quinta-feira, janeiro 16, 2014

OS NOMEADOS PARA OSCARS DE 2014


E OS NOMEADOS SÃO...

Já são conhecidos os nomeados para os Oscars de 2014. Algumas surpresas, sobretudo nas ausências. Aqui fica a lista.

MELHOR FILME
«GOLPADA AMERICANA»
«CAPITÃO PHILIPS»
«O CLUBE DALAS»
«GRAVIDADE»
«HER»
«NEBRASKA»
«PHILOMENA»
«12 ANOS ESCRAVO»
«O LOBO DE WALL STREET»

MELHOR REALIZADOR
David O. Russell - «Golpada Americana»
Alfonso Cuarón - «Gravidade»
Alexander Payne - «Nebraska»
Steve McQueen - «12 anos Escravo»
Martin Scorsese - «O Lobo de Wall Street»

MELHOR ACTOR PRINCIPAL
Christian Bale GOLPADA AMERICANA
Bruce Dern NEBRASKA
Leonardo DiCaprio O LOBO DE WALL STREET
Chiwetel Ejiofor 12 ANOS ESCRAVO
Matthew McConaughey O CLUBE DE DALLAS

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
Barkhad Abdi CAPITÃO PHILLIPS
Bradley Cooper GOLPADA AMERICANA
Michael Fassbender 12 ANOS ESCRAVO
Jonah Hill O LOBO DE WALL STREET
Jared Leto O CLUBE DE DALLAS

MELHOR ACTRIZ PRINCIPAL
Melhor Atriz
Amy Adams GOLPADA AMERICANA
Cate Blanchett BLUE JASMINE
Sandra Bullock GRAVIDADE
Judi Dench FILOMENA
Meryl Streep UM QUENTE AGOSTO

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
Sally Hawkins BLUE JASMINE
Jennifer Lawrence GOLPADA AMERICANA
Lupita Nyong'o 12 ANOS ESCRAVO
Julia Roberts UM QUENTE AGOSTO
June Squibb NEBRASKA

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO
ANTES DA MEIA-NOITE Richard Linklater, Julie Delpy, Ethan Hawke
CAPITÃO PHILLIPS Billy Ray
FILOMENA Steve Coogan e Jeff Pope
12 ANOS ESCRAVO John Ridley
O LOBO DE WALL STREET Terence Winter

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL
AMERIC AN HUSTLE Eric Warren Singer e David O. Russell
BLUE JASMINE Woody Allen
O CLUBE DE DALLAS Craig Borten e Melisa Wallack
HER Spike Jonze
NEBRASKA Bob Nelson

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
OS CROODS
GRU O MALDISPOSTO 2
ERNESTO E CELESTINE
FROZEN - O REINO DO GELO
THE WIND RISES

MELHOR FOTOGRAFIA
O GRANDE MESTRE Philippe Le Sourd
GRAVIDADE Emmanuel Lubezki
A PROPÓSITO DE LWELYN DAVIS Bruno Delbonnel
NEBRASKA Phedon Papamichael
RAPTADAS Roger A. Deakins

MELHOR GUARDA-ROUPA
GOLPADA AMERICANA Michael Wilkinson
O GRANDE MESTRE William Chang Suk Ping
O GRANDE GATSBY Catherine Martin
THE INVISIBLE WOMAN Michael O'Connor
12 ANOS ESCRAVO Patricia Norris

MELHOR BANDA SONORA
A RAPARIGA QUE ROUBAVA LIVROS John Williams
GRAVIDADE Steven Price
HER William Butler e Owen Pallett
FILOMENA Alexandre Desplat
AO ENCONTRO DO SR. BANKS Thomas Newman

MELHOR CANÇÃO
Alone Yet Not Alone ALONE YET NOT ALONE,  música Bruce Broughton; letra Dennis Spiegel
Happy GRU O MALDISPOSTO 2 música e Letra Pharrell Williams
Let It Go FROZEN - O REINO DO GELO música e letra Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez
The Moon Song HER música de Karen O; letra de Karen O e Spike Jonze
Ordinary Love MANDELA: LONGO CAMINHO PARA A LIBERDADE música Paul Hewson, Dave Evans, Adam Clayton e Larry Mullen; letra Paul Hewson

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
«The Broken Circle Breakdown», de  Felix Van Groeningen / Bélgica
«The Great Beauty», de Paolo Sorrentino / Itália
« A Caça», de Dane Thomas Vinterberg  / Dinamarca
«The Missing Picture», de Rithy Panh / Cambodja
«Omar», de  Hany Abu-Assad / Palestina

MELHOR DOCUMENTÁRIO:  LONGA-METRAGEM
THE ACT OF KILLING Joshua Oppenheimer e Signe Byrge Sørensen
CUTIE AND THE BOXER Zachary Heinzerling e Lydia Dean Pilcher
DIRTY WARS Richard Rowley e Jeremy Scahill
THE SQUARE Jehane Noujaim e Karim Amer
20 FEET FROM STARDOM

MELHOR DOCUMENTÁRIO:  CURTA-METRAGEM
CAVEDIGGER Jeffrey Karoff
FACING FEAR Jason Cohen
KARAMA HAS NO WALLS Sara Ishaq
THE LADY IN NUMBER 6: MUSIC SAVED MY LIFE Malcolm Clarke e Nicholas Reed
PRISON TERMINAL: THE LAST DAYS OF PRIVATE JACK HALL Edgar Barens

MELHOR MONTAGEM
GOLPADA AMERICANA Jay Cassidy, Crispin Struthers e Alan Baumgarten
CAPITÃO PHILLIPS Christopher Rouse
O CLUBE DE DALLAS John Mac McMurphy e Martin Pensa
GRAVIDADE Alfonso Cuarón e Mark Sanger
12 ANOS ESCRAVO Joe Walker

MAQUILHAGEM E CABELO
O CLUBE DE DALLAS Adruitha Lee e Robin Mathews
JACKASS PRESENTS: BAD GRANDPA Stephen Prouty
O MASCARILHA Joel Harlow e Gloria Pasqua-Casny

DESIGN DE PRODUÇÃO
GOLPADA AMERICANA Judy Becker e Heather Loeffler
GRAVIDADE Andy Nicholson, Rosie Goodwin e Joanne Woollard
O GRANDE GATSBY Catherine Martin e Beverley Dunn
HER K.K. Barrett e Gene Serdena
12 ANOS ESCRAVO Adam Stockhausen e Alice Baker

CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
FERAL Daniel Sousa e Dan Golden
GET A HORSE! Lauren MacMullan e Dorothy McKim
MR. HUBLOT Laurent Witz e Alexandre Espigares
POSSESSIONS Shuhei Morita
ROOM ON THE BROOM Max Lang e Jan Lachauer

MELHOR CURTA-METRAGEM
AQUEL NO ERA YO  Esteban Crespo
AVANT QUE DE TOUT PERDRE Xavier Legrand e Alexandre Gavras
HELIUM Anders Walter e Kim Magnusson
PITÄÄKÖ MUN KAIKKI HOITAA? (DO I HAVE TO TAKE CARE OF EVERYTHING?) Selma Vilhunen e Kirsikka Saari
THE VOORM AN PROBLEM Mark Gill e Baldwin Li

MONTAGEM DE SOM
QUANDO TUDO ESTÁ PERDIDO Steve Boeddeker e Richard Hymns
CAPITÃO PHILLIPS Oliver Tarney
GRAVIDADE Glenn Freemantle
O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG Brent Burge
LONE SURVIVOR Wylie Stateman

MISTURA DE SOM
CAPITÃO PHILLIPS Chris Burdon, Mark Taylor, Mike Prestwood Smith e Chris Munro
GRAVIDADE Skip Lievsay, Niv Adiri, Christopher Benstead e Chris Munro
O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG Christopher Boyes, Michael Hedges, Michael Semanick e Tony Johnson
A PROPÓSIDO DE LLEWYN DAVIS Skip Lievsay, Greg Orloff e Peter F. Kurland
LONE SURVIVOR Andy Koyama, Beau Borders e David Brownlow

EFEITOS VISUAIS
GRAVIDADE Tim Webber, Chris Lawrence, Dave Shirk e Neil Corbould
O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton e Eric Reynolds
HOMEM DE FERRO 3 Christopher Townsend, Guy Williams, Erik Nash e Dan Sudick
O MASCARILHA Tim Alexander, Gary Brozenich, Edson Williams e John Frazier
ALÉM DA ESCURIDÃO - STAR TREK Roger Guyett, Patrick Tubach, Ben Grossmann e Burt Dalton

segunda-feira, janeiro 13, 2014

GLOBOS DE OURO 2014




OS GLOBOS DE OURO E OS NOMEADOS DE 2014

CINEMA

MELHOR FILME (DRAMA)
12 Anos Escravo
Capitão Phillips
Gravidade
Filomena
Rush - Duelo de Rivais

MELHOR FILME (COMÉDIA OU MUSICAL)
Golpada Americana
Her
A Propósito de Llewyn Davis
Nebraska
O Lobo de Wall Street

MELHOR REALIZADOR
Alfonso Cuarón, «Gravidade»
Paul Greengrass, «Capitão Phillips»
Steve McQueen, «12 Anos Escravo»
Alexander Payne, «Nebraska»
David O. Russel, «Golpada Americana»

MELHOR ATRIZ (COMÉDIA OU MUSICAL)
Amy Adams, «Golpada Americana»
Julie Delpy, «Antes da Meia-Noite»
Greta Gerwig, «Frances Ha»
Julia Louis-Dreyfus, «Enough Said»
Meryl Streep, «Um Quente Agosto»

MELHOR ATOR (COMÉDIA OU MUSICAL)
Christian Bale, «Golpada Americana»
Bruce Dern, «Nebraska»
Leonardo DiCaprio, «O Lobo de Wall Street»
Oscar Isaac, «A Propósito de Llewyn Davis»
Joaquin Phoenix, «Her»

MELHOR ATRIZ (DRAMA)
Cate Blanchett, «Blue Jasmine»
Sandra Bullock, «Gravidade»
Judi Dench, «Filomena»
Emma Thompson, «Saving Mr. Banks»
Kate Winslet, «Um Segredo do Passado»

MELHOR ATOR (DRAMA)
Chiwetel Ejiofor, «12 Anos Escravo»
Idris Elba, «Mandela»
Tom Hanks, «Capitão Phillips»
Matthew McConaughey, «O Clube de Dallas»
Robert Redford, «Quando Tudo Está Perdido»
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Barkhad Abdi, «Capitão Phillips»
Daniel Brühl, «Rush - Duelo de Rivais»
Bradley Coopper, «Golpada Americana»
Michael Fassbender, «12 Anos Escravo»
Jared Leto, «O Clube de Dallas»

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Sally Hawkins, «Blue Jasmine»
Jennifer Lawrence, «Golpada Americana»
Lupita Nyong'O, «12 Anos Escravo»
Julia Roberts, «Um Quente Agosto»
June Squibb, «Nebraska»

MELHOR ARGUMENTO
«Her», Spike Jonze
«Nebraska», Bob Nelson
«Filomena», Jef Pope e Steve Coogan
«12 Anos Escravo», John Ridley
«Golpada Americana», Eric Warren Singer

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
The Wind Rises (Japão)
A Vida de Adèle (França)
A Caça (Dinamarca)
O Passado (Irão)
La Grandde Belleza (Itália)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
«Frozen - O Reino de Gelo», Disney
«Gru - O Maldisposto 2», Universal
«Os Croods» , Dreamworks

MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
«Quando Tudo Está Perdido», Alex Ebert
«Mandela: Um Longo Caminho para a Liberdade», Alex Heffes
«A Rapariga que Roubava Livros», John Williams
«12 Anos Escravo», Hans Zimmer

MELHOR MÚSICA ORIGINAL
«Atlas», «Os Jogos da Fome: Em Chamas, Música: Coldplay
«Let It Go», «Frozen - O Reino do Gelo», Música: Kristen Anderson Lopez, Robert Lopez
«Ordinary Love», «Mandela: Um Longo Caminho para a Liberdade», Música: U2
«Please, Mr. Kennedy», «A Propósito de Llewyn Davis», Música: Ed Rush, George Cromarty, T Bone Burnett, Justin Timberlake, Joel Coen, Ethan Coen
«Sweeter Than Fiction», «One Chance», Música: Taylor Swift, Jack Antonoff

PRÉMIO CECIL B. DEMILLE
Woody Allen 

TELEVISÃO

MELHOR SÉRIE (DRAMA)
Breaking Bad
Downton Abbey
The Good Wife
House of Cards
Masters of Sex

MELHOR ATOR (SÉRIE DRAMA)
Bryan Cranston, «Breaking Bad»
Liev Schreiber, «Ray Donovan»
Michael Sheen, «Masters of Sex»
Kevin Spacey, «House of Cards»
James Spader, «The Blacklist»

MELHOR ATRIZ (SÉRIE DRAMA)
Julianna Margulies, «The Good Wife»
Tatiana Maslany, «Orphan Black»
Taylor Schilling, «Orange Is The New Black»
Kerry Washington, «Scandal»
Robin Wright, «House of Cards»

MELHOR SÉRIE (COMÉDIA)
A Teoria do Big Bang
Brooklyn Nine-Nine
Girls
Uma Família Muito Moderna
Parks and Recreation

MELHOR ATOR (COMÉDIA OU MUSICAL)
Jason Bateman, «Arrested Development»
Don Cheadle, «House of Lies»
Michael J. Fox, «The Michael J. Fox Show»
Jim Parsons, «A Teoria do Big Bang»
Andy Samberg, «Brooklyn Nine-Nine»

MELHOR ATRIZ (COMÉDIA OU MUSICAL)
Zooey Deschanel, «Jess e os Rapazes»
Lena Dunham, «Girls»
Edie Falco, «Nurse Jackie»
Julia Louis-Dreyfus, «Veep»
Amy Poehler, «Parks & Recreation»

MELHOR TELEFILME OU MINISSÉRIE
«American Horror Story: Coven», FX Networks
«Por Detrás do Candelabro», HBO
«Dancing On The Edge», Starz
«Top of the Lake», Sundance Channel
«White Queen», Starz

MELHOR ATOR EM TELEFILME OU MINISSÉRIE
Matt Damon, «Por Detrás do Candelabro»
Michael Douglas, «Por Detrás do Candelabro»
Chiwetel Ejiofor, «Dancing on the Edge»
Idris Elba, «Luther»
Al Pacino, «Phil Spector»

MELHOR ATRIZ EM TELEFILME OU MINISSÉRIE
Helena Bonham Carter, «Burton and Taylor»
Rebecca Ferguson, «White Queen»
Jessica Lange, «American Horror Story: Coven»
Helen Mirren, «Phil Spector»
Elisabeth Moss, «Top of the Lake»

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO EM SÉRIE, MINISSÉRIE OU TELEFILME
Josh Charles, «The Good Wife»
Rob Lowe, «Por Detrás do Candelabro»
Aaron Paul, «Breaking Bad»
Corey Stoll, «House of Cards»
Jon Voight, «Ray Donovan»

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA EM SÉRIE, MINISSÉRIE OU TELEFILME
Jacqueline Bisset, «Dancing on the Edge»
Janet McTeer, «White Queen»
Hayden Panettiere, «Nashville»
Monica Potter, «Parenthood»
Sofia Vergara, «Uma Família Muito Moderna»

quarta-feira, janeiro 08, 2014

BAFTAS: NOMEAÇÕES 2014



Saíram as nomeações para os BAFTAS (os Oscars do cinema inglês). Os resultados são os seguinte (segundo a lista da British Academy Film Awards): 

2013 NOMINATIONS 
(presented in 2014) 

BEST FILM 
12 YEARS A SLAVE Anthony Katagas, Brad Pitt, Dede Gardner, Jeremy Kleiner, Steve McQueen 
AMERICAN HUSTLE Charles Roven, Richard Suckle, Megan Ellison, Jonathan Gordon 
CAPTAIN PHILLIPS Scott Rudin, Dana Brunetti, Michael De Luca 
GRAVITY Alfonso Cuarón, David Heyman 
PHILOMENA Gabrielle Tana, Steve Coogan, Tracey Seaward 

OUTSTANDING BRITISH FILM 
GRAVITY Alfonso Cuarón, David Heyman, Jonás Cuarón 
MANDELA: LONG WALK TO FREEDOM Justin Chadwick, Anant Singh, David M. Thompson, William Nicholson 
PHILOMENA Stephen Frears, Gabrielle Tana, Steve Coogan, Tracey Seaward, Jeff Pope 
RUSH Ron Howard, Andrew Eaton, Peter Morgan 
SAVING MR. BANKS John Lee Hancock, Alison Owen, Ian Collie, Philip Steuer, Kelly Marcel, Sue Smith 
THE SELFISH GIANT: Clio Barnard, Tracy O’Riordan 

OUTSTANDING DEBUT BY A BRITISH WRITER, DIRECTOR OR PRODUCER 
COLIN CARBERRY (Writer), GLENN PATTERSON (Writer) Good Vibrations 
KELLY MARCEL (Writer) Saving Mr. Banks 
KIERAN EVANS (Director/Writer) Kelly + Victor 
PAUL WRIGHT (Director/Writer), POLLY STOKES (Producer) For Those in Peril 
SCOTT GRAHAM (Director/Writer) Shell 

FILM NOT IN THE ENGLISH LANGUAGE 
THE ACT OF KILLING Joshua Oppenheimer, Signe Byrge Sørensen 
BLUE IS THE WARMEST COLOUR Abdellatif Kechiche, Brahim Chioua, Vincent Maraval 
THE GREAT BEAUTY Paolo Sorrentino, Nicola Giuliano, Francesca Cima 
METRO MANILA Sean Ellis, Mathilde Charpentier 
WADJDA Haifaa Al-Mansour, Gerhard Meixner, Roman Paul 

DOCUMENTARY 
THE ACT OF KILLING Joshua Oppenheimer 
THE ARMSTRONG LIE Alex Gibney 
BLACKFISH Gabriela Cowperthwaite 
TIM’S VERMEER Teller, Penn Jillette, Farley Ziegler 
WE STEAL SECRETS: THE STORY OF WIKILEAKS Alex Gibney 

ANIMATED FILM 
DESPICABLE ME 2 Chris Renaud, Pierre Coffin 
FROZEN Chris Buck, Jennifer Lee 
MONSTERS UNIVERSITY Dan Scanlon 

DIRECTOR 
12 YEARS A SLAVE Steve McQueen 
AMERICAN HUSTLE David O. Russell 
CAPTAIN PHILLIPS Paul Greengrass 
GRAVITY Alfonso Cuarón 
THE WOLF OF WALL STREET Martin Scorsese 
  
ORIGINAL SCREENPLAY 
AMERICAN HUSTLE Eric Warren Singer, David O. Russell 
BLUE JASMINE Woody Allen 
GRAVITY Alfonso Cuarón, Jonás Cuarón 
INSIDE LLEWYN DAVIS Joel Coen, Ethan Coen 
NEBRASKA Bob Nelson 

ADAPTED SCREENPLAY 
12 YEARS A SLAVE John Ridley 
BEHIND THE CANDELABRA Richard LaGravenese 
CAPTAIN PHILLIPS Billy Ray 
PHILOMENA Steve Coogan, Jeff Pope 
THE WOLF OF WALL STREET Terence Winter 

LEADING ACTOR 
BRUCE DERN Nebraska 
CHIWETEL EJIOFOR 12 Years a Slave 
CHRISTIAN BALE American Hustle 
LEONARDO DICAPRIO The Wolf of Wall Street 
TOM HANKS Captain Phillips 

LEADING ACTRESS 
AMY ADAMS American Hustle 
CATE BLANCHETT Blue Jasmine 
EMMA THOMPSON Saving Mr. Banks 
JUDI DENCH Philomena 
SANDRA BULLOCK Gravity 

SUPPORTING ACTOR 
BARKHAD ABDI Captain Phillips 
BRADLEY COOPER American Hustle 
DANIEL BRÜHL Rush 
MATT DAMON Behind the Candelabra 
MICHAEL FASSBENDER 12 Years a Slave 

SUPPORTING ACTRESS 
JENNIFER LAWRENCE American Hustle 
JULIA ROBERTS August: Osage County 
LUPITA NYONG’O 12 Years a Slave 
OPRAH WINFREY The Butler 
SALLY HAWKINS Blue Jasmine 

ORIGINAL MUSIC 
12 YEARS A SLAVE Hans Zimmer 
THE BOOK THIEF John Williams 
CAPTAIN PHILLIPS Henry Jackman 
GRAVITY Steven Price 
SAVING MR. BANKS Thomas Newman 

CINEMATOGRAPHY 
12 YEARS A SLAVE Sean Bobbitt 
CAPTAIN PHILLIPS Barry Ackroyd 
GRAVITY Emmanuel Lubezki 
INSIDE LLEWYN DAVIS Bruno Delbonnel 
NEBRASKA Phedon Papamichael 
  
EDITING 
12 YEARS A SLAVE Joe Walker 
CAPTAIN PHILLIPS Christopher Rouse 
GRAVITY Alfonso Cuarón, Mark Sanger 
RUSH Dan Hanley, Mike Hill 
THE WOLF OF WALL STREET Thelma Schoonmaker 

PRODUCTION DESIGN 
12 YEARS A SLAVE Adam Stockhausen, Alice Baker 
AMERICAN HUSTLE Judy Becker, Heather Loeffler 
BEHIND THE CANDELABRA Howard Cummings 
GRAVITY Andy Nicholson, Rosie Goodwin, Joanne Woodlard 
THE GREAT GATSBY Catherine Martin, Beverley Dunn 

COSTUME DESIGN 
AMERICAN HUSTLE Michael Wilkinson 
BEHIND THE CANDELABRA Ellen Mirojnick 
THE GREAT GATSBY Catherine Martin 
THE INVISIBLE WOMAN Michael O’Connor 
SAVING MR. BANKS Daniel Orlandi 

MAKE UP & HAIR 
AMERICAN HUSTLE Evelyne Noraz, Lori McCoy-Bell 
BEHIND THE CANDELABRA Kate Biscoe, Marie Larkin 
THE BUTLER Debra Denson, Beverly Jo Pryor, Candace Neal 
THE GREAT GATSBY Maurizio Silvi, Kerry Warn 
THE HOBBIT: THE DESOLATION OF SMAUG Peter Swords King, Richard Taylor, Rick Findlater 

SOUND 
ALL IS LOST Richard Hymns, Steve Boeddeker, Brandon Proctor, Micah Bloomberg, Gillian Arthur 
CAPTAIN PHILLIPS Chris Burdon, Mark Taylor, Mike Prestwood Smith, Chris Munro, Oliver Tarney 
GRAVITY Glenn Freemantle, Skip Lievsay, Christopher Benstead, Niv Adiri, Chris Munro 
INSIDE LLEWYN DAVIS Peter F. Kurland, Skip Lievsay, Greg Orloff 
RUSH Danny Hambrook, Martin Steyer, Stefan Korte, Markus Stemler, Frank Kruse 

SPECIAL VISUAL EFFECTS 
GRAVITY Tim Webber, Chris Lawrence, David Shirk, Neil Corbould, Nikki Penny 
THE HOBBIT: THE DESOLATION OF SMAUG Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, Eric Reynolds 
IRON MAN 3 Bryan Grill, Christopher Townsend, Guy Williams, Dan Sudick 
PACIFIC RIM Hal Hickel, John Knoll, Lindy De Quattro, Nigel Sumner 
STAR TREK INTO DARKNESS Ben Grossmann, Burt Dalton, Patrick Tubach, Roger Guyett 

BRITISH SHORT ANIMATION 
EVERYTHING I CAN SEE FROM HERE Bjorn-Erik Aschim, Friederike Nicolaus, Sam Taylor 
I AM TOM MOODY Ainslie Henderson 
SLEEPING WITH THE FISHES James Walker, Sarah Woolner, Yousif Al-Khalifa 

BRITISH SHORT FILM 
ISLAND QUEEN Ben Mallaby, Nat Luurtsema 
KEEPING UP WITH THE JONESES Megan Rubens, Michael Pearce, Selina Lim 
ORBIT EVER AFTER Chee-Lan Chan, Jamie Stone, Len Rowles 
ROOM 8 James W. Griffiths, Sophie Venner 
SEA VIEW Anna Duffield, Jane Linfoot  
  
THE EE RISING STAR AWARD (voted for by the public) 
DANE DEHAAN 
GEORGE MACKAY 
LUPITA NYONG’O 
WILL POULTER 
LÉA SEYDOUX

sábado, janeiro 04, 2014

CINEMA: 12 ANOS ESCRAVO


12 ANOS ESCRAVO

Arrisco-me a escrever que “12 Anos Escravo” é o melhor filme sobre a questão da escravatura que eu alguma vez vi. E vi muitos, e alguns muito bons. Mas esta obra de Steve McQueen (autor anterior de filmes magníficos, como “Fome” e “A Vergonha”) ultrapassa-os a todos. Vamos ver se consigo explicar o porquê desta minha conclusão, e o que me terá levado a ela.
Antes de tudo o mais, o argumento é de uma inteligência extrema, adaptando uma obra autobiográfica, “Twelve Years a Slave”, de Solomon Northup, obra surgida em 1853. A história, muito resumidamente, relata as desventuras de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um negro livre que vive desafogadamente em Nova Iorque, corre o ano de 1841. Solomon é homem instruído, culto, violoncelista, casado e pai de dois filhos. Um dia é aliciado para se juntar, durante algumas semanas, a dois artistas circenses, e parte pensando arrecadar alguns dólares extra com a tournée. Sem que nada o faça prever, é raptado em Washington e levado prisoneiro para os Estados do Sul, onde a escravatura era a base da economia rural, que tinha na apanha do algodão o seu maior tesouro e na mão-de-obra escrava a razão principal do seu excessivo lucro. Aí vai passando de dono em dono, até se ver instalado na propriedade de Edwin Epps (Michael Fassbender), um latifundiário sem escrúpulos, que o trata selvaticamente, tal como a todos os outros, incluindo a sua negra “protegida”, Patsey (Lupita Nyong'o). O pesadelo de Solomon Northup estende-se por uns longos doze anos, até que consegue ser resgatado por amigos do Norte que formalizam com documentos, junto às autoridades do Sul, a sua condição de homem livre.

Há desde logo um aspecto que torna este filme diferente da grande maioria de outros títulos onde a escravatura é abordada. Antes de ser escravo, Solomon Northup é um homem livre, gozando de todos os direitos e deveres de um cidadão como qualquer outro que, em 2013, está a ver o filme. Esta identificação é decisiva para o impacto da obra. Ela mostra o absurdo da escravatura, o arbitrário de alguém ser livre agora e escravo no momento seguinte, por um simples acto de pirataria, criminoso num Estado, legalizado num outro. (É conveniente ter-se em conta que o filme se passa num período anterior à Guerra da Secessão norte-americana, que se irá prolongar entre 1861 e 1865, opondo precisamente os Estados do Norte industrializado aos do Sul rural). Depois, existe um inquietante sentido de normalidade ao longo de todo o filme, a realidade presente de uma actividade consentida e instituída, onde o Mal impera sem necessidade de disfarces ou desculpas. Estamos no domínio do terrível absurdo, mas de um absurdo banalizado, normalizado.
Deve ainda sublinhar-se uma outra questão que julgo essencial na obra: Solomon Northup é um herói na forma como consegue sobreviver à sua tragédia pessoal, mas essa sobrevivência impõe-lhe regras e sujeições que o transformam não num herói, mas num anti-herói. Ele tem de esconder a sua cultura e a sua condição, não confessa aos seus “donos” que sabe ler, aceita ver açoitar uma mulher indefesa, vê morrer companheiros de desdita, atravessa quase sempre calado um calvário de brutalidade sem nome. Numa situação limite, ele é apenas humano: quer viver. Sobreviver. A 12 anos de escravatura.

Este aspecto liga-se ao que me parece o mais importante no filme de Steve McQueen, que é a forma escolhida pelo realizador para narrar a sua história. Não há qualquer transigência com o melodramático ou a demagogia emocional. A escrita é dura e enxuta, sem rodriguinhos, a câmara enquadra de forma justa e directa, num estilo seco e objectivo. A violência existe e explode mas o olhar é distante, não por desinteresse mas por respeito. O resultado é mais grave para o espectador que se confronta ele próprio com as imagens. Por vezes, a montagem acelera, aqui e ali há um efeito certo e eficaz (o barco que leva os escravos, trajecto que é visto através das rodas que fazem avançar a embarcação, por exemplo, ou o travelling vertical que sobe da cave onde se encontram os prisioneiro, até se descobrir o outro lado de Washington). Mas o essencial de “12 Anos Escravo” é “mostrar” para o espectador ter a liberdade de perceber por si próprio, tirar as conclusões sem dirigismos constrangedores.
Produzido entre outros por Steve McQueen e Brad Pitt, tudo em “12 Years a Slave” parece perfeito, imaginado e concretizado como não pudesse ser de outra forma. Adam Stockhausen, David Stein, Alice Baker e Patricia Norris assinam direcção artística, decoração e guarda-roupa com um requinte e cuidado extremos; a fotografia de Sean Bobbitt é notável, assim como a brilhante montagem de Joe Walker e a inspirada partitura musical de Hans Zimmer. Na interpretação, raras vezes se encontra um elenco com tamanho talento, sobriedade e fulgor. Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender, Benedict Cumberbatch, Paul Dano, Paul Giamatti, Lupita Nyong'o, Sarah Paulson ou Brad Pitt são simplesmente brilhantes, fazendo de “12 Anos Escravo” uma obra-prima que certamente ira brilhar na noite nos Oscars.

12 ANOS ESCRAVO
Título original: 12 Years a Slave

Realização: Steve McQueen (EUA, 2013); Argumento: John Ridley, segundo obra de Solomon Northup ("Twelve Years a Slave"); Produção:  Dede Gardner, Anthony Katagas, Jeremy Kleiner, Steve McQueen, Arnon Milchan, Brad Pitt, Bill Pohlad, John Ridley, Tessa Ross; Música: Hans Zimmer; Fotografia (cor): Sean Bobbitt; Montagem: Joe Walker; Casting: Francine Maisler; Design de produção: Adam Stockhausen; Direcção artística:  David Stein; Decoração:  Alice Baker; Guarda-roupa: Patricia Norris; Maquilhagem: Ma Kalaadevi Ananda, Nana Fischer, Adruitha Lee; Direcção de Produção:  Alissa M. Kantrow, Alissa M. Kantrow; Assistentes de realização: Doug Torres, Mark Carter, Nathan Parker, James Roque, Ann C. Salzer, Sherman Shelton Jr.; Departamento de arte: Carl Counts, Matthew Gatlin, David Rotondo, Walter Schneider, Jim Wallis; Som: Ryan Collins, Jesse Ehredt, Kirk Francis, Robert Jackson, Robert Jackson, Tim Limer, Jordan O'Neill; Efeitos especiais: David Nash; Efeitos visuais: Elbert Irving IV, Chris LeDoux, Katie McCall, Dottie Starling; Companhias de produção: Regency Enterprises, River Road Entertainment, Plan B Entertainment, New Regency Pictures, Film4, Regency Enterprises; Intérpretes: Chiwetel Ejiofor (Solomon Northup), Michael Fassbender (Edwin Epps), Benedict Cumberbatch (William Ford), Paul Dano (John Tibeats), Paul Giamatti (Theophilus Freeman), Lupita Nyong'o (Patsey), Brad Pitt (Samuel Bass), Alfre Woodard (Harriet Shaw), Sarah Paulson (Mary Epps), Quvenzhané Wallis (Margaret Northup), Dwight Henry (Tio Abram), Michael K. Williams (Robert), Garret Dillahunt (Armsby), Scoot McNairy (Brown), Ruth Negga (Celeste), Adepero Oduye (Eliza), Chris Chalk (Clemens Ray), Christopher Berry (James Burch), Taran Killam (Hamilton), Dickie Gravois, Bryan Batt, Ashley Dyke, Kelsey Scott, Cameron Zeigler, Tony Bentley, Bill Camp, Mister Mackey Jr., Craig Tate, Storm Reid, Tom Proctor, Marc Macaulay, Vivian Fleming-Alvarez, Douglas M. Griffin, John McConnell, Marcus Lyle Brown, Richard Holden, Rob Steinberg, Anwan Glover, James C. Victor, Liza J. Bennett, Nicole Collins, J.D. Evermore, Andy Dylan, Deneen Tyler, Mustafa Harris, Gregory Bright, Austin Purnell, Thomas Francis Murphy, Andre De'Sean Shanks, Kelvin Harrison, Scott Michael Jefferson, Alfre Woodard, Isaiah Jackson, Garret Dillahunt, Topsy Chapman, Devin Maurice Evans, Jay Huguley, Devyn A. Tyler, Willo Jean-Baptiste, etc. Duração: 134 minutos; Distribuição em Portugal: Zon Lusomundo; Classificação etária: M/ 16 anos; Data de estreia em Portugal: 2 de Janeiro de 2014.

quarta-feira, janeiro 01, 2014

CINEMA: O GRANDE MESTRE


O GRANDE MESTRE

“O Grande Mestre”, de Wong Kar-Wai, é um filme plasticamente por vezes deslumbrante, o que não será surpresa para quem conhece um pouco da obra deste cineasta. Revelado em Portugal em meados dos anos 90, com um surpreendente “Chungking Express”, não deixou de nos entusiasmar de então para cá com títulos como “As Cinzas do Tempo”,  “Anjos Caídos”, “Felizes Juntos”, “Disponível Para Amar”, “2046”, “Eros” (episódio "A Mão"), “My Blueberry Nights - O Sabor do Amor”, este último de 2007, rodado nos EUA. “Disponível Para Amar”,  “2046” e fabulosa curta que integra “Eros” são os meus preferidos, mas não há nenhum Wong Kar-Wai de que eu não goste.
“Yi dai zong shi” (O Grande Mestre) assinala assim o regresso de Wong Kar-Wai ao filme de fundo, seis anos depois da sua última longa-metragem, e refere ainda o regresso ao Oriente natal, à China e a Hong Kong,  às artes marciais, numa incursão que tem uma base biográfica (a vida de Ip Man, mestre de artes marciais, professor, entre muitos outros, de Bruce Lee), através da qual se estabelece igualmente um retrato da China, entre os anos 30 e o final da sua vida (Ip Man  viveu entre 1893 e 1972). Ip Man já justificara dois filmes de Wilson Yip, “Yip Man” e “Yip Man 2”, em 2008 e 2010, com Donnie Yen no protagonista, e ainda uma outra abordagem, em 2010, “Yip Man chinchyun”, de Herman Yau, com Yu-Hang To no papel principal. Desconhecemos qualquer destas obras, que sabemos bem cotadas pela crítica oriental, mas o súbito interesse por esta personagem deverá ter as suas razões profundas.

A dar crédito ao que o filme evoca, este mestre de artes marciais terá tido a sua importância na tentativa de unificação da China do Sul e do Norte, que, inclusive do ponto de vista das artes marciais, apresentava forte rivalidade e escolas diferentes e que Ip Man terá ajudado a reunir. Possuía uma filosofia da arte e da prática do kung fu muito própria, que resumia em duas palavras: “horizontal e vertical” e que definiam essencialmente estados de combate: na vertical ataca-se e defende-se, na horizontal está-se quase sempre à mercê do adversário. Para exemplificar esta e outras questões, o filme abre logo com um prodigioso combate, todo ele filmado à chuva, e que desde logo nos oferece o melhor que esta obra nos dá: a qualidade plástica da fotografia, os enquadramentos estudados, as cores utilizadas, o ritmo imposto, a coreografia do espectáculo, uma certa poética do choque e do entrelaçar dos corpos.
Depois Wong Kar-Wai vai mesclando a história pessoal de Ip Man com a história da China no século XX, passando pela guerra entre a China e o Japão, a ascensão ao poder de Mao Tse Tung e dos comunistas, o exílio em Hong Kong. Wong Kar-Wai não pretende, todavia, um filme “histórico”, mas antes oferecer uma visão da História, que perpassa em pano de fundo, filtrada através da vida de um homem. Para conseguir estes propósitos, o cineasta organiza o filme como um puzzle de flashbacks, interligando tempos e espaços diferentes. O resultado neste aspecto nem sempre funciona, tornando algo confuso e cansativo para o espectador. De resto, parecem surgir outros tipos de equívocos. Sendo aparentemente um filme de kung fu, nunca o é, mas também nunca se afirma como um legítimo herdeiro de outras obras deste cineasta. Quem vai à procura do intimista e sensual autor de “Disponível Para Amar”, de “2046”, do episódio de “Eros” ou de “My Blueberry Nights - O Sabor do Amor”, só nalguns momentos, sobretudo aqueles onde surge Gong Er (Zhang Ziyi), o vai encontrar; quem vai no engodo de um filme de kung fu arrisca-se a sair frustrado, muito embora surjam sequências admiráveis desta prática.

Tony Leung, Zhang Ziyi e Chang Chen, actores que vêm de Hong Kong, da China Continental e de Taiwan, são os protagonistas desta obra, e confirmam as já celebradas aptidões. A qualidade técnica desta mega produção chinesa que procura competir com o Ocidente é inquestionável. Mas falta muito do Wong Kar-Wai que conhecemos para nos convencer em definitivo. Um projecto que levou dez anos a concretizar, seis dos quais a rodar e pós-produzir, perdeu certamente frescura e ganhou um certo tom majestático que não se coaduna bem com a trajectória anterior deste cineasta. Não deslustra, mas desilude.

O GRANDE MESTRE
Título original: Yi dai zong ou Yi dai zong shi ou The Grandmaster
Realização: Wong Kar Wai (Hong Kong, China,2013); Argumento: Wong Kar Wai, Jingzhi Zou, Haofeng Xu; Produção:  Kar Wai Wong, Jacky Pang Yee Wah, Ye-cheng Chan, Hong Tat Cheung, Megan Ellison, See-Yuen Ng, Yue Ren, Dai Song, Michael J. Werner, Wai-Chung Chan; Música: Nathaniel Méchaly, Shigeru Umebayashi;  Fotografia (cor):  Philippe Le Sourd; Montagem:  William Chang; Design de produção:  William Chang, Wai Ming Alfred Yau; Direcção artística:  Tony Au, William Chang, Alfred Yau; Guarda-roupa:  William Chang; Maquilhagem:  Lee-na Kwan, Qi Wang, Kewei Xiao;  Direcção de Produção:  Wendy Chan, Kai Sui Hung; Assistentes de realização:  Janice Ho, Ronald Zee; Som: Robert Mackenzie; Efeitos visuais: Lerouge Alexandre, Serge Martin, Isabelle Perin-Leduc; Companhias de produção: Block 2 Pictures, Jet Tone Films, Sil-Metropole Organisation, Bona International Film Group; Intérpretes: Tony Leung Chiu Wai (Ip Man), Tony Leung Chiu-Wai as Ip Man (Ye Wen), Zhang Ziyi (Gong Er), Song Hye-kyo (Cheung Wing-sing), Chang Chen ("The Razor" Yixiantian), Zhao Benshan (Ding Lianshan), Wang Qingxiang (Gong Yutian), Zhang Jin (Ma San), Yuen Woo-ping (Chan Wah-shun), Xiaoshenyang (Sanjiangshui), Cung Le (Tiexieqi), Shang Tielong (Jiang), Lo Hoi-pang, Chin Shih-chieh, Wang Jue, Lau Ga-yung, Lau Shun, Zhou Xiaofei, Bruce Leung, Julian Cheung, Lo Mang, Berg Ng, etc. Duração: 130 minutos; Distribuição em Portugal: Leopardo Filmes; Classificação etária: M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 12 de Dezembro de 2013.


domingo, dezembro 22, 2013

CINEMA: CAPITÃO PHILLIPS


CAPITÃO PHILLIPS

“Capitão Phillips” parte de um acontecimento real, posteriormente descrito em livro pelo principal protagonista desta história, o capitão Richard Phillips. A obra chama-se “A Captain's Duty: Somali Pirates, Navy SEALS, and Dangerous Days at Sea" e foi adaptada ao cinema pelo próprio, de colaboração com Billy Ray, e realizada por Paul Greengrass, um cineasta inglês adoptado pelos estúdios norte-americanos, e grande especialista em filmes de acção e suspense. Veja-se o caso de “Domingo Sangrento” (2002), “Supremacia” (2004), “Voo 93” (2006), “Ultimato” (2007), e “Green Zone: Combate pela Verdade” (2010), todos anteriores a este “Capitão Phillips”, bem colocado nas nomeações para os Globos de Ouro, a atribuir em Janeiro pela "Hollywood Foreign Press Association".
“Capitão Phillips” é um bom filme que deve, no entanto, ser visto sob diversos pontos de vista. Antes de mais, trata-se de um bom argumento de aventuras, bem desenvolvido dramaticamente, criando uma tensão intensa ao longo das suas mais de duas horas, que passam céleres para o espectador. Paul Greengrass sabe cozinhar como poucos este tipo de espectáculos, já dera boas provas e volta a confirmar créditos. Os actores são excelentes, Tom Hanks prepara-se para, pelo menos, mais uma nomeação para os Oscars, e o chefe dos piratas, Muse, interpretado por Barkhad Abdi também não deve andar longe de uma outra nomeação para actores secundários.


A história é sabida e resume-se rapidamente sem retirar suspense ao que se irá ver. Os jornais já deram a notícia amplamente aquando da ocorrência, no ano de 2009. Um barco cargueiro norte-americano, o Maersk Alabama, ao passar pelo Corno de África, uma zona do Nordeste Africano onde se encontram países como a Somália e os seus temidos piratas, é feito refém por um grupo de modernos salteadores de barcos, interessados apenas em negócios, isto é, extorquir alguns milhões de dólares a troco da libertação dos reféns e do navio. A coisa começa por ser quase ridícula. Duas pequenas embarcações pesqueiras, cada uma delas com quatro ou cinco homens a bordo, conseguem fazer parar e aprisionar um cargueiro de porte impressionante, carregado com dezenas de tripulantes. É evidente que os piratas estão armados e os tripulantes desarmados, mas tudo parece demasiado filme de animação. Não se percebe muito bem como um navio daqueles sulca águas perigosas indo completamente desarmado, quando os casos de piratagem são extremamente frequentes por aquelas zonas. Se o que nos contam não se inspirasse em factos reais, dificilmente se acreditaria num tal argumento. Mas a verdade é que aconteceu e quatro ou cinco salteadores mal-encarados (e subnutridos), com armas muito nervosas nas mãos, conseguem manter em cativeiro o capitão e toda a tripulação do Maersk Alabama, que entretanto pedira auxílio às autoridades marítimas que para a zona deslocam barcos de guerra, porta-aviões e uma equipa das célebres forças especiais SEALS. A monstruosidade da diferença de forças em presença é absolutamente gritante, sobretudo quando o minúsculo salva-vidas do Maersk Alabama, onde se refugiam os piratas com o capitão Phillips, se encontra rodeado no mar alto pelo poderio militar dos EUA.
Virtudes do filme de Paul Greengrass? Primeiramente, tornar viável esta situação irrealista, que, no entanto, foi muito real para quem a viveu. O filme consegue mostrar como foi possível esta luta de um David contra Golias sem esbarrar no ridículo. Percebe-se como um gigante se torna vulnerável. Depois, manter esse clima de tensão constante e de crescente suspense. Paul Greengrass é mestre nestas situações e os excelentes actores ajudam muito.


Finalmente, o realizador ultrapassou igualmente um aspecto que poderia ser muito redutor para o filme. Estas personagens necessitavam de densidade psicológica, de força humana, de argumentos para fazerem o que fazem, tanto da parte dos reféns, como sobretudo dos piratas. Estes são apresentados obviamente como assaltantes criminosos, mas existe alguma complexidade psicológica nos seus retratos. No meio de tamanha tensão, consegue haver momentos de humor (“Capitão, você fala demais”, ao que o capitão responde: “Eu não falo demais, você é que não me ouve”) e sobretudo aspectos de irónica contradição (afinal o que Muse quer é “ir para a América”, “fazer negócio”, e ter “muitos milhões” para gastar).
Vulgar filme de aventura para entretenimento das massas? Ora bem, aqui há que referir um outro aspecto desta obra. “Capitão Phillips” é uma obra apologética dos valores americanos como há muito se não via. Não só o capitão Philips é o novo heróico self made man que sabe encontrar-se à altura das situações e defrontá-las a contento, qual velho xerife das planícies do Oeste, como ainda os EUA se mostram um país que não se intimida contra nenhuma ameaça externa, de terrorismo ou pirataria, e tudo faz mesmo que seja para salvar um seu cidadão.
“Capitão Phillips” não é, pois, só mais um filme de aventuras, mas um alerta lançado à escala mundial: não se metam connosco que nós respondemos à letra. O que é legítimo para qualquer país, mas era escusado de ser tão evidente.

CAPITÃO PHILLIPS
Título original: Captain Phillips

Realização: Paul Greengrass (EUA, 2013); Argumento: Billy Ray, Richard Phillips, segundo a obra “A Captain's Duty: Somali Pirates, Navy SEALS, and Dangerous Days at Sea" deste último; Produção: Dana Brunetti, Eli Bush, Michael De Luca, Gregory Goodman, Christopher Rouse, Scott Rudin, Kevin Spacey; Música: Henry Jackman; Fotografia (cor): Barry Ackroyd; Montagem: Christopher Rouse; Casting: Francine Maisler; Design de produção: Paul Kirby; Direcção artística: Charlo Dalli, Raymond Pumilia, Paul Richards, Su Whitaker;  Decoração: Dominic Capon, Larry Dias, Corey Hughes-Shaw; Guarda-roupa:  Mark Bridges; Maquilhagem: Frances Hannon, Emma Mash; Direcção de Produção: Sam Breckman, Ravi Dube, Todd Lewis, Katryna Samut-Tagliaferro, Samuel Sharpe, Michael Solinger, Scott Thaler; Assistentes de realização:Tarik Ait Ben Ali, Tom Brewster, Chris Carreras, Mark S. Constance, David Crabtree, Chris Forster; Departamento de arte: Joseph Kearney, Trey Shaffer, Andrew Tapper; Som: Michael Fentum; Efeitos especiais:  Matt Kutcher, Dominic Tuohy; Efeitos visuais:  Sara Emack, Judith Gericke, Richard Kidd, Charlie Noble, Zissis Papatzikis, Adam Rowland; Companhias de produção: Michael De Luca Productions, Scott Rudin Productions, Translux, Trigger Street Productions; Intérpretes: Tom Hanks (Captain Richard Phillips), Barkhad Abdi (Muse), Barkhad Abdirahman (Bilal), Faysal Ahmed (Najee), Mahat M. Ali (Elmi), Michael Chernus (Shane Murphy), Catherine Keener (Andrea Phillips), David Warshofsky (Mike Perry), Corey Johnson (Ken Quinn), Chris Mulkey (John Cronan), Yul Vazquez, Max Martini, Omar Berdouni, Mohamed Ali, Issak Farah Samatar, Thomas Grube, Mark Holden, San Shella, Terence Anderson, Marc Anwar, David Webber, Amr El-Bayoumi, Vincenzo Nicoli, Kapil Arun, Louis Mahoney, etc. Duração: 134 minutos; Distribuição em Portugal: Columbia TriStar Warner Filmes de Portugal; Classificação etária: M/ 12 anos; Data de estreia em Portugal: 24 de Outubro de 2013.

sábado, dezembro 14, 2013

TEATRO: ROBIN DOS BOSQUES


ROBIN DOS BOSQUES

Filipe La Féria continua a não descurar o seu público mais jovem e voltou a encenar uma peça baseada num herói mítico que tem acompanhado diversas gerações e cujo regresso a cena se saúda, numa altura em que muitos proclamam, pela Europa fora (e em Portugal, em particular), que fazia falta um (ou vários) Robins dos Bosques para imporem alguma justiça neste regabofe de impunidade contributiva que faz lembrar os tempos negros do Xerife de Nottingham e do famigerado Príncipe João.
Pois bem, o Robin Hood da floresta de Sherwood aí está numa divertida encenação com o toque mágico de Filipe La Féria (uma encenação que, dir-se-ia, possui um vestígio de teatro épico e didáctico de Brecht), com um equilibrado elenco e um bom aproveitamento das condições do Teatro Politeama. O enredo segue mais ou menos as tradicionais baladas medievais que exaltavam a figura do bandoleiro que roubava aos ricos para dar aos pobres, e introduz mesmo algumas variantes que fazem vibrar os mais novos, como a bruxa Camafeu e um terrível dragão.
Ricardo Soler é o Robin dos Bosques, “Príncipe dos Ladrões” e paladino da justiça social,  Sara Cabeleira é Lady Marian,  e Ana Sofia Cruz a Aia Briolanja. No bando de Robin dos Bosques surgem ainda João Pequeno (Bruno Xavier), Piolho (David Mesquita), Pitosga (Jonas Cardoso), Trovador (Pedro Bandeira) e Pastelão (Paulo Ferreira), todos eles em luta contra os roubos e os impostos mirabolantes decretados pelo Príncipe João (Sérgio Lucas) e brutalmente impostos pelo Xerife de Nottingham (Tiago Isidro). A Bruxa Camafeu (Vânia Naia) tem uma breve mas explosiva aparição.
O espectáculo tem sessões no Teatro Politeama, às 11h da manhã e às 14 horas de Terça a Sexta-feira e aos Sábados e Domingos, às 15 horas.

A miudagem delira com mais este musical. Eu assisti e comprovo.  

TEATRO: OS JURAMENTOS INDISCRETOS


OS JURAMENTOS INDISCRETOS

O teatro de Marivaux atravessa toda a primeira metade do século XVIII numa toada de discreta comédia de costumes, onde o amor é o tema central, e os seus infortúnios a base da trama. Em “Os Juramentos Indiscretos”, escrito em 1732, não se foge à regra deste teatro que não direi de excepção, mas que está longe de ser negligenciado. Marivaux sabia construir e sustentar uma comédia de enganos e equívocos, que daria depois lugar à comédia de boulevard de inspiração francesa, e que terá tido como influência directa a commedia dell'arte italiana e de alguma forma Molière, ainda que este fosse bem mais demolidor na sua crítica social.
Em “Os Juramentos Indiscretos”, temos uma ténue intriga: Orgon e Ergaste são pais de Lucile e Phénice, o primeiro, e de  Damis, o segundo. Como era uso e costume na época, resolvem selar a amizade que os liga e os interesses que os unem organizando o casamento de Damis com Lucile. Mas os jovens não estão pelos ajustes e, antes mesmo de se conhecerem, resolvem impugnar a decisão paterna. Ela não quer casar, ele tem horror ao casamento. Até que se encontram, se apaixonam, mas resolvem estabelecer um pacto de nunca se casarem um com o outro. À falta de Lucile, salta para a cena Phénice, a irmã de Lucile, e afinal o casamento com Damis é marcado. Para lá desta intriga, lateralmente, surgem Lisette, e Frontin, criados de Lucile e de Damis, respectivamente, que assumem os desejos dos seus jovens patrões, inclusive por calculismo, para manterem os bons empregos. Mas Lucile torna-se uma obsessão para Damis, e este um secreto desgosto para Lucile. Mas, como estamos no domínio da comédia de sentimentos em que o amor triunfa sempre, lá chegará a altura de tudo se compor. Afinal triunfa o amor e a estabilidade social e os pais até tinham razão.
Mas a peça é bem construída, os cordelinhos bem oleados, a graça é discreta e sensível, a elegância mantém-se de princípio até ao fim, e serve perfeitamente para um bom exercício de encenação e representação pelo Teatro dos Aloés. O cenário é muito bonito e engenhoso, a encenação de José Peixoto é delicada e inteligente, um verdadeiro trabalho de miniaturista, atenta a todos os pormenores, movimentando com alegria e vivacidade as personagens no espaço cénico, e trabalhando com eficácia cada frase, cada gesto. O elenco (Adriana Moniz, Carla Chambel, Carlos Malvarez, Jorge Silva, José Peixoto, Nuno Nunes e Sara Cipriano) é globalmente bastante competente e deixa-se contaminar pela graça festiva do texto, a iluminação é excelente, tirando bom partido do cenário, e o acompanhamento musical inspirado.
Se a peça não arrasa, o divertimento que provoca é salutar e demonstra o bom momento do Teatro dos Aloés, que se saúda. (Até domingo, 15, no Teatro D. Maria II).


OS JURAMENTOS INDISCRETOS (Les Serments Indiscrets), de Marivaux; tradução Maria João Brilhante; encenação José Peixoto; cenografia Marta Carreiras; conceito de figurinos Marta Carreiras a partir dos figurinos do espólio do TNDM II de Abílio Matos e Silva, Catarina Amaro, Nuno Carinhas, Octávio Clérigo, Ruy de Matos; desenho de luz Jochen Pasternacki; música Luís Cília; Assistência de encenação Anna Eremin; Intérpretes:  Adriana Moniz, Carla Chambel, Carlos Malvarez, Jorge Silva, José Peixoto, Nuno Nunes, Sara Cipriano; coprodução Teatro dos Aloés, TNSJ. M/12 anos.