do palco e a ficção da representação.
Os actores também ganham com o avançar da peça, sobressaindo os excelentes Ruben Garcia e Pedro Borges, muito bem acompanhados por Vânia Naia. Menos certos me parecem Sérgio Moras e Sérgio Moura Afonso (sobretudo pela excessiva gritaria que imprimem na primeira parte e que torna difícil perceber o texto). Boa a composição do saxofonista Paulo Curado, que é igualmente um dos autores da música original (de colaboração com Ricardo Santos e Pedro Freixo). 

A Barraca,
Quintas, sextas e sábados, às 21,30 horas, domingos, às 16,00 horas.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

OS OSCARS INGLESES - NOMEAÇÕES

A British Academy of Film and Television Arts anunciou as nomeações para os Orange British Academy Film Awards, atribuição que terá lugar no próximo dia 13 de Fevereiro. 
Nomeados: 

MELHOR FILME
BLACK SWAN - Mike Medavoy, Brian Oliver, Scott Franklin
INCEPTION - Emma Thomas, Christopher Nolan
THE KING’S SPEECH - Iain Canning, Emile Sherman, Gareth Unwin
THE SOCIAL NETWORK - Scott Rudin, Dana Brunetti, Michael De Luca, Céan Chaffin
TRUE GRIT - Scott Rudin, Ethan Coen, Joel Coen

MELHOR FILME BRITÂNICO
127 HOURS - Danny Boyle, Simon Beaufoy, Christian Colson, John Smithson
ANOTHER YEAR - Mike Leigh, Georgina Lowe
FOUR LIONS - Chris Morris, Jesse Armstrong, Sam Bain, Mark Herbert, Derrin Schlesinger
THE KING’S SPEECH - Tom Hooper, David Seidler, Iain Canning, Emile Sherman, Gareth Unwin
MADE IN DAGENHAM - Nigel Cole, William Ivory, Elizabeth Karlsen, Stephen Woolley

MELHOR REALIZADOR, ARGUMENTISTA OU PRODUTOR BRITÂNICO EM PRIMEIRA OBRA
THE ARBOR - Clio Barnard (Realizador), Tracy O’Riordan (Produtor)
EXIT THROUGH THE GIFT SHOP - Banksy (Realizador), Jaimie D’Cruz (Produtor)
FOUR LIONS - Chris Morris (Realizador e Argumentista)
MONSTERS - Gareth Edwards (Realizador e Argumentista)
SKELETONS - Nick Whitfield (Realizador e Argumentista)

MELHOR REALIZADOR
127 HOURS - Danny Boyle
BLACK SWAN - Darren Aronofsky
INCEPTION - Christopher Nolan
THE KING’S SPEECH - Tom Hooper
THE SOCIAL NETWORK - David Fincher

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
BLACK SWAN - Mark Heyman, Andrés Heinz, John McLaughlin
THE FIGHTER - Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson
INCEPTION - Christopher Nolan
THE KIDS ARE ALL RIGHT - Lisa Cholodenko, Stuart Blumberg
THE KING’S SPEECH - David Seidler

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
127 HOURS - Danny Boyle, Simon Beaufoy
THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO - Rasmus Heisterberg, Nikolaj Arcel
THE SOCIAL NETWORK - Aaron Sorkin
TOY STORY 3 - Michael Arndt
TRUE GRIT - Joel Coen, Ethan Coen

MELHOR FILME DE LÍNGUA NÃO INGLESA
BIUTIFUL - Alejandro González Iñárritu, Jon Kilik, Fernando Bovaira (México)
THE GIRL WITH THE DRAGON TATTOO - Søren Stærmose, Niels Arden Oplev (Suécia)
IO SONO L’AMORE - Luca Guadagnino, Francesco Melzi D’Eril, Marco Morabito, Massimiliano Violante (Itália)
DES HOMMES ET DES DIEUX - Xavier Beauvois (França)
EL SECRETO DE SUS OJOS - Mariela Besuievsky, Juan José Campanella (Argentina)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
DESPICABLE ME - Chris Renaud, Pierre Coffin
HOW TO TRAIN YOUR DRAGON - Chris Sanders, Dean DeBlois
TOY STORY 3 - Lee Unkrich

MELHOR ACTOR
JAVIER BARDEM - Biutiful
JEFF BRIDGES - True Grit
JESSE EISENBERG - The Social Network
COLIN FIRTH - The King’s Speech
JAMES FRANCO - 127 Hours

MELHOR ACTRIZ
ANNETTE BENING - The Kids Are All Right
JULIANNE MOORE - The Kids Are All Right
NATALIE PORTMAN - Black Swan
NOOMI RAPACE - The Girl with the Dragon Tattoo
HAILEE STEINFELD - True Grit

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
CHRISTIAN BALE - The Fighter
ANDREW GARFIELD - The Social Network
PETE POSTLETHWAITE - The Town
MARK RUFFALO - The Kids Are All Right
GEOFFREY RUSH - The King’s Speech

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
AMY ADAMS - The Fighter
HELENA BONHAM CARTER - The King’s Speech
BARBARA HERSHEY - Black Swan
LESLEY MANVILLE - Another Year
MIRANDA RICHARDSON - Made in Dagenham

MELHOR BANDA SONORA
127 HOURS - AR Rahman
ALICE IN WONDERLAND - Danny Elfman
HOW TO TRAIN YOUR DRAGON - John Powell
INCEPTION - Hans Zimmer
THE KING’S SPEECH - Alexandre Desplat

MELHOR FOTOGRAFIA
127 HOURS - Anthony Dod Mantle, Enrique Chediak
BLACK SWAN - Matthew Libatique
INCEPTION - Wally Pfister
THE KING’S SPEECH - Danny Cohen
TRUE GRIT - Roger Deakins

MELHOR MONTAGEM
127 HOURS - Jon Harris
BLACK SWAN - Andrew Weisblum
INCEPTION - Lee Smith
THE KING’S SPEECH - Tariq Anwar
THE SOCIAL NETWORK - Angus Wall, Kirk Baxter

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
ALICE IN WONDERLAND - Robert Stromberg, Karen O’Hara
BLACK SWAN - Thérèse DePrez, Tora Peterson
INCEPTION - Guy Hendrix Dyas, Larry Dias, Doug Mowat
THE KING’S SPEECH - Eve Stewart, Judy Farr
TRUE GRIT - Jess Gonchor, Nancy Haigh

MELHOR GUARDA-ROUPA
ALICE IN WONDERLAND - Colleen Atwood
BLACK SWAN - Amy Westcott
THE KING’S SPEECH - Jenny Beavan
MADE IN DAGENHAM - Louise Stjernsward
TRUE GRIT - Mary Zophres

MELHOR SOM
127 HOURS - Glenn Freemantle, Ian Tapp, Richard Pryke, Steven C Laneri, Douglas Cameron
BLACK SWAN - Ken Ishii, Craig Henighan, Dominick Tavella
INCEPTION - Richard King, Lora Hirschberg, Gary A Rizzo, Ed Novick
THE KING’S SPEECH - John Midgley, Lee Walpole, Paul Hamblin
TRUE GRIT - Skip Lievsay, Craig Berkey, Greg Orloff, Peter F Kurland, Douglas Axtell

MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
ALICE IN WONDERLAND - Nominees TBC
BLACK SWAN - Dan Schrecker
HARRY POTTER AND THE DEATHLY HALLOWS PART 1 - Tim Burke, John Richardson, Nicolas Ait'Hadi, Christian Manz
INCEPTION - Chris Corbould, Paul Franklin, Andrew Lockley, Peter Bebb
TOY STORY 3 - Nominees TBC

MELHOR CARACTERIZAÇÃO
ALICE IN WONDERLAND - Nominees TBC
BLACK SWAN - Judy Chin, Geordie Sheffer
HARRY POTTER AND THE DEATHLY HALLOWS PART 1 - Amanda Knight, Lisa Tomblin THE KING’S SPEECH - Frances Hannon
MADE IN DAGENHAM - Lizzie Yianni Georgiou

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
THE EAGLEMAN STAG - Michael Please
MATTER FISHER - David Prosser
THURSDAY - Matthias Hoegg

MELHOR CURTA-METRAGEM
CONNECT - Samuel Abrahams, Beau Gordon
LIN - Piers Thompson, Simon Hessel
RITE - Michael Pearce, Ross McKenzie, Paul Welsh
TURNING - Karni Arieli, Saul Freed, Alison Sterling, Kat Armour-Brown
UNTIL THE RIVER RUNS RED - Paul Wright, Poss Kondeatis

THE ORANGE WEDNESDAYS RISING STAR AWARD
(a ser atribuído por votação do público)
GEMMA ARTERTON
ANDREW GARFIELD
TOM HARDY
AARON JOHNSON
EMMA STONE

quinta-feira, janeiro 20, 2011

UNIVERSIDADE DE LISBOA: 100 ANOS 100 LIÇÕES

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   Primeiro ciclo de palestras do programa "100 Lições"
Programação anunciada:

Janeiro
Seg. 24/01
Adriano Moreira
Ter. 25/01
Manuel João Vieira
Pedro Proença
Qua. 26/01
Irene Pimentel
João Lavinha
Qui. 27/01
Joaquim Leitão
Simonetta Luz Afonso
Seg. 31/01
Fernando Mascarenhas
Maria Filomena Guerra

Fevereiro
Ter. 1/02
André Gonçalves Pereira
Jorge Braga de Macedo
Qua. 2/02
Rui Sanches
Lídia Jorge
Qui. 3/02
José Soares Martinez
João Seabra
Seg. 7/02
Gastão Cruz
Maria Isabel Barreno
Ter. 8/02
Nuno Júdice
Lauro António
Qua. 9/02
Guilherme Oliveira Martins
Vasco Graça Moura
Qui. 10/02
Carlos Matos Ferreira
Pedro Santana Lopes
Sex. 11/02
Carlos Caldas
Seg. 14/02
José Esperança Pina
Manuel Costa Cabral
Ter. 15/02
Fernando Rosas
Miguel Galvão Teles
Qua. 16/02
Francisco Bethencourt
Martim de Albuquerque
Qui. 17/02
António Marques
Luciano Pinto Ravara
Seg. 21/02
Alberto Costa
Júlio Castro Caldas
Ter. 22/02
Raul Rosado Fernandes
Carlos Santos Ferreira
Qua. 23/02
Maria José Morgado
Diogo Freitas do Amaral
Qui. 24/02
António Costa
Fernando Ribeiro
Seg. 28/02
João Pinharanda
Fernando Catarino

Março
Ter. 1/03
Maria Isabel Alçada
Adaberto Campos
Qua. 2/03
Francisco Pinto Balsemão
Teresa Patrício Gouveia
Qua. 3/03
Vasco Vieira de Almeida
Filomena Mónica
Qui. 9/03
Vítor Melícias
Luísa Leal Faria

Sala de Conferências, Reitoria da Universidade de Lisboa
24 de Janeiro a 12 de Maio (de segunda a sexta-feira), 18h-20h

quarta-feira, janeiro 19, 2011

CINEMA: O TURISTA E ANTHONY ZIMMER

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 O TURISTA
E “ANTHONY ZIMMER
 
Ora bem, cá vou eu desafiar a opinião dominante. “O Turista” tem sido demolido pela maioria da crítica. Eu vi e gostei. Foi um filme que me deu especial prazer ver, não como uma obra essencial na história do cinema, mas como um divertimento ou/e entretenimento inteligente, engraçado, gostoso, bem interpretado, rodado com cuidado, fotografado com sofisticação numa Veneza de luxo, como há muito não via. Por tudo isso, foram duas horas bem passadas, a bordo de um conto de fadas, com um cheirinho a 007, outro a “Ocean's Eleven”. Nada de muito denso ou particularmente propenso ao pensamento profundo, mas o cinema também é isto, um filme que se consome como uma taça de champanhe, borbulhante e vistosa.

Muitos caíram em cima do alemão Florian Henckel von Donnersmark, o realizador que nos dera o excelente pesadelo ambientado na RDA, "As Vidas dos Outros", revelação de um cineasta e de uma sociedade concentracionária, controlada pela famigerada STASI. Foi Óscar de melhor filme em língua não inglesa e catapultou o autor para a glória e para Hollywood. Agora trocou o pesadelo pelo sonho, ainda que não tenha abandonado os ambientes das intrigas internacionais onde o indivíduo pouco conta. Mas a forma ligeira como aborda o tema, roçando a comédia, um tipo de comédia romântica atravessada pela aventura e o mistério, com golpes de cintura a cada passo, parece que deixou muitos incomodados. Pela minha parte gostei, diverti-me bastante, achei magnífica a paródia da estonteante “vamp” que nos oferece a belíssima Angelina Jolie e do americano parolo construído pelo desconcertante Johnny Deep. As filmagens aéreas de Veneza são fabulosas, o ritmo da aventura é compassado, saboreado, inspirador. Tudo é pura fantasia, por vezes parece “desenho animado”, mas o pretendido é isso mesmo, caricatura, paródia, divertimento. Luxuoso, bem paramentado, em cenários de maravilha, majestosos quartos de hotéis, canais à luz do luar, correrias loucas de TGV entre Paris e Veneza, esplanadas e restaurantes que fazem sonhar.  Cinco estrelas, luxo.
O argumento, assinado pelo próprio Florian Henckel von Donnersmarck, de colaboração com Christopher McQuarrie, Julian Fellowes, segundo história de Jérôme Salle (que escrevera e realizara, em 2005, em França, "Anthony Zimmer", com a mesma história), é engenhoso: Elise Clifton-Ward (Angelina Jolie) anda a ser vigiada pela Scotand Yard que julga que ela os conduzirá até Alexander Pierce, um talentoso ladrão de alta-roda que roubara para cima de 2 biliões de dólares a um mal-encarado gangster da máfia russa, sem pagar os respectivos impostos. Alexander Pierce deixa uma mensagem a Elise para esta ir ao seu encontro em Veneza, pedindo-lhe, entretanto, para engatar alguém parecido com ele que possa enganar as autoridades. Ela assim faz e facilmente seduz Frank Tupelo (Johnny Depp), um professor de matemática que viaja no mesmo TGV. Em Veneza mantém o equívoco e Frank é tomado por Alexander Pierce, quer pela polícia, quer pelo gang do russo traído. O resultado faz lembrar, por vezes, “A Pantera Cor-de-Rosa”, sem cair no burlesco. Timothy Dalton, um ex-007, é aqui um circunspecto inspector-chefe, para a brincadeira ser total.
Claro que não é uma obra-prima, julgo que nem o pretendia ser. Mas o que ambicionava ser, consegui-o plenamente. De 0 a 5, 3 estrelas.
Mas lá que os argumentistas americanos andam com falta de inspiração, isso é verdade. Lado a lado, nas salas de Lisboa, dois filmes que se inspiram em originais franceses, nenhum deles uma obra de referência obrigatória, apesar de terem ambos imaginosos guiões. Depois de “Nathalie”, agora foi a vez do “remake” de “Anthony Zimmer”, obra de 2005, assinada por Jérôme Salle.  ~

Neste filme, Anthony Zimmer é um especialista em branquear dinheiro, por isso mesmo muito procurado. Quer pela polícia, aqui chefiada por Akerman (interpretado por um recuperado Sami Frey), quer pelo gang de mafiosos que enganou. A mulher bonita é agora Chiara (uma esplendorosa Sophie Marceau), que, a bordo de um TGV, desta feita a caminho de Cannes, seduz, com os mesmos propósitos, um tradutor de textos técnicos, o atarantado François Taillandier (Yvan Attal). O resto não difere muito de “O Turista”, nem nas peripécias, nem nos propósitos, nem nos resultados.
Jérôme Salle é, sobretudo, conhecido como argumentista, mas com esta sua estreia na longa-metragem como realizador ganhou um César (os Oscars franceses). Não se pode afirmar que tenha ficado para a história e devo dizer que prefiro a versão norte-americana, muito embora os actores sejam bons e o Carlton, em Cannes, tenha uma vista fabulosa. Os diálogos são bem construídos. O “lay-out” do filme tem algum charme, mas não chega a champanhe. Este fica-se pelo espumante. O que para um produto francês, quer dizer alguma coisa.

O TURISTA
Título original: The Tourist
Realização: Florian Henckel von Donnersmarck (EUA, França, 2010); Argumento: Florian Henckel von Donnersmarck, Christopher McQuarrie, Julian Fellowes, segundo Jérôme Salle ("Anthony Zimmer"); Produção: Gary Barber, Roger Birnbaum, Jonathan Glickman, Ron Halpern, Tim Headington, Graham King, David Nichols, Denis O'Sullivan, Lloyd Phillips; Música: James Newton Howard; Fotografia (cor): John Seale; Montagem: Joe Hutshing, Patricia Rommel; Casting: Susie Figgis; Design de produção: Jon Hutman; Direcção artística: Susanna Codognato, Marco Trentini; Decoração: Anna Pinnock; Guarda-roupa: Colleen Atwood; Maquilhagem: Frédérique Arguello, Karen Asano-Myers, Giorgio Gregorini, Toni G, Joel Harlow, Colin Jamison; Direcção de Produção: Laura Cappato, Lilia Cioccarelli, Francesco Marras, Lisa Rodgers, Gregor Wilson; Assistentes de realização: Steve E. Andrews, Jonny Benson, Consuelo Bidorini, Mathilde Cavillan, Aurore Coppa, Gil Kenny, Guilhem Malgoire, Alberto Mangiante, Barbara Pastrovich; Departamento de arte: Stéphane Cressend, Claudio Magrini, Heather Pollington; Som: Ann Scibelli; Efeitos especiais: Stefano Corridori, Jeremy Lovett, Dominic Tuohy; Efeitos visuais: Erik Courtney, Zack Fox, Andrew Lewitin, Ted Rae; Companhias de produção: GK Films, Spyglass Entertainment, Studio Canal; Intérpretes: Johnny Depp (Frank Tupelo), Angelina Jolie (Elise Clifton-Ward), Paul Bettany (Inspector John Acheson), Timothy Dalton (Inspector chefe Jones), Steven Berkoff (Reginald Shaw), Rufus Sewell, Christian De Sica, Alessio Boni, Daniele Pecci, Giovanni Guidelli, Raoul Bova, Bruno Wolkowitch, Marc Ruchmann, Julien Baumgartner, François Vincentelli, Clément Sibony, Jean-Claude Adelin, Jean-Marie Lamour, Nicolas Guillot, Mhamed Arezki, Igor Jijikine, Vladimir Orlov, Vladimir Tevlovski, Alec Utgoff, Mark Zak, Neri Marcorè, Gabriele Gallinari, etc. Duração: 103 minutos; Distribuição em Portugal: Columbia TriStar Warner Filmes de Portugal; Classificação etária: M/ 12 anos; Estreia em Portugal: 6 de Janeiro de 2011.

ANTHONY ZIMMER
Título original: Anthony Zimmer
Realização: Jérôme Salle (França, 2005); Argumento: Jérôme Salle; Produção: Olivier Delbosc, Eric Jehelmann, Marc Missonnier, Alain Terzian; Música: Frédéric Talgorn; Fotografia (cor): Denis Rouden; Montagem: Richard Marizy; Casting: Brigitte Moidon; Design de produção: Laurent Piron; Decoração: Yannick Heuveline; Guarda-roupa: Carine Sarfati; Maquilhagem: Nurith Barkan, Guillaume Castagné, Gérald Porcher; Direcção de Produção: Julie Léger, François Pascaud, Eric Zaouali ; Assistentes de realização: Euric Allaire, Gabriel Levy, Colombe Savignac; Departamento de arte: Benoit Godde, Patrice Golardelle; Som: Hervé Roux, Didier Saïn, Pascal Villard; Efeitos especiais: Georges Demétrau, Sara Helminger, Christophe Messaoudi; Efeitos visuais: Alain Carsoux, Séverine De Wever; Companhias de produção: Alter Films, Canal+, Fidélité Productions, TF1 Films Production; Intérpretes: Sophie Marceau (Chiara Manzoni), Yvan Attal (François Taillandier), Sami Frey (Akerman), Gilles Lellouche (Müller), Daniel Olbrychski (Nassaiev), Samir Guesmi (Driss), Dimitri Rataud (Perez), Nicky Marbot, Olivier Chenevat, Alban Casterman, Christophe Odent, Luc Chavy, Richard Delestre, Yann de Monterno, Laurent Klug, José Fumanal, Thierry Humbert, Marc Diabira, Alain Figlarz, Yves Penay, Olivier Brocheriou, Frédéric Vaysse, Christophe Mahoudeaux, Arnaud Duléry, Aurélien Jegou, etc. Duração: 90 minutos; Distribuição em Portugal: Atalanta Filmes; Classificação etária: M/ 16 anos; Estreia em Portugal: 20 de Outubro de 2005.