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Gracinda Candeias convida o público a visitar o seu atelier.
O blogue Trionfo ao Grand nomeou este meu blogue para as "7 Maravilhas da Blogsfera". Escreveu o seguinte texto que muito me desvanece, que agradeço, que não mereço. Muito obrigado. Antes "Maravilha" que "Grelo" ou mesmo "Tomate". Mas realmente não vou dar continuidade a esta corrente. Não gosto de correntes. Nem ao pescoço, nem em emails, nem em blogues.
Não levem a mal os que me nomearam. Apenas não me apetece pactuar com esta feira de vaidades. Agora já é mesmo mais "mercado de verdura."
LAURO ANTÓNIO Que têm um comboio de Blogues, mas o que eu visito é o um. Teve sempre a atenção de colocar-me ao corrente de alguns eventos que participa, e que acha que são
importantes para mim. Um expert na matéria de cinema.Mas com toda a certeza não estou a dar alguma novidade! Foi um bom anfitrião na minha chegada a este mundo dos Blogs.
LAURO ANTÓNIO APRESENTA / http://www.lauroantonioapresenta.blogspot.com
Tentar promover a cultura de forma racional e sem demagogia
Com a responsabilidade da animação da cidade e a gestão do Teatro Rivoli, a Culturporto era a estrutura mais criticada de toda a Câmara do Porto. Acusada de não promover a animação, de ter muitos funcionários e de não conseguir chamar a cidade ao Rivoli, a Culturporto estava numa situação realmente insustentável.
Nos últimos 4 anos, a Câmara transferiu 11 milhões de Euros para o Rivoli ou seja, cerca de 1.500 contos por dia. O dobro do que gastou na requalificação de escolas e quase o dobro do que gastou com a acção social ou com a manutenção e utilização de todos os seus equipamentos desportivos. Enquanto isso, as receitas de bilheteira apenas cobriram 6% da despes. O resto, 94%, foram pagos pelo erário público.
Por isso transferimos a animação da cidade para a "PortoLazer", e vamos passar a gestão do Rivoli para uma entidade privada com contratos de 4 anos, por forma a que os próximos executivos tenham a liberdade de fazer uma opção diferente se assim o entenderem.
Com esta reforma a Câmara vai poupar maias de 2 milhões de Euros por ano que poderá investir em sectores decisivos para aquele que é o nosso principal objectivo: a política de integração e equilíbrio social.
Um amigo nosso, o Germano Campos, enviou à M. um link que ela colocou no seu blogue "Detesto Sopa". Fiquei tão invejosos que nao resisti, e coloquei também aqui. Obrigado ao Germano e à M. Obrigado a todas as mulheres do cinema. Elas são rigorosamente uma das razões de tantas paixões pelo cinema e pela "mulher".
VEJA AQUI: MULHERES NO CINEMA
80 anos de retratos de mulher no cinema
Apresentando em ordem Mary Pickford, Lillian Gish, Gloria Swanson, Marlene Dietrich, Norma Shearer, Ruth Chatterton, Jean Harlow, Katharine Hepburn, Carole Lombard, Bette Davis, Greta Garbo, Barbara Stanwyck, Vivien Leigh, Greer Garson, Hedy Lamarr, Rita Hayworth, Gene Tierney, Olivia de Havilland, Ingrid Bergman, Joan Crawford, Ginger Rogers, Loretta Young, Deborah Kerr, Judy Garland, Anne Baxter, Lauren Bacall, Susan Hayward, Ava Gardner, Marilyn Monroe, Grace Kelly, Lana Turner, Elizabeth Taylor, Kim Novak, Audrey Hepburn, Joanne Woodward, Shirley MacLaine, Natalie Wood, Angie Dickinson, Janet Leigh, Brigitte Bardot, Sophia Loren, Ann-Margret, Julie Andrews, Raquel Welch, Tuesday Weld, Jane Fonda, Julie Christie, Faye Dunaway, Catherine Deneuve, Jacqueline Bisset, Candice Bergen, Isabella Rossellini, Diane Keaton, Goldie Hawn, Meryl Streep, Susan Sarandon, Jessica Lange, Michelle Pfeiffer, Sigourney Weaver, Kathleen Turner, Holly Hunter, Jodie Foster, Melanie Griffith, Sharon Stone, Meg Ryan, Demi Moore, Julia Roberts, Uma Thurman, Sandra Bullock, Julianne Moore, Diane Lane, Nicole Kidman, Catherine Zeta-Jones, Angelina Jolie, Charlize Theron, Reese Witherspoon, Gwyneth Paltrow
Recebi, via terceiros, um mail que julgo merecer ser do conhecimento público (tanto mais que dirijo em Portel um festival sobre castelos, "O Castelo em Imagens"). O texto de "Os Amigos dos Castelos" reza assim, e assim aqui fica, apesar de um pouco confuso e de não se perceber muito bem o que está a acontecer, como e porquê. Calculo que estejam a tentar destruir a muralha em nome de interesses particulares. Quem souber mais e melhor, é favor acrescentar dados. Mas a verdade é que o nosso património histórico e cultural não pode estar à mercê de um quaqluer interesse particular.
Caros Associados
Os Amigos dos Castelos tiveram informação, em Maio passado, de uma situação deveras preocupante sobre o nosso património monumental fortificado. Em causa está a manutenção física da muralha da cerca da vila de Cacela-a-Velha no concelho de Vila Real de St.º António. Esta é um importante vestígio da ocupação Islâmica de uma das mais emblemáticas localidades do Sotavento Algarvio. Acrescente-se que esta construção está inserida na área classificada de Cacela e, como tal, constitui um monumento classificado. A existência deste elemento é essencial para compreendermos, apreendermos e divulgarmos o nosso património histórico.
Os Amigos dos Castelos fizeram já várias diligências junto das entidades responsáveis, quer centrais (IGESPAR) quer locais (Câmara Municipal de Vila Real de Santo António) para tentar salvar a Muralha Islâmica da cerca do Povoado de Cacela. As últimas informações recebidas aumentam as nossas preocupações no que se refere às medidas que o IGESPAR tem que tomar para emendar erros cometidos por pessoas que estão identificadas, num processo que é pouco claro.
Não nos parece aceitável que a prática do facto consumado continue a ser uma solução considerada razoável. A Muralha está numa zona classificada e à face da lei não pode ser demolida. Não nos parece correcto manter como bom o argumento de que um despacho de uma entidade pública se possa sobrepor à lei e continuar a satisfazer os interesses dos promotores das obras novas com manifesto prejuízo do Interesse Público.
Temos sido prudentes e dialogantes porque as questões do Património são muito delicadas e devem ser resolvidas por consenso, mas este caso passa os limites. Gostaríamos que fosse encontrada uma solução razoável urgentemente. Pedimos a colaboração de todos os associados para uma intervenção rápida no sentido de impedir a destruição deste elemento. Se formos activos conseguiremos mobilizar as atenções e as vontades políticas. Contamos com a ajuda de todos! Com amizade
Francisco Sousa Lobo, Eng. (Presidente)
fotos retiradas, com a devida vénia, do blogue “Local & Blogal”, de António Baeta Oliveira
MARIA DO CEU GUERRA
dia 27
no VÁVÁ.DIANDO
Não esquecer: a próxima tertúlia é dia 27 de Junho, jantar às 20,00, com Maria do Céu Guerra.
NOTA: Durante os últimos dias foram surgindo aqui textos que previamente deixei prontos para postar, mas eu andei por terras de Vera Cruz, pelo que não respondi a ninguém. A partir de dia 23 voltarei (se os aviões e as greves de controladores nos aeroportos brasileiros o permitiorem). Beijos e abraços, conforme os casos.
Ainda dizem que não sou fiel. Hoje em dia pouco mudaria, se é que algo mudava.
Em 1996, o cinema fazia 100 anos. Já passaram mais 11 sobre essa data.
Muitas são as formas de olhar e de ver. É conveniente estabelecer desde já uma distinção entre olhar (que pode ser uma forma passiva de assistir a algo) e ver (que pressupõe uma vontade). Pode olhar-se uma paisagem, pode ver-se a mesma paisagem. Pode olhar-se distraidamente para uma paisagem, pode ver-se com atenção a mesma paisagem. Olhar implica somente o sentido da visão (o sujeito desse olhar assiste passivamente). Ver corresponde a um outro nível de comprometimento pessoal. A distinção que vai da recepção de uma sensação à da recolha de uma percepção.
Quando se olha para um quadro, percebe-se o que ele representa. Mas o olhar pode ficar simplesmente pela superfície. Ver representa um acto de vontade, que tende a aprofundar o que se olha. Todos se devem recordar de uma foto célebre - considerada recentemente um dos melhores instantâneos do século que passou - e que se refere à Guerra do Vietname (2). Uma jovem vietnamita corre nua por uma estrada, rodeada por outros miúdos e alguns soldados norte americanos. Ao fundo um céu ameaçador, com o fumo das explosões de napalm a envolver tudo. Olha-se essa imagem e retemos estas informações. Mas se virmos com mais atenção todo o dramatismo da situação ressalta. O rosto da rapariga relembra um quadro de Munk, o pintor expressionista que conseguiu aprisionar numa tela um "grito" perfeitamente audível pelo espectador. A figura desamparada - nua - aparece numa total fragilidade perante a brutalidade de tudo o que a rodeia, simbolizado de forma evidente pelo clima de guerra. O sofrimento das crianças, contrasta com a indiferença de um soldado que acende um cigarro e com as nuvens. Trata-se de um instantâneo de reportagem. Não há encenação "artística" prévia. A encenação existe, mas é a que a própria realidade dos factos impôs. Não há também trabalho de enquadramento especial por parte do fotógrafo. Há apenas o resultado da captação de um momento de vida.
Mais adiante atentemos numa fotografia de publicidade. Qualquer fotografia ou filme de publicidade é um exemplo excelente para se perceber o trabalho que pré-existe: toda a obra publicitária pretende deliberadamente manipular o espectador e levá-lo a ter uma reacção determinada - normalmente adquirir o produto a que se faz menção. Por isso nada é deixado ao acaso. Tudo é previamente planificado, pensado, experimentado. Todos os efeitos causados no espectador devem ser previstos - não se pode correr o risco de fabricar um fotografia ou um filme de resultados contraproducentes. Numa imagem publicitária tudo deve ter um sentido, uma orientação precisa.
Começa-se por saber quem é o público alvo. Estuda-se depois a forma de cativar esse público. E estrutura-se a imagem tendo por base essas premissas. O espectador desprevenido olha, e deixa a mensagem funcionar no seu subconsciente. O espectador atento procura ver o que está a sua frente, e reagir de forma consciente.
Para o conseguir terá de adestrar o olhar. Este adestramento do olhar devia começar a ser feito na escola. Tal como se aprende a ler, deveria aprender-se a olhar. Toda a comunicação se faz através de signos, símbolos. A leitura todos aceitam que se ensine nas escolas. Ninguém nasce a saber ler. Ninguém nasce a saber falar. Ninguém nasce a saber ver. Falar pode aprender-se com a experiência. A criança à força de ouvir a mãe e o pai disseram "mãe" e "pai" associa o som à imagem e tenta reproduzir o som. Aprende a falar, como aprende a andar. É uma aprendizagem rudimentar da utilização dos símbolos. Em lugar da mãe, a criança diz "mãe". A palavra substitui o objecto. O mesmo se passa na escrita. A criança aprende a utilizar segundo regras pré estabelecidas as letras, as palavras, as frases. É a aprendizagem da escrita. O mesmo se deveria passar com o olhar. A sua utilização eficaz deveria ser aprendida na escola. O que acontece é que a aprendizagem faz-se no dia a dia, de forma empírica.
A criança começa a consumir imagens logo que abre os olhos. Antes de associar o som da palavra "pai" á presença da personagem do pai, a criança já sabe, porque vê, que aquela figura que está à sua frente todos os dias é o pai (mesmo que não saiba ainda o que significa pai). Depois, sentada em frente ao écran da televisão vai lentamente descodificando códigos. Haverá uma altura em que, sem o saber de forma consciente, sabe o que significa uma fusão. Quando uma cena de um filme fecha a negro, o espectador percebe que a que lhe sucede dista da anterior algum tempo. Sem saber o que é uma fusão, percebe a função da fusão. Empiricamente vai aceitando os códigos. Não os sabe porém por em causa, porque não conscencializa essa função. Não existe possibilidade de crítica.
nas imagens: três versões de "As Meninas", de Velasques a Picasso, passando por Whitkin