domingo, agosto 31, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO,XVII

"CASABLANCA"
O clássico dos clássicos, com amor e guerra, violência e ternura, os nazis a entrarem em Paris, a "Marselhesa" cantada no Rick's Cafe Americain, Borgart e Bergman, um piano, "as time goes by", a vida, a arte, as emoções mais fortes, o preto e branco mais violento, o ódio e a amizade, a dignidade e opressão, o cinema.
Para terminar este "Passatempo de Verão" de obras-primas daqui sopradas aos amigos, para que o cinema e a vida se continuem a cruzar.
Agora que as férias se terminam e a perguiça começa a atormentar, aqui ficam
cenas de "Casablanca":





























A terminar, "As time goes by" na voz de Frank Sinatra:




sábado, agosto 30, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO, XVI

SENTIMENTO
A terminar este "Passatempo de Verão", dois filmes para os amigos de sempre. Hoje o "Senso", de Luchino Visconti, com a fabulosa Alida Vali, numa história de "amor louco" e de traição, a que na altura da sua estreia se chamava "alienação" amorosa e de classe. Um melodrama admirável, um filme histórico como só Visconti conseguia, uma obra-prima.








segunda-feira, agosto 25, 2008

NEVOEIROS


AQUECIMENTO GLOBAL
OU ARREFECIMENTO GLOBAL?
(ontem em Vila do Conde, não se viu o Benfica;
no sábado, em Alvalade, já se começaram a ver penaltis que não existem)

JOGOS OLIMPICOS, ENCERRAMENTO


No "Diário de Notícias" de hoje, a fechar um texto de Ferreira Fernandes:

"Ganhadores da maioria das medalhas das disciplinas acrobáticas, os chineses transportaram esse jeito para as cerimónias. Na abertura, o intuito era apresentar a China sobretudo a esse Ocidente a que ela pretende disputar a liderança. Ela lembrou que não vem do nada: foi na China que nasceu o papel e a pólvora e as suas viagens marítimas contaram no encontro das civilizações.
Ontem, na despedida, ela decidiu ser simplesmente feérica. Fogo-de-artifício, luzes e bailarinos em jogos coreográficos que só os mal-intencionados podem equiparar aos Jogos de Berlim, em 1936. Os chineses também conhecem a beleza dos gestos marciais e empregaram-na nas óperas e danças maoístas da Revolução Cultural, nos anos 60 e 70. A festa de ontem, como a da abertura, não foi a de um país que quer ser temido. Mas que quer ser admirado. E essa é uma forma de conquista legítima e que até vai bem com o espírito olímpico."

domingo, agosto 24, 2008

JOGOS OLIMPICOS, II


O elogio do falhanço

Continuando nos JO.
O que mais me prendeu à televisão não foram as oito medalhas de ouro de um super herói americano de quem não retive sequer o nome, nem as dezenas de medalhas que uns chineses, todos iguais, foram arrecadando (claro que também não retive os nomes!). Esses atletas foram treinados para serem máquinas e as máquinas sirvo-me delas, não as venero. Interessante era ver se o tal americano falhava uma medalha e o “record” das oito, e se os chineses caíam de rabo na ginástica ou executavam um movimento imperfeito no “cavalo” ou nas “paralelas”. Na verdade, o falhanço manteve-me muitas noites acordado até às tantas. Não porque desejasse o falhanço, mas porque, numa competição com quase nada de humano, o falhanço mostrava que estes atletas altamente treinados para nada falharam, não deixam de ser humano e de falharem. Ao falharem eles eram meus iguais e eu pertencia à mesma irmandade. Reconhecia-me neles e via-os à minha imagem e semelhança. Eu também sei, por experiência própria, que fazer um filme, dar uma aula, escrever um texto pode ser um êxito ou um fracasso, sem que, ao concebê-los, exista a mais pequena diferença. Todos foram feitos com igual dedicação, interesse, empenhamento, amor, tudo o que é necessário para o sucesso. No entanto, uns funcionam bem, outros não, por uma qualquer razão, certamente “mágica”, que faz de nós todos “homens”, sujeitos a admiráveis variações, para as quais por vezes não arranjamos quaisquer explicações. Por isso compreendo o olhar de Naide Gomes, que não compreendeu nada do que lhe aconteceu, nem vai compreender nunca o que lhe sucedeu naquele dia. Por isso compreendo a “incompreensível” “caminha de manhã” do Marco Fortes, que tentou “explicar pelo absurdo” o que não conseguiu compreender.
Não há aqui qualquer elogio da preguiça, da incompetência, do desleixo, da “boa-vai-ela” em que os portugueses por vezes são férteis. Detesto tudo isso e acho que os portugueses têm de combater esse laxismo, têm de ir para a escola ensinar, aprender e trabalhar (não brincar: infeliz de quem inventou tal teoria!), têm de trabalhar a sério nos empregos, têm de ser responsáveis e competentes, têm de deixar de andar atrás de sindicalistas irresponsáveis que pedem o impossível e de dirigentes políticos que fazem a apologia do “quanto pior melhor” (mas só para o seu partido). Isto, porém, é um aspecto do problema. No desporto, existe o trabalho, obviamente, mas existe a componente artística que é incontrolável. Em arte não há resultados de ciência certa (pois se nem em ciência os há!). Em arte, o imponderável “humano” predomina.
Eu gosto disso, dessa possibilidade de falhanço, que torna um atleta não uma máquina infalível, mas um ser humano que uma aragem pode derrotar inexoravelmente. Gosto de torcer pelo que vem em oitavo, ou em vigésimo. Gosto de perceber porque corre o atleta que chega em último e cai no chão, redondo, depois de atravessar a meta. O que o leva a correr até à meta, com meia hora de atraso? O que leva uma Neide Gomes, no melhor da sua forma, a falhar três ensaios, numa prova que era dada como favorita? Apenas a sua condição de não-máquina. Uma admirável “mulher” que até consegue falhar. No melhor da sua forma. Sim, a essa gostaria de apertar a mão, ou dar um beijo, mas passo bem sem conhecer o recordista das oito medalhas, que é fabuloso a nadar, mas não é da minha “família”. Até ao dia em que falhar, e se mostre “meu irmão”.
Há bastantes anos já, vi, com o meu pai, em Alvalade, o Sporting jogar com o Beira-Mar. O meu pai era de Aveiro e estava nesse dia dividido (80% do Sporting; 20% do Beira Mar). O jogo acabou com um impensável 0-0. O Sporting esteve o jogo todo a jogar magnificamente e a criar, jogada após jogada, oportunidades para uma goleada. Mas no final ficou o 0-0. Era um daqueles dias em que, por mais que fizesse, a bola não entrava na baliza. Eram os pés, as pernas, o corpo dos jogadores de Aveiro, os postes, a trave, o guarda-redes, parece que até o vento interveio. No dia seguinte houve “comentadores da bola” que explicaram “cientificamente” o falhanço do Sporting. Por A mais B. Que tolice imensa! Nada havia falhado. O Sporting jogou nessa tarde maravilhosamente. Apenas a bola não entrou. Nem os de Aveiro tiveram muito a ver com o caso. Há que fazer tudo para alterar a sorte, mas às vezes a sorte é inalterável. O que faz a beleza da vida, o inesperado da existência, a grandeza do vencedor e do vencido.

sábado, agosto 23, 2008

OS MEUS HERÓIS DE PEQUIM

Uma alegria "em ouro" para Portugal, onde alguns, que dias antes protestavam contra "os estrangeiros", os "de cor", as "minorias", agora aplaudem a firmeza, a tempera,
a grandeza "dos portugueses".

A demonstração de que não se corre só para a medalha de ouro, a demonstração do brio e da coragem de correr para o "segundo-lugar".

Uma atleta magnífica, que ficou muda com a falta de sorte de um dia aziago, ou se lhe quiserem chamar, com a falta de alguma competência técnica no momento exacto. Mas uma atleta "enorme" que não deixa de merecer a minha maior admiração.

O Marco Fortes foi o único atleta português que foi devolvido à procedência mais cedo, por ter dito que "de manhã gostava de estar na caminha." Foi dos poucos que não "jogou" no choradinho nacional e que usou a ironia, por discutível que fosse. Quem o viu actuar sabe que deu o máximo, mas falhou. Como falharam dezenas de campeões olímpicos, que foram desclassificados. Só quem não passou por situações semelhantes não sabe o que é a pressão destes momentos. Não me sinto "português" a imolar vítimas que caíram em desgraça. Marco Fortes deu, aliás, um "sentimento português" à desumanidade do actual espírito olímpico. Já ninguém compete pelo prazer de competir, mas sim pela glória do ouro. Para mim, muitos heróis chegaram em quarto, em oitavo, em vigésimo, em trigésimo, em último. O desporto não é uma prova de morte, mas de vida. Impõe o sacrifício até ao limite do tolerável. Ninguém deve pedir a morte no estádio em nome do que quer que seja. No estádio, magnifica-se a vida. Dos muitos bons, dos bons, dos assim-assim, dos que gostam de competir pelo prazer, não pela dor.

segunda-feira, agosto 18, 2008

18.08.08


Obrigado, Mec! Ainda vou a tempo de lá chegar?!

18.08.08

um bom dia para recorsdar Laura Pausini, ainda por cima bem acompanhada

domingo, agosto 17, 2008

LE CORBUSIER NO CCB

LE CORBUSIER


Um feliz acaso coloca-me Siza Vieira, o mestre da arquitectura portuguesa, na frente de algumas serigrafias de Le Corbusier, na exposição do CCB. Chamo-lhe “um encontro de mestres” e ele sorri. Chama-me para junto de si e começa a explicar-me a génese de algumas obras ali expostas, nomeadamente do “poema sobre o lado direito” e acho que não poderia ter encontrado melhor altura para visitar esta exposição. “Vim hoje a correr. Quase perdia a exposição”, diz-me. (A exposição fecha domingo, 17, para os interessados). Na verdade uma oportunidade a não perder. Conhecia de Le Corbusier o mais sabido por todos, sobretudo alguma arquitectura. Desconhecia muito dos seus desenhos, pinturas, tapeçarias, móveis, esculturas, design, etc. Desconhecia igualmente que, para lá de um arquitecto que tinha influenciado toda a arquitectura posterior (sim, a influência de Le Corbusier em Siza Vieira é manifesta, bem como no brasileiro Óscar Niemeyer), Le Corbusier era um humanista que tinha pensado e repensando a arquitectura dando-lhe um rosto humano, colocando-a ao serviço do homem, despojando-a de tudo o que pareceria excessivo, tornando-a brilhante de luz e de beleza. Conferindo prazer ao acto de habitar. Escreveu, polemizou, cruzou a vida com outros génios das artes, viajou pelo mundo todo e deixou-se impregnar pelo que viu e viveu, no Brasil, na Índia, em Nova Iorque, em Moscovo, pela Europa. Publicou muitos trabalhos na revista “L'Esprit Nouveau” (O Espírito Novo) e na obra “Por uma Arquitetura”, editada no início dos anos de 1920, defendeu “o purismo” na arquitectura e lançou as bases de “um modernismo racionalista.” Um mestre não isento de polémicas: apontado como egoísta, foi muito atacado por ter colaborado com o governo de Vichy durante a ocupação nazi e voltou a ser muito criticado quando do seu comportamento aquando do projecto de Niemeyer para o edifício das Nações Unidas. Muito de tudo isto está patente nesta bela exposição que se instalou no CCB, via Joe Berardo. A exposição, projectada pelo norte-americano Frank O. Gehry, foi inicialmente organizada pelo museu Vitra Design para comemorar os 120 anos do homem que revolucionou a arquitectura do século XX. A entrada é gratuita e centenas de pessoas percorrem os caminhos de Charles-Édouard Jeanneret, mais conhecido como Le Corbusier (La Chaux-de-Fonds, 6 de Outubro de 1887- Roquebrune-Cap-Martin, 27 de Agosto de 1965).

JOGOS OLIMPICOS, 3


PEQUIM, 2008, III

Estes jornalistas não param de me espantar. Agora descobriram três novos “escândalos” na cerimónia de Abertura dos J.O. Primeiro: As crianças que apareceram vestidas com fatos de várias etnias (56 para ser mais exacto) afinal eram todas de uma só etnia. No DN, explica-se: “O programa oficial do evento indicava que todas as crianças eram originárias de cada uma das etnias em causa.” E depois cita-se o programa: “56 crianças em representação das 56 etnias chinesas desfilam agrupadas sob a bandeira nacional.” Ora o jornalista começa por parecer não ler bem. “56 crianças “em representação” das 56 etnias”.
Claro que colocaram a questão à organização que se limitou a explicar que as crianças pertenciam a uma grupo teatral “Galaxy Children” que foi contratado para o efeito. Mas ninguém quis ouvir as explicações: “O que é absolutamente normal é serem actores chineses a envergarem roupas dos diferentes grupos étnicos. Não há nada de especial no que aconteceu.” Essa agora? Então não há nada de anormal em contratar um grupo de actores para um representação? Claro que não há em qualquer parte do mundo. Mas estamos na China. Aqui isto não passa de uma “nova fraude”. Meu Deus, endoideceram todos?
Mas os espertos dos atentos jornalistas explicaram logicamente o acontecido: “A decisão dos organizadores dos Jogos prende-se com a necessidade de evitar qualquer risco de incidente naquela cerimónia, um cenário que não seria de evitar de todo, já que a presença no mesmo local de pessoas de diferentes etnias, algumas delas com um historial de incidentes e animosidades entres si. São frequentes as denúncias de grupos de direitos humanos ao tratamento das minorias na China, em especial aos tibetanos e aos uigures, população muçulmana da província do Xinjiang.”
Obviamente que esta explicação tem toda a lógica, para lá de não ser muito bem escrita. Mas já viram 56 crianças de várias etnias desfilarem no estádio, cada uma delas com um lança foguetões à cintura, e meia dúzias de bombas debaixo dos bonitos vestidos? Verdadeiramente perigoso.
De resto, passa-se o mesmo em qualquer parte do universo, no mundo do espectáculo. São, pois, fraudes a seguirem-se a fraudes. Nos shows do Casino do Estoril, propriedade do perigoso chinês Stanley Ho, fazem-se por vezes apoteoses com vestidos dos quatro cantos do mundo, envergados por louras (e muito descascadas) inglesas (agora se calhar é mais bailarinas do Leste, mas tanto faz). Calcula-se os protestos que cada representação provoca na sala “prata e cinza”, com o público a levantar-se aos berros e a exigir, “Abaixo a fraude! Queremos uma mulher das ilhas Faroe a erguer a bandeira respectiva!”
Mas há mais: “as cercas de 200 jovens chinesas que conduziam as delegações do atletas na cerimónia de abertura foram obrigadas a despirem-se no processo de selecção. Por motivos de segurança. Segundo o “Beijing News”, as duas centenas de seleccionadas entre as cerca de cinco mil concorrentes, provenientes da universidades e escolas de dança, tiveram de se despir para que os responsáveis pela selecção pudessem observar e medir os seus corpos, em especial a zona dos ombros, a cintura e a altura. Segundo uma das concorrentes, para serem aprovadas deviam medir, pelo menos, 1,88 metros, apresentar um rosto bonito e uma expressão jovial.”
Ao que se chegou na China, neste aspecto!!! Seleccionam-se 200 entre 5.000 candidatas, segundo critérios que não foram os legitimamente democráticos de “quem chegar primeiro que se vista.” Não repararam ainda nesse outro verdadeiro escândalo que foi a fraude de cada jovem que conduzia a delegação de um país não ser do respectivo país, mas sim “chinesa”! Vá se lá perceber estes bárbaros. Eu já calculava que “chinês” Di Ogo In Fan Ti andava por aqui com modernices fazendo castings muito suspeitos para aquela obra passada sob o regime nazi, ”Cabaret”. Fazer castings para quê?
De resto, já reparam na insinuação torpe: “as duas centenas de seleccionadas (…) tiveram de se despir para que “os” responsáveis pela selecção pudessem observar e medir os seus corpos”? Os responsáveis a medirem os corpos!? Hum taradices de certeza.
Voltando ao DN: “Outro detalhe da cerimónia ontem tornado público revelou que um grupo de 900 soldados chineses foi forçado a estar imóvel durante sete horas. Os militares permaneceram agachados sob um rolo de caracteres de grandes dimensões à espera do momento de tornar visíveis diferentes frases formadas por aqueles caracteres.”
Ninguém se lembra dos guardas da tirânica Rainha de Inglaterra? E das horas que eu e milhares de portugueses estivemos ao sol no Estádio Nacional para compor uma bandeira nacional antes do Euro 1004? Serão aos milhares os exemplos de acontecimentos como este, executados em nome de um projecto em que se acredita, ou em que somos obrigados a acreditar. Não será prerrogativa da China.
Não se trata de defender a China, que continua a permitir verdadeiras atrocidades e a justificar as maiores criticas noutros planos. Trata-se de combater a asneira e a xenofobia (neste caso, a chinofobia).

sexta-feira, agosto 15, 2008

JOGOS OLIMPICOS, 2

PEQUIM, 2008, II
É verdade que há muita coisa na China actual a merecer críticas e críticas severas. Mas a campanha orquestrada contra os Jogos Olímpicos e a China que os organiza ronda a esquizofrenia mais atormentada.
As imbecilidades que por aí circulam bradam aos céus: a menina que se via a cantar não era afinal a menina que cantava, porque uma não era assim tão bonita, mas cantava bem, e outra não cantava assim tão bem, mas era muito engraçadinha, e os aldrabões dos chineses colocaram a voz de uma e a cara da outra. Coisa nunca vista, a não ser milhares de vezes em qualquer filme americano ou não. Quantos musicais não mostram um rosto a cantar e se ouve outra voz? Dezenas e dezenas, e até há mesmo uma obra-prima (“Serenata à Chuva”) que termina parodiando a situação com imensa graça. O “play back” é uma técnica muito usada no teatro, no cinema, nos próprios concertos. Um espectáculo, em qualquer parte do mundo, procura ser o melhor possível, reunindo o melhor dos diversos componentes integrantes. Nada a opor portanto à utilização das duas meninas. A não ser para mentes torturadas, em buca de quaqluer pretexto para dizer mal.
O mesmo se deve dizer quanto à utilização de filmagens com céu límpido, em lugar de um directo com céu encoberto. A ideia era fornecer um espectáculo que fosse o melhor possível, repete-se. Um espectáculo não é um documentário que imponha uma ética rigorosa quanto ao que se mostra. Um espectáculo é por definição uma verdade encenada, ou uma mentira que se legitima por isso mesmo, por ser artificial, criada, recriada.
Lugares vazios ocupados por figurantes? Que tragédia! Pois é a mesma tragédia que ocorre em quase todas as grandes transmissões, dos Óscares aos Emis, e por aí fora. Toda a gente sabe que se faz assim, e que assim é que funciona bem. Excepto na China. Aqui esse artifício não pode ser admissível. Minha nossa!
Mais uma apenas: os chineses contrataram para algumas grandiosas obras arquitectónicas na cidade olímpica um arquitecto, Albert Spear, Jr, filho do célebre Albert Spear, arquitecto oficial do regime nazista, e amigo pessoal de Hitler. Claro que o referido arquitecto é um dos mais famosos do mundo, construiu um dos estádios do Mundial de Futebol de 2008, em Munique, tem trabalhos dispersos por todo o mundo, mas não podia funcionar na China. Aqui levanta-se igualmente uma questão curiosa: o filho de um nazi tem de ser obrigatoriamente nazi. “Se não foste tu, foi o teu pai!”, há uma fábula que termina assim, procurando criticar certos comportamentos. Pois, se fossemos por esse caminho, quantos “filhos da mãe” (ou do pai) não se tramariam em Portugal, e em todas as localidades do mundo? Mas um filho de nazi passa incólume em Munique a erguer um estádio, mas já é muito suspeito em Pequim. Por favor!
Durante a transmissão da cerimónia de abertura, um comentador técnico da RTP ia protestando contra a demora de tudo. Foi ao ponto de vociferar conta a volta que o atleta olímpico deu ao estádio, na pista olímpica virtual que se estendia no alto do mesmo. Acontece que aquela volta foi, só por si, um momento único e de uma originalidade total. Saborear aquele momento era quanto se pedia a qualquer ser medianamente sensível. Mas o comentador protestava. Já se tinha visto ele subir, para quê ele agora andar ali às voltas? Protestara antes por haver velhos atletas olímpicos a serem homenageados quando transportavam ente si o facho olímpico. Para quê essa palhaçada sem sentido, chego quase a perguntar? Enfim, perdoai-lhe Senhor porque não sabem o que dizem.
E num jornal qualquer, um articulista dizia que o facho olímpico servia os interesses imperialistas dos chineses, tal como o fizera aquando da sua aparição, nas olimpíadas de Berlim, no tempo de Hitler. Até pode o facho ter esse significado, mas por que razão só o relembram agora, na China? Em Los Angeles ou em Sidney não representava o mesmo? Não seria já aí um símbolo fascista?
Enfim, falem do trabalho infantil, falem da falência do sindicalismo, falem do partido único, falem da exploração gritante, falem da poluição que é mais grave do que a dos EUA, mas tenham olhos para a verdade e um algum sentido da imparcialidade.

terça-feira, agosto 12, 2008

JOGOS OLIMPICOS, ABERTURA

PEQUIM, 2008
A cerimónia da abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Pequim merece certamente alguma reflexão. A primeira, e seguramente uma conclusão óbvia para quem não for cego, é que se tratou de um espectáculo “único”, pela grandeza, pela beleza, pelo significado. Zhang Yimou o encenador deste espectáculo inesquecível, é um dos maiores cineastas vivos, o homem, que nos deu já algumas obras admiráveis, como “Milho Vermelho” (1987), “Esposas e Concubinas” (1991), “A História de Qiu Ju” (1992), “Viver” (1994), “A Tríade de Xangai” (1995), “O Caminho para Casa” (1999), “Nenhum a Menos” (1999), “Herói” (2002), “O Segredo dos Punhais Voadores” (2004), “Caminho Solitário” (2005) ou “A Maldição da Flor Dourada” (2006). Obras que repensam a história da China do século XX, que criticam asperamente a época da dita “Revolução Cultural”, mas que igualmente recuperam a tradição milenar de uma cultura e de uma civilização sui generis.
O seu trabalho, na noite do dia 8 de Agosto de 2008, em Pequim, foi uma demonstração notável de talento, imaginação, mestria técnica, sábia utilização da tecnologia ao serviço de uma ideia e do seu desenvolvimento e, sobretudo, de sensibilidade, de bom gosto, na articulação de aspectos culturais, históricos, poéticos num todo que se queria espectacular, mas onde os valores do “espectáculo” não sufocassem o requinte de certas minúcias de sabor muito oriental. Foi uma verdadeira lição de História da China, mas sobretudo uma lição da força de um povo, da sua história, da sua milenar sensibilidade.
Há uma assinatura óbvia por detrás deste espectáculo, que vai desde o início fulgurante de milhares de músicos e figurantes a evoluírem de forma síncrona até ao voo do atleta olímpico que dá uma volta ao estádio até acender a chama, segundo técnicas que são constantes em filmes seus, como por exemplo “O Segredo dos Punhais Voadores”. Há uma mais que visível marca de Zhang Yimou em todo este espectáculo que esperemos venha a ser editado em DVD para que o possamos desfrutar em toda a sua grandeza.
Ora bem, a orquestração de milhares de figurantes a funcionarem como um único elemento e a fazerem-se ouvir como uma única voz, não acredito que possa conseguir-se sem ter por detrás de si um estado autoritário, mesmo ditatorial. A China, na sua actual situação politica, é uma força emergente com uma capacidade de iniciativa espantosa, a fase de modernização por que passa é inegável e projecta-se a uma velocidade imparável. Mas não se deve esquecer que congrega em si algumas das virtudes de dois regimes, é certo, mas o pior dos defeitos de uma ditadura comunista e do capitalismo mais selvagem. Um espectáculo como o que vimos e nos deslumbrou a todos, ainda por cima imaginado e encenado por um dos mais destacados críticos de alguns aspectos mais gritantes do comunismo chinês, nunca seria possível numa sociedade onde o indivíduo fosse olhado como algo mais do que um número. O que não nos impede de achar esta realização humana brilhante (se não, que dizer das pirâmides ou das catedrais, para só citar dois exemplos?), mas não nos deve fazer esquecer o trabalho escravo e a exploração ignóbil que lhe estarão por detrás. Possivelmente não por detrás dos figurantes que ali vimos (e que se calhar correspondem a minorias privilegiadas do regime), mas seguramente por detrás dos milhões de operários que diariamente se vergam a um trabalho sem regalias nem pausas. Obviamente por detrás de uma total falta de liberdade de opinião (relembre-se Tiananmen!). Certamente na ausência de toda a liberdade política e religiosa (veja-se o caso do Tibete!) e sindical. Neste aspecto, não gostaria de ver os trabalhadores daqui com o ritmo de trabalho dos trabalhadores de lá. Gostaria de ver, sim, a reacção dos sindicatos daqui. Os mesmos que defendem o comunismo de lá. Enfim, questões de economia global que nada tem a ver com o bem-estar dos povos e com ideologias, mas sim com a defesa de prorrogativas individuais e de clãs, quer eles sejam de Ocidente ou Oriente, de capitalismo ou comunismo.
Mas há mais lições a retirar: será que alguns ocidentais como o presidente George W. Bush terão alguma credibilidade para falarem em “democracia” e “liberdades”? Não estarão eles ao mesmo nível do presidente chinês? Não estarão todos eles a defender posições conquistadas de poder económico? Não será tudo uma treta, essa coisa “das liberdades”, quando o que está realmente em causa não é nada mais do que petróleo, dólares e vias de passagem e escoamento? O que derrota e desilude qualquer bem intencionado que não esteja vendido a uma qualquer ideologia profundamente deturpada na prática pelo jogo do “capital”, é que existam tantos idiotas de um lado e do outro a tentarem defender o indefensável, a procurarem justificar agressões e guerras, terrorismos e boicotes assassinos quer venham de um lado ou do outro. É realmente terrível virarmo-nos para um lado e para o outro e não ver nada de seguro, de autêntico, a que nos agarrarmos. Agarremo-nos então ao que de belo a arte nos vai proporcionando e ao que faz ainda um certo orgulho dos povos: os chineses sentiram-se, sentem-se, sentir-se-ão orgulhosos e felizes do espectáculo que estão a oferecer ao mundo. Assim seja. Que as dores por que passam no seu dia a dia tenham alguma compensação de quando em vez, mesmo que essa compensação possa ser aproveitada politicamente pelo sistema. Na verdade, os Jogos Olímpicos podem ser uma boa altura para o regime ser empurrado para algumas reformas, o que será sempre louvável. De resto, o povo sofrerá menos quando se sentir orgulhoso de algo que seja genuinamente seu. Não acredito na teoria do quanto pior melhor que só tem dado (quase sempre) maus resultados ao longo da História. As revoluções sangrentas que depõem tiranos quase nunca fazem mais do que substituir uma ditadura por outra. Vejam-se os exemplos na História. Muitas transformações graduais, “reformistas”, dizem alguns em tom depreciativo, quase sempre acabam bem melhor. Vejam o caso português, uma reforma com um “empurrãozinho” que ajudou. Se os Jogos Olímpicos de 2008 forem um empurrãozinho para o povo chinês já não valeram apenas pelos “records” e as medalhas olímpicas.
( imagens retiradas do site oficial dos Jogos Olimpicos)













segunda-feira, agosto 11, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO, XV


MANHATTAN

A Sofia P. do blogue "(Non) 2", faz aninhos hoje (11 de Agosto), e gosta de "Manhattan", de Woody Allen. Eu também, ainda que, se calhar, por razões diferentes. Ou pelas mesmas, vá-se lá saber. Mas trata-se de um fabuloso hino de amor a uma cidade e a uma mulher (ou à mulher?). Um espantoso hino a um compositor e um tema de Gershing. Um filme admirável. Uma obra-prima indiscutível. Parabéns S. Um filme para ti e um beijo.









PASSATEMPO DE VERÃO, XIV


BELLE DE JOUR

Para a Isabel Mendes Ferreira, do blogue "Piano", um filme que marcou uma viragem na História do Cinema: de Luis Buñuel, "Belle de Jour" (França, Itália, 1967), com uma inesquecível Catherine Deneuve, que calculo que seja actriz da estimação de IMF. Como será igualmente cineasta de sua admiração o surrealista em causa, que abriu os terrenos do inconsciente e soltou os fantasmas da nossa imaginação. Uma belíssima e voluptuosa descida ao mais secreto do ser. Com um beijo, vavadiando sempre.




















domingo, agosto 10, 2008

MEMÓRIAS CINEMATOGRÁFICAS

Na revista on line "Take", no seu número 6, de Agosto,
que surgiu agora AQUI, pode ler-se mais um artigo
de memórias cinematográficas minhas.
Aqui fica o início, para abrir o apetite. A revista vale a pena ser lida.
A maioria dos redactores são jovens entusiastas que fazem um bom trabalho, muito profissional, apesar de serem todos amadores, duplamente amadores, no sentido de amarem a coisa amada e de nada receberem por esse amor,
a não ser .. isso mesmo: amar a coisa amada, neste caso o cinema.

A GRANDE ILUSÃO, III (MEMÓRIAS)
ESCREVER SOBRE CINEMA


I
Subiam-se umas escadas de madeira, castanho-escuro, a madeira escalavrada nas bordas dos degraus, algumas tábuas já a darem de si e a chorarem cada vez que eram pisadas. Uns ruídos sofredores que deviam ser réplicas de noites de tortura ou de dias de perseguição ou clausura. O corrimão era de ferro, lasso nas ligações à parede. Quando se chegava ao primeiro andar, o ambiente não mudava, surgia um cubículo que servia de triagem e devia impedir os estranhos de entrar directamente na redacção ou nos demais serviços do jornal. O director era Carvalhão Duarte, que morava no prédio onde eu vivia e a quem eu pedira uma apresentação para ir falar com o Baptista Bastos, então jornalista nesse diário, e que diria uma das raras páginas dedicadas ao cinema que por esses anos existia em Portugal.
À entrada da redacção disse ao que ia, dei o nome e disseram-me para avançar. Entrar numa redacção de jornal diário de Lisboa era um acontecimento. Eu já escrevia há anos para jornais de Portalegre, como já recordei noutra altura, mas “A República” era outra coisa, não só um jornal diário, como um símbolo da resistência, um reduto da oposição. Subir aquelas escadas era já de si uma aventura. Um arrojo, que impunha alguma temeridade. É o que relembro agora, certamente com muito de lenda e mito à mistura. Pode não ser a verdade, mas é a minha verdade hoje em dia. Foi isso mesmo que me veio à memória, quando o Baptista Bastos foi ao “Vavadiando” aqui há dias – a sua imagem mítica de jornalista, a sala da redacção do jornal, as mesas de madeira, as máquinas de escrever, as folhas de papel amarelado, cortadas de forma irregular (os linguados, como lhe chamávamos), o clima de uma agitação interior (e exterior) que extravasava do exíguo cubículo onde se concentravam vários jornalistas, muitos deles nomes sonantes da época.
Nessa altura, início dos anos 60, “A República” era um dos poucos jornais que tinha uma página semanal, “Bastidores”, dedicada ao cinema e dirigida por Baptista Bastos. Não havia crítica diária nos jornais diários. Existia uma resenha efectuada normalmente por um velho jornalista que percorria as salas com filmes em estreia, pedia o programa com o resumo do argumento, via quinze minutos de filme, e desandava para outra sala, ou regressava ao jornal para escrevinhar algumas linhas assinadas por iniciais que normalmente não correspondiam a nada. Alguns jornais tinham uma página ou uma crónica semanal assinada por uma personalidade ligada ao cinema. No “Diário Popular” era o António Lopes Ribeiro quem assinava uma “Crónica do Retardador”. Mas havia revistas, algumas muito populares, como a “Plateia”, dirigida pelo Baptista Rosa, tendo como chefe de redacção Vitoriano Rosa, o “Estúdio”, ou a “Imagem”, esta ligada ao cineclubismo e com uma outra orientação, muito mais exigente culturalmente (e politicamente!).
Pouco depois haveria a “Filme”, do Luís de Pina, onde também colaborei. Mas foi na “República” que me iniciei a escrever, à borla, sobre cinema. Depois passei por um antepassado da “TV Guia”, a “Rádio Televisão”, revista de televisão e espectáculos onde durante algum tempo tive uma coluna, com retrato e tudo, que acabou no dia em que recebi uma carta a chamar-me comunista por defender um filme italiano, julgo que interpretado pelo Totó, num texto onde eu tecia algumas considerações sobre a Itália da época. Recebi guia de marcha, que naquele tempo as coisas eram assim. Passei pela “Plateia”, onde escrevia sobre realizadores e entrevistava personalidades do cinema, do teatro, e onde lancei uma série sobre novos cineastas, emergentes então (e eram muitos, estávamos no rescaldos da “nouvelle vague” e dos “novos cinemas” em França, Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal...).
Passei por muitas revistas e jornais. Em fins de 1967, eu e o Eduardo Prado Coelho fomos convidados pelo Ruella Ramos a escrever diariamente no prestigiado “Diário de Lisboa”, então possivelmente o melhor jornal português, uma espécie de “Le Monde” à escala portuguesa. Ruella Ramos era o director, mas o homem que comandava as finanças era Lopes do Souto, que nos contratou por vinte e cinco tostões a crónica, mais direito a bilhetes à borla para as salas de cinema onde os filmes se estreavam. Começámos a escrever e, no início de 1968, estalou uma bronca monstruosa, que fez de nós dois “heróis nacionais” de um dia para o outro.
Nessa altura os cinemas de Lisboa encontravam-se associados numa organização chamada “Cineasso”, que o Eng. José Gil (administrador dos cinemas Império e Estúdio) dirigia. Essa “Cineasso” estava habituada a recensões benignas a todos os filmes. Nós entrámos feio e forte a dizer bem ou mal do que víamos, segundo a nossa opinião. A “Cineasso” não gostou e escreveu ao jornal, cortando a publicidade dos cinemas enquanto houvesse crítica independente no “DL”. O jornal não se acobardou e a censura não percebeu o alcance do que deixava passar. Nesse dia, na primeira página, o “DL” publicava a carta e registava o atentado à liberdade de expressão. Apoiou-nos e continuou a publicar as nossas críticas.
Durante semanas o jornal encheu páginas e páginas de telegramas, missivas, cartas, textos de todo o género, desde os vultos mais eminentes da cultura até ao mais anónimo cidadão, a solidarizarem-se connosco, a saudarem a atitude do jornal, e a acusar a “Cineasso” de ingerência abusiva. Com tão poucas ocasiões para se manifestar, e logo a favor da liberdade de expressão, os portugueses aproveitaram a oportunidade para descarregarem neste episódio as suas fúrias acumuladas. Não esquecer que estávamos em 1968 (em Maio ia explodir a França). De um dia para o outro, e um tanto involuntariamente, éramos reconhecidos em toda a parte. O Eduardo depois inflectiu mais para a área da literatura, nunca abandonando o cinema, mas eu mantive-me no “Diário de Lisboa” durante quase uma década. Num tempo em que a crítica tinha um poder enorme, sobretudo a do “Diário de Lisboa”, que reunia um conjunto de críticos de invulgar qualidade: Carlos Porto (teatro), Mário Castrim (televisão), Mário Vieira de Carvalho (música), Rocha de Sousa (artes plásticas), etc.
A importância da crítica era mais do que evidente. Uma boa crítica a um filme podia desencadear uma carreira de várias semanas. Num dia estreou-se “O Soldado Azul”, no Berna, quase sem público, dois dias depois saía uma crítica minha no “DL”, elogiosa, e mostrando como, através de um western, se podia abordar a guerra do Vietname, e nessa mesma noite a sala esgotava (com imensos “DL” debaixo do braço, confidenciou-me depois um dos porteiros) e mantinha o filme em estreia longas semanas. Um distribuidor, tempos depois, informava-me que “O Pequeno Grande Homem”, de Arthur Penn, tinha sido totalmente proibido pela censura, apenas porque “depois o Lauro António escreve por aí que o filme se refere à guerra do Vietname e é um problema.” O filme haveria de ser libertado com cortes, depois de recurso da distribuidora Rivus, ligada ao cinema Monumental. Um filme admirável de Altman, “Nashville”, passou uma rápida semana no Berna. Quando a minha crítica saiu o filme já estava a sair de cartaz. Mas foi reposto no Nimas, com um excerto da crítica no anúncio, e fez quase três meses de excelentes lotações. A crítica tinha um poder que hoje em dia não tem.

PASSATEMPO DE VERÃO; XIII


O ANJO AZUL


Para a Ida Rebelo, do blogue "Sulburdio", do Rio de Janeiro, "O Anjo Azul" de Josef Von Ternberg (Alemanha, 1930), com a mágica Marlene Dietrich (não esquecendo também o notável trabalho de Emil Janning).
Uma história de "amor louco" que atravessa o oceano com um beijo que pode ser de parabéns também (acho que fizeste anos e não me convidaste para a festa, que deve ter sido bonita, pá!).
O encontro de Marlene com Sternberg foi um dos momentos gloriosos da História do Cinema. Este o filme que marcou o início dessa paixão exaltante que deu origem a um fabuloso grupo de filmes que transpiravam a densidade de uma relação.









Marlene: Teste para "O Anjo Azul":


Um slideshow de Marlene Dietrich:


sábado, agosto 09, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO, XII

ANIKI BOBÓ
Para o Helder Magalhães, do blogue "Cinema Helder Magalhães", jovem cinéfilo de Famalicão, cliente fiel do "Famafest", e prometedor realizador, aqui fica uma referência a um clássico da cinematografia portuguesa, para lhe dar ânimo em futuros empreeendimentos. "Aniki Bobó", de Manoel de Oliveira (Portugal, 1942). O filme todo em 8 episódios. Uma lição para todos, sobretudo para os jovens.

1.



2.



3.



4.



5.



6.



7.


sexta-feira, agosto 08, 2008

08.08.08

HOJE É DIA
08.08.08
(será uma raridade alguém viver um dia igual, já pensaram?)
e começam os Jogos Olímpicos.



PASSATEMPO DE VERÃO, XI

A GRANDE ILUSÃO
(Hoje 08.08.08)


Para a "Ouriço" e demais família, de "Branco e Azul", esta "A Grande Ilusão" (La Grande Illusion), uma obra-prima magnifica assinada por um dos maiores mestres do cinema munial: Jean Renoir (França, 1937). Um filme que se passa durante a I Guerra Mundial, mas que fala sobretudo de paz, de amizade, de solidariedade. Uma lição de cinema, mas sobretudo uma lição de vida.














quinta-feira, agosto 07, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO, X

"AURORA", O FILME TODO
"Aurora", uma das obras-primas de Murnau, fica aqui depositada integralmente para a "Inominável", do blogue "Ponto de Saturação", que espero esteja bem nessa longuínqua Alemanha e cheia de saudades de Aveiro. Um filme sublime, num preto e branco intenso, com uma desvairada paixão no seu interior.
(Espero que o rebento esteja óptimo e a mãe também.)

1.


2.


3.


4.


5.


6.


7.


8.


9.

quarta-feira, agosto 06, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO, IX


"PAGOS A DOBRAR"

"Pagos a Dobrar" (Double Indemnity), de Billy Wilder (1944), é um dos símbolos maiores do "filme negro" norte-americano, com todos os condimentos que fizeram a grandeza do género entre os anos 30 e 50: mistério, violência, física e psicológica, perversidade, amor, mulheres fatais, intrigas, traições, cobiças, o dinheiro num jogo sujo a preto e branco, iluminação contrastada, planos de ângulos diabolizados, a cidade ameaçadora e os interiores clautrofóbicos.
A Ana Paula, do "Catharsis" gosta deste género de obras inquietantes e sobressaltantes. Tem razão. É um mergulho na alma humana, nas suas paixões e ambições mais secretas e mais proibidas. Aqui fica esta obra-prima de um autor que assinou várias outras, do filme de guerra à comédia, do drama ao policial, do filme de tribunal até... até esse monumento da arte do cinema que se chama "Sunset Boulevard" (Crepúsculo dos Deuses), uma das obras míticas sobre o universo do cinema. Fiquemos com mestre Billy Wilder, um autríaco que deu cartas em Hollywood.













Evocação do clássico "film noir" norte-americano:



Evocação do "filme negro" (1):



Evocação do "filme negro" (2):



terça-feira, agosto 05, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO, VIII

O LEOPARDO
Para a Alexandra, do "Kliinn", uma das obras-primas de Visconti, um cineasta que assinou várias, e uma das maiores referências do cinema italiano: "O Leopardo" (Il Gattopardo, 1963), segundo romance de Giuseppe Tomasi Di Lampedusa, com Burt Lancaster (admirável), Claudia Cardinalle (bela e talentosa como raras vezes: ia a dizer nunca, mas então "A Rapariga da Mala", por exemplo?) e Alain Deloin (este sim, como nunca!). Uma obra de uma beleza sufocante e de uma inteligência fulgurante. O cinema no seu mais alto nivel.



















segunda-feira, agosto 04, 2008

PASSATEMPO DE VERÃO, VII


"E TUDO O VENTO LEVOU"

Para uma mulher arrebatada, com uma paixão por História (e por museus, que é uma forma de revivificar a História, acordando-a para o presente), aqui fica "E Tudo o Vento Levou", de Victor Fleming (e de outros, entre os quais George Cukor, que "desenhou" a fabulosa Scarlet O'Hara, que imortalizou Vivien Leigh). Assim, para a Isabel Victor, de "Caderno de Campo", uma das obras-primas do cinema: